Eu sempre tive a preferência por ver combates individuais de wrestling, ou combates onde está cada um por si e geralmente os combates de equipas, sejam tag-teams ou multi-man matches, nunca me prenderam muito a atenção. Não é que eu não goste de ver wrestling em equipas, eu não tive culpa foi de começar a assistir wrestling a sério quando a acesa rivalidade entre os Nexus já destruídos por Cena e os The Corre(Ex-Nexus) ocorria, assim como também não tenho culpa de começar a ver wrestling regularmente quando as tag-teams estavam condenadas a um lugar no Pre-Show.
O facto de eu antes não gostar muito de wrestling de tag-teams e stables, estava somente relacionado com as tag-teams em si e a forma como a WWE as tratava e e eu só fui percebendo isso ao longo dos anos, quando reparei que quase nenhum wrestler que atuou numa tag-team quando eu comecei a assistir wrestling regularmente, se encontra atualmente no plantel DA WWE, isto demonstra não só o quão fracas a maioria das tag-team eram, por volta de 2011/2012, como também o apreço que a WWE tinha por esses superstars que foram abandonando a companhia ao longo dos anos e talvez por isso eu não dava grande importância às tag-teams, se eles não queriam saber, porque haveria eu de querer?
Ia eu assistindo cada vez mais regularmente, aos shows semanais da WWE e iam aparecendo à frente do ecrã do meu computador ou televisão, equipas como os prime-time players, air boom, primo e epico, que na altura já tinham passado por mais de 500 gimmicks diferentes e ainda não tinham sido toureiros ou vendedores porto-riquenhos de folhetos, etc…, o wrestling de equipas era visto como uma comédia. Foi aí que apareceram os The Shield, três gajos que eu não conhecia de lado nenhum, vestidos com coletes pretos como se fossem membros de alguma organização militar, que destruíam tudo e tudos, incluindo John Cena, que na altura só não se chamava Clark Kent, porque provavelmente o nome tinha direitos de autor.
Foram os The Shield, através da personalidade diferente de cada um dos membros e através dos combates excepcionais que estes tinham com qualquer equipa, que me fizeram a olhar para o wrestling de equipas de outra forma, não como uma tentativa de comédia por parte da WWE, mas sim como uma opurtunidade para mostrar o talento que de facto aqueles wrestlers possuíam, já para não falar das feuds, que a partir daí subiram consideravelmente de nível. Resumindo, foram os The Shield os responsáveis por me fazer gostar de wrestling de equipas, por me fazerem relembrar aqueles tempos em que ainda acreditava que as rivalidades no wrestling eram reais e que contava com equipas como os DX ou os Jeri-Show.
Bem, este meu regresso ao passado, foi apenas uma introdução ao assunto principal que eu aqui quero enunciar, que é a fraqueza da divisão de tag-teams da WWE neste momento, estando em pior estado no Raw, do que no SmackDown, na minha opinião. Se olharmos para o plantel de equipas do Monday Night Raw neste momento, vemos como campeões, um Matt Hardy cuja “Broken Gimmick” não está a ter o sucesso que se previa ter e um Bray Wyatt que já não é o mesmo que foi campeão da WWE o ano passado, temos os The Revival que tristemente, pelo menos para aqueles que os viram no NXT, não passam de jobbers, temos os Authors of Pain, temos um Heath Slater e Rhyno, cujo conto de fadas já acabou, temos os Breezango que já nêm aparecem e temos os #1 contenders, ex-MizTourage, Bo Dallas e Curtis Axel, agora conhecidos como B-Team, ou seja, como se pode ver pelo nome, só servem para a comédia, o que é pena pois os dois até têm talento. Eu sei que não referi a gloriosa Titus Worldwide, mas acho que a opinião acerca deles é comum a toda a gente.
Na Brand Azul, temos os Bludgeon Brothers como campeões, o que não é de todo mau, apesar da sua gimmick ainda não me convencer muito, temos os New Day e os Usos, que são na minha opinião, as duas tag-teams/stables mais talentosas da WWE atualmente, temos os The Club, Gallows e Anderson, que desde que se separaram de AJ Styles, já não são vistos como grandes ameaças, temos os The Bar que nunca mais apareceram e temos os recém estreados Sanity, que têm tudo para conseguir revitalizar esta divisão de tag-teams. Eu sei que só referi as tag-teams e stables do Raw e do SmackDown, mas não vale a pena falar desta divisão no NXT, pois esta encontra-se a anos-luz da do Main -Roster, no bom sentido claro.
O que eu quero dizer com toda esta enumeração de tag-teams, é que neste momento, aquela era dos The Shield/Wyatt Family, que voltou a pôr muitos olhos no wrestling de equipas, foi quase que em vão, porque em pleno 2018, quase que parece que voltámos àquela era em que as tag-teams eram apenas um foco de comédia, deixa-me frustrado o facto de stables como os The Shield ou os Wyatts, ou até mesmo atuais tag-teams como os Usos ou os New Day terem trabalhado tanto para trazer de volta algum prestígio ao wrestling de equipas, para depois a WWE nos presentear com uma rivalidade entre Wyatts e B-Team, cujo foco é claramente a comédia, o que embora às vezes bem executada, não me empolga minimamente, assim como segmentos que consistem nos New Day a comer panquecas não me fascinam. E não é só isto, uma rivalidade entre Sanity e New Day, por exemplo, apesar de me parecer um bom programa, não me traz aquela antecipação que eu tinha, antes de ver um combate entre os The Shield e os Wyatts, por exemplo.
Secalhar posso ser apenas eu que estou a ser nostálgico, a ter saudades dos tempos dos The Shield e dos Wyatt Family e por isso não consigo aproveitar o wrestling de equipas que a WWE proporciona neste momento, mas acho que é comum a todos, que o wrestling de tag-teams está novamente a baixar de qualidade, tudo bem que não temos Nexus vs Corre, Santino Marella e Vladimir Kozlov e uma das 1001 gimmicks de Primo e Epico, mas há algo nesta divisão de tag-teams que me faz sentir nostálgico e não é o facto de me relembrar anos anteriores, mas sim o facto de me fazer querer relembrar anos anteriores e isso não é bom sinal, eu pessoalmente prefiro que as tag-teams e stables sejam encaradas como verdadeiras ameaças e não como alvos de comédia, mas secalhar há quem prefira o contrário, o que eu sei é que neste momento, mesmo apenas vendo muitas vezes, apenas os highlights dos shows semanais, dou por mim a passar à frente os combates de tag-team, algo que não acontecia há uns anos atrás.
Obrigado a todos os que leram este artigo, espero que tenham gostado e vemo-nos no próximo domingo, com mais um More Than Words.
1 Comentário
Ja eu acho que a imagem que a empresa nos passou dos lutadores de equipas (a maioria) é a de wrestlers que jamais triunfariam individualmente. E essa lacuna poderia ser preenchida com nomes de peso mesmo do main-event que nao estejam a fazer nada tal como juntaram big show e chris jericho por exemplo. Isso imediatamente trairia prestigio à divisão.