Sejam bem-vindos a um novo Top Ten que vem numa altura em que estão ainda todos a rebolar no vosso regozijo ou a espumar na vossa raiva com o vencedor da Royal Rumble da noite passada. Isto foi escrito com muita antecedência mas já vos posso dizer que não deviam estar tão surpreendidos por ter sido o Michael Tarver, já deviam ver que isso ia acontecer.
É o dia depois da Rumble, mas ainda é altura para eu estar a falar dela. E a falar de algumas curiosidades, uns factos, uns números, umas estatísticas, umas cenas. O que eles costumam dizer naquelas montagens, que até nem têm mostrado ultimamente. Pronto, mas procuro uns factos diferentes e para além dos comuns “Maior número de eliminações”, “Número da sorte”, “Mais tempo”, “Eliminação mais rápida”, “Vezes que chorámos quando o Daniel Bryan foi eliminado”, outras. Não dá para contar com a de ontem. Aposto que mudou absolutamente tudo o que está aqui. Revejamos:
10 – Uma curiosidade
Para abrir, antes de irmos aos números, às estatísticas e a essas cenas, uma curiosidade que é apenas… Curiosa. Sim, foi profundo isso, mas não é uma questão de números, é algo diferente. Uma curiosidade que nem eu próprio tinha notado e que constava no WWE.com, que por acaso até me ajudou bastante a preparar isto e a juntar a coisas que eu já tinha e que fui encontrando por aqui e por ali.
É referente aos dois iniciais participantes da Royal Rumble de 2011. CM Punk e Daniel Bryan. Sim, tudo bem, é um “dream match” na WWE e já com história fora dela, ao colocar dois dos seus principais meninos de ouro frente-a-frente. Parece feito de propósito. Mas por acaso nem é isso que está em causa aqui, é outro factor mais interessante. Relembre-se que nenhum deles venceu a competição nesse ano. Aliás, nenhum deles chegou alguma vez a vencê-la e ficámos na incógnita se alguma vez terão nova chance – e eu aqui a falar quando se calhar um deles apareceu ontem. Ah pois é, regresso do Punk! Mas isso não lhes tirou o sucesso.
Avançando um ano, para a Royal Rumble de 2012, lá estavam Punk e Bryan, desta vez com diferentes e mais pesados cargos: CM Punk defendia o WWE Championship e Daniel Bryan defendia o World Heavyweight Championship. Sem vencer a Rumble, mas chegaram à seguinte com isso em mãos. Regista a história que tal não foi repetido em mais nenhuma outra ocorrência.
9 – O primeiríssimo
Sinto que não se fala muito disto. Ou melhor, que não se fala sequer. Sempre muita conversa à volta do primeiro a entrar e de toda a sua desvantagem – não tem mais desvantagem que o segundo a entrar, dado que o combate começa ao mesmo tempo para os dois. E também têm sempre muita conversa à volta dos que conseguiram tirar fruto daí apesar da dificuldade.
Mas parece que recorrem pouco a quem começou tudo. A primeira Rumble de sempre tinha praticamente as mesmas regras, fora o número de competidores – apenas 20 – e a recompensa – não se lutaria por lugar na Wrestlemania até 1993. Mas tiveram que o fazer da mesma forma. Alguém tem que vir em primeiro. E quem foi o lendário lutador com a eterna distinção de ter sido o primeiro a pisar um ringue numa Royal Rumble. Bret “The Hitman” Hart. Lendário de qualquer forma, também foi o primeiro a entrar na Rumble da história, seguido imediatamente de Tito Santana.
Bret Hart não venceu, mas ainda durou a maioria do combate, tendo conseguido uma co-eliminação e tendo sido eliminado por Don Muraco. Mas não foi menos lendário apesar disso. E o lugar na história como o primeiríssimo ninguém lho tira. Ao contrário da antecipação de hoje, não se fez qualquer cerimónia para a sua entrada, assim que os comentadores nos anunciaram o combate, cortou para o ringue e já lá estavam os dois prontos a começar. Tal e qual hoje, sem espectáculo nenhum a cada entrada.
8 – Rápido mas produtivo
Uma estatística incomum e curiosa, que eu vi por aí e decidi registar no meu conhecimento pessoal, caso tivesse ocasião onde a usar posteriormente para fazer de conta que tinha sido eu a notar, ou algo assim. Não, não me vou armar assim tanto. Mas é referente a uma categoria que ninguém fala.
Todos falam das participações mais curtas, como a de Santino Marella ou do Warlord, antes dele. Mas porque não olhamos para esses números vergonhosos mas com algo mais positivo que possa fazer alguém orgulhar-se. E alguém que tenha uma participação muito rápida, mas que até tenha conseguido eliminar alguém? Essa honra de “menos tempo na Rumble mas com uma eliminação” pertence a MVP, na Royal Rumble de 2010, na qual durou 7 segundos mas conseguiu obter uma eliminação.
