10 “Cringy Moments” – Top Ten #229

E é altura para mais um Top Ten, após ter conseguido finalmente um a originar bastante participação e conversa. Até era tema fácil para ser debatível, só espero bem que a malta tenha mesmo lido os textos para entender qual era realmente a minha posição. Mas com isso já passado, avancemos para os bons costumes: o avacalho.

Vamos gozar com as coisas que universalmente dão para isso? Vamos. Acharam que o segmento com Sami Zayn e as “irmãs” de Bobby Lashley foi o pior e mais constrangedor que já viram? Oh, deixem-se disso. Já deviam saber que isso sempre existiu. Ora olhem para estes dez momentos!

10 – Ricos “rappers”

Não é um parágrafo a malhar na moda dos trap rappers que vendem milhões discos porque não é assunto para aqui chamado, nem eu faria qualquer coisa dessas, sabendo que poderia levar com uma legião defensora num ataque verbal, do qual provavelmente percebia absolutamente nada. Nada disso. Também não é referente ao disco do John Cena porque isso é ouro e vocês sabem. Nem os Men on a Mission.

Refiro-me a um segmento em particular que fez parte de toda uma feud que nos fez rangir os dentes quase até à gengiva. A feud entre Michael Cole e Jerry Lawler, que acabou por também envolver Jim Ross. Já bem se lembram do quão bom foi tudo o que aí se passou. Mas que tal um segmento que obriga JR a fazer figura de parvo num cenário que já seria terrível e embaraçoso de se assistir? Parece algo que esta malta escreva, sim.

Uma competição entre JR e Cole. Para além das humilhações mais mundanas, tem que dar a uma “rap battle” entre dois indivíduos que nada disso saberão. Piora quando Ross se esquece dos seus versos e acaba por dizer… Nada. Desconfortável de ver. Ainda temos o seu “Spinarooney”. A parecer de propósito para fazer JR parecer parvo mais uma vez, fica um segmento que ainda se consegue destacar no meio de uma linha contínua de banhada…

9 – Katie Vick

Ah quem quero eu enganar. Como se isto não fosse já um clássico. Aquele que deu a volta toda. Tão terrível e inacreditável que deu a volta toda e tornou-se um dos segmentos mais incontornáveis. É quase um teste para potenciais fãs de wrestling: tens que passar por isto primeiro, se o suportares, entras. Aturas tudo.

Num caso de tão horrível que se torna um clássico, por ser tão incontornável em qualquer artigo que seja para destacar qualquer coisa do pior, temos a infame rivalidade entre Triple H e Kane à volta da unificação dos títulos World Heavyweight e Intercontinental. Ah e necrofilia, porque unificar cintos não tem lá grande peso e tinha que se acrescentar qualquer coisa. Para vos fazer recordar este conto de fadas, Triple H acusou Kane de causar a morte de uma namorada de liceu chamada Katie Vick num acidente. Por cima disso tudo, que ainda se envolveu sexualmente com o cadáver. Era uma história com classe.

O que leva aqui a taça é o infame segmento. As imagens exclusivas que Triple H tinha de “Kane” a não resistir e a fazê-lo no caixão. Até conseguir finalmente fazê-lo e… Screwed her brains out. Vocês sabem qual é o segmento e como decorre. Vão lá revê-lo. E mostrá-lo aos vossos pais como argumento de verem isto todas as semanas religiosamente. À espera de outra Katie Vick. Ah e numa nota não relacionada: boa sorte ao Kane nas suas eleições locais!

8 – Cobra encantada

Por vezes isso acontece durante um combate. Quando a ideia de ter homens adultos em trajes menores e coloridos a rebolar uns por cima dos outros com o intuito de os imobilizar por tempo suficiente para ganharem um cinto todo bonito e brilhante não chega. E as personagens mirabolantes têm que abrir portas para combates destes.

3MB, lendas. Santino Marella, lenda. Great Khali, uma cena qualquer mas não vamos excluir o homem. A Cobra de Santino, lenda fortemente injustiçada se não for parar ao Hall of Fame. Um combate com toda esta malta envolvida. Até temos suores frios. E confirmam todos os nossos temores quando a Cobra… encantada… Começa a reagir a uma flauta. Com uma disputa de flautas entre os competidores no exterior do ringue, como se quisessem salvar Hamelin ou fossem todos grandes fãs dos Jethro Tull. Na verdade só estavam a controlar a Cobra. E pior, estavam a conseguir.

