10 Gimmicks rapidamente canceladas por controvérsias – Top Ten #548

1 – Muhammad Hassan

E quem mais? Ainda por cima já foi aqui mencionado por mais do que uma vez. Porque não deve ser surpresa nenhuma que este seja o mais exemplar epítome disto. No máximo, não é considerado pela noção que se cria pela forma como galgou o card tão rapidamente… Tudo aconteceu mesmo em muito pouco tempo.

A própria gimmick teve as suas mutações, começando como algo não tão extremista e no qual se poderia encontrar razão. O episódio final da passada temporada do “Dark Side of the Ring” tem o ponto de vista do próprio intérprete deste Muhammad Hassan e ele conseguia encontrar algo com que se identificar com aquela personagem. Mas já era uma ideia arriscada e capaz de sair fora da caixa. Colocaram o Italo-descendente Marc Copani a interpretar um Americano descendente de Árabes, em plena tensão pós-11 de Setembro, a queixar-se de discriminação apenas por ser como é. Um assunto delicado, mas no qual se encontrava pertinência.

Mas a gimmick foi mutando ao longo dos sete meses que se passaram, desde as primeiras vinhetas, até à polémica que fez a bomba estalar – podia ser aqui uma triste escolha acidental de palavras do escriba, mas se calhar foi mesmo a armar-se em esperto de propósito – e as suas acções já não eram as de alguém apenas frustrado e inocente. Começava a contradizer as suas palavras com as suas acções, cada vez mais radicais e capazes de deixar os espectadores Americanos cada vez mais desconfortáveis. Bom heat? Dificilmente se arranjará alguém que consiga tanto. Mas considerava-se que explorava assuntos sérios e, mais uma vez recorrendo ao testemunho na primeira pessoa, com o próprio performer a sentir-se desconfortável com o quão longe estava a ir.

Mas quando encenaram aquilo que se podia mesmo comparar a um ataque terrorista, com Undertaker como vítima, indo para o ar no Reino Unido – onde era transmitido antes que nos Estados Unidos – onde tinha acabado de acontecer um trágico atentado… Estava aí escrito o fim de Hassan. O fim abrupto de um lutador muito promissor, de uma personagem arriscada mas a quem planeavam uma continuação na sua rápida subida – planeava-se, talvez, um World Heavyweight Championship no SummerSlam – e que acabou com a carreira de Copani, já que não ia dar para aparecer com outra gimmick, como se nada fosse. Era demasiado reconhecível como aquele tipo. Claro que ele terá passado maus momentos. Mas, hoje em dia, afastado dos ringues, encontra-se felicíssimo no seu novo emprego e foi das melhores aterragens de pé após um final conturbado de carreira. Que ficou ali coladinho ao início.

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Tudo muito rápido, se calhar mais rápido que ler este Top Ten, que o gajo às vezes engonha e estica-se e vocês só a querer ver qual é a lista e quem está onde. Como se já muitos não o fizessem. Mas os que estão aqui a ler esta parte e costumam fazê-lo, já sabem que esta é a parte em que vos convido a participar, a comentar estes casos, os que conheciam e até a destacar algum caso que considerem que até merecesse um pouco mais de justiça ou uma segunda oportunidade após alguns erros. E acrescentem mais algum que também tenha sido tão rápido a ser apagado, que nem aqui neste radar conseguiu passar.

O plano é voltar na próxima semana, que essas também passam num instante, e com mais dentro desta temática do imediato. Por vezes, uma queda também é muito rápida e a pique. Num momento está-se lá no alto, pestanejamos e já se foi parar ao fundo, assim sem mais nem menos. Isso acontece no wrestling. Uma estrela tem um push enorme daqueles… Mas a coisa não parece estar a pegar como planeavam e, num instante, cai e vai para o fundo. Se conseguirmos listar dez estrelas que tiveram grandes pushes e num instante viraram jobbers, temos Top Ten para a próxima semana para vos acompanhar no calor deste Verão, que veio cheio de vontade. Venham lá para esse refresco, antes de darem algum mergulho ou passeio à sombra, continuem a comer farturas que não estamos em tempo de arrependimentos, fiquem bem e até à próxima!