MVP entrou, correu directo a Miz, com quem rivalizava, e conseguiu eliminar ambos. Ainda continuaram à porrada fora do ringue porque MVP queria lá saber. Isso é que é entrar com missão. Conseguiu melhor que muitos. Não é recorde que eles alguma vez se lembrem, senão já o iam tentar romper também, que nunca perdem a mania.
7 – Outra vez este gajo?
Nós somos uns chatos e não gostamos de ver repetições. Ganha alguém que já ganhou antes e levamos logo a mal. Curiosamente nas cinco últimas Rumbles antes da de ontem, apenas um vencedor foi estreante e foi o que teve a pior recepção deles todos, se calhar – nem sei, houve muita má recepção ultimamente. Sempre se repetiu muito. Na noite passada não, ontem Jinder Mahal venceu a sua primeira Rumble. Mas antes disso sempre se repetiu muito.
Não me refiro aqui apenas aos que já venceram por mais que uma vez. E também gostam muito de destacar Stone Cold Steve Austin como o único que já conseguiu o feito por três vezes. Aqui especifico mais, alguém que venceu a Rumble… Por dois anos seguidos! Isso então, se acontece hoje, é que entorna o caldo totalmente e faz a malta toda cuspir para a televisão, por muito que até adore o gajo. Mas já aconteceu por três vezes um Superstar vencer a Rumble em anos seguidos.
Foram eles Hulk Hogan em 1990 e 1991, Shawn Michaels em 1995 e 1996 e, claro, Stone Cold Steve Austin em 1997 e 1998. Todos eles Hall of Famers e algumas das maiores figuras da história da Royal Rumble. O curioso é que não havia malta para se importar com isso ana altura e hoje também não parecem ralados com isso. Mas quando o Curt Hawkins, depois de o ter conseguido na noite passada, o repetir no próximo ano, quero ver o que vão dizer…
6 – Senhoras bem-vindas
Muito bem-vindas, desfrutando da sua primeira edição na noite passada, que correu muito bem e foi vencida por Santina Marella. Mas só agora é que tiveram a sua própria Rumble, algo que não tinha qualquer razão para não acontecer e à qual dá para atribuir um prémio equivalente.
Mas nem sempre as senhoras tiveram uma Rumble sua à disposição. Algumas tiveram que dar o jeito para conseguir maneira de entrar no combate e andar a atirar malta pela corda superior, como os outros. Eram senhoras com força para mandar uns quantos por cima da corda. Este é um número do qual já falam com regularidade: foram três as meninas que subiram ao ringue durante a Rumble. Chyna, Beth Phoenix e Kharma. Lembramo-nos bem de todas essas participações.
Ainda mais interessante é que todas elas conseguiram uma eliminação. E nem eram propriamente pequenas, na maioria dos casos. Chyna eliminou Mark Henry e Beth Phoenix eliminou The Great Khali! Muito curiosamente, Kharma, a maior das três, ficou-se apenas por eliminar Hunico. Também não sei se haveria alguém maior que ela naquele ringue e com muita hipótese de a eliminar facilmente – foi Dolph Ziggler quem tratou do assunto e aproveitou distracção. Só se fosse o Michael Cole.
5 – Um despachanço curto ou longo
O que vale é que a coisa é entusiasmante e a malta diverte-se sempre bastante enquanto o combate decorre. Senão era cá um frete. Tudo menos um combate breve e directo, por norma é um combate que ronda uma hora de duração, uns minutos mais ou uns minutos menos. Justifica-se, são 30 gajos que têm que ir para o ringue e depois ainda há a trabalheira de ter que os andar a atirar para fora do ringue. Leva o seu tempo.
Então olhemos para dois recordes. O combate mais longo também não foi assim tão exorbitante e aconteceu em 2011, com o aglomerado de Superstars à bulha a durar por uma hora e dez minutos. O mais curto, até se vai vendo combates singulares mais longos por aí – também há muitos combates singulares com mais de uma hora e dez. O mais curto foi a primeira edição, de 1988, que apenas durou 33 minutos. É curioso mas não deixa de ser a estatística com menos ciência delas todas. É que, nem por acaso, a edição de 2011 foi a maior, sendo a única com 40 participantes e a de 1988, como a primeira, foi a menor e a única com apenas 20 participantes.
