Bem-vindos a um novo Top Ten pós-Backlash que, independentemente do que possa ter acontecido, não dá ainda para se basear nele. Mas é um artigo que traz muita violência, parece ser uma tendência recente. E a ideia chega-me da outra brand, que trará em breve o Extreme Rules.

Bom, se não fosse por ter duas atletas talentosas a lutar com toda a sua roupa vestida e sem se humilhar, até diria que tinha sido o Vince Russo a bookar o combate pelo WWE Raw Women’s Championship no Extreme Rules. “Kendo stick on a pole?” Sim, é isso que chega a nós. Parece um desperdício de potencial e logo quando se fala nas meninas ficarem “extremas”. Coisas que não nos parecem tão usuais mas que já foram acontecendo. Recordemos momentos de meninas a ficar mais selvagens.

Uma nota pertinente: sei que há mais e pior para lados Japoneses e pelas independentes fora. Mas não só não deu para pesquisar tão a fundo todos os casos em particular, mas também quis dar uma oportunidade à violência mais acessível e seleccionar apenas alguns exemplos de toda aquela violência que abunda por outros lados. Para não encher o Top Ten disso e ficar a faltar, procuro ter um pouco de tudo, do ocidental ao oriental e do mais acessível ao mais doentio. Qualquer coisa… Vocês também fazem parte disto.

10 – Hardcore match – Trish Stratus vs Victoria

http://dai.ly/xw9mfy

Vivemos uma fase boa do wrestling feminino, com uma recuperação galáctica de tempos ainda recentes em que atravessava a sua pior fase. Nessa fase olhava-se para trás com saudosismo. E, ou pela força do hábito de muitos ou por fraca informação, muitos recuavam à Attitude Era para as memórias. Não é o correcto, é esta fase pós-Attitude Era que nos trouxe do melhor wrestling e das melhores competidoras de luxo que já vão entrando no Hall of Fame, pouco a pouco. No Survivor Series de 2002, deixaram duas tremendas lutadoras, representantes daquele tempo, Trish Stratus e Victoria, resolver os seus problemas mais à bruta, tal era o azedume entre elas. Deram-lhes uma boa palete de armas, cinco a dez minutos para se tentar despedaçar uma à outra e a liberdade de soltar a sua garra. Lá porque Trish tem o seu historial de dificuldades em meter uma lata de lixo no ringue, aqui parecia desenrascar-se bem. Mas não o suficiente. Neste agressivo e muito bom combate hardcore, Trish Stratus perde o Women’s Championship para Victoria, que não foi abrandada pelo seu nariz já ensanguentado.

9 – Last Knockout Standing – Gail Kim vs Taryn Terrell

https://youtu.be/qbjyy60PmpU

Em tempos a divisão de Knockouts também foi prova de qualidade e até era concorrência devastadora à divisão feminina do outro lado da estrada, da WWE. Mas também chegou ao seu momento em que perdeu todo aquele fôlego e tornou-se a Gail Kim e o resto. Numa altura intermédia, Taryn Terrell era uma loirinha demasiado bonita, que acabava de trocar a camisola de árbitra pelo equipamento de lutadora, com muito a provar. Principalmente a Gail Kim, com quem tinha problemas e quem a forçou a calçar as botas de competidora. Foram para o Slammiversary de 2013 para tratar desses problemas e à bruta. Um Last Knockout Standing em que roubaram o show e deixaram o povo a pedir mais pancadaria entre elas. Elas davam da boa. Taryn consegue o que queria, provar que era dura e que não era só no ex-marido e venceu com um spot de múltiplos replays. Sem grandes surpresas, no dia seguinte tinha umas belas pisaduras para exibir como troféus.

8 – Hardcore match – Lita vs Jacqueline

http://dai.ly/x27xfqd

Pronto, se gostam tanto de retornar à Attitude Era para lembrar cenas, para este momento deixo. Foi em 2000 e já não envolvia a Sable a tirar a roupa e afins. Envolvia duas lutadoras duríssimas e hoje Hall of Famers a começar a impor o que se viria a reinstalar alguns anos depois em termos de qualidade de wrestling feminino. Lita defendia o seu Women’s Championship contra Jacqueline em pleno Raw Is War e fazia-o num combate Hardcore em que, tal como as senhoras da entrada do número 10 um par de anos mais tarde, dispunham de um simpático arsenal de armas para mandar na cabeça uma da outra. Mas isto escalou para outras alturas. Literalmente. Lita lá quis tentar algo com que ela sempre conviveu perto e uma escada foi introduzida ao combate para ambas lutarem no seu topo. Lita vence e retém e se já encontram vários paralelismos com o combate do Survivor Series de 2002… Verifiquem lá os spots finais.

