Bom, sejam então bem-vindos a mais um Top Ten. Falei na semana passada de trazer algo mais diferente. Mais uma lista divertida do que um ranking. Metendo isto pelo meio, de vez em quando, para aumentar o leque, para trazer algumas coisas mais descontraídas ainda, que até possam ser divertidas de se ler. E que até dê para fazer mais que uma edição do mesmo!

Trago, para introduzir isso, algo muito simples. Uma mera caderneta de cromos. Daquelas que alterna entre o “Tchiii este!” e o “O que é isto?” Um verdadeiro “Quem é Quem?” na sua subversão mais específica, “Não, a sério, quem raio é quem?” Lembrem-se, sem ranking mas numerados, recordem estes dez cromos e marquem com uma cruz os que se lembram!

10 – Shawn Stasiak

10 Cromos dos quais ninguém se lembra – Top Ten #225

Começa-se logo com uma bela definição de um cromo. Praticamente era essa a gimmick dele. Teve uma primeira passagem pela WWE entre 1998 e 2000, no qual se envolveu em histórias com Jerry Lawler, The Kat e Mae Young. Já devem imaginar que é bom. Depois disso, passou a ser “boy-toy” de Terri Runnels e Jacqueline, com a exaustão sexual do desgraçado a torná-lo jobber – não estou a brincar, o angle era mesmo esse.

Com uma primeira impressão tão boa, só poderia regressar como lenda. Aconteceu já em 2001, quando a WWE obteve a WCW e Stasiak estava pronto para integrar a Alliance. Mas para isso tinha que impressionar o líder Stone Cold e aí estava o problema. O gajo era um trapalhão maior que o Shockmaster e caía ou ia contra coisas, entre várias figuras de urso. Era a gimmick dele e, diga-se de passagem, tinha momentos hilariantes. Após algum tempo desaparecido foi recuperado como um louco cómico que ouvia vozes na cabeça, vinha do Planeta Stasiak e falava em rimas. Até o R-Truth devia achar esse esquisito. Com essa brincadeira até chegou a Hardcore Champion logo dê-se algum crédito!

Foi depois dessa fase que abandonou a WWE e o wrestling, fechando o livro com a conclusão de que o gajo simplesmente não podia interpretar alguém normal. E tudo bem. Até fazia pouco dele na sua carreira pós-WWE, mas é um médico praticante de quiropraxia, logo parece estar a dar-se muito bem na vida. Mas não consigo deixar de o imaginar no consultório a agir como qualquer dos Stasiaks que conhecemos de TV…

9 – Teacher’s Pets

10 Cromos dos quais ninguém se lembra – Top Ten #225

Teacher’s Pets. Eram eles Idol Stevens e KC James. A sua manager era Michelle McCool, a professora que tinha ali os seus alunos preferidos, numa gimmick que vos saca das mais matreiras e perturbadoras fantasias possíveis. Mas para o que era devia servir. Ou então, dada a curta vida, se calhar não.

Foi uma ascensão muito rápida. Michelle McChool introduziu os dois jovens que mostravam talento e domínio. Rapidamente fizeram de Paul London e Brian Kendrick, Tag Team Champions, o seu alvo e começaram a conseguir passar-lhes a perna para rapidamente se candidatarem aos títulos. Os Campeões, já armados com Ashley Massaro para anular ali as maroteiras da Sra. Professora, conseguiram reter os títulos e livrar-se dos alunos ranhosos no No Mercy de 2006. E a seguir a isso, bem que voltaram para o território de desenvolvimento porque já se acabavam por ali as aulas e não havia mais para dar.

As carreiras não ficaram por aí. Idol Stevens voltou à WWE anos mais tarde como Damien Sandow, uma das mais subvalorizadas criações da WWE, ao ponto de pensarmos se eles queriam sequer reconhecer essa sua criação. E KC James veio a ser jobber do lendário Braden Walker, logo pode-se dizer que ainda tiveram carreiras brilhantes. Se a professora fez alguma coisa de jeito não sei, dizem que casou bem…

8 – Eli Cottonwood

10 Cromos dos quais ninguém se lembra – Top Ten #225

Lenda. Ah lembram-se dele, lembram-se. Quando se fala em bigodes, vão lá pensar em ícones como Hulk Hogan, Rick Rude, Jimmy Hart ou Jake Roberts. Não vão pensar em gajos que o tinham, vão pensar no gajo que se fez lenda a falar dele. Mesmo não o tendo, como o cavalheiro – que tinha mesmo pêlo facial nele – afirma.