Homens adultos a tocar flauta para controlar uma mão revestida com uma meia, enquanto outro homem adulto cambaleia para um lado e para o outro no ringue, seguindo as melodias do instrumento de sopro. Atentem no público. Conseguem mesmo ver um indivíduo a levar as mãos à cabeça e a abaná-la. Atentem também ao ringue e procurem o futuro WWE Champion naquela festa.

7 – Peripécias do Sr. Presidente

Creio que a palavra “cringe” se adequa à ideia de que o WWE Hall of Famer que fez umas maluqueiras lá por aquele ringue, hoje lidera um país. Mas tudo por ser muito amigo de Vince McMahon, com quem rivalizou com as cabeleiras em jogo ou comprando o Monday Night Raw. Que nos leva a outra “sub-ideia” de “cringe” ao ver alguém que seja muito amigo de Vince McMahon a liderar um país.

Mas nem sequer me refiro aos momentos em que ele lá aparecia. A disputa na Wrestlemania até foi bizarramente divertida e ainda ninguém sonhava com os futuros planos do Sr. Trump. O pior era mesmo quando ele não estava lá. Quando Vince quis capitalizar em qualquer coisa que se andava por lá a passar pelos tablóides. Uma espécie de rivalidade entre Donald Trump e Rosie O’Donnell. Lembram-se? Quando uma polémica ou disputa de Trump nas notícias não passava… Disto? Bons tempos de inocência. Mas pronto, o Tio Vince foi capitalizar da melhor maneira.

Servindo-se de lutadores independentes equipados com perucas a rigor, a lutar em ringue para o clássico Donald Trump vs Rosie O’Donnell. Um “combate” que fez Vince ouvir, em primeira mão, cânticos amáveis como “Change the channel” ou “TNA”. E o Vince ali mesmo a ouvir, talvez convencidíssimo de que aquilo seria hilariante. A malta conseguiu fazer barulho apesar de embasbacada com o que se estava a passar. Sabem aquela “tape” que os Russos têm que Trump teme que saia ao público? Não tem nada a ver com actividades íntimas esquisitas. É isto!

6 – The Old Day

Já sabem a estrutura deste, vimo-lo esta semana. Trazem uma data de actores amadores ou lutadores independentes e colocam-nos em disfarces parvos. Depois procedem a uma encenação embaraçosa, com representação e piadas infantis e alguém algures estará a rir-se. Mais certamente Vince e alguns lacaios à sua volta porque assim têm que o fazer, está no contrato deles.

Neste caso, foram Luke Gallows e Karl Anderson que conduziram o segmento, quais Tom ou Jerry como maestros de uma orquestra. A dar em desastre, claro. E queriam provocar os New Day. Para isso, trouxeram três indivíduos que eram os Old Day. Entendem? New Day, Old Day. Sim? Pronto, eram os New Day mas em velhos. Também entendem essa? Vá, é genial. O que decorreu ao longo de todo o segmento em geral, confesso que nem me lembro. Às vezes este cérebro até funciona mais ou menos bem.

Andavam a batalhar com muita coisa, manter os New Day como um acto engraçado que não se tornasse ultrapassado; manter Gallows e Anderson como um acto… Apenas. Para resolver os problemas dão-lhes o clássico segmento dos “Old Day” que dá para pegar em qualquer Adam Rose e dar-lhe uma carreira de Steve Austin. Pelo menos acho que ambos os partidos recuperaram bem disto. Mas ainda devem sonhar com isto à noite de vez em quando.

5 – Manas Lashley

Este está fresco nas vossas memórias, nem vale muito a pena estar a recordá-lo. Até porque nem sequer o querem. Mas se calhar é por isso mesmo que o vou fazer. Este segmento já foi anunciado na semana anterior e não acho que seja o único a dizer que já a partir daí se via o que aí vinha. Estava tudo preparado para dar numa destas.