7 – Lita vs Ivory

http://dai.ly/xuagb7

Pronto então, podemos voltar a retornar à Attitude Era. Se notam um padrão e algo em comum então dá para ser mais directo: retornemos sempre a algo que a Lita faça. Neste caso lutava pelo Women’s Championship de Ivory, sua rival que tinha um rácio de vitórias contra a nossa Diva extrema favorita jeitoso. Foi no Survivor Series de 2000 e podem atentar que não há nenhuma estipulação hardcore ou nada de muito violento a fazer este combate realçar-se. Mas, assim mesmo como foi, foi histórico. Histórico pela tal dureza de Lita e por originar algo raríssimo de se ver, quer nos dias de hoje, quer na altura. Que acrescentou ao factor grotesco do combate. Com Ivory a integrar os Right to Censor, não tinha um equipamento completamente seguro, especialmente nas botas. Uma patada muito bem aplicada na face de Lita causa o corte instantâneo e sangue derramou. E não foi pouco. Ivory venceu e Lita sai com ajuda, com a tal máscara encarnada de sangue que lhe escorria pelo rosto, enquanto o público mostrava o seu respeito. Porque coisas dessas não se faziam muito. Mas isso é porque mulheres dessas também não se fazem muito.

6 – Women’s Street Fight – Chigusa Nagayo vs Shark Tsuchiya

https://youtu.be/jTUaFVUyJkg

Vamos então dar um saltinho para lados orientais onde é tudo aparentemente mais tolo? Pronto, façamo-lo agora. A começar pela lendária Chigusa Nagayo que, não sendo propriamente associada ao wrestling mais hardcore, teve sempre um aspecto que intimidava e não só mulheres. Não a impediu, só a ajudou a tornar-se das lutadoras femininas mais populares do Japão – diz-se até a mais popular. Shark Tsuchiya? Essa sim. Essa, não só tinha um aspecto mais assustador ainda, como era um monstro violento em ringue. Em 1996, uma Street Fight entre ambas foi o suficiente para deixar o povo Japonês chocado com muito do que via. Nagayo mais parecia a vítima de um crime que uma competidora. Tsuchiya era demente e ainda assim, não agia sozinha, com demasiadas ajudas exteriores. Nagayo tinha as costas encharcadas do seu próprio sangue e não tinha como se defender contra tanta delinquente à sua volta. Ainda assim conseguiu uma aberta para vencer, quase tentando arrancar o braço de Tsuchiya fora. Medidas a tomar…

5 – Monster’s Ball – Jade vs Rosemary

https://youtu.be/eHNEhLNB598

Este é deste ano, que vem mostrar que mesmo com todos os tropeções que começam a tornar-se cada vez mais característicos, a TNA “já não somos a TNA” Impact Wrestling ainda se esforça ao máximo para proporcionar bons momentos televisivos, deixando as crises e controvérsias por trás das câmaras. E nas redes sociais. Mas indo ao que interessa, Rosemary e Jade rivalizaram e bem pelo Knockouts Championship e ninguém se deixe enganar pelo arzinho doce delas. OK, talvez não seja o caso da assustadora Rosemary, lá apesar da minha bizarra paixão por ela, a moça mete medo. E Jade também se associa a tudo menos a suavidade, ela sabe bem o que faz e aguenta um tombo quando é preciso. Rosemary aproveitou a sua associação aos Decay e, consequentemente, a Abyss para usufruir do seu combate: um Monster’s Ball. E um bom combate, que ainda posso distinguir entre os melhores combates femininos do ano, para já. E elas, lá foram sabendo como aguentar carícias como arame farpado e outros que tais!

4 – No Más Match – Sexy Star vs Mariposa

https://youtu.be/HjxzWUQMAKE

O Lucha Underground bem se pode gabar de ser um templo de violência – e até o faz – e também de não fragilizar ou vulnerabilizar as suas mulheres. Aqui elas estão ao nível dos homens e competem todos juntos. Mostram a sua dureza em combates extremos mistos, a dar-lhes títulos sem divisões de categorias, ou que seja mesmo a ter uma das suas competidoras a lutar apenas com um pé funcional. De tudo. Das que mais destacam é a ex-Lucha Underground Champion, Sexy Star que, na viragem da primeira para a segunda temporada, se viu em apuros com Mariposa, uma tanto ou mais tola que ela. Resolveram os seus problemas num combate “No Más”, que é um combate “I Quit” à Mexicana e bem tiveram que as despedaçar um pouco para vender a coisa. Principalmente a nossa Sexy Star que derramou sangue por todo aquele templo. Show de violência com Star como a mais memorável, mesmo que a sangrenta carga de lenha não tenha sido suficiente e Mariposa saísse derrotada. Havia um medalhão em jogo mas como lembrar isso? As miúdas estavam possuídas!

