2 – Este não é feito de vidro…
Já que o deixámos a parecer mal há pouco tempo ao recordar quando não conseguiu resistir a um salto e estourou um quadrícep para apenas conseguir aninhar no meio do ringue, como toda a sua performance na Wrestlemania… Vamos colocá-lo um pouco over aqui, agora.
Porque o menino McMahon precisa. E aqui sem depreciações. Não precisa mesmo. Já sabemos que ele é maluco e compensa mesmo com loucura aquilo que lhe falta em dotes no ringue – algo que ele parecia ter esquecido na sua passagem mais recente. Já o víamos a atirar-se de coisas, de arrepiar, há anos. No seu regresso, já para lá da linha da juventude, continuou a fazê-lo e algo tão convidativo como um Hell in a Cell já lhe serviu de prancha por duas ocasiões.
Quase uma necessidade. O menino do papá, com McMahon no nome e a mostrar claramente que não era um wrestler nato. Nepotismo andante. O que fazer para provar que podia estar ali? Mostrando que, ao menos, era rijo para caramba. E foi aí que começou a sujeitar-se a coisas perigosas e dolorosas.
Foi no King of the Ring de 2001, já tínhamos visto loucuras da parte dele, que ele enfrentou Kurt Angle para um daqueles momentos que ainda será o mais arrepiante. Uma Street Fight dava-lhes espaço para fazerem tudo o que queriam e havia um spot espectacular no qual Angle, com um belly-to-belly, faria Shane atravessar uma parede de vidro. Para um efeito tremendo. Mas afinal parece que o vidro não estava devidamente preparado e era um pouquinho mais a sério que os vidros normalmente utilizados para estes efeitos. Não atravessou à primeira. Tentaram de várias direcções. Nós próprios sentíamos a dor ao ver o corpo de Shane a embater contra o vidro, seguido da consequente queda no chão sobre a cabeça e o pescoço.
Finalmente atravessou o vidro. Haja misericórdia. Olhávamos para Shane, de olhos abertos mas sem algo mais a aparentar sinais de consciência, sangue a sair-lhe da boca a sugerir danos internos… Estava em igual ou pior estado que o vidro que acabava de se estilhaçar. E o público apenas podia aplaudir de pé a sua dureza e respeitá-lo. O tipo de coisa que, claro que não é boa dadas as consequências físicas, mas acabou por tornar o clássico mais clássico ainda. Até Angle, a livrar-se cada vez mais da imagem “squeaky clean” de um wrestler Olímpico, beneficiou disto. Inesquecível. Mesmo que até nos doa a nós ao ver.
Comentar