Bem-vindos a um novo Top Ten, de tema chato. Chato não no sentido do tema e da leitura – espero eu! – mas sim por ser daqueles que devia ser bem mais do que apenas dez. E que vai dar àqueles “Então e este? E aquele?” Isto continua nos comentários, calma, aqui ficam apenas dez exemplos. Mas essa conversa eu tenho-a sempre ao fim. Aqui só me estou a prevenir, por muito que alguns até gostassem que isto acabasse já aqui.
É um Top Ten bem mais descontraído e trivial e parte de uma ressaca de Mundial que finalmente viu o seu excitante percurso chegar ao fim este fim-de-semana. Enquanto escrevo isto ainda não sei quem foi a nação felizarda a erguer a taça. Uma coisa sabemos: quem beijou aquela copa não fala Português, já fomos todos à nossa vida! Então num pós-Mundial em vez do pré-Mundial como todos fazem, olhemos para um mar de Superstars internacionais, uma de cada nação para ver que isto realmente é uma brincadeira global.
Agora as restrições chatas. Excluo alguns países, aqueles um pouco abrangentes demais. Claro que não há necessidade de ter aqui um Americano. Ou até um Canadiano. Lutadorês Britânicos também já têm a sua própria cena e está cheio deles – aqui até estou a incluir os Irlandeses, mesmo que isso seja mais tosco de se fazer – e também não vale a pena recorrer a luchadores para o México ou lutadores do Japão, com a New Japan cheia de estrelas conhecidíssimas e que também partem para o ocidente regularmente. Pronto, esses, vou debruçar-me em países menos abundantemente representados e, mesmo assim, a listagem inicial antes de ser cortada e ordenada nunca mais acabava. Mas se quiserem escolher um representante para cada um desses países, estão à vossa vontade.
10 – Ezekiel Jackson – Guiana
Abro com um caso de um lutador que talvez nem soubessem que tivesse uma origem tão internacional. Mas não só isso como também o faço com um país que talvez nem todos soubessem que existia. O Guiana é um pequeno país – mas também não é nenhuma província minúscula quase imperceptível num mapa – na América do Sul, já ali na fronteira Norte, com a Venezuela a Sul e apenas com a sua ligação continental a impedi-lo de fazer parte da América Central – não é uma ilha.
Com uma cultura quase totalmente representada pelas Caraíbas, ainda é regularmente associada e incluída. É um daqueles paraísos tropicais com um clima daqueles. Mas não é país que ande aí na ponta da língua de toda a gente e não é propriamente conhecido por criar muitas estrelas. No wrestling, na WWE… Também não. Mas pronto, tem um que se pode considerar que ande lá perto.
Ezekial Jackson, mais tarde conhecido pelo seu verdadeiro nome Rycklon por outros territórios incluindo o Impact, ou Big Ryck no templo da esquisitice do Lucha Underground, ex-Campeão Intercontinental, é nascido em Guiana. E não é daqueles que se note propriamente traços Sul-Americanos ou latinos no seu aspecto. E parecer um Terry Crews insuflável também não o ajuda muito a que não pareça Afro-Americano…
9 – Alpha Female – Alemanha
A Alemanha, apesar de ter um circuito independente que já seja de respeito, não tem um registo muito vasto de lançamento de estrelas para os maiores territórios. Actualmente, entre os nomes mais soantes, existe até representação na WWE, através de Alexander Wolfe, integrante dos SAnitY, todo o grupo internacional, se repararem bem.
Seleccionei alguém também proveniente da Alemanha, que já vai fazendo nome por aí há um tempo, que já foi construindo uma carreira de intimidar. Alguém que pratica wrestling, MMA, levantamentos de peso, bodybuilding… Tudo o que chegue para dar cabo de mim num instante. E é uma senhora, de seu nome Marie Gabert, que se foi espalhando como Alpha Female, passando um pouco por todo o lado, viajando o mundo, passando até pelo Impact Wrestling.
