1 – WWF All Stars
E afinal o que poderia tirar Hulk Hogan e a sua fantástica obra-prima da primeira posição? Uma data deles juntos, com certeza! Aqui atribuo-lhes o nome “WWF All-Stars” por ser o nome que atribuem a algumas das faixas em que realmente canta todo um plantel em conjunto, quando até nem deram nome propriamente dito à “banda” que lançava estes discos, eram simplesmente da World Wrestling Federation. E sim, notam que usei o plural, saiu mais do que um!
Começou a brincadeira em 1985 com o simplesmente intitulado “The Wrestling Album” com composição e produção do consagrado Rick Derringer, guitarrista que já trabalhara com imensos grandes nomes que incluíam Cyndi Lauper, “Weird Al” Yankovic ou os variados agrupamentos do lendário Edgar Winter. É ele quem interpreta toda a “Real American,” atracção principal deste disco que claro que também inclui dedo e performance de Jimmy Hart e muitos outros Superstars improváveis a mostrar os seus (não)dotes musicais, como aquela grande performance de country do Hillbilly Jim, para pegar num só exemplo. O último de uma trilogia antes do selo ser usado para as compilações dos temas de entradas dos lutadores – em condições e com Jim Johnston no leme – foi “Wrestlemania: The Album,” lançado em 1993 e produzido por Simon Cowell. Esse mesmo. Nem sei se, para vós, será surpreendente ou justifica muita coisa. Esta obra de bizarria nem só da Wrestlemania se tratava e não era um álbum exlusivamente temático. Além do velho e alegre tema da Wrestlemania, também nos brinda com maravilhas como Bret Hart a canalizar o seu Richard Marx interno para a baladona “Never Been a Right Time to Say Goodbye” ou o “The Man in Black,” uma espécie de rap interpretado por… Undertaker. Yikes.
Mas pelo meio está o importantíssimo “Piledriver: The Wrestling Album II” de 1987. É igual ao primeiro em conceito, mudando as canções e alguns performers. Mas o que é de realmente sublinhar aqui é que é este disco que tem o clássico “Stand Back” na voz de Vince McMahon. Aquela performance épica que vocês se lembram. Mas recordem-na. Olhem bem para ele, ali a jingar a anca como se a vida da XFL dependesse disso. Aquele Vince era feliz. O Vince da “Stand Back” seria um Vince completamente diferente. O Vince da “Stand Back” era menos tirano e mais razoável, até nos relacionamentos com os empregados. O Vince da “Stand Back” era honesto e transparente, o Vince da “Stand Back” evitava escândalos. O Vince da “Stand Back” ouvia os fãs, os lutadores e um input interno estratégico para um devido balanço de como fazer um produto mais aprazível. O Vince da “Stand Back” respeitaria lutadores na hora de dispensas. O Vince da “Stand Back,” ao saber da fundação da All Elite Wrestling, chamaria o Tony Khan e o Cody Rhodes para uns copos, uns conselhos e o número de telemóvel pessoal para quando quisessem fazer um “one night only” numa arena gigante. O Vince da “Stand Back” seria um homem airoso completamente diferente. Mas parece que, infelizmente, ficou ali preso naquela performance…
Mais música que foi possível dar-vos esta semana, mesmo que esta um pouco diferente. Para ser meigo. Mas se calhar encontra-se aí um bravo, que terá todo o meu respeito e vénia, a confessar que gosta bem mais das coisas deste Top Ten que das do anterior. Vá, aficionado a sério faz uma playlist que seja uma boa amálgama dos dois. Mas que tenham gostado… Diria mais do que o da semana anterior que não vos puxou muito ou simplesmente estavam muito cansados para participar? Como seja, fico satisfeito com qualquer agrado e convido-vos a estarem sempre à vontade para comentarem. Daqui até quase exijo a confissão de um “guilty pleasure!”
Na próxima semana volto com mais aventuras fora dos ringues, fechando esse capítulo fugindo também das mídias populares propriamente ditas. Porque isso de ser wrestler… Não diz mesmo nada sobre um gajo, sabemos lá quantas vocações esses grandalhões todos têm? Na próxima semana vamos olhar a dez carreiras curiosas paralelas ao wrestling de muitos Superstars nossos conhecidos! Tiremos o exemplo deles, de irmos à luta, atrás de tudo e nunca nos conformarmos com pouco se os nossos sonhos realmente não forem assim tão mínimos!
Pronto, assim uma mensagenzinha motivacional para fechar o Top Ten, que acaba sempre inevitavelmente por tê-la por ainda estarmos nestes tempos malucos dos quais não teremos saudades quando finalmente nos virmos livres deles. E é para esse futuro que vamos olhar, em antecipação. Mantenhamos os cuidados e o positivismo para passarmos este capítulo da história à frente. Gosto de dizer que está quase! Acompanhem-me nisso! Fiquem bem e até à próxima!
3 Comentários
Muito bom! Sabia que os “Wrestling Albuns” seriam citados e confesso que adoro ouvir Roddy Piper em “For Everybody” (1 álbum), agora jamais imaginei Terry Funk e sua incursão pela Country Music, essa de fato me surpreendeu.
Mais um ótimo Top Ten para degustarmos…
Fiquei chocado quando fui ouvir alguns dos temas mencionados nesta lista lmao
Excelente artigo
O Vince da Satnd Back é lendário.