10 Momentos mais assustadores pelo realismo – Top Ten #515

5 – Warrior no caixão

Por acaso até já falámos aqui de caixões e de um passo bem mais ousado que fizeram à volta disso. Sim, estou a referir-me ao chokeslam e não às cenas que o Triple H lá fez. Volta aqui a adoptar-se a postura de fazer de conta que isso nunca aconteceu.

Ou seja, montes de segmentos com caixões já foram feitos. Diesel e Randy Orton já se viram a si próprios neles, Yokozuna já teve uma fobia exposta. Bem mais que uma dúzia de combates cuja estipulação é enfiar o adversário num desses. Ou seja, caixões já se banalizaram para ainda conseguirem causar tanto choque e desconforto a quem os vê a aparecer e é mais sensível ou fóbico a um objecto tão representativo de algo tão sensível como a morte.

Mas isso foi depois de ser introduzido. Antes de ser um hábito e quando se viu isso a acontecer, sem ser costume, arriscamos a dizer a primeira vez – sujeito a verificação de rigor – então é claro que vai afectar algumas mentes que ainda não tiveram a chance de perder a sensibilidade a isso. Como aconteceu na rivalidade entre Undertaker e Ultimate Warrior.

Como gajo que já ficou possuído e foi amaldiçoado e, mais tarde, até viria a aparecer em espelhos perante alguém a perder a cabeça – e todos nós – Warrior também não foi estranho do sobrenatural. Aqui nem foi preciso isso. Mas teve que lidar com alguém como Undertaker, o que deu no perturbador segmento em que este o prende dentro de um caixão. Não foi uma coisa assim tão banal.

O caixão estava selado e uma data de oficiais tentavam, a todo o custo, abri-lo. Um estupendo trabalho dos comentadores, onde estava um sempre espertalhão e sarcástico Roddy Piper, a vender o perigo da situação, a quebrar a personagem e eles próprios também a levantar-se para tentar ajudar. Questionavam como respiraria ele ali dentro. Quando finalmente conseguiram abrir o caixão, retiraram de lá um Warrior inconsciente, a quem foi preciso intervenção para o reanimar. Foi muito forte e realista, especialmente para o seu tempo.

Portanto até podem dizer que hoje em dia já não surte o mesmo efeito. Claro que não. Já vimos caixões ao pontapé nisto. Mas não só foi o primeiro, como existem incontáveis testemunhos. Muitos graúdos de hoje em dia lembram os tempos de miúdo em que assistiram ao momento, quer ao vivo, quer na TV, e ficaram marcados para sempre, para não dizer logo que ficaram traumatizados. Instalou-se o choque naquela arena, com milhares de fãs a temer pela vida de um competidor, e não por algo feito em ringue. As tais coisas à frente do seu tempo.

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