Que não sabiam, talvez sabiam, e se sabiam não consideravam algo assim tão importante mas que até é uma cena gira de se saber e dizer a alguém. Dava um título longo, não dava? Sejam bem-vindos a mais um Top Ten numa altura em que homens e mulheres a subir e a cair de escadas abaixo, tudo por uma mala, está já aí. Não é assim tão fora-de-mão fazer um Top Ten dedicado a ele.
É mais um Top Ten, cujas posições pouco ou nada importam, isto podia ser meramente uma lista ao estilo Buzzfeed ou até mesmo… What Culture (que eles sabem qualquer coisinha sobre isto também). Mas é o Top Ten da casa e está aqui para vos dar dez factos curiosos que se calhar até nem sabiam. Ou então até sabiam ou… Não me vou repetir outra vez.
10 – Wrestlemania =/= Money
Pode nem ser o subtítulo que verão a fazer mais sentido porque são coisas que se associam facilmente uma à outra. Wrestlemania é um banho de dinheiro, tanto a entrar quanto a sair. Mas mesmo referente ao Money in the Bank, foi lá que o combate nasceu e onde continuou a decorrer até se emancipar, sob a forma do seu próprio evento.
Ou seja, o Money in the Bank tem tudo a ver com a Wrestlemania. Como o sítio onde o conquistar. Porque em termos de cash-in… Nem por isso. Numa era em que vendem a entrada na Wrestlemania como algo que todos têm que trabalhar extra e sonham em conseguir – a calhar na mesma era inclusiva em que todos têm o direito de aparecer – não há muitos Mr. Money in the Bank a usar aquele bilhete para se colocarem naquela gigante ribalta. É mesmo quando der mais jeito.
Daniel Bryan bem disse que o ia fazer, que se ia guardar para essa altura, mas não o fez. Tal apenas ocorreu uma vez na história e que vez. Foi Seth Rollins, o nosso menino, quem salvou um main event entre Roman Reigns e Brock Lesnar e saiu de lá WWE Champion, naquele que será um dos maiores momentos na história da Wrestlemania e do Money in the Bank. Se calhar por isso é que não é coisa de acontecer muitas vezes.
9 – A despachar!
Como já devem saber, o combate Money in the Bank não é um combate rápido nem sequer que dê propriamente para ser rápido. Ultrapassando quase sempre os 20 minutos, justifica-se com tanto homem atras de uma só mala, a ter que subir escadotes e outros a não deixar. E quanto mais tempo, mais maluqueira aprontam eles.
Sim, é um combate naturalmente longo. A não ser que, por azar, lhes tenham que encurtar a coisa. Na Wrestlemania XXII, naquele que foi o segundo combate Money in the Bank, talvez por alguma restrição temporal ou simplesmente pelo combate ainda estar quase prototípico, aconteceu o combate mais curto de todos, concluído em meramente… 12 minutos. Parece pouquíssimo e aposto que, se acontecesse hoje em dia, ia ser estranhado por muitos fãs, que até reclamariam e pediriam mais.
No entanto, aqui essa dúzia de minutos chegou. Não significa isso que tivesse sido um combate incompleto, nada disso. Conseguiram inserir todo o tipo de spot. Aliás, tiveram que meter muito spot em pouco tempo, aquilo é que foi loucura!
8 – Um 2014 seco
Desde a sua concepção em 2005, que temos tido sempre Money in the Bank. Inicialmente uma mala, depois duas malas, uma para cada brand. Agora temos duas malas, porque as meninas conquistaram o direito de lutar por uma também. No ano que nasceu o Money in the Bank, tivemos essas duas malas, mais a que já tinha sido disputada na Wrestlemania. Sim, muita mala fabricada e amassada desde então.
2014 foi um ano seco não por não ter havido Money in the Bank, claro que houve. Foi seco em cash-ins. Os vencedores das malas de 2013 já as tinham trocado no próprio ano, querendo livrar-se delas suficientemente cedo. Em 2014, já só com uma mala, o vencedor quis esperar até ao ano seguinte – lá está, a Wrestlemania – para fazer a devida troca, o tal depósito.
