Bem-vindos a um novo Top Ten! Semaninha pacata e parada, esta. Em todo o mundo. Nada de notável ou especial terá acontecido ao longo desta semana, tudo calmo. Mas senti uma enorme tentação de escrever um Top Ten sobre o estimado WWE Hall of Famer Donald Trump, nem sei bem porquê!

Agora que pelo mundo fora não se passe nada que tenha o mundo a falar e não-sei-quê é uma coisa mas nos nossos ringues aproxima-se um Survivor Series que parece estar a prometer, para já. Antevê-se que os combates tradicionais sejam bons. Nem sempre isso se concretizou, para algo tão tradicional. E, pasmem como eu pasmei, nunca tinha escrito este tema. Algo que parece já vir anexado à estrutura do Top Ten, em tantas edições, ainda não tinha falado dos piores combates tradicionais de eliminação do Survivor Series. Aliás, apenas tive um com o tema do PPV em si. Mais vale tarde que nunca, quem mais tem tanto prazer masoquista em lembrar o pior?

Olhemos a estes dez casos da história que podem variar entre o desastroso, o mal-pensado, o exagerado e muitas vezes, o ridículo. De tudo um pouco, já muito se passou e vocês ainda se vão lembrar de mais!

10 – Hulk Hogan, Ultimate Warrior & Tito Santana vs Ted DiBiase, Rick Martel, The Warlord & Power and Glory, 1990

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Comecemos pelo estranho e pelo mal pensado. No ano em que estreou uma das maiores lendas a já ter pisado o nosso ringue e também o Undertaker, houve um estranho main event de pouco propósito. Já todos os nomes soantes tinham competido e sido capitães nas suas equipas vitoriosas: Hogan vencera com os seus Hulkamaniacs, Warrior com os Warriors, Santana representou a “The Alliance” contra o Sgt. Slaughter convertido e DiBiase vencera com a “Million Dollar Team” que nos introduziu Undertaker. Mas parecia haver uma tremenda necessidade em ver Hogan e Warrior a trabalhar juntos. Então amanhou-se um curto main event em que se viu estes dois a varrer competição. E quando digo esses dois, está subentendido que Santana foi o único eliminado nessa tal equipa de sonho em desvantagem numérica. O resto escreve-se sozinho: os dois “powerhouses” varreram com todos aqueles midcarders e DiBiase numa curta sessão de limpeza, que se tornou o combate mais curto daquela longa noite. O tal “main event” foi só para deixar os dois astros bem vistos e atirar alguns nomes de luxo como o de Hercules e Paul Roma, que constituíam os “Power and Glory”, pelo ar. Necessário.

9 – Team Sgt. Slaughter vs Team Col. Mustafa, 1991

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Passava um ano e claro que Sgt. Slaughter tinha que se redimir. Isso das ameaças de morte é capaz de só ter piada ao início. Já adorava o seu país outra vez, já era um defensor da pátria. E fazia-o contra os males orientais aos quais ele se tinha previamente aliado porque, ao fim e ao cabo, nunca saímos do mesmo. Fez-se acompanhar por nomes pesados do patriotismo como o “Hacksaw” Jim Duggan, Kerry von Erich como The Texas Tornado porque esse nome realmente soa patriótico para caramba e Tito Santana porque… sim. Saída de pânico, no caso de dúvida, Tito Santana resolve. Opôs-se à equipa liderada pelo maléfico Coronel “Não me chamem Iron Sheik” Mustafa, que se fazia acompanhar por uma caderneta de cromos de luxo repleta de midcarders e jobbers, como o Berzerker, Skinner ou o Hercules. Tudo lenda. Reza também a lenda que tal combate decorreu e de forma totalmente imprevisível. Uma “clean sweep” da boa e velha USA, com o Iron “Agora sou mais o Saddam” Sheik a arrumar logo em primeiro lugar. Extremamente necessário.

