Olá a todos e sejam muito bem-vindos a mais uma edição do “The Bottom Line”. Na edição desta semana, irei apresentar um novo capitulo da minha fase como mark, onde assistia Wrestling todas as semanas na televisão por cabo. Para quem não percebeu ainda, o meu objectivo é partilhar com vocês algumas das minhas histórias como “wrestling mark”, que durou desde o momento onde comecei a ver wrestling (Novembro de 2004), até ao momento onde comecei a ter acesso á Internet com regularidade (Finais de 2009). Irei dar a entender como eu via wrestlers, certos programas e wrestling em geral durante esta fase, comparando o que eu pensava na altura, com o que eu penso agora.

No capítulo de hoje, irei analisar uma das minhas Raws preferidas de 2005. Aconteceu a 2 de Maio desse ano, um mês após a Wrestlemania. Lembro-me de adorar esta Raw e mais á frente já vão perceber o porquê. Nesta altura, a Wrestlemania já era distante e a Raw, na noite anterior, tinha apresentado o PPV após a Mania, de nome Backlash. Mas primeiro, vamos ao que acorreu na Mania 21, com implicações para wrestlers da Raw. Edge, que na altura estava na minha lista de wrestlers a odiar, tinha ganho o primeiro combate Money in the Bank e agora possui uma oportunidade pelo título Mundial. Shawn Michaels perdeu o seu combate contra Kurt Angle (coisa que achei negativa á 10 anos atrás, de tão mark que era), Trish Stratus (heel) derrotou a Christy Hemme (face), Taker derrotou Randy Orton, que pertence á Raw, e até agora ele nunca mais foi visto e Batista, derrotou o wrestler que eu mais odiava, Triple H, e tornou-se no novo campeão da WWE. Eu nesta altura estava bastante satisfeito, pois o meu preferido, Batista, era o campeão e parecia absolutamente imparável. Mais, ele derrotara HHH outra vez no Backlash, não deixando dúvidas no que toca ao título. Mas como será uma Raw sem HHH como campeão? Com um dos Top Superstars Randy Orton desaparecido? Sem campeã feminina nos próximos meses? É isso que iremos analisar hoje, na Raw de 2 de Maio de 2005.  De referir que esta é a primeira vez que vejo esta Raw em 10 anos, por isso será interessante descobrir se a qualidade sempre lá esteve.

The Bottom Line #76 – Wrestling Nostalgia (5)

Esta Raw começa com um segmento de backstage, onde podemos ver Batista a conversar com a Diva Christy Hemme. Ele é o campeão actual e legitimamente apresenta-se como o Top Superstar da Raw. Ele acaba por ser interrompido por Eric Bishoff, o GM da Raw, que lhe dá os parabéns pela sua grande vitória sobre Triple H no Backlash, que acontecera na noite anterior. Ele diz que tem planos para nomear o novo nº1 Contender ao título e diz que nesta Raw, irá começar um torneio de 8 homens, para coroar o novo candidato ao título. O torneio terá o nome de “Gold Rush”. Eric diz ainda que irá dar uma folga a Batista. O campeão diz que não concorda e que quer lutar e oferece-se para enfrentar o próprio Eric num combate. Bishoff começa a entrar em pânico, mas Batista revela que estava a brincar e que é Eric aquele que precisa de uma forma. Bom segmento para começar o programa e onde é explicado o conceito desta Raw. Sempre gostei de torneios para coroar nº1 Contenders e muito se deve a este torneio em específico.

The Bottom Line #76 – Wrestling Nostalgia (5)

O primeiro combate da noite é um embate de 1º Ronda do dito torneio, onde Christian (e a sua fantástica Theme Song e Tyson Tomko), enfrentam Kane, que se faz acompanhar da “mulher” Lita. Foi um combate razoável para o tempo dado (6 minutos). Apesar da boa acção, acho que apanhei alguns cânticos de “We Want Matt”, mas não tenho a certeza. Nesta altura, já toda a comunidade de Wrestling da Internet sabia que Lita tinha traído Matt Hardy com o Edge. No final, Kane vence Christian depois de um Chokeslam. Após o combate, Tomko tenta atacar Kane, mas também sofre um Chokeslam. Kane parece ser um dos candidatos a vencer este torneio, pela sua performance.

No backstage, Christian é gozado pelo “Nature Boy”, Ric Flair e este último prevê que Triple H será o grande vencedor do torneio. Lembro-me na altura de não achar nada justo que o Triple H entra-se no torneio, pois já tinha tido a sua oportunidade de desforra.

