9 – The KISS Demon
Entre as muitas coisas estranhas que apareciam na WCW, contavam-se gimmicks. Estranhas e de curta vida. Mas não só na WCW. A década de 90 teve imenso disso. E algumas são mais recordadas que outras, umas ainda causam umas risadas, outras fazem pensar no que estavam a pensar. E outras, confundem só.
Talvez não o melhor início de carreira para Dale Torborg, lutador que chegou à WCW em 1995 e a quem, já em 1998, lhe deram uma gimmick baseada nos lendários hard rockers teatrais KISS, completa com a pintura facial de Gene Simmons, seu baixista, vocalista e principal e mais reconhecida cara. A ideia era que mais lutadores surgissem com as outras pinturas para dar em toda uma stable referente aos KISS. Acontece que a ideia inicial foi um fiasco, ao ponto de Eric Bischoff ter ouvido sermões da estação televisiva e tudo teve que ser cancelado, ficando Torborg apenas como “The Demon,” um midcarder baixo de pouco relevo.
Em 1998 já não eram os tempos da ribalta dos KISS. Na década de 70? Sim, estavam em todo o lado. As pinturas faciais andavam estampadas em tudo o que era sítio, os seus singles eram êxitos garantidos e até um filme – não muito famoso, diga-se e os próprios já o renegaram – chegou a acontecer. Dominaram o mundo e assustaram pais conservadores que achavam que eram só mais uns portadores da música do capeta. Tiveram a sua fase de declínio na década de 80 quando largaram as maquilhagens e ficaram uma básica banda de glam metal, típica da altura, com os seus discos a não reunir reacções muito entusiasmantes. Ali na década de 90? Havia um revivalismo. Após a fase desmaquilhada, o grupo reúne a sua formação original, revelando as grandes notícias numa cerimónia de Grammys em 1996, anunciando uma tour de reunião. Em 1998, culminaria em “Psycho Circus,” novo disco a voltar mais às suas origens. Portanto em 1999 lá se fez o acordo com a WCW. Tocaram o clássico “God of Thunder” no Nitro e apresentaram aqui o KISS Demon. Para audiências baixíssimas, fraca recepção à personagem e um dinheiral pago à banda, ao qual eles já não se podiam dar tanto ao luxo. Quem beneficiou desta parceria? Praticamente ninguém.
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