Como Jazzy Gabert, integrou o Mae Young Classic, onde estava a sua chance de integrar a WWE e enriquecer a globalização e multiculturalismo da companhia, mas infelizmente devido ao seu historial de lesões, a WWE preferiu não a contratar. Não quer dizer que não haja aí uma menina Alemã de 1,85m a deitar abaixo tudo o que lhe aparece à frente…
8 – The Iiconics – Austrália
Não é nenhuma potência discreta ou um país que não fabrique estrelas em todas as áreas, bem além dos AC/DC, da Kylie Minogue e da Nicole Kidman. Há muita coisa. Bicharada então é que nem se fala, mas nem é a isso que me refiro. No wrestling, nunca foi assim grande fonte ao longo de muitos anos. Mas houve um surto recentemente.
A primeira mais notável foi Emma, agora Tenille Dashwood, livre e sempre impressionante nas suas redes sociais. Foi seguida de Buddy Murphy, agora integrante no 205 Live, já como ex-NXT Tag Team Champion. Sem esquecer os impressionantes TM-61, ou The Mighty como gostam que lhes chamem desde que viraram nojentinhos. Ali por lados próximos – um país completamente diferente, mas que não tem aqui a sua representação, fica aqui a sua menção honrosa – a Nova Zelândia traz-nos fofura com a Dakota Kai e a Toni Storm. Escolho as Iiconics para representar o país dos animais assustadores por causa da Peyton Royce porque já têm vindo a construir um legado há um bom tempo, têm sido sempre consistentes e conseguem manter a sua notabilidade.
Como fã de Peyton Royce e Billie Kay, vejo-as como as principais representantes do seu país e estou nadinha acima de ficar completamente destruído com aqueles sotaques. Ao qual elas dão bastante uso, visto que as raparigas não são muito de ficar caladinhas. E ainda bem. Para um país, cuja existência é questionada e negada por crentes na Terra plana, até nos traz muita coisa e muita coisa bem bonita. Será que o Flip Gordon acredita nestes wrestlers todos aqui listados?
7 – Justin Gabriel – África do Sul
Ou PJ Black, o que lhe queiram chamar. Até já ganhou ouro com os dois nomes e já passou um pouco por todo o lado. Mas veio de longe para essas conquistas ao longo de todo o território Norte-Americano. Nem Norte, nem Americano, vem mesmo da África do Sul.
Sem ser algo extraordinário, sendo um país Africano, a África do Sul, destaca-se pelo uso da língua Inglesa e até por muita população caucasiana, dando origem a múltiplas figuras mediáticas em quem não se notem traços Africanos. Ali o fundo é diferente. E também já produziu umas quantas estrelas de wrestling, entre as mais notáveis Angélico, Adam Rose ou aqui o Justin PJ Gabriel Black, cuja origem nunca foi escondida.
Também não dava para construir toda uma gimmick à volta disso porque talvez também não soubessem exactamente com quê, como estereotipar totalmente um Sul-Africano, mas ele exibia regularmente as suas raízes. Em termos de gimmick, era um “daredevil”, “adrenaline junkie” ou “gajo que mal aparece em TV.” Não acho que sejam traços característicos dessa nacionalidade.
6 – Ludvig Borga – Finlândia
Se estivessemos a falar da área musical, mais concretamente dos metais pesados, o que não faltava era boa malta influente nórdica e representativa da Escandinávia, um dos seus maiores berços. Aqui a Finlândia até é o maior lar dos actos mais comerciais dentro do espectro de peso e ainda o país onde se conta mais banda barulhenta per capita. Mas isso é a minha outra área. No que diz respeito a esta, não se encontra muito dali da zona fresquinha do Norte da Europa.
Mas houve um Ludvig Borga. Grandalhão com equipamento aos quadradinhos que dedicava a sua carreira a detestar os Estados Unidos e criticar tudo o que lhe aparecesse à frente em solo Americano. Como fazem todos esses maldosos Finlandeses, sempre a arranjar problemas com toda a gente e sempre nas bocas do mundo pela sua hostilidade. Mas pronto, este era tolo aparentemente e chegou à WWE em 1993 e só lá durou um ano, passando por vários sítios, incluindo mesmo a NJPW. Destacar-se-á no seu país por esse feito, lá está, não é um país muito repleto de WWE Superstars.
