1 – “Walk out” e um Raw sem staff
O segmento em si até deve ser lembrado mas há muita circunstância que tem graça de ser revista em retrospectiva. Fora alguns detractores, uns justificados, outros para chatear, a liderança de Triple H tem sido elogiada. Claro que não pode ser perfeita e sem erros – notícias difíceis para alguns, mas esta indústria assim meia marada nunca o foi – mas foi bem recebida e acolhida. O ambiente interno também melhorou bastante e, mesmo com alguns incidentes, foi do que mais se notou.
Hilariante de pensar que já trabalharam um angle em que Triple H transmitiu a Vince que estava despedido e tomava o seu lugar. E que, apesar de ser babyface e ter o apoio do público, eram os empregados que estavam descontentes com ele. E abandonaram-no. Todos. Lutadores, comentadores, árbitros, operados de câmara, tudo. Triple H ficou sozinho no ringue. Que é o primeiro ponto hilariante. Que estava ali mesmo o futuro chefe e bem recebido nisso. O segundo ponto hilariante é a fonte da insatisfação. Insegurança. Havia terror por parte dos lutadores pelo caos no backstage. Já isso é engraçado, pensar que lutadores se sentem inseguros quando andam sempre ali à bulha com outros. Mas tem mais graça ainda pensar quem eram os que destabilizavam mais. Muito tarde para serem os Nexus, muito cedo para serem os Shield, certamente não eram os Wyatt Sicks. Eram os Awesome Truth. Equipa fantástica, mas há que realçar que todo o plantel votou “não confiança” a Triple H porque estavam com medo do Miz e do R-Truth.
O terceiro ponto hilariante será, claro, Booker T a justificar o seu “walk out” como necessidade de ir à casa-de-banho, porque pensava que o programa já tinha saído do ar. Mas pronto, alguns dirão que não é o mais relevante, o que discordo. O quarto ponto hilariante será o Raw seguinte, que avançaria com quem tinham disponível: os babyfaces demasiado babyfaces para fazerem parte daquele “walk out”: John Cena, Sheamus e CM Punk, o que originou um combate entre Sheamus e Cena, arbitrado por Triple H, e comentado por Punk a vestir o blazer de Triple H. Com a devida autorização. O ponto hilariante é a cumplicidade e química entre Punk e Hunter antes de ir tudo ao ar – já resolvido também.
É fácil lembrar a tal “PG Era” como uma altura de pouco risco, de angles fracos, com falta de grandes momentos. Mas é por muitos já não lembrarem a dimensão e o risco de um angle em que todo o plantel faz uma espécie de greve e deixa o patrão, futuro patrão legítimo, a improvisar com as suas estrelas de topo. Podia ser um momento-chave da era, nem que seja pela galhofa de quem não levou a coisa toda muito a sério, mas não parece ser suficientemente recordado como um daqueles grandes momentos-chave juntamente com a “Pipebomb,” a estreia dos Nexus, o Hell in a Cell “End of an Era” e outros momentos históricos já imortalizados. Traduzam isso para os dias de hoje, em que Triple H tem mesmo mais poder, e digam lá se não era qualquer coisa!
E aí está mais uma presunçosa lista sobre esquecimentos que talvez estejam na memória. Alguma “novidade” arranja-se sempre! De sublinhar que, apesar de muitos considerarem que a dita “PG Era,” quanto oficial seja cada termo que as eras tenham, perdura até hoje – algo que refuto veemente, e ninguém que assista realmente isto há muitos anos será capaz de dizer que o conteúdo de hoje é igual ao da altura aqui destacada – devo realçar que estes acontecimentos são retirados do período que considero que seja realmente esse. Da mesma forma que a Attitude, a Ruthless Aggression, até a New Generation, foram eras de um punhado de anos, também considero o mesmo desta. O seu ideal fim seria a “Pipebomb” de CM Punk, mas claramente não foi depois disso que se deram mudanças, teria que avançar um pouco mais para o ano de 2013.
No entanto, no apelo à vossa participação, se o critério é vosso, podem destacar momentos que vão para lá disso. Desde que participem… E não se atropelem, tamanha foi a recepção do regresso, como afogaram aquilo de comentários! Ou então deixaram aqui o infeliz do escriba a pensar se repararam sequer que isto já estava de volta e com um número repetitivo tão engraçado que até devia dar nas vistas. Desde que estejam aí desse lado e a gostar é o que importa, brincadeiras à parte, e estejam à vontade para comentar qualquer coisa acerca disto. Até mesmo da suposta data limite disto. Reforço que um bom ponto de viragem foi o desenvolvimento do NXT, que trouxe uma nova cara à companhia, que melhor reconhecia o mundo fora dela. O primeiro grande evento, o NXT Arrival, em inícios de 2014 foi uma boa confirmação do impacto causado pelo NXT e a sua dourada era “black and gold” que todos tão bem lembramos. Quase tudo. Bem parecia que esta transição trazia algo no bico. Era o tema da próxima semana. É recente, mas também se devem arranjar dez coisas que aconteceram nos tempos “black and gold” do NXT que sirvam para ser aqui listados! Não dá e lembram-se de tudo? Não disputo, mas venham cá confirmar na mesma.
Até lá desejo-vos tudo de bom, um bom ano lectivo para os leitores mais jovens que possam estar aí desse lado. Fiquem bem e até à próxima!
5 Comentários
Bom artigo. E pensar que Lucky Cannon do NXT5 foi o melhor hell de todas as edições e o demitiram para proteger o Titus Oneal por causa do protagonismo das políticas raciais. Titus nunca lutou nada na minha opinião. No mais, aquele NXT de 2010-2011 é muito superior ao atual, na minha visão. Só a música de entrada do openning do show ocasiona lágrimas e nostalgia.
Já nem me lembrava de algumas coisas daí. Uma época completamente disparatada e o pior é que a TNA lá tinha uma ou outra boa ideia e…estragava logo. Momento negro do wrestling.
Sim
Lembro-me perfeitamente dessa edição do Michael Tarver, aliás, a relevância dele na WWE foi tanta que se o reconheci na foto deste artigo, deve-se muito mais a essa edição icónica do Top Ten do que propriamente por me lembrar dele em contexto de WWE. Na altura, nem associava o nome ao “gajo dos Nexus que não sei o nome”, depois dessa edição nunca mais esqueci.
Não sabia do 8, do 5 e do 4. Saturday Morning Slam foi uma memória desbloqueada… parece que foi ontem! O tempo passa…