Oh Yeah! Segmento com Muhammed Hassan e o seu manager, Daivari. Não me canso de dizer, grande Gimmick com grande “Heat”. Este homem era mesmo odiado. Na noite anterior, tanto Hassan como Daivari tiveram o combate de maior destaque dos dois na WWE, ao enfrentarem em Tag Team a equipa de HBK e Hulk Hogan. Uma noite após a derrota, Hassan queixa-se do combate e diz que perdeu injustamente. Afirma também que é uma injustiça que ele não esteja no torneio Gold Rush, apesar de estar invicto em combate singulares. Por último, Hassan culpa Daivari pela derrota e começa a esbofeteia-lo até que este caia no chão. Hassan abandona depois o ringue, com muito ódio dos fans e Daivari, como cão obediente, segue-o. Curiosamente, Daivari nunca abandonaria Hassan, durante o seu percurso na WWE. Bom segmento, como Hassan sempre habituou.

The Bottom Line #76 – Wrestling Nostalgia (5)

Se seguida, temos combate. Viscera vêm até ao ringue. Na noite passado, no Backlash perderá com Kane. Ele pega no microfone e começa-se a atirar á Lillian Garcia. Ele acaba por ser interrompido por Simon Dean, o treinador de Fitness, que começa a gozar com Viscera, devido ao seu peso. O combate entre os dois começa, e Viscera destrói Dean. Após o combate, Viscera volta a atirar-se a Lilian e depois vai embora. Este seria o começo do “Face Turn” do Viscera. Lembro-me de ver o Viscera pela primeira vez e ficar muito surpreendido com o seu tamanho. Não só era muito grande e pesado, mas tinha um look facial único.

Backstage, HHH vai até ao escritório de Bishoff e queixa-se do facto de ter que entrar num torneio. Ele diz que foi tramado na noite passada e exige um novo combate com Batista. Bishoff fiz que desta vez irá fazer as coisas á sua maneira e que HHH terá de ganhar o torneio.

Novo combate do torneio Gold Rush e á muito que esperava por rever este embate. Shelton Benjamin, actual campeão Intercontinental, é o primeiro a entrar. Na noite anterior, Benjamin derrotou Chris Jericho e manteve o seu título. Jericho, antes de Benjamin entrar para combater, mostrou o seu respeito pelo jovem wrestler. O adversário de Shelton é Shawn Michaels. Jim Ross não tarda em afirmar que isto será um grande combate e não poderia estar mais correcto. No começo do combate, Shelton consegue alguma ofensiva e surpreende HBK. Mas depois o combate fica mais equilibrado. O combate dura cerca de 15 minutos (sem contar com intervalos de programa) e é um combate muito bom. Lembro-me na altura de adorar este combate (ainda o adoro) e ser a primeira vez onde realmente tinha a certeza que este combate tinha sido espectacular e que ninguém o conseguiria negar. Para complementar este grande combate, o final também é de estrela. HBK aplica um Super Kick em Shelton, quando este ainda está a meio do ar, depois de tentar aplicar um Springboard (do mesmo género do RKO). O público vibra e o combate termina com uma vitória de HBK. No final, HBK mostra respeito por Shelton.

The Bottom Line #76 – Wrestling Nostalgia (5)

De seguida temos uma entrevista com Edge que afirma que vencerá o torneio e diz que se não vencer Batista, este fará o cash in, pois o campeão não aguenta 2 combates com ele.

O próximo combate é pelos títulos Mundiais de Tag Team. Hurricane e Rosey (The Superheros), são os novos campeões, depois de terem ganho um Tag Team Turmoil no Backlash. A sua primeira defesa do título é já nesta Raw, ao enfrentarem La Resistance. O combate não chega a 4 minutos e não foi nada de especial. No final, os Superheros mantêm os títulos. Eu quando era puto, até gostava dos super heróis, pois eram engraçados e tal, mas agora não sei bem o que achar. Sempre gostei do Hurricane, mas o Rosey já é uma história diferente.

Mais um combate do torneio, desta vez, entre Edge e Chris Jericho. Ou seja, mais um grande combate em perceptiva.  O combate dura 8 minutos, e no tempo que é dado, é um combate bom entre estes dois grandes wrestlers. Neste combate ouve-se claramente os fãs a cantarem “You Screwed Matt” ao Edge. O combate acaba com Edge a fazer batota para ganhar, usando a mala Money in the Bank como vantagem. Neste ponto eu odiava o Edge e era o inimigo público nº2, mesmo atrás do Triple H. No que toca ao Jericho, o ano de 2004 e 2005 não é muito memorável.