Entretanto já se dedicou a outra carreira e, como alguns colegas seus, voltou-se para assuntos políticos. No seu país. E, lá porque é um país com uma supremacia da raça Ariana, não pensem que eles têm aquelas tendências duvidosas para se enaltecer demasiado, acima dos outros. Não há disso na política de lá. Ele tinha disso, sim. Mas não é costume por lá. Mas o filha-da-mãe é que tinha mesmo que pender para esses lados…
5 – Rusev – Bulgária
A Bulgária é daqueles países que sempre conhecemos mas sobre o qual não sabemos muito. Sabemos todos mais ou menos onde ela está, até lhe reconhecemos um ponto ou outro. E também sabemos do seu feriado nacional que lá comemoram com orgulho, o Rusev Day. Ou esse não é mesmo uma cena a sério?
É referente a alguém que conhecemos bem e que vem de lá. Sim, nascido mesmo lá, não é nenhum Canadiano a quem lhe atribuíram a nacionalidade baseada na sua origem e etnia, só para lhe dar uma gimmick. Porque não há grande gimmick a retirar de um Búlgaro, andam lá eles a chatear alguém? Daí que tenha havido aquela fase em que ele tinha a mania que era Russo, venerava o Putin e lá erguia as cores da antiga União Soviética. Tinham que lhe dar alguma coisa, é estrangeiro, bem sabemos que esses não podem ser normais no wrestling.
É alguém que conhecemos bem, às tantas ainda é WWE Champion no momento em que se lê isto – como estão essas chances? – e vemos regularmente. E que é popularíssimo, não podia faltar. Popularíssimo mesmo, a julgar pela sua reacção cá em Lisboa, até dava para julgar que ele é Português!
4 – Kofi Kingston – Gana
Este é um caso especial e até devia ser uma entrada dupla. Kofi Kingston é aqui um representante do continente Africano, nascido no Gana há quase 37 anos. O caso especial é a sua múltipla nacionalidade, e não me refiro à sua cidadania Americana mas sim ao facto que bem nos lembramos: lá para o meio da vida dele foi da Jamaica.
Ainda muito gozado nos dias de hoje, Kofi até o sotaque tinha e tem que se criar o paralelismo com a entrada anterior, com o factor de não ter muita gimmick para criar da sua origem natal e então dar-lhe outra. Realmente, o que retirar do Gana? Pronto… Mas também tinham que ir para um país não propriamente vizinho. O sotaque lá se perdeu magicamente e Kofi voltou a ser do Gana, sem deixar de ser um American orgulhoso, já com a sua cidadania.
Agora parece oriundo de uma terra de unicórnios, onde se dança e se apanham overdoses de panquecas. Para ser honesto, até nem me importava de ser daí também. E se formos a ver muito bem, isso até pode ser em qualquer lado. Kofi é todo ele um Superstar muito internacional, tendo já nascido em vários continentes!
3 – Cesaro – Suíça
A falar cinco línguas já sabemos que certamente não é Americano. Mas ele não esconde as suas origens, com regulares vestimentas vermelhas de cruz ao centro. Não se deixem enganar pelas saias que partilha com Sheamus, não é Escocês. É mesmo o Superstar Suíço, outro país conhecidíssimo pela sua riqueza sem que ande propriamente a criar estrelas em qualquer área. Faz chocolate em compensação a isso.
Também ele teve a sua fase mais peculiar em que, ao lado de Jack Swagger, e com Zeb Coulter a orientar, era um… Real American. No entanto, não lhe mudaram a nacionalidade para a gimmick ou nada disso. Foi mesmo intencionalmente irónico. Ele era um imigrante dos bons, dos trabalhadores, daqueles que está lá legalmente e com a papelada tratada. Isso ou dá um jeitaço ter um Cesaro a trabalhar para ti, a fazer o que seja. Acredito que sim.
É suiço de novo, aliás, sempre o foi. O que mais dava para causar barulho aqui é, conhecendo a Suíça e como ela está… Qual será a probabilidade de que ele seja, na verdade, Português?
2 – Taynara Conti – Brasil
Uma menina lusófona cai bem aqui. Calha que esta é uma altura exclusiva em que finalmente o Brasil está representado na WWE, já não é só MMA que está cheio deles. Também Cezar Bononi seria um bom exemplo para ser aqui seleccionado, ele que até foi condecorado como o “Rising Star” do NXT este ano. Não é que o tenhamos visto muito mas… O certo é que eles não deviam contar que vocês aí desse lado fossem tantos e tão ávidos e votassem em massa. É assim mesmo.
