5 – “Eye for an Eye”
Um caso recente de algo que ainda deve fazer muita confusão a muitos. É claro que a malta não se conforma e parte logo para a chacota e para o meme e é mesmo o melhor a fazer, haja sempre humor. Para disfarçar o receio. Ou eu era o único que já começava a sentir os temores de que aquela feud entre o Apollo Crews e o Grayson Waller, no NXT, ainda ia dar noutro destes?
Foi o culminar de uma bizarra feud entre Seth Rollins e Rey Mysterio. Logo dois nomes gigantes como esses. Que lá acabaram a representar a bizarria da era Thunderdome da WWE. Confesso que o início da feud com Seth Rollins perturbado por vir a ser pai por ter perdido na Wrestlemania com um ataque doentio a Mysterio, em que realmente lhe força o olho contra um canto de um degrau, realmente foi feio. E simularem o sangue lá tornou tudo ainda mais grotesco. Bem sabemos que os olhos são uma coisa mais sensível e se me perguntarem ainda é aquela coisa que devem manter intacta e que, em tempos de miúdo, já me fez mudar de canal em alturas que parecia que a coisa ia descambar por aí. Pronto, também era mais sensível.
Lá acharam que era esse o foco da rivalidade e Rey Mysterio desafiou Rollins para um “Eye for an Eye” sem explicar bem no que consistia. Mas a cara de Kevin Owens, no ringue, resumiu bem a nossa reacção também. Líamos por páginas, como as daqui mesmo, a explicar o que planeavam e pensávamos para nós que deviam estar mas é tolinhos. Então agora um combate cuja estipulação era arrancar um olho? Então onde estamos, afinal? E não é que era mesmo isso? Provavelmente o mais violento, doentio e sádico que ocorra a alguém. Nada credível para um ringue de wrestling. Expectativas muito baixas para um combate cinemático com CGI, mas afinal optaram pelo combate normal em que perde o gajo de máscara, já que sempre era mais fácil, e se agarra lá a uma bola de pingue-pongue, ou o que era, para vender o olho extraído – que muitos, como eu, nem vimos na altura – e com um Seth chocado, a precisar de chamar o gregório com o que ele próprio fizera. Um cenário horripilante, capaz de impressionar. E resultaria se estivessemos a ver algum filme de terror. Mas estávamos a ver a WWE e custava um pouco acreditar que sancionavam e vendiam, legalmente, um combate cujo objectivo seria tirar um olho a alguém. Só abanávamos a cabeça, mais nada.
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