Eli Cottonwood terá que ser o integrante da segunda temporada do NXT, no seu antigo formato, a não conseguir ir a lado nenhum na carreira mas a conseguir o momento mais marcante naquele programa que já se começava a arrastar e a tornar-se penoso. Num segmento em que tinham que dar uma promo sobre um assunto aleatório, dão-lhe o mais aleatório deles todos: o bigode. Realmente que raio de promo se dá sobre o assunto? Mas ele conseguiu tornar o assunto ainda pior, e causar o riso e a vergonha do seu pro, John Morrison, ainda ele próprio longe de estar um ás no microfone na altura.

Como podem supor pelo que se lembram depois disto, não ficámos com uma tremenda carreira do Sr. Cottonwood para ver. Nem na Wikipédia se regista. E mesmo na sua estadia no NXT, lembrar-se-ão desse épico momento… E até aí se escreve a história. Eu trazia-o de volta só para falar de vários estilos de pêlo facial.

7 – Evan Karagias

10 Cromos dos quais ninguém se lembra – Top Ten #225

Que não saibam quem é ele, tudo bem e eu perdoo, agora venham-me dizer que não sabem quem são os míticos 3 Count e estalo é a única ferramenta. Mas terei que relembrar e andar algum tempo atrás até à WCW, pós-auge, já em 1999. Quando não atinavam já com muita coisa. Mas ainda saíam assim umas pérolas. Sim, porque defenderei sempre isto.

Constituídos por malta conhecida como o nosso amigo Shane Helms e o sempre despercebido Shannon Moore, que tem no registo que já fez parte de uma boyband, antes de ser o punk que anda por aí a ser, há um terceiro membro desta lendária boyband que não atingiu a mesma notoriedade a solo. Evan Karagias era o nome do jovem que, ainda por cima, parecia feito para aquilo. Será esse trio – com o extra Tank Abbott, lutador de MMA e super-fã sem vergonha – o único que se possa contar de notável na sua carreira.

A WWE ainda o foi caçar quando obteve a WCW e ia aproveitá-lo como membro da Alliance, mas uma tremenda concussão deixou-o fora dos ringues por tempo suficiente para o dispensarem antes da recuperação. Mal provou a sua estreia. Vai sobrevivendo pelas independentes e com uma carreira menor como actor em baixas produções. Eu investia no que já lhe rendeu. O que não falta são boybands a reunir-se…

6 – Sylvester Terkay

10 Cromos dos quais ninguém se lembra – Top Ten #225

Terão que recuar a 2006 para se recordar de um tempo em que um Steven Seagal mais inchado andava na WWE. Era um tipo vindo de MMA e do kickbox e que chegava ao wrestling como um autêntico monstro. Tinha um jovem, Elijah Burke, a falar por si e era vendido como uma autêntica besta imparável, que realmente aparentava sê-lo.

Atingiu o estatuto com a convincente apresentação de Burke e destruindo jobbers e alguns midcarders no SmackDown, antes de transitar para a ECW onde destruiu jobbers e alguns midcarders. Que resume a sua carreira. Ainda acabou com algumas streaks – acabou também com a sua – lutou uma vez ou outra em PPV, mas nunca esteve envolvido numa feud propriamente dita. Disse, na primeira frase, para recuar a 2006 e só terão que avançar até aos inícios de 2007 para verem Terkay ir embora.

Foi isso e mais dois anos no Japão – que não foram imediatamente a seguir – que até definiu a sua carreira no wrestling quase inteira. Entre outras modalidades e até algumas passagens por alguns filmes e programas de TV, de orçamento mais baixo – querem ver que ele é mesmo o Seagal? – Terkay nunca se impôs como wrestler. O pequenote barulhento que o acompanhava lá conseguiu o seu lugar no plantel e até foi conquistando sucesso por outras bandas…

5 – Kizarny

10 Cromos dos quais ninguém se lembra – Top Ten #225

Um herói meu, sem dúvida. Só me faltam mais desculpas para o incluir. Mas se fizer mais edições destas, lá tinha que mexer algumas cordas para ver se era legítimo e aceitável incluí-lo sempre, mesmo que procure a variedade. Kizarny, o bizarro Superstar que atormentou o SmackDown durante meses com vinhetas. E… por um par de semanas, no ringue.

