3 – Seth Rollins vs “The Fiend” Bray Wyatt, Hell in a Cell 2019
Podemos concordar todos que o Hell in a Cell perdeu aquela edge toda de outros tempos, certo? Antes era um combate que já tinha que se passar por imenso “hell” antes de ser realmente metido na “cell.” Depois virou PPV anual e há uma certa obrigação em ir parar lá dentro, quer se justifique ou não. Ao menos mantém-se a ideia de que o combate é perigosíssimo e é mesmo para partir tudo, não há como fugir dali.
Até chegarmos a 2018 e Brock Lesnar interferir no combate entre Roman Reigns e Braun Strowman e causar um “no contest” ao atacar ambos, dados como incapazes de continuar a competir. Dentro do Hell in a Cell. Com um F5 a cada um, quando toda a gente sobrevive a para aí uns cinco F5s a cada combate. Com o Mick Foley a arbitrar e talvez a lembrar-se das coisas que ele já fez nesse combate e que continuava sempre. Pronto, como dar seguimento a isso? Piorando no ano seguinte, pois claro. Todo o entusiasmo do mundo para um confronto entre Seth Rollins, que começava a fartar alguns fãs como Face de topo, e o aterrador “Fiend,” genial personagem de Bray Wyatt com tanto para dar. Universal Championship em jogo. Pronto, talvez ninguém contasse com um “não combate” entre ambos cuja estória não passou de Wyatt a fazer “no sell” a tudo, ao ponto de Rollins já estar a tentar variadas formas de homicídio, tentar esborrachar-lhe a cabeça, enterrá-lo sob coisas, bater-lhe com tudo. O combate já só era isso, o público não podia estar mais enfadado e manifestou-se, começando a cantar por um recomeço daquele chiqueiro.
O finish só podia ser pior ainda, porque seguiram exactamente a mesma ideia do ano anterior, para que por dois anos seguintes, o infame “Hell in a Cell” servia de absolutamente nada porque não se podia passar um pouquinho das marcas. Ainda pior: acredita-se e interpretei eu que a decisão do árbitro foi que Wyatt não estava em condições de continuar após já só lhe faltar levar com um despejo de tijolos na cabeça. Mas nem todos entenderam isso e muitos, incluindo X-Pac, viram o árbitro a desqualificar Rollins quando este ia tentar usar uma marreta, arma realmente nunca antes usada, muito menos num Hell in a Cell. Registo ainda melhor: Hell in a Cell a acabar por desqualificação. Tanto uma opção como outra não fizeram sentido, não cumpriram com o que deve ser um Hell in a Cell e permanece como um dos piores combates da era moderna, entre dois tremendos talentos do nosso tempo, dois wrestlers de topo aliás. Ao menos ficou tudo bem depois do combate. Quando Wyatt ataca com a “claw” e Rollins cospe sangue como se tivesse sido apunhalado no estômago. Ah, afinal ficou pior. Só mais tarde quando Wyatt vencesse o título e Rollins tivesse a Heel Turn é que as coisas se sentiriam mais justas. Quem diria que aqui o longo prazo ia importar!
6 Comentários
Bom artigo, Chris!
Realmente a história mostra que em muitos casos das duas opções, uma… Ou parece que a empresa pensa que os fãs são burros, ou acham que não conhecemos as regras pra não perceber certa coisinhas 🤷🏾♂️😂
Muito bom!
Artigo íntegro e de respeito.
Essa primeira posição é bizarra. Kkkkk
Hoje em dia o problema com muitos dos combates de estipulação é que eles acontecem porque sim, e não por planejamento, isso faz eles tomarem muitas decisões péssimas de booking de última hora, e gerar essas bizarrices como os últimos hell in a cell.
Tenho até medo se o Roman e o Fiend se enfrentarem na Cell desse ano.
Uma chance real esse Roman x Fiend na cela.
Excelente artigo valeu a pena!
Teve o TNA Feast or Fired de 2016, no qual Eli Drake pegou o “pink slip” e trocou de maleta escondido com Grado, que foi demitido, e logo voltou a lutar, e ao conseguir provar que havia trapaças no ar… Tanto Grado, quando Eli Drake continuaram na empresa até ela “falir”