Realmente não tem muito que saber e é normal que esses valores se atribuam às suas devidas condições. Ambos os recordes foram quebrados na noite passada com a Rumble masculina a estender-se por mais de duas horas, já que o vencedor Hornswoggle precisou de algum tempo para atirar aquela malta por cima da corda superior e a Rumble feminina a despachar-se num quarto-de-hora porque a Eva Marie regressou e varreu aquilo tudo num instante.
4 – Os mais inteligentes
Sabem aquela conversa do Superstar maior ter mais vantagem? Tudo treta, os gigantes estão sempre em desvantagem porque agrupam-se todos sempre e eliminam-no sempre. Deixem-se de coisas, comentadores, já sabemos que os grandalhões são os verdadeiros underdogs nestes combates. Quem tem mais vantagem é sempre o mais esperto, o mais estratégico, o que espera por momentos oportunos. Quem é o mais esperto na Rumble? Não sei. Também não falo nesses.
Claro que me refiro aos mais estúpidos, aos que parece que nem a ler instruções e com outros a explicar-lhe as regras várias vezes antes do combate, parecem perceber as regras. Sem querer insultar ninguém, é só para a brincadeira, e de facto só venho aqui mencionar a malta que já fez figura de tanso, eliminando-se a si próprios. No total, 9 Superstars tiraram o gosto a outro de o eliminar, tratando disso sozinhos. Mas para cada Drew Carey que acha que já fez ali que chegue e retira-se, existe outro que só parece parvo. Randy Savage safou-se de uma distracção sua, a correr atrás de um rival eliminado, esquece-se e sai por cima da corda. Lá tiveram que amanhar a desculpa que a eliminação não contou porque ninguém o atirou para o exterior – Boa! – porque devia ser mesmo essencial que ele lá ficasse.
Outro inteligente foi Mil Máscaras que simplesmente subiu ao canto e atirou-se para o exterior porque, que se lixe, ele é um luchador, faz o que quer e o conceito de “ficar no chão” não lhe assiste. Vá lá que o sobrinho percebeu melhor as regras anos mais tarde, para poder ganhar. Mais um se juntou a essa lista na noite passada quando Roman Reigns chocou o mundo e, ao aperceber-se do quão mal recebido era ali, simplesmente fez uma vénia, retirou-se do ringue, pediu desculpas e foi embora. Mas esse também já sabíamos que não ganhava.
3 – À primeira é mais doce
Pode parecer que um combate destes precise de muita experiência para se conseguir vencer e que não é nenhuma tarefa para rookie. Pensem assim, mas já foram 9 as estrelas que venceram na sua primeira Royal Rumble. Afinal é uma coisa que intimida mas que dá para desenrascar.
Um exemplo será o de Jim Duggan – duh! – e Big John Studd também não tinha muitas Rumbles para trás para que fosse tão extraordinário. Alguns mais monstruosos como Yokozuna ou Brock Lesnar também o conseguiram porque também… Quem ia impedir umas bestas daquelas de vencer aquilo? Ric Flair pode ser o que se gabe mais que, com essa estreia, também ganhou logo o WWE Championship e Lex Luger o que se gabe menos porque ganhou na sua estreia, mas teve que partilhar a vitória com Bret Hart. Não te abraçasses tanto a ele. O mais curioso será… Vince McMahon, na sua artimanha de 1999. E o mais recente será Alberto del Rio, que bem nos dizia que era o seu destino.
Se só contam oito, é porque não há nono, esqueçam lá isso. Não há aqui mais ninguém nessa lista ou que conte para a listagem dos que venceram como primeiros a entrar, ou nada disso, avancem. E bem podem ir verificar às próprias estatísticas que o WWE.com vos fornecerá, que não encontrarão realmente mais nenhum. É uma lacuna matemática, não pensem muito nisso.
2 – Fôlego!
É uma proeza conseguir estar naquele ringue durante muito tempo. Mas consegue-se uns números jeitosos de malta que acumula lá tempo! De facto, também aí se encontram Superstars a destacar-se, com seis Superstars aqui realçados por terem conseguidos ultrapassar um total de 3 horas em todas as suas participações na Royal Rumble. Nem todos surpreendem.
Talvez surpreenda o que tem mais tempo, que é ele Curtis Axel Chris Jericho que já lá durou quase cinco horas no seu total. Surpresa porque realmente nunca ganhou aquilo, mas não é gajo de passar lá pouco tempo e dar pouca luta e de ter participado em poucas. Segue-se Triple H com quase 4 horas exactas, que já não surpreende. Veterano, vencedor de duas e frequente “segundo classificado”, tem bom historial na Rumble. Shawn Michaels e Kane também não surpreendem, um deles já a venceu por duas vezes e ambos já tiveram recordes de total de eliminações, logo já têm bom historial. Rey Mysterio tem o recorde de mais longa participação num só combate, logo não é de surpreender que juntando mais participações, faça um bom tempo.
