7 – Rise & Fall
Um mais triste porque pode considerar-se uma perda para os fãs. E um também não tão rigoroso no seu subtítulo porque não chegou a haver “Rise” nesta década que passou. Foi já aí o período de começar a descer, perder a sua essência, ter uma crise de identidade, aceitar o seu estatuto e renovar-se como pôde.
Foi já na década anterior, ainda ela a começar, que surgiu a TNA, fundada por Jeff Jarrett e o seu pai que parecia inovar o panorama: aproveitando alguns nomes já conhecidos, uns jovens talentos promissores, uma aliança à NWA e até mesmo um ringue hexagonal à moda de lucha libre. Apresentou um potencial imenso e um conteúdo de ter debaixo de olho, com uma X Division e uma divisão de Knockouts mais tarde a fazer virar atenções. Um leque de talento original que se tornou central para a companhia e cada vez mais grandes contratações de ex-WWE, atraiu um público para ver aquela malta. Iria exagerar e começar a tornar-se demasiado a casa dos velhos ex-WWE? Pois… Pode considerar-se a coisa a descambar com as contratações de Hulk Hogan e Eric Bischoff, trazendo de volta Vince Russo para a equipa criativa, como algo que lembrasse demasiado a WCW nos seus fins. Infelizmente era o mesmo com o conteúdo televisivo.
Teve sempre os seus fãs, fez sempre por ter qualidade por algum lado, no talento, na acção em ringue, no entretenimento. Era criticada mas era sólida, a TNA. Enquanto ainda foi TNA. Todos os anos havia uma crise diferente e um plantel cada vez mais rotativo. O contrato televisivo com a Spike TV foi à vida e começou uma caça à nova casa, que nunca viria a ter assim grande dimensão. As constantes saídas começaram a chegar aos nomes grandes, aos veteranos da casa, aos “originals” que acabaram por abandonar praticamente todos.
A crise com contratos, dinheiros, estações televisivas chegou à própria identidade da companhia, com um Bruce Prichard a exclamar no meio do ringue que “TNA is dead!” uma frase que devia ter bem mais impacto que o que teve, mas acontece que já muitos o andavam a dizer há muito tempo. Chegou a ser Global Force Wrestling por um curtíssimo tempo até ter isso revertido e ficar definido apenas como Impact Wrestling, já noutra estação televisiva de pouco alcance, sem gerência original de Jarretts, sem Dixie Carter, sem Impact Zone. Arenas diminutas e uma produção barata. Lá se foi, os seus problemas tomaram mesmo conta da outrora TNA e ficou um Impact Wrestling, uma sombra de uma sombra daquilo que já tinha sido. Porém louve-se a sua resiliência e os seus fãs.
Praticamente todos aceitaram a verdade: o Impact Wrestling agora é uma indy glorificada – aqueles especiais do Twitch! – com um programa semanal. É pequenina. Mas caramba, nem se pode dizer que o conteúdo esteja mau. Têm novos nomes para serem a nova “prata da casa,” resgataram alguns veteranos, abraçam a sua “pequenez” para ter uma porta mais aberta, não se levam sempre tão a sério, mas empenham-se ainda bastante. Que sejam menos, mas fãs ainda permanecem. A saga da TNA pode ser aquela da queda de um império que nunca o chegou propriamente a ser. Mas que haja um agridoce: ainda resta muito dela para se desfrutar!
3 Comentários
Parabéns por todas as edições deste teu artigo apesar de ser muito raro comentar, leio sempre o que escreves e dou-te os parabéns por o empenho e o trabalho aqui apresentado, acredito que não seja nada fácil fazer um artigo destes todas as semanas. Parabéns uma vez mais. És peça fundamental neste site
Pela primeira vez concordo com um artigo neste site! Parabéns!
Uma coisa abordada que sinto falta é a ausência do GM nos shows, acho que dar um dinamismo melhor