10 Fiascos e banhadas da década – Top Ten #301

3 – Hey CM Punk, how are you doin’?

Abriu a década ainda com os Straight Edge Society, que até eram uma cena interessante e promissora. A continuação com os New Nexus é que não deu lá em grande coisa – não deu em coisa nenhuma – mas foi a seguir a isso que ele quase fez de toda a década sua. A sua “pipebomb” já está imortalizada num Hall of Fame de acontecimentos, mas o tal “Summer of Punk” acabou por descarrilar num bizarro mas feio acidente. Mas por acaso nem é referente a isso, claro que é algo que tenha vindo depois do seu longo histórico reinado como WWE Champion.

É claro que isto é referente à sua aparatosa saída da companhia. Numa altura em que vemos alguma saída ou outra a acontecer – e mais umas quantas que muito se fala e nada acontece, como sempre – sempre em termos minimamente amigáveis, pelo menos em TV e em termos diplomatas, Punk fez jus a esse seu nome e saiu mesmo à punk. Farto de muita coisa que andava a acontecer, abismado com algumas decisões de booking que se iam tomando em relação a ele e colegas, fortes queixas e acusações à equipa médica da WWE e discussões atrás de discussões, surpreendentemente não com Vince, com quem até se dava bem, mas sim com Triple H. Pegou nas trouxas e foi embora. Mesmo com contrato ainda. O infame “walk out” que fez alterar muito os planos para a Wrestlemania XXX. Chocou na altura e as reacções alternavam entre a esperança que se resolvessem as negociações e ele voltasse, que fosse tudo um work, ou até mandando-o pela sombra, chorão d’um raio.

Não era work e as negociações não foram a lado nenhum, se é que houve grande tentativa de algum dos partidos. A coisa só foi piorando e ganhando, por vezes, episódios embaraçosos. O término do seu contrato chegou finalmente e a papelada chegou-lhe às mãos, qual presente, no dia do seu casamento. Foi ao podcast do amigo – pelo menos na altura ainda o era – lavar a roupa suja em praça pública e despejar os podres todos numa “cluster F bomb” de entrevista, com os nervos à flor da pele e onde fez as tais acusações graves de negligência da equipa médica da WWE.

Estes responderam de forma algo patética num breve vídeo que devia mostrar que Punk mentia mas, muito vago e sem grande descrição, presenteando-nos apenas com um clip confuso de um close-up das nalgas de CM Punk em câmara lenta. Este não viria a fazer muito melhor figura ao ser contratado pela UFC, manobra pouco feliz por parte de tão prestigiosa empresa, que comprovou que o fez meramente pela publicidade de um nome mediático e controverso. Comprovou-se pelas paupérrimas exibições que provaram que ele estava longe de preparado para aquilo. As suas menções em TV, fora os cânticos do público, eram mínimas a nulas.

Com a malta sempre à espera que voltasse, enquanto tinha ele o estatuto do Hogan ou Warrior ou Bret Hart desta década. A sua conversa sobre a sua perda da paixão pelo wrestling foi amenizando, até que acabou a década com bomba. Mesmo no fim, no último trimestre de 2019, voltou a território WWE – não à companhia, ainda é um contrato com a FOX – como comentador do WWE Backstage, onde é promovido em TV da WWE, convive com Superstars do plantel, fala do assunto e fica a faltar-lhe só um passinho para voltar ao ringue, estando a umas calmas conversas, frutuosas negociações e um aperto de mão de pazes com Triple H de distância. Não quer dizer que seja já, ou que tenha sido já ontem no Royal Rumble – e será que foi mesmo e eu aqui feito urso? – mas sabemos que vai acontecer, não sabemos?

3 Comentários

  1. Parabéns por todas as edições deste teu artigo apesar de ser muito raro comentar, leio sempre o que escreves e dou-te os parabéns por o empenho e o trabalho aqui apresentado, acredito que não seja nada fácil fazer um artigo destes todas as semanas. Parabéns uma vez mais. És peça fundamental neste site

  2. Cena vs rock5 anos

    Pela primeira vez concordo com um artigo neste site! Parabéns!

  3. Uma coisa abordada que sinto falta é a ausência do GM nos shows, acho que dar um dinamismo melhor