Sami Zayn serve-se das três “irmãs” de Bobby Lashley, que este fez questão de mencionar… muitas vezes na sua entrevista com Renee Young. Tudo para contar a “verdade” sobre ele. Já deviam imaginar o que era. Imaginem três mães do Shelton Benjamin. Mas três homens em drag. E temos um segmento a arrastar-se, constrangedor e a fazer-nos pensar que até estávamos contentes por ver Zayn Heel a ter uma feud notável… Mas a ter que levar com isto no meio. Isto para não falar dos desgraçados dos três lutadores independentes que interpretaram as “irmãs” e que lá estavam, não pelos seus dotes orais, mas pela capacidade em levar bumps – mais ou menos, visto que um ainda se atrapalhou todo.

O tal tipo de segmento que terá Vince a rir-se à fartazana e, depois de não resultar, talvez culpar Sami Zayn. Por favor, esse jovem tornou-se enorme a fingir que era um luchador Mexicano “genérico” quando mal falava qualquer Espanhol. E era genial. Logo nunca o culpem de coisa alguma!

4 – Bayley… This is NOT your life

O segmento “This is your life” não é novo, único e nunca foi suposto ser bom. Estes eram mesmo intencionalmente maus. Que até é quando a coisa resulta melhor. Quando Mick Foley o apresentou para “honrar” The Rock e John Cena, eram tão embaraçosos, que se tornavam divertidos. Mesmo a versão inferior com Cena foi um pedido específico de Foley que o deixassem ter o pior segmento que qualquer um tivesse memória. Junte-se a isso o próprio Cena a reagir ao quão terrível era tudo o que ali se passava. E estava aí o seu charme.

Quando temos Alexa Bliss, Bayley e alguns maus actores desconhecidos, a coisa já não se dá bem assim. Não havia o charme “campy” de Foley, nem sequer eventos reais que dessem para originar o que quer que fosse. Apenas uma Alexa a não saber como orientar aquilo e uma data de dramas de liceu a tentar desenrolar-se de forma cómica e apenas a fazer malta tapar a cara, ficando só um olho a espreitar por, no fundo, não conseguir deixar de ver, do tipo acidente rodoviário.

Marcou a sua posição na altura, sim. Como, realmente, um dos piores segmentos que muitos já tinham visto até então. Mesmo os que já tinham visto muita coisa. Marcou a feud entre Alexa Bliss e Bayley que foi dar num clássico “Kendo Stick on a Pole” lembrado por razões semelhantes. As miúdas terão ficado felicíssimas com tudo o que lhes deram aqui. Não consigo deixar de os imaginar a pensar o que terá corrido mal com a Bayley, quando ela era gigante no NXT…

3 – Claire Lynch <3

Oh, também quero enganar quem em relação a esta. A minha amiga, a nossa eterna. Isto também já deu a volta toda para se tornar um clássico. Talvez o que se considere alguns dos últimos suspiros da TNA como a conhecíamos antes de entrar num estado de constante renovação e remodelação, tornando-se o globalizado Impact Wrestling que, debata-se a qualidade de espectador para espectador, talvez tenha apenas uma parcela do brilho que a companhia já teve antes.

E era quando também envolvia nomes de peso. AJ Styles, agora WWE Champion, não devia querer que uma casa partilhada com uma toxicodependente, que insistia que tinha tido uma “hot passionate night” com ele, fosse propriamente a casa que ele construiu. Christopher Daniels e Kazarian também não estavam tão preocupados em tomar conta de uma outra companhia e destabilizá-la por completo, só queriam achincalhar com um gajo. Isto deu muitas voltas, primeiro Kaz virou-se a Styles por saber um segredo; o segredo foi desvendado como um potencial caso com Dixie Carter; o segredo foi desmentido como Styles e Dixie a tratar de uma viciada em reabilitação.

É, deu muitas voltas. Foi quando trouxeram uma actriz amadora, com pouco jeito para o drama, ainda para mais tendo um ringue como palco, que sabíamos que tínhamos ouro. Se calhar umas aulinhas com o Big Show ou o Ric Flair e aprendia a chorar melhor. Mas que importa? Foi esse embaraço que fez do segmento inesquecível. Doloroso mas a malta adorou por isso mesmo. Há coisas para as quais não nos importámos de ser masoquistas. Porque este era suposto ser sério e dramático e deu nisto. Assim, Claire Lynch estará sempre nos corações de muitos de nós fãs, que até nem se importavam que aparecesse por lá outra maluqueira destas para ver se até agita aquilo.

