1 – John Cena perdido
Ele ainda vai falando do assunto, de vez em quando para nos lembrar. Não só para nos lembrar mas para também reforçar que ele é uma história de superação e determinação, por muito que pareça que ele tenha sido abençoado pela sorte e reconhecimento imediato de alguém que já vinha catalogado como uma estrela.
Não, também teve que batalhar bastante para lá chegar. Apresentou-se como um miúdo cheio de coragem, capaz de exclamar que “Ruthless Aggression” era o que ele tinha quando respondia ao desafio de Kurt Angle. Talvez ninguém naquela arena sonhasse que nascia ali uma lenda. Mas deu imenso jeito que ele tenha exclamado essas palavras. Porque ele até pode ser o representante e cabeça dos dias do PG, mas também já o tinha sido nos tempos anteriores, quando foi um Superstar bastante “edgy” e integrante de vários combates bem violentos.
Mas antes disso e depois do desafio de Angle? Um período sem grande rumo. Não tinha propriamente uma personagem e a sua indumentária ainda se assemelhava à do seu Prototype. Era um moço que lá andava e não havia muito para fazer com ele. Será ele próprio a falar dos medos que tinha na altura e que eram justificados porque ele era bem capaz de ter razão: assim que chegasse a alguma altura com uma remessa de despedimentos, ele era um dos lowcarders com quem não tinham muito para fazer, e que lá ia à sua vida. Imaginem. Cena despedido após mal chegar ao midcard. Mas aconteceu aquele tal acaso. A brincadeira do rap. O episódio de Halloween no qual se disfarçou de Vanilla Ice e lançou umas rimas. Abriu uma janela para uma nova chance. Redefiniu a sua personagem. Conquistou os fãs. Nasceu o “Doctor of Thuganomics,” rapper Heel que começava o seu lançamento para os astros. Como se costuma dizer, o resto é história.
Incrível de pensar que se não fosse esse momento, se não tivesse resultado tão bem com o público, se não fosse o feliz acaso de descobrirem ali algo para ele, – os créditos são atribuídos a Stephanie McMahon e Paul Heyman – as coisas podiam ter sido tão diferentes. Podia simplesmente não haver Cena, pelo menos como o conhecemos. Talvez fosse para a TNA uns meses depois, com outro nome e personagem, por um ano e depois, antes de partir para independentes antes de acabar por desvanecer. Talvez tentar ser actor na mesma, mas sem a dimensão que tem hoje em dia. Deve haver algum universo paralelo com essa realidade. Mas é impossível de imaginar, e até difícil de lembrar que já existiram esses tempos de incerteza, quando vivemos na realidade de um Cena tão inegável e inevitável!
E já estão os dez. Passou tudo muito rápido! Devia ser das saudades! Ou então pareceu-vos que já tinham lido umas trinta entradas e sempre à espera daquela que realmente não se lembrassem. Pois é, mais vale um gajo estar pronto para isso do que vir para aqui com muita basófia. Brinca-se sempre. E também se espera sempre que tenha sido divertido de ler e recordar. E que haja algo de minimamente promissor nos próximos temas, já que isto é o tipo de coisa que vem muito à baila. Portanto agora vamos estar sempre nisso.
Como continua a ser costume, convido-vos e encorajo-vos a comentar, esperando que realmente este regresso não passe assim tão despercebido e tenha trazido algo que vos puxe à conversa. Tanto à volta destes momentos, os que realmente lembram, aqueles que até vos fazem levar agora a mão à testa porque não vos passava pela cabeça desde aqueles tempos. O que seja, também se aceitam sugestões de momentos destes da vossa parte, claro! Isto é tudo vosso, não se acanhem, desfrutem e venham cá ver na próxima semana que, em princípio, não partiremos para férias outra vez e continuaremos a refrescar memórias. Agora avançando um pouco. Para a era mais infame que sucedeu. Que, sendo mais recente, devia ter tudo mais lembrado. Ou então não. É vir cá ver o que pode constar entre as dez coisas que aconteceram na PG Era que talvez já não se lembrem. Convite feito, conto convosco, um grande ano lectivo para os leitores mais jovens e tudo de bom para todos. Até à próxima, fiquem bem!
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