Contas para pagar, impostos para saldar ou obrigações de dívidas para cumprir faz de um individuo um bom cidadão? Bem, nos tempos que corre parece que não ou, pelo menos é essa a perceção que tenho. As notícias correntes acerca de escândalos bancários invadiram telejornais, jornais ou outros periféricos dos media, onde “altos” indivíduos do panorama financeiro fizeram “maroscas” para beneficio próprio.  Cada vez mais perde-se o dever cívico de ajudar o país a “crescer” ou a “rejuvenescer”, para que o futuro seja preparado para os meus filhos e netos, ou seja, para gerações que virão.

No vintage de hoje iremos falar de um nome bem conhecido do panorama do wrestling dos inícios dos anos 90, que incorporou a personagem de cobrador de impostos para irritação dos fás da plateia, não se sabe porquê … (risos)

Vintage #72 - Ser um bom contribuinte segundo I.R.S

Pay your taxes!

Mike Rotunda incorporou a pedido de Vince McMahon a personagem de um engravatado com camisa bem passada e suspensórios de um cobrador de impostos e, principalmente um orador de bons costume fiscais. Não sei se nestes tempos o povo norte – americano eram bons contribuintes mas, para Vince e a sua WWF querer que Rotunda dê-se vida a um agente fiscal e tributário, talvez houvesse algum escândalo nessa altura e época.

Foi quando fiz uma breve pesquisa e verifiquei que houve alguns escândalos nesse período de tempo e também alguma evasão fiscal corrente, que foi evidente em noticiários da terra do tio Sam e, o chairman da WWF “aproveitou” para criar mais um “boneco” do extenso leque do roster do inicio dos anos 90.

O nome “caiu como uma luva” em Rotunda pois as inicias I.R.S davam o nome a Irwin R. Schyster um ser que vivia ao lado de calculadoras e formulas bem esclarecedoras (ou não) sempre com uma atitude de punir os evasores fiscais. Desde aqueles que não pagavam o devido Tax de vendas de casas ou, os “esquecidos” de pagar uma variedade de impostos de iva ou outros do género.

Ainda bem que actualmente não existe indivíduos como o senhor Schyster…ou era melhor haver? Talvez ele seja um dos que contribuiu para desvendar os negócios obscuros que lesaram o estado Português? Não, claro que não, e estou a divagar e a brincar um bocado com a situação mas, se houvesse um agente tributário com a capacidade de I.R.S, acredito que muitos mais casos seriam desvendados…

Vintage #72 - Ser um bom contribuinte segundo I.R.S

Everyone has is price…

O “lambidinho” Irwin vinha com a sua malinha (o conteúdo talvez seja aquele que referi anteriormente) e sempre muito arranjadinho para o respectivo combate. Claro que o publico vaiava o de uma maneira evidente, mas seria uma união a um superstar de topo do ano anterior a 1990 que deixou com a “pulga atrás da orelha”. A união e parceria com o “milionário” frio e calculista sem escrúpulos Ted Dibiase fez-me refletir que o “certinho” e incorrupto I.R.S tinha sido “comprado” e também ele tinha o seu preço que foi maior que a sua dignidade.

Ted Dibiase era o oposto do que Schyster defendia mas nisto do wrestling tudo muda e esta parceria foi um sucesso, onde ambos foram campeões de tag team por duas ocasiões.

Para os mais atentos e “velhinhos” que acompanharam a luta livre americana aos sábados de manhã na RTP 1 , testemunharam alguns relatos (se posso chamar isto) de António Macedo acerca do visado de hoje. Macedo com o seu desconhecimento total de conteúdo de wrestling, via em I.R.S o seu lutador favorito, especialmente por lutar de calças de Corporate, sapatinho engraxado e claro a sua gravata (bem pirosa) que era sempre elogiada pelo especialista da rádio. Uma gravata que dava muito jeito aos adversários diga-se de passagem.

Deixo-vos aqui algumas promos de qualidade tremenda e será dos poucos bonecos que conseguiu “cativar” uma audiência com credibilidade e com talento em ringue. Fez uma boa transição para a nova geração que estava a chegar, pois o background old school era evidente e o trabalho com jovens era muito elogiado.

