1 – A novidade, a variedade, daqui a nada é o excesso!
Pois… Por onde escolher, com tanta coisa? Um gajo nem sabe para onde se virar e tem tanta proposta completamente diferente, que é difícil não ter algum desejo ou vontade saciado – a não ser, claro, o de voltar à inocência infantil de ver esta brincadeira em puto, que é a verdadeira origem de muitos melindres e muitos “antigamente é que era,” por muita culpa que eles deitem ao conteúdo, mas não se pode dizer isso, vá.
A própria WWE, que já não é a única opção ou a nossa única fonte de trambolhões dentro e fora do ringue, lá se foi adaptando e trazendo-nos as suas próprias alternativas e novas propostas como o NXT, entre outras brands menores e torneios especiais. A antiga quasi-concorrente TNA é que, pobrezinha, teve a sua queda, virou Impact Wrestling, uma indy glorificada mas que, aceitando o seu novo menor estatuto, ainda está aí todas as semanas com conteúdo que todos possam desfrutar. Aquela que considero a companhia que realmente é uma sombra do que já foi e ainda não se apercebeu ou está em negação é mesmo a Ring of Honor, mas aí está ela sempre, a trazer-nos aquela categoria de wrestling de transição de um estilo independente e puro para o mais acessível e mainstream.
Foi mais na segunda metade da década que começaram a aparecer as propostas de virar cabeças e a realmente fazer sentir que havia algo novo. A popularidade ocidental da New Japan Pro Wrestling aumentava a olhos vistos, mesmo que nunca tivesse sido propriamente algo por baixo do radar. Habituou os fãs a um outro estilo de wrestling mais duro, também mais puro, mais complexo e por vezes também mais longo e orientado por spots. Quem queria algo totalmente novo e completamente fora-da-caixa foi surpreendido com um Lucha Underground, uma série sobre uma companhia fictícia, que misturava acção em ringue como a conhecemos, com elementos místicos e sobrenaturais.
Essa peculiaridade, os nomes pesados de estrelas – e algumas que viriam a crescer a partir daí – e uma enfatizada violência trouxeram imensa popularidade à série, mesmo que também entrasse em modo decrescente e os mesmos factores que lhe deram atenção encontravam-se já inchados para retirar-lhes a mesma e dificultar-lhes serem levados a sério. Com a série já ida – e meia esquecida por alguns – muitos queriam voltar-se novamente para o realismo e para a malta que viam do outro lado do globo. Cody Rhodes, os Young Bucks, Kenny Omega, Hangman Page, Chris Jericho… Essa malta andava a tramar alguma. O All In tornou-se o maior evento PPV em termos de vendas de bilhetes, de transmissão e de mediatismo de uma marca que não fosse a WWE – ou algo agora pertencente à WWE – em… Vá, muitos anos. Foi o testar das águas para o que viria.
A nova All Elite Wrestling, AEW como cantam, pronta para causar impacto e ser a primeira ameaça à WWE em muito tempo. O AEW Dynamite já foi juntando boas recepções, saudável competição e mais um programa a encher as medidas de muitos. A juntar à AEW, também a NWA quis voltar e trazer o seu NWA Powerrr e toda a vibe da década de 80 para a malta nostálgica mais antiga que dá nem duas farpas para spotfests e conteúdo edgy. As indys, nem dá para contá-las. Temos todo o tipo de opção. Todo o tipo de conteúdo. Uma variedade incrível e estilos tão díspares. Para mim, a melhor altura para se ser fã de wrestling. Mas claro, tem que ser aquela em que mais se queixam, choram e espumam.
Bom, cá está o fim deste Top Ten extenso para caramba. Sim, eu noto, sou eu que tenho que estar a teclar aquela baboseira toda. Mas peço desculpa por essa extensão mas é realmente uma década inteira que estou a comprimir aqui e há muito contar de história, recordação e situar dos acontecimentos. E já por natureza sou um chato do caraças neste “business” portanto é aguentar. Para os pacientes, espero que tenham gostado. E que tenham gostado mesmo porque na próxima semana a coisa torna-se pessoal!
Este assunto será retomado, com o seu antagónico, mas apenas daqui a duas semanas. Para a próxima… Já repararam naquele número grande lá encima? Pois é, atinge-se outra grande marca redonda! Os 300! Como raio é que eu cheguei aí e saquei de 300 temas? Não me perguntem que nem eu sei. Mas vou comemorá-lo com um tema especial, de cariz pessoal, no qual listo dez episódios e acontecimentos que me tornaram fã de wrestling. Lá vou eu explicar a doença para vos maçar a todos, a pedido de alma nenhuma. Estejam cá nem que seja para ver o número a ficar redondinho e bonito. Vemo-nos lá, um bom ano a todos, também uma tremenda década a toda a malta, tudo de bom para todos!
2 Comentários
O fim da streak vai ficar ora história
Excelente artigo ☺