O lutador Canadiano não se pode queixar propriamente de ter uma fraca carreira no wrestling, teve sempre agenda muito preenchida e até se fez notar na TNA por algum tempo mais notável e em algumas independentes de renome como a Chikara. A única constante é a sua personagem, que é sempre uma aberração saída de circo, ambiente que tornou as suas vinhetas na WWE tão perturbadoras. Tinha o seu potencial, podia ser um Doink bem mais assustador. Deve ter assustado demasiado. Nem o quiseram lá.

Com um contrato com a WWE que ainda viu mais de três anos de duração, nos seus diferentes territórios de desenvolvimento, a sua subida foi quase o mais formal despedimento, com um par de combates a marcar a sua passagem. São destas lendas que eu gosto, não aqueles que estamos fartos de ver todas as semanas. As nossas vidas precisam de mais Kizarny. E por isso mesmo é que não o temos.

4 – Puke

10 Cromos dos quais ninguém se lembra – Top Ten #225

Antes de mais, a parte trágica, Darren Drozdov, muito conhecido simplesmente como Droz, viu a sua carreira interrompida quando ficou tetraplégico como consequência de um botch num combate gravado que nunca saiu para o ar. Já recuperou algum movimento na sua parte superior mas a sua carreira… Durou uns tristes dois anos.

E agora à parte parva que até pode parecer ingrata, dado o seu destino, na hora de analisar a sua curta carreira. Acham o nome Puke terrível para um wrestler? Então imaginem a origem. Droz tem um talento nato de… Provocar o próprio vómito voluntariamente, a qualquer altura. Quem é que se impressiona com isso? Vince McMahon, claro, que lhe pediu para o fazer num caixote do lixo do seu escritório e atribuiu-lhe essa gimmick, dando muitas asas à imaginação na hora de lhe dar o nome.

Melhor que isso só o seu posicionamento: um terceiro membro não oficial… Dos Legion of Doom. Caramba, como é que não se inclui mais do Puke na hora de contar a história iningualável dessa lendária equipa? Pois, nem numa fase boa deles foi. Mudaria de gimmick para alguém de estilo de vida bizarro que criaria uma stable com outros que partilhariam esse estilo de vida… Que não sei se envolvia o tal acto de regurgitar on command ou não…

3 – Klimaszewski Twins

10 Cromos dos quais ninguém se lembra – Top Ten #225

Talvez um dos segredos para o sucesso seja algo tão básico como: sabermos escrever e pronunciar o raio do nome. Já tinha a pesquisa pouco facilitada quando se procura por gémeas na WWE… Acho que alguém já tomou conta desse posto e de muito melhor maneira e com muito mais sucesso.

Diane e Elaine eram as jovens, com nomes a garantir que sabiam pronunciar pelo menos um nome delas, de origem Polaca que têm wrestling no currículo, em letras pequenas, tendo tido quase tanto contacto com ringues como nós comuns mortais que não exercem o hobby. São os seus créditos como modelos e actrizes que ocupam a parte mais significativa do seu currículo. Não eram as maiores das actrizes – quando precisavam de umas gémeas vistosas, chamavam-nas – mas sempre conseguiram alguns títulos de reconhecimento como o infame Scary Movie 3.

Ah, no wrestling? Estiveram um par de anos na WCW, onde fizeram parte das Nitro Girls. Até foram pescadas pela WWE na compra da companhia, até irem embora, sem subir do território de desenvolvimento, ainda em 2001. Não consta que vivam mal, desejo-lhes a maior das sortes. Quando precisarem de meninas idênticas por lá, não deve ser esse o primeiro nome que têm na lista. Mas é só porque não o sabiam escrever.

2 – Matt Stryker

10 Cromos dos quais ninguém se lembra – Top Ten #225

Também é curioso incluir alguém que somos rápidos a reconhecer e a apontar logo que há um erro no nome. Não, minha boa gente, eu sei de quem estou a falar e o Matt Striker já é um gajo notável além da definição do cromo – não quer dizer que o próprio, já de si, não o seja! – e é mesmo um outro Matt Stryker que também dá uns tombos no ringue. Só não acho que seja professor.

