Dou-vos as boas-vindas a mais um Top Ten, descontraído, tema solto, divertido acho eu. As coisas andam esquisitas e azedas – num bom sentido, atenção – para aqueles ringues, viram-se carros ao contrário e tudo. Nada contra, volto a dizer, até acho que as coisas andam melhores agora que nas semanas a anteceder o Money in the Bank.
Só parece tudo muito… Perigoso. Não queria nada ter o Braun Strowman a tratar-me do carro ou ser amigo do Bayley. Mas também temos boas notícias, como o regresso do James Ellsworth! Pode ter sido pouco tempo mas deixou saudades, mesmo que o neguem assim como poderão negar que aquele foi dos grandes momentos do Money in the Bank. Olhemos então para dez casos que até deixam saudades mas vocês nem se lembram!
10 – Jillian Hall
O que já tinha deixado saudades há bastante tempo, ainda ela não tinha atingido um estatuto mais experiente e veterano, foi a sua… Coisa, que ela tinha lá na cara. O Boogeyman – que nós sabemos bem que ele nos deixa saudades mas que até vamos vendo de vez em quando – tratou desse assunto.
De cara bonita mais lisinha e sem… Coisas, ela partiu para uma carreira mais normal. OK, nem por isso, devia haver qualquer coisa muito peculiar nela que não permitia que ela fosse apenas mais uma. Eu até vejo isso como um elogio. O certo é que alguma coisa tresloucada tinha que ter e já livre de cenas nojentas… Deu-lhe para cantar. E olhando para o panorama musical de sempre – sim, de sempre, não sou aquele chato do “de agora” – e vendo algumas coisas… Porque não? O que a impede? A vergonha não era, isso não a tinha. E era uma cantora e pêras, digna de duetos com uma Maria Leal, recorrendo à referência demasiado fácil.
Conseguiu um título e… Um EP oficial natalício intitulado “A Jingle with Jillian”, que mal posso esperar para o adquirir um dia e reproduzi-lo no Natal em vez das cantilenas do costume. E nem era má em ringue. Com isso tudo junto… Como não há ela de nos fazer falta? Eu apostava já no segundo disco! É que eu já ouvi os singles do Enzo Amore e muito sinceramente…
9 – Leo Kruger
Este aqui, em tempos vocês tinham muitas saudades dele e eram vocais em relação a isso, não era segredo nenhum, não havia qualquer esquecimento. Quando havia Adam Rose, sabiam bem que tinham saudades do Leo Kruger. Quando deixou de haver Adam Rose, saindo com uma nota baixa, quase deu para esquecer o performer e que ele até tinha uma cena gira antes.
Primeiro de tudo, devo dizer que até era fã de Adam Rose. Era divertido, mesmo que visse a léguas que eles não iam saber manter coisa alguma com aquilo. Revejo demasiado disso na abordagem de No Way Jose, de quem também sou fã desde o início, apenas com a esperança de que, realmente nunca lhe elevaram assim muito a fasquia, logo mantendo a coisa morna ele pode ter alguma estabilidade. Adam Rose já lá vai e Leo Kruger já lá ia.
A própria personagem teve evoluções, inicialmente apenas um nobre Sul-Africano que, entretanto, pirou e virou um caçador e mercenário que falava sozinho, arrancava cabelo a ele próprio e… No geral, era doido varrido. Também gostava bem deste e este também já lá vai há mais tempo. Raymond Leppan, homem por trás das máscaras, era suficientemente bom performer para mudar para uma personagem tão diferente, quer resultasse quer não. E um Leo Kruger ficou para trás quando até era porreirinho. Imaginem lá as conversas profundas que este poderia ter com Matt Hardy!
8 – Eugene
Facilmente se lembram de Nick Dinsmore e da sua personagem controversa na WWE, Eugene. Tudo tão errado com esta gimmick. Dinsmore interpretou alguém com um atraso mental, porque parece algo fácil de se pegar para uma personagem cómica num ringue de wrestling. Não tinha qualquer apontamento físico da deficiência obviamente e, com pacientes de autismo, Síndrome de Down, ou o que quer que quisessem representar, perfeitamente competentes e funcionais… Tudo o que Eugene fazia era comportar-se como uma criança.