2 – Kathie Lee e Hoda ou Whatever

Tenho que admitir que por vezes o meu cérebro funciona muito bem e fico-lhe grato por isto. Talvez as duzentas-e-tais edições disto não o demonstrem mas isto tem as suas qualidades. Aqui dou as suas preces à sua capacidade de filtrar conteúdo e apagar algumas coisas. Para preencher a lista e começar a listar, além da minha memória também me baseei em pesquisa. Onde me apareceu este segmento. Que me tinha esquecido completamente que tinha acontecido. Cérebro a trabalhar bem, lá está.

Mas lá fizeram questão de me refrescar a memória. Kathie Lee Gifford e Hoda Kotb são os nomes das senhoras, que apresentam um programa diurno na NBC chamado “The Kathie Lee and Hoda Show” que diz tanto respeito aos fãs de wrestling como os resultados das ligas infantis de basquetebol na Bielorússia. Que sempre seriam mais interessantes. Mas elas lá foram, acompanhadas por Adam Rose, ter um segmento em ringue no Raw. Pronto, foi horrível. A concordância é universal e nem vale a pena esticar muito além disto. Até porque nem me lembro do que raio aconteceu. O que o meu cérebro conseguiu desenterrar ao recordar isto não foi exactamente o que aconteceu mas sim que entrou em modo hibernação e desligou-se. Fez bem.

Nem sequer me lembro se o Adam Rose ficou com elas para o segmento. Mas como o seu percurso na WWE foi apenas uma sucessão de bofetadas à sua dignidade, sou obrigado a acreditar que sim, ficou e fez algo parvo. São sortes. Digam à WWE que celebridades trazem atenção, sim e há muitas que podem ser divertidíssimas. Mas que muito raramente acertam. Estas senhoras? Resultou para alguém, para algum dos lados, para coisa alguma? Acho que a coisa até era para a Susan G Komen! E mais depressa acho que causou cancro!

1 – Amor de Irmãs

Pronto, a primeira posição é especial. Porque nem é um segmento, é toda uma história com vários segmentos. E sei que também trago um dos vossos favoritos. Quando as meninas Bellas se chatearam e disseram umas coisas que gémeos devem estar constantemente a dizer uns aos outros. E daí nem sei mesmo, nunca tive um para saber. Mas recordemos estas maravilhas.

Os principais ingredientes regulares nesta feud eram choradeira, catfights, a Nikki regularmente descalça, puxões de cabelos, estaladas fortes e duas raparigas muito atraentes e muito parecidas à bulha uma com a outra. Tem tudo para parecer óptimo. Tirando a parte que não foi e cada segmento era mais embaraçoso que o outro. Dou-vos dois a escolher como o melhor: o de Jerry Springer. Sim, por falar em participações embaraçosas de celebridades, inclua-se um senhor que já é embaraçoso na sua área, quanto mais trazê-lo para aqui. Claro que, com esse estatuto, tem lugar na WWE, ao ponto de já ter tido o seu próprio programa na WWE Network. Mas pronto, foi anfitrião de um segmento bem à moda do seu programa, entre as meninas Brie e Nikki.

Ou então o outro que se calhar é mesmo o favorito dos fãs. O segmento apresentado agora por Jerry Lawler no qual, no meio da má choradeira de Brie, que representa pior que o que luta, Nikki deseja-lhe, na cara, que ela tivesse morrido no ventre. Classe. E clássico. Eles adoram as Bellas. Muito, para incómodo de muitos fãs. Eu devo admitir que, na verdade, gosto delas sim. Já esta história mais depressa dava a entender que eles é que não gostam nadinha delas…

Pronto, já vou deixar de vos embaraçar. Todos estes segmentos já passaram e os seus integrantes sobreviveram. Eles devem sentir-se pior que vocês, eles tiveram mesmo que vivê-los e dar a cara por eles. Todo o respeito do mundo por todos eles. Mas agora que já listei todos os momentos que vocês não utilizam para mostrar a alguém porque é que são fãs de wrestling, ponho-me a andar daqui e deixo-vos a vocês a tomar conta disto. Comentem estes momentos, o quanto gostaram deles e acrescentem outro que só não vos fez mudar de canal porque já ninguém vê isto numa televisão.

Planeio cá voltar na próxima semana. Eu, ao menos, embaraço-me todas as semanas ao comparecer sempre aqui armado em parvo. Fazem-se vidas assim. Compareçam, se até lhe acham piada. Fiquem bem e até à próxima!