Carreira ingrata a deste rapaz. De muito pouco serve pesquisar pela sua passagem na WWE, porque aparecerá sempre a falar do outro. Caramba, o próprio Google pergunta-te se não te estás a referir ao outro! Que joelhada nos posteriores que deve ser viver com isso. Mas este tal Matt Stryker nem foi propriamente um Superstar na WWE. A sua carreira é feita no circuito independente e até tem uma passagem não muito longa na Ring of Honor. Mas, como muitos outros talentos que viriam a encontrar sucesso noutros territórios – e em muitos casos voltar mais tarde – ele teve a sua dose de aparições em dark matches e no Velocity ou no Heat.

Curiosamente, deu-se na altura em que já eles tinham lá o Matt Striker, só para ter a certeza que as tormentas começavam já aí. Eu nem sei porque é que não o contrataram, nem que fosse só para construir a rivalidade entre os dois. Já ouço o dinheiro a sair dessa ideia!

1 – Carmella

10 Cromos dos quais ninguém se lembra – Top Ten #225

Iniciante como valet no NXT de uma promissora Tag Team que subiu sem ela, procurou o sucesso a solo, escalando para o SmackDown onde conquistou a primeira mala Money in the Bank feminina que viria a fazer cash-in com sucesso há bem pouco tempo… Espera aí…

Espera aí, espera aí. Alguma coisa não está a bater certo. A Carmella é actual e nós conhecemo-la bem, vemos-la todas as semanas e ela é SmackDown Women’s Champion, está a dar-se lindamente! Então que é isto? É só um pequeno retrocesso no tempo, até 2004, quando já tivemos outra Carmella! Esta é Carmella DeCesare, rapariga vistosa que concorreu ao primeiro Divas Search, que quase venceu, chegando a rivalizar com a vencedora Christy Hemme, num “combate” que lhe valeu uma competição em PPV! Só com o nome Carmella para ter a certeza que hoje ficamos mais confusos ainda.

Mas ao contrário da nossa Carmella que ainda vai prolongando a sua carreira e com frutos, esta menina ficou-se por aí, tendo como seu maior feito algo que eles procuravam muito nas Divas do seu tempo: títulos na Playboy e na Sports Illustrated. Singrou, não singrou?

E com esta primeira remessa de cromos para colar já na caderneta que vai de oferta, concluo este Top Ten. Pronto, já devem ter entendido a ideia que sugeria. É um Top mas nem é bem um Top, é uma lista. Só que numerada. Querem que apareçam mais temas deste pelo meio? Ou o que faz parte da minha ideia: gostariam de ver mais edições (Parte 2, 3, 4, etc.) deste mesmo tema? Vocês decidem! E também comentam esta boa malta que bem dá o seu melhor para se fazer memorável.

Na próxima semana ainda devo voltar com algo mais tradicional, se me ocorrer algo. Se soa negativo não é, são raras as vezes que já tenha um tema com uma semana de antecedência! Mas venham cá que eu cá devo estar! Fiquem bem e até à próxima!

4 Comentários

  1. Lembro-me do The Boogeyman, que ainda andou por lá uns tempos. O Bradon Walker, aliás, a “New Superstar Initiative” da ECW, é uma boa caderneta de cromos. Jesus, não o profeta, nem o treinador do Sporting, mas o manager do Carlito que “esfaqueou” o John Cena. O flop Sin Cara, o original, o tal que vinha com selo de Deus do wrestling mexicano, o novo Rey Mysterio, até que se percebeu que era um poço de botches e que o então Hunico era melhor Sin Cara que o Sin Cara. Lembro-me do Camacho, que nunca mais vi, o amigo do Hunico antes de ser o bom Sin Cara. Maven, que ainda eliminou o Undertaker da Royal Rumble, venceu um combate no Survivor Series com Chris Benoit, Chris Jericho e Randy Orton e lutou pelo World Heavyweight Championship contra o Triple H, até que desapareceu. Rico, o original Velveteen Dream. Marcus Cor Von, o homem que entrava ao som de R&B. Houve muitos cromos na WWE, nem dá para mencionar todos.

    • Anónimo7 anos

      O camacho está bem como um membro dos Bullet Club na njpw que como membro dos g.o.d ganhou várias vezes os títulos de tag team da iwgp

    • Sinto saudades do Camacho, eu realmente gostava dele e o Hunico com a antiga gimmick. Está lutando em tags na NJPW hoje em dia…

  2. Meu tipo preferido de topten, a desenterrar pérolas de outrora (:
    Certamente acharia muito bem vinda outras partes deste.
    Em tempo, viu que o mito Hassan retornou?