10 Combates que foram mais violentos que o pretendido – Top Ten #427

4 – Cactus Jack vs Vader, WCW house show, 1994

Até é estranho ter Cactus Jack aqui, se bem sabemos que o tolo do Foley metia-se nestas andanças mais violentas com toda a intenção. E o grandalhão do Vader tinha aí tanto medo quanto ele de coisas mais violentas. Só que parte-se do princípio que, mesmo em combates violentos, haja um cuidado para que partes do corpo fiquem minimamente intactas. O possível.

Mais estranho será tê-los aqui para quem se lembrar da feud que ambos tiveram ao longo de 1993 e 1994. Culminou em PPV de forma infame: não se ficaram por menos e foi logo num Texas Deathmatch onde foi a loucura total. Aliás, ainda é visto como um dos mais brutais e violentos combates em toda a WCW, não é de ficar por menos. Tudo muito bem vendido com uma plateia e comentadores em choque: Tony Sciavone e Jesse Ventura nem comentaram quase durante a segunda metade do combate, mesmo a vender a incapacidade de reagir ao que estavam a ver. E como isso partiu dos próprios, numa altura em que a WCW ainda se pretendia vender como uma companhia familiar, tomaram medidas de não agendar mais esses dois juntos num pay-per-view onde pudessem ter mais patrocinadores de olho.

Então o que traz algo aqui, se eles eram tolos? Foi outro encontro, não televisivo, que por muita pancada hardcore que fosse pretendida, nunca teriam a intenção de recorrer a mutilações desse género. Já devem estar a ver de que combate estou a falar. Foi durante a tour Europeia, em Munique. Um combate mais regular viu Foley a ficar com a cabeça presa nas cordas. Manobra típica, com 50% de ilusão óptica e trabalho de esforço do “enforcado.” Isto é, quando dá. Foley não contava que as cordas estivessem tão bem apertadas e ficou mesmo ali preso, libertando-se à bruta e danificando severamente a orelha. Como estamos a falar de dois tolos dispostos a fazer de tudo para elevar a fasquia, Foley prosseguiu o combate e Vader viu novo alvo onde trabalhar. Negou que o fez mas viu as imagens e teve que admitir que o fez: com a adrenalina, nem deu pelo que fez. Pegou na pobre orelha de Foley e praticamente arrancou-a ali. Não é propriamente uma manobra que se veja por aí, nem no vosso deathmatch mais louco na CZW, na GCW ou na XPW. E ainda hoje é uma das muitas marcas de Foley: a orelha em falta!