4 – Afinal é assim que funciona!
A primeira vez que acontece alguma coisa é sempre especial, por muito banal que venha a ser depois. Principalmente quando não sabíamos muito bem como aquilo funcionava. Bem nos diziam mas a coisa parecia muito louca e nem pensávamos assim tanto no assunto. E sim, já vimos muitos “cash-ins” fantásticos, lembramos bem o pop que Dolph Ziggler causou e a história que Seth Rollins escreveu. Mas lá está, não há nada como o primeiro.
É, estamos numa sequência de semântica parecida. “Sell out,” “buy in, “cash in” e aqui obviamente falamos do Money in the Bank. Hoje já estamos mais do que familiarizados com aquela mala, já vimos muita parvoíce e má decisão a ser feita com ela e já é daquelas coisas inevitáveis do ano. E já sabemos como funciona: vale mesmo tudo. O Campeão está a dormir. É altura ideal! Na altura do primeiro Mr. Money in the Bank ainda não tínhamos visto isso a acontecer. Pertencia ao “ainda é muito estranho chamar-lhe Adam Copeland” Edge e o que se sabia é que aquilo lhe garantia uma chance a um título Mundial, quando ele quisesse. Pronto, e quando seria isso? Ainda por cima andava a rivalizar com tanta gente – um Matt Hardy à perna, por exemplo! – e nunca se voltava para o título. Não tens que entrar na corrida para usares isso?
Pois, era ainda mais facilitista. Mais surreal. Mais fantástico. Mais imprevisível, a palavra-chave que queriam. Ficámos todos loucos – falo na primeira pessoa do plural por fazer parte da geração de pré-adolescentes apresentados a este mundo e no dia seguinte, mesmo em aula e antes do recreio, a partir do esperto que via as coisas no WWE.com antes da transmissão chegar cá, não falávamos de outra coisa – quando, no New Year’s Resolution de 2006, John Cena sobrevive a uma grotesca Elimination Chamber, bem à moda do Super-Cena ainda em vigor e em crescimento: venceu, ensanguentado e reteve o título. Vamos todos para casa satisfeitos. Mas alto e pára o baile, que Vince tem algo a anunciar. O tal “cash in” do tal “Money in the Bank”… Para aquele exacto momento? Não pode! Era assim tão imediato? Pois era. E foi. Numa noite onde nada no card apontaria para tal, Edge saiu WWE Champion, o primeiro do seu vasto repertório. Não foi só a carreira de Edge que mudou para sempre. O wrestling na WWE nunca mais foi o mesmo, sempre com alguém a carregar uma mala para atormentar os Campeões e deixar-nos a especular sobre como vai isso acontecer. O impacto? Esse já não se repete.
1 Comentário
Confesso que apesar de conhecer todas, praticamente nenhuma é do meu tempo… Das mais recentes que me tenha chocado mais, aconteceu num TakeOver do NXT, quando um tal de Strong traí o Pete Dunne para se juntar as UE, quando tinham tudo para ganhar os títulos de duplas