7 – Minus! Five! Stars!
Para introduzir, antes de falarmos daquela que é mesmo a entrada, uma pequena referência a algo que foi aclamado na semana passada e com boa razão. A divisão de Knockouts. Foi destacado como tinha sempre vários momentos altos e tinha uma qualidade consistente, mas que não deixava de ter os seus momentos mais baixos. Combates infames como um embate entre Rebel e Shelly Martinez num especial One Night Only em 2016, que não podia ter corrido pior.
Mas que se calhar até é um Shawn Michaels vs Undertaker à beira deste infame momento na história do wrestling feminino e não só. Este meme de 2009 que foi o combate entre Sharmell e Jenna Morasca no Victory Road, um PPV que nesse ano foi, no geral, embaraçoso – e ainda voltaria a sê-lo, o raio do nome já devia estar amaldiçoado. Que acção de Knockouts tínhamos nesse medíocre PPV? Ora, Angelina Love, com ajuda das suas Beautiful People, conquistou o Knockouts Championship a Tara. Mas isso foi lá um combatezito de abertura que não interessava. A verdadeira acção de Knockouts viria mais tarde, ali bem a meio do card, bem antes do Kevin Nash ganhar um título. Em 2009. O clássico entre Sharmell e Jenna Morasca.
Bom, antes de tudo, quem? Vamos apresentar as concorrentes para podermos situar melhor em termos de qualidade esperada. Sharmell conhecemos. Bela e vistosa esposa de Booker T, já nós gostávamos bem dela antes disto. Portadora de uma goela de invejar, era uma muito carismática e excelente manager. Palavra-chave aí: manager. Ela não era propriamente uma lutadora. Então quem era o talento com o trabalho extra de a ajudar e carregar num combate? Quem? Jenna Morasca. Quem, mesmo? Uma ex-concorrente e vencedora do reality show “Survivor.” Yup. Era esse elenco que tínhamos. Saiu uma das mais vergonhosas performances já desempenhada num ringue de uma liga maior e originou a hilariante pontuação de “Minus Five Stars!” de Bryan Alvarez. Isto das classificações dos combates valem o que valem, mas se calhar até achamos mais graça à histeria de um mítico “Minus Five Stars” do que de algumas quinze estrelas e meia do outro cavalheiro.
5 Comentários
O que poderia ter sido a TNA. Tinha tudo para ser pelo menos uma bela alternativa á wwe, tinham bastante estrelas, jovens muito promissores, a X Division, as Knockouts e até o ringue de 6 lados.
Infelizmente passavam a vida a dar tiros nos pés, cada vez que faziam algo em condições faziam logo a seguir algo ridículo. Foi palcos das bizarrices do Vince Russo, mas apesar disso foi crescendo até se tornar uma alternativa, chega o Hogan e o Bischoff pronto para enterrar mais uma empresa, e aí nem há palavras para a mante criativa destes dois, mau demais.
A Dixie Carter também não tinha muito jeito para aquilo, o regresso do Jarrett durou pouco, e só com a chegada do Callis e Scott D´Amore as coisas melhoraram, tarde demais, os fãs já desistiram da empresa, a Spike tv já se fartou também e a empresa continua a soro
As Monday Night Wars deviam de existir agora. Uma vez que não há uma total conciliação entre as empresas para que não seja o wrestling a competir com outros desportos, então que compitam dentro do mesmo desporto. Para o fã, como eu, só quer é ver bom espectáculo e que dêem o máximo de liberdade para que se criem estrelas e os deixem brilhar. A WWE teve de olhar e evoluir um Austin que tinha Taker e Mankind e mais ninguém, à pressa, para o main event, Lá teve Kane que foi bem criado e foi logo atirado aos leões, mas sabia que Big Show, HHH e The Rock eram valores seguros, seguidos duma agradável surpresa de Kurt Angle e depois a vinda dos já conhecidos Jericho, Eddie Guerrero e Chris Benoit enquanto os Jeffs e os Edges desta vida, não eram sequer pensados para o main event. De recordar que em 98 o Big Boss Man foi vendido como sendo um top guy e até tem um combate na Wrestlemania contra o Taker. Contudo, uma coisa era certa, havia estrelas que, se fosse preciso, podiam entrar directas para o main event que não desiludiam (e entraram como foi o caso o HHH e do The Rock). Actualmente eu olho e vejo que superstarts jovens (até aos 33, vá) é que podem assumir o main event se for necessário? Adam Cole e MJF na AEW e na WWE… Austin Theory? Mesmo o topo do NXT tem tudo mais idade que isso (salvo alguma exceção que me esteja a falhar agora).
Com públicos diferentes, com ideias e estruturas diferentes, mas quer dizer… eu divirto-me mais a ver os programas semanais dos anos 2000 da WWE Network do que qualquer programa semanal, de qualquer empresa, actualmente. Enquanto isto acontecer, enquanto não cativarem os fãs e deixarem de ser uns c*nas e comunicarem e fazerem histórias sem medos como era antes, o wrestling vai continuar a degradar-se.
A WWE há muito que assumiu que se quer afastar do wrestling na sua essência – basta ver, como é possível haver um guião com palavras-chave que não devem ser ditas pelos comentadores e uma delas ser não se referirem aos atletas como “wrestlers”?
O conceito da WWE é um conceito muito próprio, goste-se ou não, e estão claramente a voltar-se mais para uma empresa produtora de conteúdos de entertenimento (quase um canal multimédia até, diria eu) do que para uma empresa de wrestling; acho que, nesse sentido, comparar a altura das Monday Night Wars ou Attitude Era com o que se passa agora não é possível, infelizmente. 80 a 90% do que se passava nessa altura, com a forma como o mundo, redes sociais e difusão de informação evoluiram, hoje não passava e acabaria com a carreira de muita gente; basta ver o que aconteceu a wrestlers como Marty Scurll, Michael Elgin e até David Starr (que estava na calha para não renovar com a wXw, com direito a despedida e tudo, porque ia ser a grande superstar assinada das indies para a NXT), em que os gravíssimos erros que cometeram há já os anos finalmente os “apanharam” e praticamente acabaram com as suas carreiras.
Dito isto, concordo em absoluto que qualquer programa da WWE do início dos 2000 bate qualquer coisa que tentem passar agora, mas não voltará a haver uma época como essa; mesmo a chamada Wednesday Night War só existiu porque a NXT do Triple H era o que mais remotamente havia de parecido com wrestling, e acabou por ser o grande exemplo de como a WWE evoluiu para algo completamente diferente – ainda não ultrapassei os pushes do Keith Lee e do Tommy End (ou Malakai Black, para quem não o conhecer dos indies) no main roster… Completamente dominantes na NXT, chegam ao main roster a acabam a ser um híbrido entre um jobber e um tipo qualquer do midcard.
Não venho aqui advocar gostos pessoais sobre o wrestling, mas, infelizmente, o futuro do wrestling como o conhecíamos vai passar muito pela ascensão da AEW como uma “WCW”, a recuperação do Impact! e ROH, e a expansão da NJPW para os Estados Unidos. A WWE tornou-se outra coisa completamente à parte, a esta altura.
O teu ponto de vista é extremamente interessante. Este era o maior tema que devíamos ter aqui, a meu ver
Sou fã da TNA em sua gloria, acho que a crise de identidade devia ir pra top 1. Minha maior magoa com a TNA foi o fim dos AMW.