Para os mais jovens Rotunda é conhecido por ser o pai de Bray e Bo Dallas, para os mais “antigos” associam a este wrestler um dos muitos que marcaram uma geração. Mais uma boa recordação e não se esqueçam de pagar os respectivos impostos…

Bem, vou revelar o porque de ter escolhido este tema. Esta semana deixei uma boa quantia nas finanças e “doeu muito”, por isso para atenuar essa dor, lembrei-me do caríssimo I.R.S para um bom tema do Vintage!

Sejam felizes e This is vintage!

Ah! Vou de férias!

17 Comentários

  1. Realmente por vezes a vida real inspira-nos para os artigos mais interessantes. Excelente trabalho, acho que já te tinha dito que eu admirava o trabalho do Mr.IRS aliás a dupla com o Ted Di Biase Sr era fantástica, e para época eram actores notáveis desta indústria. A brincar que o digas, se calhar o Bray aprendeu com o pai como fazer um bom acting, já o Bo só se lembra do “acidente” com o Yokozuna na casa deles, acho que já soubeste dessa não?

  2. Alexandre Romano10 anos

    Excelete trabalho André!
    Eu pessoalmente gosto muito desta gimmick (mais a do Ted do que a do Irwin).

    • Também gosto muito Alexandre. Das poucas gimnicks interessantes que tiveram a duração que deveria de ter.Alguns “bonecos” duraram tempo demais…

  3. Apesar de a WWF ter passado uma fase muito “cartoonizada” em que um bom exemplo é o Mr.IRS, a verdade é que foram estes personagens que me captaram a atenção quando ligava o Canal 1 e via tipos a lutar no ringue. Foram personagem como este, o St. Slaughter, El Matador, Yokozuna, Roddy Pipper, Bam Bam Bigalow, Papa Shango, Repo Man, os Public Enemy, etc. que me levaram a ver wrestling.

    Tenho dúvidas que hoje este tipo de gimmick de referência tão direta funcionasse, mas como tu dizes marcaram uma geração.

    • El Matador, Repo Man…Que personagens! Especialmente o Repo Man que vi-o pela primeira vez contra o “supermosca” Jimmy Snuka, um combate que venceu :O! Concordo que actualmente era dificilmente existir estes “cartoons” e, basta ver o documentário do Heyman, para perceber que em meados dos anos 90 já estava obsoleto este tipo de gimnick!,

      • Sim este tipo de gimmick foi o que estagnou a WWF e abriu espaço a que surgisse a WCW, mas essas já são outras histórias…

  4. Muito bom artigo.
    Quando comecei a ver o wrestling, o meu pai costumava-me falar dos tempos em que ele via WWF na RTP1 e um dos wrestlers que ele mais me falava era o I.R.S.
    Das coisas que vi dele na Golden Era deu para perceber que ele era mesmo bom no que toca ao acting. A tag team dele com o Million Dollar Man devia receber um heat tremendo por parte da crowd.

    • Obrigado! O I.R.S era um mid -card consolidado onde era difícil assistir a uma derrota por parte dele em T.V.. No acting era muito bom e incorporava na perfeição o bad guy!

  5. Quando a WWE quer dar um nome que fique fixe em termos de iniciais, arranja sempre um nome do mais absurdo possivel para see o nome por extenso: Irwin R. Schyster, Montel Vontavious Porter, enfim, venha o diabo e escolha. Os pais destes senhores deviam sentir um ódio muito grande contra os seus filhos. XD

  6. xD Sim sempre nomes originais kkkkk

  7. JoãoRkNO ®10 anos

    Excelente trabalho , mas acima de tudo , excelente maneira de teres escolhido o tema , ou não xD

  8. xD! Mesmo João!

  9. World Citizen10 anos

    Ah, que saudades de ouvir o IRS a ser vaiado por arenas repletas…Dos melhores gimmicks de sempre e tambem muito bom como wrestler, o Sr. Rotunda Sr….