Curioso porque se há coisa que entusiasma o povo é aquela malinha e o que se pode fazer com ela. Todo o tempo que alguém a detém é tempo de malta especular sobre como se vai livrar dela. 2014 foi todo um aninho para especular muito, esperar ainda mais e não ver um único momento de troca. E até sobrevivemos, afinal!
7 – Todos adoram o Cena
É um facto, sim, já não precisam de o negar. Já não é assim tão fixe ser anti-Cena e já têm lá o outro com o recipiente do escárnio às costas. Tenho que relacionar essa afirmação com o Money in the Bank e essa associação é muito simples. Olhando para os últimos quinze anos em que tivemos a existência daquela malinha, que outra coisa tivemos muito, sem falhar?
Claro está, John Cena a Campeão, a qualquer momento. Dezasseis reinados couberam-lhe nesses anos, logo já podemos calcular outra coisa. É normal que vá tocar muito a ele. E realmente Cena é o alvo favorito, ou mais azarado, no que diz respeito ao Money in the Bank, tendo já sido vítima da mala por três vezes. Foi ele que teve a honra de inaugurar a tradição ao levar com Edge na altura mais (in)oportuna e foi ele também quem estragou a festa a outro, Damien Sandow, que tentou o cash-in nele sem sucesso.
Mais a aprofundar essas duas coisas a associar-lhe: o seu azar com a mala. Foi ele o primeiro desgraçado a falhar o cash-in e não conseguir vencer o título. A outra será o próprio acto de falhar: ele falhou o primeiro, o segundo foi um falhanço sobre ele e o terceiro, recente, de Baron Corbin… Foi por culpa dele. Cena, homem que por três vezes foi alvo do Money in the Bank, homem que está relacionado de alguma forma com os seus três falhanços. Muita história tem ele com a mala. Mas também… Com que raio já não tem ele história?
6 – O bilhete (não tão) garantido
Ganha-se a mala e é garantidíssimo que a terão até trocarem por um título e podem descansar à sombra da bananeira porque têm aquele bilhete? Não é bem assim. Claro, se te portares bem, não disseres nenhuma asneira, não chateares ninguém… Ficas com a mala. Mas provoca alguém que tu vês.
Por mais que uma ocasião que a mala foi colocada em jogo além do combate Ladder, em que o Mr. Money in the Bank deve defender a sua mala. Edge, Mr. Kennedy, Rob Van Dam ou Dolph Ziggler já tiveram que acrescentar esse esforço extra a todos os tombos e escaladas que tiveram que fazer para ganhar a mala da primeira vez. Ainda têm que a manter. Normalmente mantêm-na com sucesso, já que o negócio de ser Mr. Money in the Bank rende, vale a pena e todos esses conseguiram tornar-se Campeões, logo tinham essa confiança a motivá-los.
Quase todos, menos um desgraçado. Mr. Kennedy foi o homem a conquistar a terceira mala Money in the Bank… Para depois colocá-la em jogo contra Edge – que já tivera uma – e perdê-la. Dando-lhe a proeza de ser o único a alguma vez ter perdido a mala Money in the Bank sem cash-in. E a proeza de único homem a conseguir dois cash-ins com sucesso, ganhando apenas um combate Ladder vai para Edge, esse mijão. Pena para Kennedy, mas alguém se importa com esses dados para Edge?
5 – O homem da pouca sorte…
Menos sorte que os senhores Sandow e Corbin? Não conto o Cena, porque esse coitadinho, sem aquela mala realmente nunca foi ninguém. Mas posso apontar alguém com menos sorte, no campo Money in the Bank, e ironicamente até é alguém que também não precisou de qualquer mala para se tornar alguém tão reconhecido como ele é. Christian. Já explico porquê.
