Olá a todos e sejam muito bem-vindos a mais uma edição do “The Bottom Line”. Na edição desta semana, irei apresentar um novo capitulo da minha fase como mark, onde assistia Wrestling todas as semanas na televisão por cabo. Para quem não percebeu ainda, o meu objectivo é partilhar com vocês algumas das minhas histórias como “wrestling mark”, que durou desde o momento onde comecei a ver wrestling (Novembro de 2004), até ao momento onde comecei a ter acesso á Internet com regularidade (Finais de 2009). Irei dar a entender como eu via wrestlers, certos programas e wrestling em geral durante esta fase, comparando o que eu pensava na altura, com o que eu penso agora.

The Bottom Line #95 – Wrestling Nostalgia (23)

No artigo desta semana, irei analisar a Wrestlemania 23, um PPV apresentado pela Raw, SmackDown e ECW. Esta foi a segunda Wrestlemania que vi na minha vida como fã. Este evento teve muitos combates, mas 3 deles, claramente, “venderam” esta Mania. O Main Event tinha o título da WWE em jogo, num combate entre Cena e HBK. Como já tinha referido no artigo passado, após o Royal Rumble, o vencedor do combate, o Undertaker, escolheu o título que iria tentar capturar na Mania 23. Ele escolheu Batista, o actual campeão Mundial. Na mesma noite, no Main Event da Raw, ocorreu um Triple Threat entre Edge, HBK e Randy Orton para determinar o candidato principal ao título de John Cena. Shawn Michaels ganhou o combate e tornou-se no nº1 Contender pelo título na Mania. HBK começava os seus jogos psicológicos com o Cena, no build up para a Mania, coisa que este último não apreciava, pensando que seria traído a qualquer momento. De facto, no último Raw antes do PPV, HBK acaba por aplicar um Super Kick no campeão, depois de semanas a dizer que não o faria. Do lado da SmackDown, Undertaker desafiava Batista pelo Título Mundial. Esta rivalidade, tal como a anterior, tinha como base o respeito pelos dois wrestlers. Mas, após o No Way Out, onde Batista abandona Taker, a rivalidade tornou-se mais séria, com maior violência a ser aplicada. Será que Batista poderia quebrar a Streak e manter o título?

E por fim, o terceiro grande combate da noite opunha Umaga e Bobby Lashley. Mas este combate tinha uma estipulação muito particular. Mas vamos por partes. Numa edição da Raw, Vince Mcmahon é confrontado por Donald Trump, que lhe acusa de não saber o que o público quer. Ele afirma saber e acaba por fazer chover dinheiro por toda a arena. Isto irrita Vince gravemente que não iria deixar Trump escapar facilmente. Os dois decidem em marcar um combate para a Wrestlemania, onde cada um dos milionários iria escolher um wrestler para os representar. Vince escolheu Umaga, o actual campeão Intercontinental, e Trump escolheu Bobby Lashley, o campeão da ECW. O milionário que perdesse, teria o seu cabelo rapado em pleno PPV, após o combate. Para ajudar à festa, Steve Austin foi nomeado o árbitro do combate. Vamos então passar para a análise!

The Bottom Line #95 – Wrestling Nostalgia (23)

Após um grande promo package, de um dos melhores da história da Mania, na minha opinião, passamos então para o primeiro combate da noite. É o Ladder Match Money in the Bank, o terceiro da história. CM Punk, Mr.Kennedy, Edge, Matt Hardy, Randy Orton, King Booker, Jeff Hardy e Finlay são os participantes deste combate. Pela primeira vez, este combate conta com as 3 Brands envolvidas. Este combate começa com um grande “staredown” entre os 8 wrestlers, mas rapidamente torna-se num brawl. Até que Finlay faz uma manobra High Flyer de um dos cantos e atinge todos os wrestlers. A partir daqui, os escadotes começam a ser introduzidos. Destaque para Booker, que tira do ringue um mini escadote para seu grande espanto. A partir daqui é performances individuais que ajudam ao combate. O maior spot do combate, acontece quando os irmãos Hardy põem o Edge em cima do escadote (que está colocado como uma tábua, apoiada na barreira e no ringue) e Jeff sobe um escadote no ringue e atira-se do topo para cima do Edge. Um grande “Holy Shit” moment, com Edge a abandonar o combate numa maca após o sucedido. Outro grande momento é quando Booker T está pronto para ganhar o combate, mas Matt ameaça aplicar um Twist of Fate na sua mulher, se ele não descer o escadote. Este combate teve tantos bons spots que ficaria aqui a noite toda. O final acontece quando Punk é atingido por um escadote graças a Kennedy, e este último, já sem oposição, sobe e retira a mala para a vitória. Este combate foi muito bom e começou de grande modo está Wrestlemania. O facto do Mr. Kennedy ganhar também fez sentido, visto que ele estava pronto para o push e a companhia tinha boas coisas preparadas para ele.