O que surpreende mesmo é o sexto, que passa ligeiramente das 3 horas. E não é nenhum outro veterano ou ex-vencedor que estejam talvez a pensar. É mesmo Cody Rhodes. Surpreendente e mais lendário na Rumble que o que muitos se apercebem, se puxarmos pela cabeça até nos podemos lembrar que Cody nunca foi gajo de participações curtas. Foi sempre dos primeiros a entrar e dos últimos a sair. E trouxe-lhe esse inesperado destaque, é um dos seis com o maior total de tempo no combate! Já viram o que são 3 horas de Rumble? É um Raw inteiro! Isso é MESMO MUITO tempo!
1 – Body Count
Apesar da graça inegável que tem a banda do Ice-T, não tem qualquer relação com a Royal Rumble que para aqui conte. São os velhos recordes pessoais que cada um lá consegue. O número de eliminações e cujos recordes eles até gostam de focar sempre. Já sabemos quem rompeu o último recorde de eliminações num combate e não agradou muitos. Na altura ninguém se importou, a comichão veio depois. Mas sim, o recorde pertence a Roman Reigns, acho eu que ainda pertence.
Mas para os puristas que não querem aceitar, ignorem essa. Olhemos para o total. Aí continua a não haver pai para o Kane, aquele que detia o recorde anterior num só combate. No total de eliminações na Rumble, Kane já deu conta de 44 corpos. É ainda um pedaço mais que toda uma Rumble. Quem se mantém mais perto já não parece ter mais Rumbles em si, ou aparenta não ter, sendo Shawn Michaels e Undertaker empatados com 39 eliminações ao todo. Mas quem não quer sossegar, que se alarme já se quiser… Reigns já está na luta e vai à caça, somando 26 eliminações… Até ontem, vá-se lá saber onde já para ele. Portanto se quiserem ter já medo, estão à vontade.
No entanto, Kane tem uma vantagem para esse número tão exorbitante. Ele tem outro recorde. Ainda ninguém experienciou mais Royal Rumbles do que Kane, recordista com 19 participações. Vocês já viram 19 Rumbles sequer? Ele já esteve nessas! Mesmo sem uma vitória no combate, será para sempre uma das suas maiores lendas. Isto até à noite passada, quando venceu como Glenn Jacobs e utilizou a sua vitória como campanha para a sua candidatura política. Nem fazem ideia de quanto subiu a sua percentagem de aprovação já!
E com estes pouco úteis factos e números, todos quebrados na louca Rumble da noite passada, fecho mais um Top Ten sempre repleto de curiosidades, graçolas e muitas variantes de perdas de tempo. É o costume. E lembrem-se, divirtam-se com a Rumble o máximo possível, não levem tanto a sério o resultado da noite passada, como tudo, é o que é. Pronto, há uma grande probabilidade de que também eu esteja irritado com os vencedores das duas. Mas pronto, acalmem-se e não usem a história da “pior Rumble de sempre” só porque esta, que não gostaram, é a única que ainda se lembram. A pior vai ser a de 1995, sempre, falo a sério.
Procuro estar cá na próxima semana com algum tema novo, ou semi-novo, ou se calhar repetido, já fiz muito disto para me lembrar de tudo o que já fiz. Alguma coisa trago-vos, estejam cá para a receber e, até lá, participem nesta e comentem o que acham desta ficha técnica trivial e acrescentem alguma curiosidade que saibam.
Fiquem bem e até à próxima! Aguentem lá os solavancos da Road to Wrestlemania!
4 Comentários
Sempre curiosidades interessantes, transmitidas de forma descontraída e informativa ao mesmo tempo. No ponto 3, salvo erro, a referência que falta (para fazer os tais 9) será o Chris Benoit , em 2004, em que também entrou em primeiro e ganhou. Mas, lá está, é tipo Valdemort, não se pode dizer o nome.
Mais um bom artigo como sempre, para quem não entendeu a lacuna no item 3, a WWE ignora a existência do vencedor do Royal Rumble de 2004 e do Main Event da WM XX, que é o Chris Benoit.
Agora já podemos por o Nakamura como um dos estreantes que venceram, e o Kane que se cuide o Roman já tem 30 Eliminações.
nao vou dizer que foi a pior de sempre porque algumas ja nem lembro mas ter sido bem pior que a feminina ja diz tudo da sua qualidade. E va entre esta e a do ano passado a do ano passado deu 100 a 0 em tudo desde star power até boas decisões passando por construçoes de rivalidades interessantes e aproveitando bastante wrestlers no decorrer.
Agora são 10 os estreantes de uma rumble match a terem vencido… Nakamura e Asuka