8 – The Truth Commission vs The Disciples of Apocalypse, 1997

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O facto de isto não serem meros nomes de equipas do Survivor Series e serem mesmo stables da altura já deve dizer tudo. Ali encima a par de uns D-Generation X e de uns nWo, estes cavalheiros. Os Disciples of Apocalypse ainda vos podem dizer alguma coisa se se lembrarem de uma equipa de bikers liderada por Crush, a quem se juntavam Chainz, 8-Ball e Skull. Já os Truth Commission eram qualquer coisa que ainda não sei bem o que é. Sei que tinham um porta-voz que era o “The Jackal”, o “The Interrogator”, o Sniper e o Recon. Todos com o background militar que imaginam. E também já deve dizer tudo que o mais conhecido dessa seita seja o Recon, que era Bull Buchanan, imortalizado como “aquele gajo que era sidekick do John Cena antes de ser escorraçado”. Pronto, essas duas equipas tinham problemas para resolver no Survivor Series de 1997. Dez minutos chegaram e sobraram. Quantidade de Sidewalk Slams decisivos também chegou e sobrou. Das equipas é que não sobrou nada hoje em dia.

7 – Team Jesse James vs Team Bradshaw, 1996

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Eu é que estou a denominar as equipas assim, não sei se elas tinham um capitão sequer e nem sei como é que não se vendeu como “Pointless Midcard Fest”. O combate foi transmitido antes do PPV, em TV, no “Free for All”, logo vejam-no como um combate do Kickoff, se quisermos traduzir para os dias de hoje. O que não se traduz para os dias de hoje é que ’96 foi um daqueles anos em que a crise começava a sentir-se. O plantel tinha talento, sim, mas estava no midcard ou ainda em desenvolvimento e o seu verdadeiro “star power” competia em combates singulares pelo WWF Championship ou pela candidatura ao mesmo. Depois vemos este festival colorido de midcarders de pouco rumo a combater porque já que o Stalker, o Doug Furnas ou os New Rockers estavam no card principal, porque não aquecer com estes? De um lado, Road Dogg nos seus tempos em que era Jesse James ou Jeff Jarrett II, acompanhado pelo Português Aldo Montoya, Bob Holly e Bart Gunn, frente ao nosso amigo Bradshaw ainda com pouca identidade, acompanhado pelo Sultan – muito mais popular que o Rikishi – o Salvatore Sincere porque estereótipos sempre foram impecáveis no passado especialmente quando eram pobres e Billy Gunn. Num breve combate de dez minutos a não fazer valer o dinheiro do PPV. E foi transmitido de graça, em TV.

6 – Team Legends vs The Spirit Squad, 2006

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Soa divertido porque até o foi e foi feito meramente com o intuito de ver algumas lendas a dar na boca aos Spirit Squad, para descontrair. E tudo bem com isso, mas não é com lutadores pós-reforma a enfrentar cheerleaders masculinos que se compõe um bom combate propriamente dito. Pronto, o propósito era outro. A equipa de lendas fazia-se servir do ainda activo e que desamparou esta feud, Ric Flair que chamou Sgt. Slaughter, Dusty Rhodes e Ron Simmons para competir, enquanto Arn Anderson assistia no exterior. Do outro lado estavam simplesmente os Spirit Squad e sei que isso, dessa forma simples e directa, já vendia o suficiente do combate. Mesmo que estivesse ali um grupo de tremendos atletas, um deles bem adorado hoje em dia – e sou o primeiro a admitir que markei com o regresso de dois deles ao SmackDown e devo ter sido dos poucos a pensar “agora podiam ficar com eles”. Podia ter sido só um combate de “feel good” com as lendas a vencer e a celebrar mas ainda esticaram bem tudo. Deixaram Ric Flair sozinho contra três, como último sobrevivente. E os desgraçados dos Spirit Squad nem se podiam inspirar muito porque não tinham adversários ainda frescos para grandes bumps. Serviu para o regozijo só.