The Bottom Line #95 – Wrestling Nostalgia (23)

Agora temos The Great Khali vs Kane. A lenda diz que supostamente o Hulk Hogan é quem seria o adversário de Khali neste combate. Isso acabou por não acontecer e sendo assim, é o Kane o “sortudo”. O Kane entra com um gancho (usado no filme See No Evil). Este combate é o que todos estamos a pensar que é. Para quem o viu sabe do que falo. É, basicamente, horrível e não tem praticamente história nenhuma. Não quero perder muito tempo a comentar esta bosta, mas vou destacar 3 coisas. A primeira, é que Khali está numa fase em que nada lhe consegue derrotar, a fase mais indestrutível desde que perdeu com o Taker. A segunda, é o body slam que Kane aplica a Khali, que é suposto ser uma alusão à Mania 3 entre Hogan e André. E terceiro, é um combate que dura 5 minutos, por isso não é assim tão longo. Khali ganha um péssimo combate, como já referi. Next!

No backstage, temos um segmento envolvendo os Cryme Time, Eugene e algumas lendas da WWE, tal como Ricky Steamboat, Dusty Rhodes, IRS, Ron Simmons, entre outros. Segmento virado para a comédia, como já seria de esperar. Melhor do que pensava que ia ser.

O terceiro combate da noite é pelo Título dos EUA. Chris Benoit defende contra MVP. Após o No Way Out, a rivalidade entre os dois começou e MVP tornou-se no nº1 Contender. A história contada neste combate é do veterano campeão a tentar vencer o jovem lutador que está cada vez melhor. Benoit domina ao inicio, mas o MVP acaba por ganhar vantagem mais tarde. Este combate dura 9 minutos, e devia ter tido mais tempo. Mas acho que ambos acabam por ter um bom combate. Benoit não preciso de carregar o MVP, e e este último aguentou-se bem. O final acontece quando o Benoit aplica o Flying Headbutt do topo de um dos cantos, depois de não conseguir prender o MVP no Crossface. Chris mantém o título e ambos viriam a ter melhores combates daqui para a frente.

The Bottom Line #95 – Wrestling Nostalgia (23)

Voltamos ao backstage, com um segmento bastante estranho com Trump. O Boogeyman aparece no seu escritório e Donald comporta-se como se fosse a coisa mais normal do mundo. Voltamos ao evento, com a apresentação dos Hall of Famers que na noite anterior tinham entrado. Os destaques deste ano vão para Dusty Rhodes, Jim Ross e Jerry Lawler.

O “suposto” Main Event da noite aparece como o quarto combate do card. Batista defende o título mundial contra Undertaker. Taker é o favorito do público claramente. A sua entrada também é brutal, como sempre. Uma coisa que gosto deste combate é o começo, pois a campainha toca e o Batista aplica um Spear de imediato.  Batista controla os primeiros minutos do combate, mostrando uma manobra do topo de um dos cantos, o que é raro. Depois o Taker toma controlo e usa algumas das manobras a que estamos habituados, como o Old School. Um dos grandes spots do combate é quando Take aplica o Flying Splash que ele costuma fazer na Mania. Do lado do Batista, este aplica um powerslam no Taker, atravessando uma das mesas dos comentadores. Depois de uma serie de near falls, Batista aplica o Batista Bomb e o Taker levanta o braço à contagem de 2. O Batista tenta ir para o segundo, mas sem sucesso e o Taker acaba por aplicar um Tombstone e ganhar o combate. Este combate foi bastante bom, mas acho que sempre foi muito Overated. Prefiro os combates seguintes que os dois tiveram. Mas acabou por ser muito melhor do que muitos críticos esperavam naquela altura. E a forma do Batista parecia estar de volta. Fez sentido a vitória do Taker, mas se o Batista tivesse acabado com a Streak logo aqui, também não seria um escândalo.

The Bottom Line #95 – Wrestling Nostalgia (23)

De seguida temos um 8-Man Tag Team Match. The New Breed (Elijah Burke, Marcus Cor Von, Kevin Thorn, Matt Striker) vs The ECW Originals (RVD, Tommy Dreamer, The Sandman e Sabu). Tudo começou quando numa edição da ECW, Vince Mcmahon nomeia Burke como aquele que irá revolucionar a nova maneira de se ser extreme na ECW. Burke, juntamente com Monty Brown da TNA, um vampiro e um professor, formam a New Breed. Porém, estes jovens wrestlers querem “expulsar” as lendas da ECW, e entram em rivalidade com RVD, Sabu, Sandman e Dreamer. Um combate de Tag Team foi então marcado para a Mania. Esta é a primeira e última Mania para muitos wrestlers deste combate. Este combate não é nada de especial. É bom ver wrestlers como Sabu, Dreamer e Sandman tirem finalmente um combate na Mania. Os Originals ganharam, mas nada de mais a falar deste combate. Não foi a melhor forma de representar a ECW na sua primeira Wrestlemania.