The Bottom Line #76 – Wrestling Nostalgia (5)

Antes do Main Event, temos um segmento com Chris Masters. A última vez que fiz a análise a uma Raw, Masters tinha se estreado. Agora, Chris todas as semanas desafiava alguém para quebrar a sua manobra de Submissão, Master Lock (Full Nelson). Esta semana, Masters desafiava alguém do público de Boston. Chris escolhe um fã presente (um wrestler da OVW). Este não consegue quebrar a manobra e Masters prova que ainda ninguém quebrou o Master Lock. Lembro-me de gostar deste segmentos, pois tinha sempre esperanças que alguém cala-se este fanfarrão.

Agora é altura do Main Event. O último combate da primeira Ronda do torneio. Triple H descobre que terá de enfrentar Chris Benoit. HHH não está nada satisfeito. A história do combate é que Benoit sofreu um traumatismo na noite anterior num combate com o Edge e HHH está a ganhar a vantagem graças a isso. Mas Benoit a certa altura do combate, parece que vai ganhar e Flair derruba o árbitro, entra no ringue e os dois atacam Chris. A música de Batista toca e este vem em salvamento de Benoit. Ele deita Flair ao chão e ataca Triple H com um Spinebuster. O árbitro levanta-se e Benoit aplica um Sharpshooter em HHH. The Game tenta chegar ás cordas e parece que vai conseguir, mas Batista acaba por as empurrar  e impedir que isso aconteça. HHH acaba por desistir e Benoit avança no torneio para terminar a Raw. Combate bastante bom, entre dois grandes wrestlers. Que belo Main Event!

The Bottom Line #76 – Wrestling Nostalgia (5)

De uma maneira geral, foi uma RAW bastante bom, tal como eu me lembrava.  Isto deve-se a 3 combates do torneio. É bom ver mais wrestling do que não-wrestling numa Raw. O segmento de Hassan também foi bom. Não considero que este show tenha coisa negativas, pois até o menos espectacular, não ocupou muito tempo de antena. O que não foi bom, foi apenas razoável para o tempo atribuído. Espero que tenham gostado do artigo desta semana. Digam se gostaram ou não. Se gostaram, adorava saber a vossa opinião sobre esta Raw. Se não gostaram, mas gostavam de dar sugestões no que melhorar, estejam á vontade. Até á próxima!

10 Comentários

  1. Stone Cold9 anos

    Torneios de oito pessoas a optar pelo titulo maximo, pelo menos 8 lutadores com estatuto para discutir o titulo da wwe que saudades!

    • JL Paes9 anos

      Tem completa razão, e nessa época os shows eram separados, ou seja, no Smackdown deviam ter outros desse nível

  2. Excelente artigo como costume.

    Tenho pouco a acrescentar além de dizer que é fantástico a nostalgia destas RAWs e Smackdowns.

    Destaco o Sweet Chin Music do HBK no Shelton que foi S-E-N-S-A-C-I-O-N-A-L e me fez levantar do cama e gritar aos pulos.

    Bom trabalho Rúben Rosa. 🙂

  3. Excelente artigo.
    Bem,pelo que contaste,foi um RAW muito bom(hoje em dia ha poucos muito bons).

    Continua com o teu excelente trabalho!!

  4. Juliana9 anos

    Eu tbm odiava com todo o meu coração o HHH e o Edge xD
    E o Shelton,eu gostava tanto dele.

  5. Bom trabalho, Ruben. É bom lembramos de nosso tempo de “iniciante” no wrestling. Detestava o Edge com todas as forças, não gostava do Randy Orton e era grande fã de Cena e Jeff Hardy (especialmente do último).

    Sempre gostei de torneios para number one contenders, pois achava mais justo. o Batista realmente estava fantástico após o turn nos Evolution. Um caso curioso sã os La Résistance, que sempre me fascinaram. Não os vi ao vivo, mas vi seus combates alguns anos depois e sempre fui fã deles, os acho injustiçados, pois tinham talento e atraiam heat facilmente.

    • Em 2004, eles ainda estavam “Over” e até eram uma boa team. O problema é que a WWE deixou de os destacar na divisão.

  6. Grandes tempos…