3 – No Rope Barbed Wire Match – LuFisto vs Mickie Knuckles

https://youtu.be/wQVMVNzgwc4

Dá para tornar isto mais completo, querem? Então oficialize-se a coisa como um “No Rope Barbed Wire Electrified Light Bulb Death Match”, que soa tão apetecível de participar como rola facilmente da língua. E como podem ver já fomos para outros territórios menos acessíveis. Loucuras que acontecem em independentes. Este combate foi a final de um Queen of the Death Matches, logo já devem estar a imaginar todo um evento de violência de outro nível. Pois, melhor não preencher o Top Ten todo com elas, mesmo que se calhar até desse. Fica a final entre duas lutadoras que por acaso até nem são aí umas backyard wrestlers à moda de alguns artistas da CZW ou da XPW, elas costumam ser lutadoras a sério. Mas para aqui para este evento, para este tão especial acontecimento, decidiram tentar despedaçar-se, recorrer à pancada feia e deixar o ringue um chiqueiro de sangue de ambas. Como viam sempre as Bella Twins e a Kelly Kelly a fazer.

2 – Barbed Wire Match – Megumi Kudo vs Shinobu Kandori

https://youtu.be/tnsGfaLAtGs

E pronto, como chegámos ao pódio, é por aqui que a coisa começa a ficar realmente mais feia e quando se tem que recorrer assim a estes tais combates medonhos. Aqui apresento um combate co-protagonizado por Megumi Kudo, retirada lutadora que se tornou bastante notável e popular com essa especialidade. A dos death matches, da violência extrema, do sangue em abundância, do arame farpado. Para quem não estiver familiarizado com a ex-lutadora, talvez esperem mais uma daquelas brutamontes assustadoras de aspecto másculo e forte. Não, pelo contrário. Kudo até tinha um ar muito feminino e enganadoramente delicado. Até era uma rapariga bem parecida. Agora metam-na num ringue rodeada de arame farpado e solta-se o Diabo. Muito despreocupada com o aspecto, sem medo de quase se desfigurar, raríssima seria a vez em que deixaria o ringue sem o empapar com o seu próprio sangue e da adversária. Como é o exemplo deste encontro com Shinobu Kandori, na FMW, em 1997. Com o seu grande amigo, o arame farpado, a rodear todo o ringue e a ser a principal fonte dos spots mais grotescos desse tão agradável combate.

1 – No Ropes Barbed-Wire Double Landmine Glass Crush Death Match – Megumi Kudo vs Shark Tsuchiya

https://youtu.be/wVvpTGRFGxA

E pronto, para a primeira posição também fica a nossa amiga. Que teve uma rivalidade longa e intensa com a bem mais tenebrosa de aspecto, Shark Tsuchiya. Que culminou nesse combate de nome tão acessível e agradável. Chega a um ponto em que se começa a pensar que eles até se divertiam só a denominar o tipo de combate mais doentio. Quanto ao combate, há muita coisa importante a sublinhar nele. Sim, é um festim de violência que coloca isto na primeira posição, pronto. Talvez haverá piores, não os vi todos nem tenho um violentómetro para definir as coisas. Se calhar qualquer um entre Kudo e Tsuchiya dava, lá escolhi um que tinha mais arame farpado que gente e onde coisas explodiam e pessoas corriam o risco de pegar fogo. Parece simpático que chegue. Mas este combate, decorrido em Abril de 1997, também é notável por ser o último combate de Megumi Kudo. Aqui se retirou com mais uma difícil, sangrenta e torturante vitória. Acho que não dá para negar que ela quis sair do mundo da ultra-violência com estouro. E neste caso… Literalmente!

Bom, chega de tanta violência, ando a mostrar-vos muito disto ultimamente. Acalmar lá as coisas e fechar este Top Ten. Meninas que estejam a ler, cuidem-se e não tentem isto em casa. Rapaziada, tratem bem das meninas e senhoras das vossas vidas que isto não é bonito de se ver. Tudo escolha delas, pronto e para elas só lhes mando o meu massivo respeito. Agora ainda podem piorar a coisa e recordar mais alguns casos. Porque tenho a certeza absoluta que existe muito mais disto, o que não falta é muita mulher com tomates. Se falta algum muito óbvio, deixo para vós e que fiquem com o crédito. Evitei casos de combates mistos, entre homens e mulheres e quis manter a violência exclusivamente feminina. Porque então aí é que nunca mais acabava. Vá, deixar as senhoras sarar as feridas e avancemos para outra. Devo trazer algo mais para a semana, não sei se será mais alguma coisa muito violenta. Como seja, até à próxima semana e celebrem… #MahalIsChampion!

4 Comentários

  1. “Taryn consegue o que queria, provar que era dura e que não era só no ex- marido” Ouch xD

  2. Excelente Top Ten. Aquela No Más match…

  3. 13cm7 anos

    Mais um excelente artigo, essas asiáticas me assustam.

  4. World Citizen7 anos

    Aquelas maluqueiras que fazem no Japão são mesmo doentias…Até me deu a volta ao estômago…

    Parabéns pelo artigo, está muito bem escrito.