2 – O que aconteceu ao terrorista?
Aqui foram forçados a cancelar. Escaldaram-se. E não se pode dizer que tenham ido longe demais, que isso é sempre relativo. Foi um timing péssimo. O nível mais baixo da escória humana é que tem sempre que ir longe demais e fazer porcaria. Que depois há estes danos secundários. Sim, falo do vosso Heel de topo que nunca o chegou a ser, Muhammad Hassan.
Era um Heel polémico. Mexia em assuntos delicados e, naquilo que demonstra a profundidade da sua personagem, tinha a sua razão. Ele era um cidadão Americano mas a sua origem do Médio Oriente fazia-o ser discriminado no seu país e mal associado a radicalismos. E nós sabemos perfeitamente que as coisas são assim. Em qualquer lado, quanto mais num país tão… Intenso, como são os Estados Unidos. Era fácil encontrar razão no que dizia, até ele atacar com actos que contradiziam as suas palavras e começava a provar-se errado. Era aí que estava a sua essência de vilão e até aí tudo bem. Nem era preciso, bastava pegar na sua premissa que já levava com tudo a cantar-lhe “USA! USA! USA!” mesmo sendo ele um cidadão dessa mesma nação, com tanta raiz naquele território como qualquer branco. Mas que importa? Tinham bem feita a parte de ele acabar por ir contra tudo aquilo que tentava pregar.
Foi na feud com Undertaker que a coisa se esticou. Um grupo de encapuçados, a lembrar um grupo terrorista, ataca Undertaker, com quem rivalizava. O que, se formos a ver, até nem é nada por aí além. Acontece que, naquela altura em Londres, acontecia um atentado terrorista e os paralelismos são inevitáveis. O pior: isto foi nos tempos do Smackdown gravado que ia para o ar no Reino Unido antes. Sim, o território sensibilizado foi o que viu o segmento, que já só foi a tempo de ser cortado em TV Americana. Podiam omitir esse momento, dar um angle mais leve a Hassan, abrandar um pouco o seu discurso e deixar as águas acalmar. Mas não. E aqui não podem culpar a WWE por “desperdiçar talento.” A pressão da estação televisiva e dos sponsors que exigiam que o personagem não aparecesse em TV e que não se queriam associar a ele forçaram a WWE a retirar Muhammad Hassan do ar e despedir Marc Copani, o performer que o interpretava. Os planos para ele eram enormes. Esse ataque ia dar numa feud com Undertaker da qual sairia por cima, ou pelo menos com ímpeto suficiente para continuar, e falava-se mesmo em colocá-lo no programa principal, a retirar mesmo o World Heavyweight Championship a Batista! Mas devido a infelicidades… Puf! Desapareceu. E as suas motivações, os seus actos, os seus objectivos… Foi tudo à vida, sem seguimento.
5 Comentários
Um retorno de michael tarver ao NXT seria ótimo, certeza que seria um dos rostos da marca.
Faltou Stone Cold vs Brock Lesnar da época que o 3:16 começou a fugir do Lesnar pra não perde pra ele , tão memoravel quanto a treta do Breat perde o titulo de forma roubada na terra natal dele
Esqueceste-te daquele ataque dos Nexus ao Undertaker!
Esse é o maior mistério da wwe até os dias de hoje.
Faltou a desse ano que faziam uma pergunta ao Shelton Benjamim e ele ficava acenando com a cabeça
Muhammad Hassan, para mim o maior talento desperdiçado dos muitos que por lá passaram. Tinha uma forma de enfrentar o micro incrível e lutava muito bem. Foi dos lutadores que mais pena tive, porque tinha demasiado talento. Acabou professor e por lá ae mantém…