Era mesmo muito errado. O gajo a fazer de retardado para risos fáceis num programa de wrestling. Tão errado. Se calhar subconscientemente é isso que se tem saudades, não disto em específico, apenas de algo que estique a corda e que se esteja a marimbar, como tanto se marimbavam nestes tempos. Se calhar há uma saturação do políticamente correcto que a malta quer qualquer coisa que fuja a isso mesmo que recorrer a limitações mentais não seja o melhor caminho.
No entanto, Eugene era interpretado como um lutador amável, bem intencionado e apresentado para se sentir simpatia por ele, em vez de um alvo de chacota. Era popular também. E perfeitamente competente no ringue. Se calhar até é disso que pode deixar alguma saudade. Nos dias de hoje dava para um markanço se tocasse a sua alegre música e ele viesse imitar os seus Superstars favoritos e, quem sabe, uma nova remessa de veteranos que estavam em crescimento no seu tempo!
7 – 3-Minute Warning
A entrada mais triste que aqui se encontra mas que tem um outro conceito por trás. É normal que fiquem saudades dos dois integrantes desta equipa e, infelizmente, já não os podemos ter de volta, ambos membros já nos deixaram. Eddie Fatu, que melhor conhecemos como Umaga, foi o primeiro e Rosey, irmão de Roman Reigns é o caso mais recente. Que descansem em paz e, sem dúvida, deixam saudades.
No entanto, não olhando para os indivíduos em si, com todos os devidos respeitos já prestados, temos que olhar para a equipa. Os 3-Minute Warning. O conceito da equipa. Uma dupla contratada que dava 3 minutos de limite a um combate ou segmento que, no caso de não agradar, era interrompido e à bruta. E então agora é que pensam. Caramba, o jeitaço que isso dava muitas vezes agora! Sempre! Podem imaginar como seria um segmento com as irmãs do Bobby Lashley se houvesse uns 3-Minute Warning de olho? Devia ser mandatório!
Gimmick algo infame e mal vista e agora estamos nós a compreender o visionários que eram e a falta que até podem fazer. Agora já lhes damos valor. Conseguem imaginar, numa situação em que seriam estes mesmos performers em vida a agir hoje em dia, quantas vezes Rosey teria que interromper o próprio irmão?
6 – Kevin Thorn
Kevin Thorn, o vampiro que integrou a ECW quando esta reencarnou na nova versão da WWE. Tinha uma entrada extravagante, toda uma aura obscura e sinistra e fez parte do grupo ao qual chamavam “New Breed”, constituído pelo suposto “sangue novo” da ECW que de ECW tinha nada. Um tipo grandalhão que nem sempre se lembram mas que até deixa as suas saudades, suponho eu.
Nota correctiva: Oh, quem é que quer saber do Kevin Thorn? O gajo nem era assim tão bom! Vocês têm é saudades da Ariel! Se querem ver Shelly Martinez por aí, ela também ganha como modelo e actriz num tipo de ficção mais marota (é softcore, para acalmar as rédeas dos mais depravados) e tem um combate clássico a ser recordado nas seguintes eras, com a Rebel, no One Night Only: Knockouts Knockdown 4. Vão lá matar saudades. Mas vejam lá o que se põem a fazer.
Nota correctiva 2: OK, vamos mesmo ser honestos. Ninguém tem saudades do Kevin Thorn, mas todos sabemos que precisamos é do Mordecai! Esse sim é uma lenda que não precisamos só nos nossos ecrãs na WWE, precisamos mesmo no nosso dia-a-dia, a livrar-nos dos nossos pecados! Dos vossos pecados ali com a Shelly também!
5 – The Heart Throbs
Dois tipos bastante flamejantes, Antonio e Romeo, com entradas extravagantes e com toda a sua essência à volta de muito movimento pélvico. É quando se lembram deles que se apercebem que são os Breezango. Não são nada. Duplas bastante diferentes, mas não deixo de pensar na risota que seriam juntos.
Antonio Thomas e Romeo Roselli, usando apenas os seus primeiros nomes, tiveram uma curta passagem pela WWE, como uma equipa cómica e enérgica do Raw, que competia mais no Heat. Entre as suas entradas e, por vezes, as meninas que levavam a acompanhá-los, conseguiram conquistar alguma popularidade do público. E, extravagantes como eram, era coisa para pegar para a galhofa. E isso até resulta em qualquer altura, fosse no seu tempo (2004/06) ou agora.