5 – The All-Americans vs The Foreign Fanatics, 1993

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Não foi só no Survivor Series, o ano de 1993 na WWF/E foi desastroso em booking. Coincidentemente foi o ano que brindou o mundo com a minha existência, esperemos que não haja qualquer relação ou junção no mesmo saco. A base desta batalha foi, mais uma vez, a velha guerra entre os Estados Unidos e o mundo, na qual tanto insistiram ainda para mais com aquele país tão radicalista que é o Japão, na década de 90 até actualmente. Lex Luger era aquele patriota, com digressões pelo país e tudo e fez-se acompanhar do Nativo-Americano Tatanka e dos Steiner Brothers para enfrentar aqueles malvados estrangeiros que eram Yokozuna, o Finlandês Ludvig Borga – outro país que só chateia – e os Quebecers, a lembrar-nos que todos os Canadianos eram assim. Entretanto, o booking não podia ser só básico e antiquado, tinha que ser confuso. Tatanka lesionou-se e foi substituído por aquele patriota tremendo que era o morto-vivo Undertaker, obrigando Luger a lesionar Pierre como vingança, acabando este a ser substituído pelo estrangeiro maldoso Crush, vindo daquela tão inimiga província Americana, conhecida como o Havai. Na hora do evento, não deram um mau combate mas foi muito básico, de conceito gasto e chato e com demasiadas eliminações por contagem porque aparentemente ninguém gostava de ficar dentro daquele ringue a lutar. No final, Lex Luger elimina Ludvig Borga e todos os Americanos celebram a vitória na 3ª Guerra Mundial com uma visita do Pai Natal ao ringue. A sério. Tinha que ficar mais esquisito ainda, sim.

4 – Big Show vs Team Big Boss Man, 1999

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Também foram bons tempos, estes. O Big Boss Man andava aí pela vida a roubar caixões e qual era a oposição? Fê-lo no funeral do pai de Big Show e, aparentemente, este não achou assim tanta piada à brincadeira e quis ajustar umas contas. Big Boss Man tinha Prince Albert, Viscera e Mideon na sua equipa. Big Show tinha Funaki, Taka Michinoku e Blue Meanie. Mas não queria aquela legião de jobbers a ajudá-lo, logo fez o que qualquer um com a sua capacidade faria. Não fazer o tag a nenhum deles e resolver o assunto sozinho. Não, nada disso, não chegava. Teve que ir ao balneário destruir os próprios parceiros para competir sozinho, num Handicap de 4 para 1, porque já agora, que se lixe, é o Big Show e pode. O combate? Resolvido em 1 minuto e meio. E vencido por Big Show, que enterrou aqueles três pobres midcarders num minuto e viu Big Boss Man a fugir e deixar eliminar-se por contagem, para vencer tão rapidamente. Verdade seja dita, alguém queria ver muito tempo daquele star power todo?

3 – The Four Doinks vs Team Bam Bam Bigelow, 1993

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E voltamos a 1993 porque realmente não havia como não voltar. Ainda para mais com palhaçada desta. E não o digo por maldade, envolvia mesmo palhaços. 1993 viu Doink the Clown passar de palhaço maléfico com todo o potencial para ser uma estupenda personagem de terror a… simplesmente um palhaço, após uma Face Turn. Atormentava midcarders como Bam Bam Bigelow, Bastion Booger e os Headshrinkers com múltiplos Doinks pela arena, marcando um encontro entre os quatro atormentatos e quatro desses Doinks. O público ansiava por ver Doink e mais um grupo de novos Doinks. Acabou por não ter nenhum, contentando-se com os Bushwhackers e os Men on a Mission pintados de palhaços. O combate decorreu entre cânticos de “We want Doink”, ocupando dez minutos de palhaçada. O que, repito, não é dito com maldade, tinha mesmo palhaços. E havia eliminações após fatais escorregadelas em cascas de banana, portanto nem é nenhum pecado atirar a palavra ao ar com uma pitadinha de escárnio. Os Doinks falsos ganharam com um “clean sweap”. O público é que não saiu a ganhar, pobre coitado.

