10 Coisas que… “nunca aconteceram”! – Top Ten #249

1 – Chris Benoit

Olha, que surpresa. Nem faziam vocês ideia do que ia estar na primeira posição, como se o assunto não desse mesmo para se associar imediatamente a algo ou a alguém. Confesso que o meu plano original para esta entrada era em tom de piada. Ali a fotografia estaria razurada, desfocada ou sem nada e o texto seria em confusão, como se me referisse mesmo a alguém que não existia e eu não entendia ao que podia realmente estar a referir-me. Seria em referência a como ele é mesmo o derradeiro caso da existência apagada.

Não o evitei com medo de achar o tom de piada despropositado ou mais negro ou porque achar que ia ofender alguém, porque bem que eram corridos a toque de caixa. Optei mesmo por explicar porque é que eu entendo esta situação, defendo e até digo que, no lugar deles, faria o mesmo. Porque eu sei que muitos acham que ele ainda devia ser homenageado pelos seus actos em ringue, separando do que fez no final da sua vida. No entanto é facílimo falar como o mero fã que, realmente, nunca o vai esquecer. Se vocês tivessem um empregado numa companhia vossa que fez o que ele fez, de maneira nenhuma que queriam vocês estar a prestar-lhe tributo, a emoldurar-lhe o rosto e a fazer dele o Empregado do Mês, como dedicatória. Se ficassem com a imagem totalmente manchada, muito menos. Queriam ver-se livres dele e não, não iam andar por aí a dizer a toda a gente que o gajo que matou a família era um gajo do caraças. Há linhas que se ultrapassam em que já não dá mais para separar a pessoas, os seus demónios e as suas performances, há coisas que fazem mesmo sombra sobre tudo.

Homenageá-lo? Eles fizeram-no. Enquanto ainda não sabiam. E ficaram a saber, DURANTE a homenagem, em que ainda tiveram que lidar com a vergonha de um tributo a um homicida. E ainda por cima disso, caiu-lhes a culpa. A culpa de saberem que a principal causa do seu estado psicológico, foi devido aos descuidos físicos e – muita culpa também tinha ele pela sua dureza e momentos mais caóticos – falta de atenção a tratamentos que ele ficou como ficou. É um esqueleto tremendo para esconder no armário, mais vale destruí-lo. E então anula-se que houve um Chris Benoit. Não é varrer para debaixo do tapete porque tomaram acções necessárias para prevenir o próximo Benoit. Mas não se fale mais nele. Mais uma vez, é facílimo do ponto de vista de um fã que adorava os seus combates, querer prestar-lhe homenagem. Façam-no, revejam os combates – até isso eles já vos permitem – e lembrem Benoit o lutador. Mas muito diferente e mais difícil se fosse um amigo próximo que não iriam ver com os mesmos olhos ou, lá está, se fosse um empregado vosso que representa a vossa companhia como uma figura pública. Face it… Não se vai falar de Benoit e Benoit nunca estará no Hall of Fame. E, peço imensa desculpa, mas nunca deveria.

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E por aqui fica concluído esta edição do Top Ten de disposições mistas. Tanto dá para a galhofa e para gozar com os casos mais apatetados, como tem alguns casos mais sérios. Que não signifique que também não dê para brincar, aqui dá sempre para tudo. Mas por aqui fica, espero que tenham gostado e que dê para falar qualquer coisinha. Acrescentem algo se por acaso se lembrarem de algo que eles não. E comentem estes casos, porque dá sempre para debater estes assuntos e questionar as acções, alterando mesmo de uns casos para outros.

Eu volto na próxima semana e o tema que trago já é mais solto. Enquanto desfrutámos de um grande regresso de Rey Mysterio e já, por mero acaso, a fazer paralelismo com o tema desta semana com coisas que andam a fazer de conta que se esquecem… Na próxima semana vamos recordar regressos que realmente aconteceram… Mas ninguém se lembra. É, impactos daqueles. Já sabem que vai ser um Top Ten mais à moda de caderneta de cromos, logo estejam cá para ver. A não ser que não vos cheire, não vos culpo. Até à próxima, comam muitas castanhas por mim, que eu detesto aquilo e fiquem bem!