10 Hall of Famers problemáticos – Top Ten #438

1 – The Ultimate Warrior

Talvez debatível para alguns devido ao seu “redemption arc” ali no final dos seus dias. Talvez apenas porque vejam realmente a enorme dimensão do seu legado. Ou se calhar só a primeira posição porque consideram, por exemplo, os males associados a Moolah piores que os de Warrior. Mas olhem que a lista dele nem é pequena!

A surpresa da sua inclusão no Hall of Fame não vem só de se saber que ele não era lá grande flor de se cheirar, era porque a relação era péssima. E a WWE já tinha, há imenso tempo, gasto dinheiro para produzir e editar um DVD cujo total propósito era apenas enterrar Warrior. Nunca se esperaria que as relações reatassem. E, pelo que já se conhecia dele, ninguém estava a morrer por isso, apenas os seus fãs mais acérrimos. Entre simpatias como desejar morte a Bobby Heenan de cancro, ao retirar-se dos ringues teve que seguir aquele rico percurso que todos morremos realmente para que sigam: o da política. Como orador, não era nada tímido em ser vocalmente racista e homofóbico, por entre outros dons dessa categoria. Associava-se a grupos perigosos com pouca discrição. Piores que o partido Republicano, mas bem mais perto daquilo que o partido se anda a tornar agora. A sua presença online? Um poço de loucura bronca que, infelizmente, agora vêem com bem mais facilidade por todo o lado nas redes sociais.

Lá lhe deve ter caído alguma coisa e é o mais certo. De repente, apareceu um Warrior sereno e simpático. Um Warrior que retomou relações com a WWE, que queria pedir desculpas e redimir-se perante todas as pessoas que tivesse alienado. Que já seriam quase todas. Um Warrior que dava um discurso emocional a remontar aos seus velhos tempos. Não deixa espaço para dúvidas: Warrior sabia que estava nos seus fins e quis mesmo redimir-se, para ver se ia em paz. Que tenha ido, pronto. Cada um o perdoa como e quanto achar adequado. A maior ginástica foi feita pela WWE, ao causar o desconforto de ter um prémio anual no Hall of Fame que celebra pessoas que tenham tido actos heróicos, ou que sejam inspiradoras… Com o seu nome. Uma bela lavagem, a ver se ninguém se lembra.

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Estes dez devem ser suficientes. Há sempre mais, quer porque tenham dito coisas que não deviam, porque já se sabia o quão erráticos eram nos bastidores ou por outra razão qualquer. Depois há as fugas para a política e associações duvidosas que podem queimar alguém como Kane – ui, no pun intended, juro! – ou até alguém que até alimentasse essa identidade como um Bill Watts. Mas salientam-se alguns. Volto a realçar que isto não é nenhum artigo a sugerir que se apague esta malta toda ou a defender a cultura de cancelamento. Mas também é verdade que existem aqui muitos actos asquerosos, crimes com vítimas, e que deve sempre pagar-se por isso. Reputação é uma coisa muito complexa e cada um também pode ter os seus critérios. Daí que também possam entrar vocês a olhar a estes casos e até separar quem defendem o legado e quem até acham que podia ir com os porcos. E acrescentar algum. O que queiram. Desde que tenham um bocadinho mais vontade de participar do que na edição anterior. Sei que as previsões foram medianas, mas assim tão más?

Chega de lamúrias que há mais um artigo para vos dar na próxima semana. É sobre Hall of Famers. Ou melhor não. É sobre malta que não está lá mas é a isso que vamos olhar. Por vezes olhamos para novas introduções e pensamos que as lendas devem estar a esgotar-se. Mas olhando atrás vemos sempre alguns que ainda podem ser. Então vamos dividir isto em duas partes. Na próxima semana, vamos ter dez lendas que não estão no Hall of Fame, mas que ainda podem vir a estar. Para já estamos assim, pode ser? Quero é que venham ver e que estejam à vontade para participar.

Ainda por cima com o Carnaval aí à porta… Que seja eu o único amargado que detesta a quadra e que desse lado só haja alegria. Portanto fiquem bem, um feliz S. Valentim a todos e até à próxima!