2 – Total Divas vs True Divas, 2013

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Um recente, que ainda esteja nas vossas memórias. Ou não, isto é fácil de esquecer, principalmente com intenção. Com o programa “Total Divas” a servir como o seu único próprio propósito, de vez em quando tinham que justificar aquilo com alguma acção em ringue que se relacionasse. As outras Divas a opor-se às integrantes do cast e a auto-avaliar-se como as mais talentosas e as “Divas” verdadeiras. Ou lá o que era. As Total Divas contavam com Natalya, as Bella Twins, as Funkadactyls, a JoJo ou a nossa eterna favorita Eva Marie. Eram contraditas por AJ Lee, Tamina, Kaitlyn, Alicia Fox, Summer Rae, Rosa Mendes e Aksana. Também há talento muito bem repartido aí, de facto. E como provar qual era o conjunto mais talentoso? Com um combate terrível, pois claro. Quiseram despachar a coisa depressa porque ninguém demora assim tanto tempo na casa-de-banho ou a fazer um lanchinho. Daí o combate na história em que todas estas competidoras estavam demasiado sensíveis e eram eliminadas, seguidas, com um pin após uma única manobra tão mundana e básica. Naquele dia, sopravam no olho de uma e conseguiam um pin. Calcavam alguma num pé e deixavam-na de baixa por meses. Noite conturbada. Lá se varreram quase todas com correntes de ar e acabaram por vencer as Total Divas, com Natalya e Nikki Bella como últimas sobreviventes. Fica na história como, potencialmente, o pior combate Survivor Series já feito. Sempre debatível e aqui neste ranking só não o é porque…

1 – The Royal Family vs Clowns R’ Us, 1994

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… tinha que reservar esta posição para mais palhaçada, pois claro. Um ano depois de arruinarem Doink the Clown, passa tempo suficiente para que já mal haja vontade para o ver sequer. E raramente sidekicks anões tiveram assim muita popularidade. Com a rivalidade entre Lawler e Doink a ser resgatada, até se pode considerar que Jerry fazer-se acompanhar por três mini-Kings vestidos como ele até tenha a sua graça. Doink acompanhado por três mini-Doinks já era só… eh pá, ando a dizer isto muitas vezes mas pronto, uma palhaçada. O combate em si é que não podia passar de mera comédia de preço acessível e com a mini-realeza a vencer com um “clean sweap” que, ainda assim, durou mais de um quarto-de-hora. E, de facto, nem sempre é relembrado ao lado de outros clássicos como estreias de Undertakers e afins.

E com esta compilação de mediania, pobreza e com muito espaço para o mau e ridículo, concluo mais um Top Ten, o artigo que já em si é a sua própria compilação de tudo isso mesmo. É o vosso direito e dever defender alguns destes casos, malhar ainda mais noutros e acrescentar algum que achassem essencial para relembrar o pior, a minha missão. Nós cá ficamos a desejar que esta edição do Survivor Series não expanda a infame lista. Com isso me retiro, portem-se bem, lá farei por estar cá de novo na próxima semana. Estejam cá para ver e um bom Survivor Series a todos!

6 Comentários

  1. BRUNOju.7 anos

    Esse combate feminino é um tapa na cara de quem fica reclamando da divisão feminina atual. Que vergonha.

  2. Bom Top Ten (ou mau, depende da perspetiva xD)

  3. Em pensar que esse combate feminino foi há três anos atrás, 2013 foi o auge da mediocridade do tratamento que a WWE dava a divisão das mulheres. Foi uma das coisas mais vergonhosas dos últimos anos na WWE, nem dá pra acreditar que aquela divisão feminina viria a se tornar a atual.

  4. Gomes7 anos

    As primeiras colocações são realmente um palhaçada.

  5. Artur7 anos

    Outro Top Ten muito bem feito. Confesso que nunca acompanhei esse combate do primeiro lugar, mas o combate do lugar seguinte me lembro bem. Que coisa terrível! E o pior é que tivemos de lidar com uma revanche desse mesmo combate no dia seguinte..

  6. Ziggler IC Champion7 anos

    Esperei um top ten dos melhores combates e afinal é dos piores combates