Agora temos o Semi-Main Event. A Batalha dos Bilionários. As entradas duram tanto tempo que até doí. O Trump ao entrar, faz com que dinheiro chova do céu. Será que se ele se tornar presidente dos EUA, o mesmo irá repetir-se? Após todas as entradas, o combate começa de seguida. Os primeiros minutos do combate dão-me a ideia que vou voltar a ver o Lesnar vs Goldberg. Felizmente não é o caso. Este combate tem muita coisa a acontecer. Como o wrestling mostrado não é o principal atractivo do combate, vou falar de alguns momentos do combate. O Trump atacando o Vince e a aparição de Shane no combate que faz com que Austin seja atacado e uma vantagem sobre Lashley são alguns dos momentos do combate. O final do combate acontece quando Austin levanta-se do ataque, ataca Umaga que sofre um Spear para a vitória de Trump. Após o combate, Vince tenta fugir do seu destino, mas Lashley vai busca-lo. No ringue, Vince sofre um Stunner e é posto na cadeira. Os momentos que se seguem são ouro, com o cabelo do Vince a ser rapado. Após o trabalho feito, Vince, a chorar e completamente miserável, faz a caminhada da vergonha até ao backstage. Os 3 Faces celebram, mas Austin aplica o pior Stunner da história em Trump. O combate é razoável, com muita coisa a acontecer, mas o pós-combate vale todos os minutos de espera. Um momento bastante cómico, mesmo anos depois.

The Bottom Line #95 – Wrestling Nostalgia (23)

Agora temos a paragem para ir à casa de banho. E, curiosamente, um combate de Divas acontece. É um combate LumberJill, entre a Melina, que defende o título feminino, contra a Ashley. O que fez a Ashley para merecer esta oportunidade? Basicamente, ela tornou-se na capa da Playboy, como falei no artigo passado. A Melina ficou com inveja e por isso temos este combate. É Copy Paste da storyline da Mania 21, 2 anos antes. Este combate é horrível, com um público morto. A Melina mantém o título (graças aos céus), mas isto não tem ponta por onde se lhe pegue. A Ashley era terrivelmente má e a Melina não estava pronta para carregar Divas como ela. Bad Stuff.

É a altura do Main Event da noite. Isto era suposto ser o Cena vs HHH 2, mas devido à lesão do Hunter, HBK acabou por ser o plano B. E ainda bem que assim foi. O título da WWE está em jogo. O JR faz uma bela analogia da situação, dizendo que o Cena foi campeão em 20 dos últimos 24 meses. Bela forma de mostrar o quanto dominante o Cena foi nos últimos 2 anos. HBK também recebe elogios, de como na Wrestlemania ele torna-se mais difícil de derrotar. Os dois wrestlers ainda são os campeões de Tag Team da Raw nesta altura, mas não entram com os títulos. Achei estranho este facto, pois podiam ter dado um maior visual da situação presente. Este combate foi excelente, com os dois Wrestlers a trazerem o seu melhor, com um público muito bom. O Cena faz o HBK desistir com o STFU no meio do ringue depois de 28 minutos de grande acção. Grande História, grandes spots, grande sensação de um Main Event, onde o veterano pôs o mais novo a ganhar. Após o combate, Michaels recusa-se a apertar a mão ao campeão, de forma a continuar a storyline. Cena celebra com o título para fechar mais uma Wrestlemania.

The Bottom Line #95 – Wrestling Nostalgia (23)

Concluindo, esta Wrestlemania é bastante boa. Vamos começar com as coisas positivas: o Opener é muito bom, com um Money in the Bank cheio de grandes momentos, o combate entre o Benoit e MVP é bom para o tempo que teve, o Taker vs Batista é um dos pontos positivos da história da Streak, o “shaving” ao Mcmahon fica para a história e um excelente Main Event para fechar o show. Porém, esta Wrestlemania também tem os seus pontos baixos. O pior combate da noite foi o das Divas, mas o Khali vs Kane não fica nada atrás. New Breed vs The Originals não foi mau, mas não foi digno de uma Wrestlemania. Se tivesse que atribuir uma classificação de 1 a 10, daria um 7.5 ou um 8. E vocês que acharam? Da minha parte é tudo e até uma próxima!

3 Comentários

  1. Excelente artigo. Na minha opinião, a Mania 23 é bastante boa, por isso, dou nota 8 de 1 a 10. Destaca-se claramente pelos “main-events”, como os combates pelos títulos Mundiais a serem bastante bom (se bem, que ainda viríamos melhores combates entre o Batista/Taker e o Cena/HBK). Apesar de tudo, gostei da Batalha dos Bilionários e do combate pelo título dos EUA, assim como o Money in the Bank Ladder Match foi bastante bom.

    As notas negativas, vão claramente para Kane vs. Khali e o combate feminino. O combate que representa a ECW não foi mau, mas tal como tu referiste, não foi digno de ocorrer num palco como a Mania.

  2. Vitor Oliveira8 anos

    Boa edição. Apesar de ter avido alguns momentos ruins o evento foi em geral muito bom

  3. Excelente artigo Ruben.

    Foi sem duvida uma grande WrestleMania. Começou com um dos melhores MITB de sempre (o meu preferido). Tivemos um grande combate entre o Benoit e o MVP, e os main-events foram espetaculares.

    7,5/10