4 – Shinsuke Nakamura vs AJ Styles
Um exemplo de algo que já tinha, de facto, começado antes. Mas quando elas se deram, na Wrestlemania 34, é que nos apercebemos: tinha começado nada, agora é que estava mesmo a começar. Sacrificou-se um combate clássico por isso? Talvez. Dá a entender que o plano sempre fosse outro. Mas foi após o seu combate que a rivalidade realmente começou.
Até lá chegar foi só abordar duas coisas: a reprodução do “dream match” que já tinha dado clássico lá fora. Deixou a malta a salivar pela segunda parte. A outra foi o respeito entre ambos competidores, não só por serem dois babyfaces, na altura de topo, mas também por causa desse mesmo clássico. Eles conheciam-se bem, dentro e fora do ringue, o suficiente para se respeitarem a esse ponto. Isso foi o antes. Havia tensões, claro. Afinal era mesmo a disputa de quem era o melhor, no grande palco que era a Wrestlemania, com o combate anterior na bagagem, e com o WWE Championship em jogo. Mas tudo muito morno, por aí.
Foi depois do combate, que todos admitirão que ficou aquém das expectativas, muito contido, que Nakamura expressou as suas mais verdadeiras emoções e deu o verdadeiro pontapé-de-saída para a feud. Ou o golpe-baixo-de-saída que, ainda por cima, viria a tornar-se tema corrente. Com Heel Turn, instalou-se o ódio e aí sim começavam realmente a rivalizar. O heat prolongar-se-ia por mais uns meses, a partir da obsessão de Nakamura com as partes baixas do adversário e com a dificuldade em conseguir um vencedor definitivo dali – um finish de dupla contagem também não agradou fãs. Resolveu-se tudo num intenso Last Man Standing. Pode dizer-se que foram combates de qualidade crescente.
E lá está o tal sacrifício do combate das quinze estrelas do Meltzer, não só porque não estavam na NJPW e por ali fazem as coisas de forma diferente, mas porque a estrutura era para ser assim. Aquele era só o começo. O grande combate, pode dizer-se que tiveram, dividido por partes, com o aumento da intensidade a ser de encontro para encontro.
Comentar