Inicialmente, eu não tinha pensado em fazer uma crítica sobre o PPV Royal Rumble, porque pensava já ter dito tudo e qualquer surpresa por eles planeada, já tinha sido mais ou menos prevista. Basicamente, pensei que nada iria mudar significativamente, e não mudou de facto. A Raw ajudou a pôr tudo em perspectiva. A verdade é que mesmo não mudando muito as histórias principais, este PPV conseguiu ficar aquém das expectativas, pelo menos no meu ponto de vista.
Por norma, deve-se começar os PPVs com combates agitados e interessantes, de forma a cativar o público logo de início. Algo que faça com que os fãs fiquem ainda mais ansiosos por ver o resto do espectáculo. A forma como um PPV começa, pode influenciar positivamente ou negativamente a visão sobre o PPV como um todo porque acaba por ser um dos elementos principais a fazer a diferença. Essa é uma das razões pela qual a Wrestlemania de vez em quando começa com o Money in the Bank.
E foi esta uma das falhas desta edição do Royal Rumble. Sinceramente, as expectativas para o combate pelo título de Pesos Pesados nunca foram muito elevadas, mas foi uma péssima maneira de iniciar o evento. É verdade que era a escolha mais óbvia, mas o posicionamento deste combate acabou por afectar negativamente a ideia do evento logo desde início. Se tivesse ocorrido mais tarde no card, não teria tido a influência que teve.
E passo a explicar o porquê deste impacto negativo. Fazer um combate com uma pessoa de grandes dimensões é difícil. Muito provavelmente, já é uma sorte se for considerado bom. É claro que depende muito dos lutadores que estão em ringue, mas que não é fácil é um facto. A fluidez do combate fica comprometida, a quantidade de manobras que pode ser usada é limitada e a credibilidade do que se está a passar é frágil. Digo frágil, porque basta olhar para Big Show e Daniel Bryan, e custa a acreditar que o último consiga de facto magoar o primeiro. Há manobras que uma pessoa custa a “engolir”, se é que me entendem.
Ora, se isto é difícil num combate onde um dos participantes é um gigante, por assim dizer, então num combate com dois ainda mais difícil é. Tendo em conta que um deles estava lesionado, o que se notou porque a sua participação no combate não foi nada por aí além, o conceito de ser Triple Threat também ficou um pouco perdido.
No início do combate, notou-se o esforço de Bryan e Big Show de manterem o ritmo acelerado. Contudo, isso pouco durou, depressa tornando-se lento e pouco fluído. As manobras foram-se repetindo e o facto de Henry não estar capaz de contribuir para o combate tornou-se ainda mais notório. A meu ver, Henry nem devia ter participado, é certo que agora com a história da suspensão o tiraram da televisão, mas ele nem ao Royal Rumble devia ter ido. Lesão é lesão, e não só a sua presença não compensa e não contribui para o espectáculo, como corre riscos desnecessários.
Outro pormenor importante em que o combate falhou foi na construção da história. A meu ver, o combate não teve aquela ideia de progressão que acaba por culminar na vitória. Mesmo com as várias tentativas de fuga de Bryan, quando ele realmente o fez, tal não teve ímpeto nenhum levando a um final anti-climático e frustrante. E o facto do combate ter sido curto, tendo em conta o que estava em jogo e as condições em que estava a ser disputado, também não ajudou.
Mesmo quando ele estava pendurado do lado de fora da cela pela mão do Big Show, pensei que aquele seria um dos momentos que iria ajudar a construir o combate a expectativa de quando é que Bryan seria bem sucedido. Quando ele de facto se largou, pessoalmente, não estava à espera, tinham havido muito poucas situações de verdadeiro perigo de fuga para me levar a acreditar que podia acabar já. Foi um fim anti-climático que acabou por estragar o propósito do combate que era entusiasmar os fãs para o PPV.
Concordo a escolha do vencedor a 100%, aliás tal como já disse na semana passada, Bryan está numa situação injusta devido aos lutadores com que ele teve que trabalhar no seu reinado, porque quase nunca brilhou. Mesmo com vitórias cobardes, a verdade é que o talento de Bryan e o que ele é capaz de fazer não têm sido exposto durante o seu reinado, o que é uma pena. Porque para quem conhece o trabalho de Bryan e para quem viu o que ele foi capaz de construir, por exemplo na passada Raw, acaba por ser frustrante.
Neste combate, congratulo-o apenas pelo esforço de ter tentando dar ritmo ao combate e por estar a ter o dobro do trabalho ao lutar com ambos os gigantes alternadamente, sempre que um precisava de descansar. Gostava que a WWE visse isso como uma prova de que deve apostar nele e que deve deixá-lo ir como campeão para a Wrestlemania, mas tenho imensas dúvidas de que isso aconteça.
