5 – Quem é o Higher Power?
Um dos pontos altos na carreira de Undertaker a meio da década de 90. Aquela personagem de morto-vivo, que ainda defendo que nunca resultaria se fosse entregue a qualquer outro, já tinha dado bastante mas todo o produto televisivo tinha aumentado a fasquia e o gajo já não era assim tão assustador como tinha sido.
Uma Heel Turn e uma personagem mais louca, tipo líder de um culto Satânico com tendências ritualistas e até homicidas – que conste que ele queria mesmo matar o Stone Cold e dissecá-lo, se não fosse o Kane a salvar – e vários seguidores medonhos e/ou vampirescos como os Brood ou as forças de segurança que eram os APA. Malta como Edge, Christian, JBL ou os Hardys estrearam-se como súbditos do gajo que viria a tentar enforcar Big Boss Man – o gajo queria mesmo matar gente. Era suficientemente malévolo para fazer o impossível e virar Vince Face, ele que viria a ser dos principais alvos de Undertaker com esta sua faceta mais dark. Principalmente quando lhe atacava a família. Quem também se estreou em TV por estes meios foi uma jovem Stephanie, crucificada, que seria forçada a casar com Undertaker, via ritual que devia precisar de uma virgem – HA! – para o efeito, ou assim.
Eram segmentos medonhos e tremendos e os Ministry of Darkness, que eu ainda nem tinha feito menção ao bom nome da seita, eram das coisas mais interessantes em TV no seu tempo. Ainda podem ser hoje vistos como das coisas mais interessantes e até genuinamente assustadoras de toda a Attitude Era. Mas Undertaker não era bem o líder. Ele trabalhava para um “Higher Power.” E já tínhamos em mãos mais um mistério a fazer-nos antecipar uma grande revelação. Quem era que estava ali com aquele capuz? Dêem-nos a revelação! E… “IT WAS ME, AUSTIN! IT WAS ME ALL ALONG, AUSTIN!” É isso aí. A frase é das mais célebres mas foi um tremendo soco no estômago. O “Higher Power” por trás de todas as tormentas a Vince McMahon e a sua família era… O próprio Vince. “Aw, sonuvabitch!” exclama Jim Ross logo a seguir, assim como todos os espectadores. Acontece que a outra principal vítima dos Ministry of Darkness era Stone Cold Steve Austin, eterno rival de Vince e pronto… Ele tinha feito aquilo tudo, inclusive aquilo à filha… Só para achincalhar com ele outra vez. Pronto, obrigadíssimo pela excelente história da stable possivelmente mais perigosa da história do wrestling… Para dar nessa revelação. Em defesa, consta que esta nunca fosse a primeira opção. Não tinham acesso a um Kevin Sullivan, que dá muito para este tipo de revelação e até tem vindo a dar, Jake Roberts não estava em condições – e esse teria sido fantástico – e Mick Foley recusou o papel. Desenrasca-se o Vince. Aw, sonuvabitch!
3 Comentários
Não sei se se enquadra muito bem no tema, mas o Bad News Barrett e os seus segmentos “I’m afraid i’ve got some bad news” eram algo engraçado, diferente e acho que tinha pernas para andar.
Ainda me lembro da invasão surpresa dos Nexus, na altura tinha deixado de acompanhar wrestling e depois daquele ataque voltei a ficar colado à TV. Realmente foi uma pena não terem aproveitado a maioria dos lutadores que pertenciam à stable, só se salvam mesmo Daniel Bryan e Bray Wyatt (que até nem eram vistos como grandes figuras de destaque no seio do grupo ao contrário de Wade Barrett, David Otunga e Ryback).
Um momento que com certeza faltou aí foi o misterioso general manager (creio que foi em 2011
2012) que ficou atrapalhando lutas por um bom tempo, com aquela feud terrível do Michael Cole vs Jerry Lawler e no fim o misterioso GM ser nada mais nada menos que Hornswoggle, dando fim a tudo e acabando sem noção alguma.