Muitos têm as suas oportunidades de ir atrás da mala. Ali os dois senhores do cash-in falhado até precisaram de poucas e não têm assim tantas participações no currículo. Mas já têm as vitórias. Já o nosso Captain Charisma nem isso. E quanto azar tem ele mais que os outros. Ele é um dos recordistas de participações no combate. E acaba por ter o privilégio de ser o recordista no que toca a nunca ter vencido a mala. Não há experiência que lhe valha, ele não faz ideia do que é escalar aquela escada e agarrar a mala por muitas vezes que tenha tentado.
É um recorde que está directamente relacionado com o número de participações. Mas fica sozinho com esse orgulhoso feito porque outro homem que partilha com ele o vasto recorde de participações é Kane. Mas esse sempre conseguiu ir lá sacar a mala pelo menos uma vez! Mesmo que pareça que ele nem gostava assim tanto dela…
4 – Rapidinho!
… Porque tinha uma pressa tremenda para se livrar dela. Kane ainda é recordista do tempo mínimo na posse daquela mala. Também não estão a imaginar um monstrengo daqueles a andar pela vida de malinha. Aquilo nem dá jeito para fazer a cena de invocar o fogo, tinha que estar a pousá-la, com cuidado, e ainda se sujeitava a que a desgraçada também ardesse e depois o combate pelo título via-o por um canudo.
Ele lá calculou que mais valia livrar-se dela rapidamente e foi Mr. Money in the Bank por aproximadamente 50 minutos. Depois Rey Mysterio teve a sorte de levar com ele, quando tinha acabado o frete de se livrar do Jack Swagger, algo que ele quis fazer logo na altura em vez de esperar uns anitos. Kane fez o cash-in na mesma noite e trocou a mala pelo World Heavyweight Championship porque esse sempre dá mais jeito a carregar, preso à cintura e tudo. Tão sujeito a pegar fogo como a mala, mas para isso, lá se faz com jeitinho.
Outro tolo que andou perto do seu recorde, ao ser Mr. Money in the Bank por 57 minutos foi outro que também não o imaginamos a ser capaz de tomar conta de uma mala por muito tempo. Muito associável à personagem de Dean Ambrose, é fácil imaginarmos ele a perder a mala ou a fazer alguma asneira que o fizesse ficar sem ela. Foi consciente. Mas nem uma hora inteira aguentou também e lá foi trocá-la pelo WWE Championship que também terá passado das suas. Sejamos sinceros, já todos tivemos que carregar malas, pastas, etc. É chato. Estes simplesmente não estão para isso.
3 – Old Money in the Bank
O Money in the Bank é uma oportunidade para talento jovem erguer-se. Bullshit. É uma oportunidade para quem queira usufruir disso. Também nisso existe um recorde distinto, porque também deve haver algum participante mais velho que outro e uma total palete de diferentes idades, de gente que ainda está em suficiente boa forma para trepar escadotes sem rebentar um quadrícipe – o Kevin Nash nunca participou, não.
O recorde para participante mais velho será aquele que foi o mais velho a fazer muita coisa. Ric Flair, claro. Competiu ele no combate Money in the Bank quando tinha já ele 124 57 anos. Mas sabemos que ele é tolo e essa brincadeira de fazer coisas já depois de velho não o preocupava. Foi na Wrestlemania XXII, o tal combate mais curto. Se calhar foi por isso, encurtar para o velhote não se aleijar e cansar muito e poder deitar-se cedo. O tanas é que foi, que ele ainda levou cada bump que gajos nos frescos vintes até ficam com os pêlos das costas encaracolados só de pensar.
Mas para que precisaria Flair da mala? Ele já tinha o seu recorde de 16 títulos Mundiais e ia precisar de uma mala para tentar caçar o seu 17º? Não foi isso, ele é que percebeu mal o conceito e levou-o à letra. Se há coisa que ele precisa mesmo é de “Money in the Bank” sempre e não achou que se podia dar ao luxo de desperdiçar essa oportunidade…
2 – Tenta outra vez
O conceito é simples, faz o cash-in, ganha e tens o título. Perdeu, chapéu. Nem título, nem mala. É um conceito muito simples e óbvio. Até gostam muito de brincar com os cash-ins falsos em que alguém leva na boca antes de conseguir usufruir da mala e tem toda a malta de pé a apontar para o ecrã a exclamar que a campainha nunca tocou. Calma, senta-te, é verdade, a mala mantém-se. Mas assim que o combate é oficializado, a mala já se foi.