De qualquer forma, a ideia a reter é que se este combate tivesse ocorrido a meio do card, quase nada do que referi se teria notado, ou talvez teria mas não com a importância que teve. A influência que o primeiro combate tem na análise do evento como um todo é enorme, se não fosse, não se teria tanto cuidado a escolhê-lo. Pelo menos, deveria-se ter cuidado. O facto deste combate ter fracassado foi mais evidente porque estava numa posição em que de facto precisava de agarrar os fãs e pessoalmente, não o fez.
Outro problema que esta história tem com estes lutadores envolvidos é que já está a durar há tempo demais. A maioria dos fãs, pelo menos aqueles que se fazem ouvir nas arenas, já estavam saturados desta história no Survivor Series. A verdade é que o auge obtido por Show e Henry foi o spot deles na Vengeance e como já se sabia que não se conseguia fazer nada melhor, as pessoas simplesmente deixaram de estar interessadas. A reacção dos fãs no combate deles no Survivor Series contou a história.
Adicionar Bryan à história foi uma lufada de ar fresco e levou os fãs de Bryan ao delírio, mas a verdade é que temos estado a ver estes três alternados nos main-events da SmackDown (excepto quando é Randy Orton ou Wade Barrett) durante muito tempo, o que não só esgota, como não motiva as pessoas para os ver em PPV.
Infelizmente esta história ainda não acabou de vez. Com Henry parece que sim, porque ele agora está de fora devido a lesões. Mas com Big Show parece que ainda há coisas por resolver que só ficarão acabadas por definitivo na Elimination Chamber.
De seguida, para continuar um PPV que não tinha começado bem, tivemos um combate de Divas. Não só não tinha sido anunciado, como sentiram a necessidade de usar todas aquelas que eles querem que sejam relevantes. Basicamente, quiseram fazer o circo do costume tornando tudo isto demasiado previsível. Primeiro, tivemos um início anti-climático e agora tínhamos o tipo “intervalo”. Onde está a lógica desta disposição? Intervalo tem lógica quando acabamos de ver algo excitante e interessante. Nesta situação, não poderia ter sido pior colocado.
E depois a previsibilidade, mais uma vez, era um dos grandes defeitos desta divisão. Bastou a equipa heel entrar para adivinhar quem constituiria a equipa face. Por um lado este combate mostrou um bom destaque: Beth Phoenix está oficialmente de volta, o que já fazia falta sendo ela a campeã. Ela mostrou-se dominante e foi a responsável pela vitoria. Depois do intervalo forçado a que foi vítima, realmente era o mais justo e inteligente.
O combate em si foi mais do mesmo, aliás todos os combates de divas são iguais. Uma coisa que eu acho que a WWE não percebe é que não é por pôr a Tamina ao lado do trio maravilha que esta vai ser levada mais a sério. Para um fã que realmente se preocupe com o que se passa na divisão de Divas, para um fã que perceba e que consiga analisar as capacidades das Divas, não interessa se a Tamina ganha à Natalya 50 vezes por squash ou se a Kelly tem o título por 5 anos seguidos.
Se elas não o provarem em ringue, não há volta a dar. Sim, é verdade, a WWE possui a capacidade de exagerar e promover momentos simples e básicos, de forma a convencer os fãs da credibilidade dos mesmos. Mas para a WWE fazer isso, é necessário que haja algo dos lutadores ou desses momentos para dar, por mais mínimo que seja. Ora, nenhuma delas neste momento possui alguma credibilidade, logo a WWE não consegue fazer tudo sozinha.
A questão, é que não há um número de fãs suficiente que se preocupe com esta divisão o suficiente para se fazer ouvir. Até isso mudar, a WWE faz desta divisão o que quiser, seja isso bom ou mau.
Outro pormenor engraçado que retirei deste combate, é que o spot da Kelly Kelly assustou-me. E passo a explicar porquê. A Kelly está na WWE há alguns anos. Dizem que melhorou, mas a meu ver continua a não ser lutadora com capacidades para estar em TV. Dizer para ela ir para a FCW até já é ser simpático, porque com os anos que tem daquilo, mostrar algo mais já era obrigatório.
Acontece que quando alguém não é bom a fazer algo e começa a arriscar cada vez mais, a probabilidade de algum acidente acontecer torna-se mais elevada. Ter uma lutadora, ou modelo – como lhe quiserem chamar – a tentar fazer manobras mais arriscadas quando ainda nem sequer consegue fazer o básico, só me faz ter medo por ela e por todas as outras que estão em ringue com ela. Sinceramente, espero que seja apenas uma ocasião única que ela não se aventure muito mais, porque ela claramente não tem capacidade para andar nisso.