Mas não seleccionei o Cezar, não por ter algo contra ele, desejo-lhe o melhor e anseio ver mais dele. Algum critério que faça preferir a Taynara que, assim à primeira, não estou bem a ver qual é. Deve ser pelo Mauro Ranallo ser capaz de pronunciar o “Conti” com um bom e impressionante sotaque Brasileiro, já devem vocês ter reparado nisso.
Já desempenhou um papel importante como ajudante dos Undisputed Era, acabando por não os integrar e já participou na Wrestlemania, logo já se deu a conhecer bem. Infelizmente ainda não pegaram nela para a lançar devidamente e não consta entre as várias storylines femininas em TV no NXT. Mas vamos com calma, ela é novinha e não tarda nada já se poderá dizer que há uma carioca na WWE!
1 – Killer Kelly – Portugal
Nem eu alguma vez acharia que havia outra forma de concluir isto e de atribuir uma primeira posição. Nem sequer acho um esticão batoteiro para aqui a colocar mesmo que só tenha tido um par de aparições. Foram duas participações a sério, nada de talento de aprimoramento, representou o país num grande evento e até parece ter a porta aberta para lá ficar.
E senti o agradável sabor daquele “primeira Portuguesa num ringue da WWE” que se pode generalizar como “primeira Superstar Portuguesa na WWE”. Porque já lá andou o Justin Credible, mas esse não conta. Sim, tem os pais Portugueses, fala Português fluente mas ele mesmo é Americano. E, ao passar pela WWE, deixaram-lhe essa nacionalidade aqui do cantinho na península, com um nome tão Português como… Aldo Montoya. Nome mais lusitano. O Aldo pronto, não há por aí a pontapé, mas existem. Agora o Montoya… Daquele comum nome Português com um “y”… Todos temos uns vizinhos que são os Montoyas. Além disso é só o Justin Credible, quão bom é ele?
Aqui está a verdadeira primeira Portuguesa a lá chegar. Shanna, a que parecia que ia chegar primeiro e vai continuando a somar sucesso um pouco por todo o lado, lá passou como Rosebud e ainda visitou a Impact Zone, para algo tão “pequeno” como lutar com Gail Kim, mesmo que fosse apenas no Xplosion. Mas Kelly, depois de já ter impressionado pela Europa fora, chegou ao UK Championship Tournament e fez barulho. E agora tem as portas abertas para o Mae Young Classic e para o plantel do NXT UK. Eu já lhe estou a antever um futuro brilhante e com certeza que ela nunca se vai esquecer da sua origem e que andará por balneários a ensinar malta conhecida nossa a comer bacalhau e enchidos como deve ser!
E são estas dez estrelas internacionais que tenho para este Top Ten. São dez exemplos, não todos os dez. Podem e devem acrescentar exemplos de países e seus representantes que considerem que sejam de relevo. Mas sem atirar acusações de “E este? E o outro? Falta aquele!” Só tinha dez espaços, nos comentários é infinito. E é por aqui que fica a palavra deste Português nascido em Caracas. É, sou quase tão esquisito como o Kofi.
Na próxima semana devo voltar com novo assunto, em princípio devo malhar nalguma coisa, veremos. Estamos no mês de Julho, Verão, eventos que passaram e se aproximam… Sou capaz de comentar algo disso e trazer algum tema de uma das séries que já por aqui existem. Estejam cá para ver, se calhar tanta coisa e nem estou cá! Brinco, estou estou. Continuação de um bom Verão e boas férias, portem-se bem e até à próxima!
4 Comentários
Onde anda o Finlay?
Agora trabalha no backstage da WWE
lol havia bem melhores alternativas que algumas das colocadas algumas nem sequer estiveram na wwe ou se estiveram nao ganharam nada ou mal se fizeram notar
Sheamus / Finlay / Balor- Irlanda
Canadianos? Edge, Jericho, Owens, Zayn, Roddy Piper, Hart
Escocia – Mcintyre
Mexico – rey Misteryo / Eddie
Fiji – Jimmy Snuka
Japao – Nakamura, etc