2 – Aces & Eights
Toda uma história que tem os seus fãs e não se nega que era a coisa mais interessante que a TNA foi sacar naqueles tempos e que conseguia ser bastante entretida. Eu próprio diverti-me imenso e acompanhei e fiquei empolgado com muito do que este misterioso grupo de motards ia fazendo em TV. Mas, mesmo que muito mais organizados que os balázios ao lado que foram os Immortal e os Fourtune, acabou tudo por ser feito de forma tosca.
Eram uma força dominante e todos queríamos revelações. Em termos de liderança, Devon era um nome a meio gás, D’Lo Brown nem sequer era um wrestler activo e o comentador Taz muito menos. Dois dos maiores gorilas eram apenas Luke Gallows e Mike Knox, ex-midcarders da WWE, único background apresentado para serem reconhecidos visto estarem ali a fazer as suas estreias na TNA. E depois ainda vêm astros como Garrett Bischoff e Wes Brisco quando tê-los nos Aces & Eights podia equivaler a ter o “star power” do Disco Inferno ou a irrelevante associação familiar de um Horace Hogan nos nWo – duas coisas que por acaso aconteceram mesmo. E faltava um derradeiro líder, o presidente. Para desmascarar tudo e dar cabo deles estava Bully Ray, a tomar o papel de herói e a ser o bonzinho respeitador, a querer impressionar Hulk Hogan, basicamente o salvador disto tudo. Tudo enquanto mantinha um angle que fez muita gente ranger os dentes: o seu romance com Brooke Hogan, a filha do papá, para manter a relação entre os dois mais tensa ainda. E tínhamos o rude, porco e violento Bully Ray caído de amores pela menina Hogan e a dizer que iam comprar aqueles sapatos que ela queria, comer no restaurante que ela gostava e depois dançar o resto da noite toda. O Bully Ray a dizer isso. Contudo foi das coisas com que mais me diverti à brava, a imagem do convite de casamento deles ainda deve ser a minha imagem favorita alguma vez projectada num programa de wrestling e o segmento do tal casamento, com destruição e a tentativa de exclamação discreta de Brooke ao pai de que “my boobs are out” também já está imortalizado no meu Hall of Fame pessoal.
Quando finalmente Bully Ray lutava pelo World Heavyweight Championship – algo que se defendia que ele andava a merecer há muito tempo – com os Aces & Eights à perna, é feita a revelação. Era ele próprio o líder dos Aces & Eights, num grande momento em que se revela perante a mulher e sogro, que apenas os tinha usado para subir dentro da companhia e agora estava ali já com aquela confiança conquistada, era World Heavyweight Champion e a história toda anterior já fazia sentido – muitos já a previam e tinha o seu quê de previsível, eu por acaso tinha-me deixado levar porque estava demasiado fã do “good guy Bully” lamechas para estar a pensar nisso. Bully Ray chegava finalmente ao topo, como um dos wrestlers mais bem remodelados na sua carreira, após recuperar forma física e impor-se como um lutador a solo após anos como wrestler em equipa, com um trabalho de microfone exímio. Os Aces & Eights nunca tinham sido tão interessantes como naquele momento. Visto que aquilo também se começou a desintegrar pouco depois…
4 Comentários
Ainda não li esse mas quero dar uma ressalva… seus artigos aqui no site são uns dos melhores.
Excelente artigo, os Brokens foram uma grata surpresa.
Bom artigo como sempre, assim de repente podia acrescentar os The Bar que começou com uma série à melhor de 7(!!!) e acabou numa boa tag team.
Mas um que eu acho que tinha mesmo de estar na lista era o Miz, de gajo irritante de reality show até aquilo que é hoje, uma espécie de The Rock com as devidas distâncias.
Realmente o New Day tinha tudo para dar errado e foi um mega sucesso.
Saudade da storyline dos Aces & Eights. Parecia que seria péssimo e foi bem legal