3 – Afinal vale a pena esperar
Aprendemos que afinal as coisas concretizam-se e o cinismo dos fãs é mesmo um problema. Aliás, eu sempre soube isso e foi muito difícil e até impossível para mim virar-me contra Sami Zayn na sua promo de regresso. E não é só por estar à espera dele há bastante tempo, é mesmo por estar a ouvir a promo e a perguntar-me “Mas é suposto ele não ter razão?”
Toda a gente é mal aproveitada, ganham sempre os mesmos, o Vince é racista e mais vale ir para outra companhia, qualquer que seja a que a malta queira seguir só por ser concorrência, porque ali nunca se vai conseguir chegar ao topo porque lá só com cunhas e tachos e cordelinhos. E se for uma estrela feminina, ainda lhe atribuem outro método que me deixa bastante triste e até preocupado com a imediatez com que pensam nesse método para atingir fins. E não estou a generalizar, nem me dirijo a “vocês” – mesmo que até estejam alguns por aí – mas sim a “eles.”
Refiro-me, claro, ao óbvio caso de Kofi Kingston. Que chegou finalmente a WWE Champion. Após onze anos. A história era essa, a de um trabalhador árduo, que esteve lá sempre mas a quem nunca foram dadas as verdadeiras chances. Enquanto para muitos a solução fácil é “vai para outro sítio,” Kofi manteve-se sempre a dar o litro e o seu melhor, até que a chance realmente chegasse. E afinal chega mesmo, tome-se nota. Porém, serão os próprios fãs que considerariam o Kofi pré-New Day como muito midcarder, imensamente talentoso mas incompleto. Lá está, um B+ Player. E nesta história foram sugados para dentro dela, acreditando em tudo o que Vince profanava sobre ele como verdadeiro, mesmo que ele estivesse ali em TV a dar-lhe o seu endosso e a história para ele sair vencedor. A onda de apoio foi criada por eles – os responsáveis lá de dentro e Kofi, com o seu trabalho em ringue – e não o contrário. Muito nem queriam saber assim tanto de Kofi até esta história, em que já se espumaram a dizer que Kofi estava a ser injustiçado. A lição: as chances acabam, muitas vezes ou quase sempre, por vir… E não havia qualquer factor de tamanho, etnia ou coisa que o valha que impediu Kofi de eventualmente chegar lá.
4 Comentários
Ótimo artigo, parabéns!
Muito bom.
Chris JRM tenho reparado ao longo dos artigos que falas das caixas de comentários dos artigos anteriores e quero que saibas, mesmo que por vezes os artigos não tenham comentários, que os teus Top Ten’s são fabulosos.
Eu não costumo comentar muito por aqui, mas estou sempre ansioso por ver quando sai um novo top ten, assim como eu, devem de existir muitos outros.
Passei por aqui também para dar uma ideia para um novo top ten. Com o pedido de demissão do Luke Harper, podias fazer um Top Ten de superstars que viste lutar e eram ou são foras ds serie e nunca foram campeões do mundo. Como por ex. Cesaro, Wade Barrett, Cody Rhodes, John Morrison, etc, etc…
Não sei se já fizeste algum top ten parecido, mas fica aqui o meu contributo.
Hehe, obrigado! Mas não quero dar a entender, com isso, que estou a criticar os leitores por alguma coisa, faço-o sempre com a minha constante postura de fazer pouco de mim mesmo, aí nesse caso como o gajo que fala fala e ninguém lhe liga nenhuma! Nunca aponto o dedo aos leitores, que aí estarão.
Que me lembre assim de imediato, acho que abordei o conceito com nomes do passado, Hall of Famers, os Roddy Pipers e os Dusty Rhodes, achando se calhar que os casos mais recentes ainda têm sempre chance enquanto andarem por qualquer ringue.
Mas tendo em conta que, de vez em quando o pessoal gosta sempre de sugerir alguma cena ou outra, eu agora tenho mesmo uma lista de temas que me vão saltando à cabeça para ir lá pescar algo quando não tiver tema logo de imediato mal acabo de escrever um. As sugestões também cabem lá e pode muito bem ir lá parar. Obrigado!