3 – The Gentrys
Entrada curiosa para inaugurar o pódio, porque fui buscar um agrupamento pouco conhecido da década de 60 com uma rapaziada com aquela pinta genérica que viamos em todos os grupos da altura. E vocês à procura de algum Superstar ali no meio. Confesso que também eu não o detecto ali no meio da rapaziada, o seu visual é bem distinto mas muito diferente do que se vê nestes The Gentrys.
E é óbvio que isto antecederá qualquer carreira no wrestling. Os The Gentrys surgiram em 1963 e conseguiram um grande êxito com “Keep on Dancing,” na verdade uma cover cuja notoriedade e sucesso ultrapassou a original, de uma banda bem mais obscura. Com o seu rock and roll da altura, com um sonzinho mais cru em vez daquele “blue eyed soul” foi capaz de conquistar imenso sucesso mas, como em muitos mais casos da altura, nem o hit tem assim tanta exposição hoje em dia deste lado do oceano, nem eles conseguiram reproduzir o mesmo sucesso, ainda conseguindo alguma atenção moderada ao longo de vários singles, que incluíam também mais uma cover, esta de “Cinnamon Girl” de Neil Young, que já teve inúmeras retratamentos – e com essa, eu é mais Type O Negative. Lançaram três discos até ao seu final, em 1970, ano do fim da banda, com um álbum auto-intitulado que, como todas as bandas da década de 60 faziam, começou a experimentar com o psicadélico.
Pronto, mini-biografia resumida arrumada, quem raio é o wrestler que fazia parte dos Gentrys? Pronto, não é um wrestler mas é um Superstar e lenda maior do que muitos. Ali no meio daqueles vocalistas era só malta que sabia cantar logo ia ter que ter algum mais desbocado. Uma bocarra mesmo. Uma que valha por todo o Sul de um país. Que tal mesmo um “Mouth of the South,” Jimmy Hart, dos mais emblemáticos – o mais? – managers da história de todo o wrestling. Que aqui ainda estava longe de vestir a camisa aos coraçõezinhos e adoptar aquele look unicamente seu que tão bem conhecemos. Poderá ser algo que passe ao lado de muitos, mas Jimmy Hart é um músico e compositor consagrado. Já esteve ele a cargo dos temas de entradas de muitas estrelas. Já esteve ele encarregado de muita música na WWE e na WCW. Sim, também a partir dele se desenvolveram as cómicas “Jimmy Hart Versions,” em que ele altera muito ligeiramente uma música conhecida para dizer que é original, – o Vince Russo nunca entrou com a “Iron Man” e dá para prová-lo em tribunal! – mas também tem mérito com imensas originais, algumas delas ficando eternas. Contam-se como exemplos aquela alegre música antiga da Wrestlemania, utilizada entre a sexta e a décima edição, e uma que ainda hoje ecoa nas nossas mentes sempre, uma tal “Sexy Boy” cujo próprio “sexy boy” foi lá cantá-la… Da autoria do ex-Gentrys, Jimmy Hart!
1 Comentário
Mais um bom top, eu não conhecia a maioria.