O problema são as limitações do que se fazer com a mesma piada e até o grau de atenção do público, acabariam por se fartar de tipos a abanicar muito a pélvis – ou então se calhar não – e faria com que qualquer passagem deles em qualquer lado fosse passageira – assim foi a carreira deles, de facto. Mas recebia-o de braços abertos. Não literalmente porque ficaria esquisito, da maneira como eles se comportam.
4 – JTG
Pronto, já bem devem saber que têm saudades dele, sim. E refiro-me só a ele, acho que é bem sabido que a sua dupla com Shad, os Cryme Tyme, são um caso de uma equipa que até hoje é vista como mal aproveitada e que nunca teve uma verdadeira oportunidade. Refiro-me mesmo à segunda passagem de JTG a solo. Uma lenda, sabem bem que têm saudades de ouvir o “Brooklyn, Brooklyn!” que anunciava a sua chegada.
O que nem sabem a falta que vos faz é a piada corrente que tínhamos e que nos foi retirada para nossa tristeza. O facto de termos JTG mas não termos. O cúmulo de alguém empregado pela WWE, num plantel principal, sem que alguma alma lhe pusesse a vista encima alguma vez. Era ver as remessas de despedimentos, com alguns nomes surpreendentes, e JTG sempre a safar-se. Quase como se esquecessem que ele lá estava sequer. E era capaz.
Quão triste foi ver um dos mais fantásticos sites pela web, “How long has JTG been employed”, finalmente acabar a sua contagem? Então vão lá verificar. Independentemente do quanto se lembrem dele, JTG esteve empregado pela WWE durante 7 anos, 30 dias, 19 horas, 24 minutos e 13 segundos. Que volte para mais sete anos de coçá-los!
3 – Ricardo Rodriguez
Um caso curioso. Era um mero acompanhante e sidekick de alguém que não consta que deixe muitas saudades por aí, Alberto Del Rio. E começamos a fazer contas. Del Rio, hoje em dia uma estrela que perdeu imenso brilho e já não suscita assim grande interesse por aí. Mas já esteve bastante over.
Claro, nada a apontar-lhe em falta no ringue e a sua personagem tinha o seu apelo. Era um bom comunicador carismático, bom vilão e trazia alguma frescura. Mas a coisa estagnou, Del Rio começou a expor um lado seu que talvez não agradasse a todos, amalandrou-se e, num instante, estava passado. Mas se calhar não olhamos para os factores todos. Ele tinha mais qualquer coisa que o tornava apelativo e se calhar nem todos notavam. O seu tal sidekick, o seu ring announcer pessoal, Ricardo Rodriguez… Se calhar estava ele mais over que o próprio Del Rio!
Também ele lutador – luchador, para ser mais específico – mas nessa sua personagem reduzido a acompanhante por vezes cómico. E tinha a sua graça. E a anunciar, fazia-o como ninguém. Até o aceitava de volta, como ring announcer de qualquer um. Sim, porque está mais que visto que não precisava de trazer o Del Rio com ele. Mesmo que ele a gritar “Alberto Del Rio! Alberto Del Rio!” rápida e repetidamente, a correr à volta do ringue seja ouro… Ele podia fazer isso com qualquer coisa.
2 – Snitsky
Este até sabem mas não sabem. Nem digo que tenham especificamente saudades de ter bebés pontapeados para a bancada, pode ser a fazer qualquer coisa, quer seja em ringue, em parceria com Goldust, a trocar ruídos desconfortáveis com o Heidenreich ou a assediar os pés das Divas. Qualquer coisa que ele fazia era divertida. Mesmo quando lhe viraram a personagem e o tornaram apenas um monstruoso assustador, de dentes amarelos, sem o seu anterior factor cómico… Era para a pancada velha e isso é divertido.