Mas como em tudo, têm sempre que ir pescar alguma excepção. Excepção essa que origina o dado extraordinário de terem havido mais cash-ins do que malas. Nos tempos em que Daniel Bryan era Mr. Money in the Bank e antes de conseguir o cash-in com sucesso em Big Show, andou a tentar muitas vezes com Mark Henry, com pouca sorte. Menos uma vez. Uma vez teve sorte. Fez o cash-in, a campainha tocou, Bryan venceu, celebrou com o World Heavyweight Championship em posse. Só depois é que a decisão foi revertida devido à lesão de Henry que não o mantinha apto para competição. A mala foi-lhe devolvida mesmo depois do cash-in ter sido oficializado.
Isso dá a Daniel Bryan a estranha e improvável proeza de ser o único homem a efectuar um cash-in duas vezes. Com a mesma mala, claro, não vá chegarem o Edge e o CM Punk a dizer que também conhecem a sensação do bis. Bryan é muito mais insólito.
1 – O bilhete para os ex-Campeões
O Money in the Bank é uma oportunidade para talento jovem erguer-se. Bullshit. Multi-bullshit. Aquele conceito implícito de nova oportunidade e de ferramenta de lançamento foi-se esbatendo mas nos últimos anos já está completamente nulo. Até chegaram a fazer o combate especial só de ex-WWE ou World Champions. E aí era conceptual mesmo, já tornou a acontecer sem que isso fosse apontado ou a gimmick dentro da gimmick.
A começar pelo vencedor desse combate dos já ex-Campeões. John Cena. Sim, um gajo que precisa tanto de ser Mr. Money in the Bank como o Jinder Mahal precisa de bronze artificial. Mas ganhou-o, teve a oportunidade de ouro. Avancemos para o ano seguinte, sendo o anterior em 2012, vamos agora para 2013. Outro combate repleto de gajos que conhecem bem o main event. Randy Orton depois de aproveitar aquele ambiente para ser mais criativo com os seus RKOs, lá ganhou aquilo. Outro gajo que quase já ganhou um título para cada vez que lhe tenha entrado uma pestana no olho.
Basta isso, dizer que John Cena e Randy Orton já foram Mr. Money in the Bank e, calculando que as suas carreiras têm mais tempo que a mala e os seus sucessos cresceram quase em simultâneo com a mala… Na última década, até ganha piada que eles tenham precisado daquele bilhete de fácil acesso. Também Sheamus, um já ex-WWE e World Champion venceu a mala depois disso. Mas esse pronto… De vez em quando até lhe deve fazer um jeitaço, não vá a malta esquecer-se dos sítios por onde ele já andou…
Pronto, já podem ir contar a toda a gente todos estes factos que aqui aprenderam e verificar que chegam ao final do dia sem um único amigo ou pessoa amada de sobra. Desde que guardem esta informação até amanhã, é o que me chega. Ou que, só por agora, dêem um comentáriozinho a estas curiosidades, com alguma observação boa que tenham a fazer. Vocês são bons nisso. Fica a porta aberta para vocês enquanto eu me retiro para voltar na próxima semana, espero. Farei por isso. Os mesmos desejos da semana passada de um bom Verão que se aproxima, de um bom final de aulas e bons exames para quem anda a batalhar com isso e um bom Money in the Bank para quem queira perder uma madrugada ou uma tarde do dia seguinte a desiludir-se e a chamar nomes a um ecrã. Fiquem bem e até à próxima!
2 Comentários
Excelente.
Muito bom. Podia ter tido alguma curiosidade sobre Cash Ins mais ovacionados e colocado o Ziggler aí com o maior pop das últimas eras. O maior momento de sua carreira e logo depois a queda dela, nunca vou superar 🙁