4 – Ganhas tu e ganho eu
Regressemos àqueles negros anos, a primeira metade da década de 90, uma WWE em crise. Hulkamania enterrada e após uma terrível tentativa de a reerguer – Wrestlemania IX – lá tinham um plano urgente para sacar de um novo Hogan. Nem que fosse à força. Era em Lex Luger que viam essa estrela. E era popular. Mas pronto, a malta gostava mais do Bret Hart. Já tinham um novo Face de topo mas lá casmurravam que devia ser outro matulão muito forte e patriota, em vez de um mais pequeno Canadiano e técnico.
Mas a coisa não estava a pegar. Tinham uma nova Wrestlemania para marcar. Quem recompensar? O que eles queriam que fosse o homem do topo ou o que o público queria que fosse o homem do topo? Sim, disseram eles. E lá têm a ideia de fazer os desgraçados co-vencer a Royal Rumble, partilhando um muito íntimo abraço para administrar a queda simultânea, de modo a que realmente tocassem no chão ao mesmo tempo. Já aí temos uma ideia de chacha, diga-se. O spot não ficou tão bem feito e era muito difícil de o conseguir realmente bem feito – perguntem ao Cena e ao Batista como se faz isso tão bem sem querer – e só daria numa história confusa. A de uma Triple Threat pelo título de Yokozuna na Wrestlemania? Não, isso fazia demasiado sentido. Cada um teria um combate individual pelo título. Alguém teria que lutar duas vezes – ou o Campeão se mantivesse ao primeiro combate ou um novo Campeão que tivesse que defender a seguir – logo arranjou-se forma de que desse para todos ter dois combates. Era possível que o Austin Powers já ficasse com os olhos trocados se pensasse demasiado nisso.
Acontece que Bret Hart já rivalizava com o seu irmão Owen, e tinha esse combate, o que acaba por ser outra trapalhada, ter um Superstar a entrar na Wrestlemania com duas histórias ao mesmo tempo. Logo defenia-se que ele seria o segundo a tentar o título, creio eu, senão ainda se sujeitava a ter que lutar três vezes. Havia outro combate marcado para Luger… Que acabou por não acontecer e o sacripanta só lutou uma vez. Já estamos todos de olhos trocados. Como é que se salva esta confusão? Afinal essa parte foi simples. Owen saiu por cima no combate com o irmão para seu bem e Bret levava ímpeto suficiente para conquistar o WWE Championship no final da Wrestlemania, para regozijo de todos. Agora em vez de andar com duas feuds ao mesmo tempo, fundem-se e continuou a rivalizar com o irmão, que tinha agora ele também muito mais ímpeto, pelo título, culminando num fantástico combate no SummerSlam que constará sempre como um dos grandes momentos desse ano. Custou a chegar lá mas encontrou-se o bom de tudo.
4 Comentários
Ainda não li esse mas quero dar uma ressalva… seus artigos aqui no site são uns dos melhores.
Excelente artigo, os Brokens foram uma grata surpresa.
Bom artigo como sempre, assim de repente podia acrescentar os The Bar que começou com uma série à melhor de 7(!!!) e acabou numa boa tag team.
Mas um que eu acho que tinha mesmo de estar na lista era o Miz, de gajo irritante de reality show até aquilo que é hoje, uma espécie de The Rock com as devidas distâncias.
Realmente o New Day tinha tudo para dar errado e foi um mega sucesso.
Saudade da storyline dos Aces & Eights. Parecia que seria péssimo e foi bem legal