Eu tanto estou no lado sério de considerar que Snitsky até era um grandalhão underrated, como estou no lado mais jocoso de que ele é o maior e a malta nem sabe. É como ser fã de Bon Jovi, toda a gente o é mas negam-no ou ainda não sabem. Exactamente igual com Snitsky e eu, honesto comigo próprio como sou, aceito e abraço isso. Para ambos os casos. Quando passou brevemente pela TNA, Dixie Carter exclamou que quando cantamos por “EC Dub”, cantamos por “Gene Snitsky.” E podem bem crer que sim.
Do lado mais sério, como um personagem versátil que tanto pode ter de perturbador e sério, como pode ser cómico e estranho, com pendências para o humor mais negro – que eles talvez temessem um pouco agora – e a ser apenas bizarro. Considero mesmo Snitsky subvalorizado. E se ele nos viesse fazer mais uma visita e não pegasse com o público… Já sabemos… Não era culpa dele…
1 – AW
BOOM SHAKALAKALAKA! O maior! E este sim têm que admitir. Se calhar foi mesmo preciso lembrar-vos da existência dele. E depois de se acender a lâmpada imediatamente, lembraram-se que ele era excelente. Não em ringue, consta que ele também lutasse mas não era isso que ele fazia, mas era um manager que… Não tinha como não puxar a atenção para isso.
Ele era barulhento. Mesmo muito barulhento. Como queremos que os managers sejam. Não se calava durante um combate dos seus Prime Time Players e era uma risota pegada, o gajo tinha uma lábia e um carisma de valor. Mas a sua passagem foi muito curta e foi precisamente por fazer demasiado barulho que ficou mal. Ainda não sabemos bem o que lhe fez a folha – foi aquela piada arriscada? Foi o endorsement público a Linda McMahon? Foi simplesmente nós não podermos ter coisas fixes? – mas foi injusto.
Ele é o tipo de gajo capaz de sacar de algo como o Titus Worldwide – era um bocado o que ele tinha na altura, ironicamente com os PTP de Titus O’Neil – mas sem a parte de andar a tropeçar e a ir de cabeça. Mas fosse a fazer barulho por quem fosse, o que eu daria para ter de volta o gajo que protagonizou um dos melhores e mais hilariantes momentos tão breves num ringue. Ainda um momento favorito pessoal, daí que nunca me esqueça dele e soubesse imediatamente que seria aqui o primeiro classificado quando me ocorreu este ranking!
E agora que vos deixei cheios de saudades que nem sabiam que tinham, peço desculpa e retiro-me. Na verdade pretendia divertir com isto. E podem muito bem opôr-se a tudo e dizer que todos estes dez são uns cepos e vocês querem é o Great Khali de volta a tempo inteiro. Claro que não incluí casos como o CM Punk ou a AJ, não teria qualquer lógica. Mesmo um Damien Sandow, é bem sabido que deixou saudades. Um Michael Tarver? Esse é lenda estando lá ou não. Mas agora é que devem faltar. É a vossa vez de sacarem do “Lembram-se daquele/daquela…” e encher-nos de uma nostalgia enterrada. Força, é tema que dê para comentar e para a brincadeira. E eu juro a pés juntos que este tema não é igual àquele dos cromos esquecidos.
Por esta semana, a brincadeira fica-se por aqui mas é para haver mais na próxima semana. Espero que estas cenas ainda sejam bem-vindas. Continuação de um bom Verão para todos, bom Mundial, que nem tenho falado no assunto e, por esta altura, nem sei quem é que ainda está nessa brincadeira ou não. Fiquem bem e até à próxima!
4 Comentários
Só para dizer que acho absolutamente incrível como ainda arranjas temas todas as semanas, e já passaram 234! São 4 anos e meio… Muitos parabéns, para mim estás na galeria dos melhores de sempre do WPT.
The Heart Throbs… escavaste mesmo muito fundo nesta!
1 – The Sandman
2 – Paul London
3 – Deuce n Domino w/Cherri
4 – Jamie Noble & Nidia
5 – Elijah Burke
6 – Edge & Christian
7 – Bad News Barrett
8 – RVD
9 – Muhammed Hassan
10 – MNM
Excelente artigo mais uma vez. Uma lista de 10 que para quem acompanha há mais tempo acaba por ser interminável. Continua o mesmo excelente trabalho!
o senhor snitsky nao sinto saudades o lars e quase tao parecido e intimidante nao e parecido igual em tudo mas esta la perto ….
grandes personagens ….
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