Em relação à mais recente agressividade de Beth Phoenix, penso que seja graças ao regresso de Kharma. Beth Phoenix não tem sido muito elevada, mesmo enquanto campeã, mas a Kharma não precisa de ser promovida, basta olhar para ela que a promoção está toda feita. Acontece que como campeã, Beth não pode parecer fraca como tem andado. Uma coisa, é andar a ser rebaixada quando se sabe que ela é das melhores que lá está. Agora, quando chega outra lutadora, convém voltar a mostrar que se sabe que Beth é das melhores.
Não digo que isto seja a construção de uma rivalidade, penso que a Kharma ainda vai ter uma rivalidade com as Bellas primeiro, mas é uma questão de consolidação da campeã. Adorava ver o choque entre Kharma e Beth Phoenix, se fosse na Wrestlemania 28 então seria a cereja no topo do bolo. Mas não acredito que isso aconteça, simplesmente porque não vejo a WWE a não usar as suas divas mais comerciais, como Kelly ou Eve, no evento do ano.
Resumindo, foi o típico combate de cinco minutos que mais valia não ter acontecido e dar o tempo a outros combates, que bem o precisavam.
Eu estava especialmente interessada em ver este combate, não pela grande promessa de qualidade que ambos os lutadores garantiam, mas sim pela promessa que a WWE nos tinha dado na passada Monday Night Raw: uma atitude mais agressiva de John Cena.
E é aqui que uma das regras mais básicas para obter sucesso, falha. E atentem ao que digo porque ainda vou referir este aspecto mais umas vezes ao longo deste artigo. A WWE tem que acima de tudo visar um plano de continuidade nas suas histórias. Não pode anunciar algo e não o fazer, tal como não pode esperar que as coisas que acontecem sem serem promovidas tenham algum impacto. Uma construção progressiva e coerente de uma história pode fazer milagres e acaba por ajudar momentos que podem não ser nada de especial, torná-los únicos.
É o que dá dinheiro porque é o que os fãs querem ver, e se calhar porque também é o mais lógico. Basta ver histórias como as promos de Brodus Clay que acabaram por falhar porque ele de facto não regressava, o exemplo da história do Raw GM e a história dos Nexus.
Pôr John Cena em grande destaque com uma cara de zangado que mete medo ao susto e depois no PPV ele aparecer nem com metade da intensidade que tinham mostrado, foi uma desilusão tremenda. Repito o que disse na semana passada, eu não estou a falar de heel-turn, estou a falar de atitude. É perfeitamente normal um herói ficar zangado por ver o seu melhor amigo, um inocente, sofrer às mãos do vilão.
E atenção, não estou a falar de chegar ali e enterrar Kane como se não houvesse amanhã, estou a falar de pequenos gestos como a atitude dele. O combate em si, até foi bem construído, não dando a supremacia por muito tempo a apenas uma das partes. A desqualificação era um dos resultados esperados e a melhor decisão, por agora.
O que aconteceu a seguir é que teve o dom de voltar a cansar o telespectador. Vamos ver a situação desta forma, segundo a “história”, da forma como Kane tem atacado Zack Ryder e as lesões que este tem acumulado, este já deveria estar paraplégico ou morto. Primeiro, levou uma chokeslam nos bastidores, segundo levou uma chokeslam através do topo do palco e agora uma tombstone no ringue.
Já percebemos que Kane é dominante! Já percebemos que ele não gosta de Ryder! Já percebemos que Zack possui imensas lesões na coluna, teoricamente. Não podem exagerar os ataques destas forma, acaba por tornar-se ridículo sequer ver Ryder em televisão, segundo a história.
Fazer outro ataque em PPV foi completamente desnecessário. PPV é para culminar e cimentar rivalidades. PPV é para acção! Não é para perder tempo a ver a os oficiais da WWE a levar Ryder, Eve a mostrar quão má é a representar e John Cena a mostrar-se afectado! Tudo isso já nós vimos mais do que uma vez. Não é esse o tipo de momentos que se mete num programa que tem de ser pago para assistir!
Meter lá o mesmo que se mete na televisão nacional é ridículo do ponto de vista financeiro! Já empataram mais que tempo suficiente na Raw a fazer estes segmentos, não é repeti-los em PPV que os fãs se sentirão convencidos a comprar o evento e só gasta tempo precioso para outros lutadores de facto darem espectáculo que realmente vale a pena pagar para ver!
Enfim, o combate em si foi algo interessante de se ver e bem disputado. O resultado? Justo. Agora avaliando a continuidade da história e o que se passou a seguir, foi de facto um fracasso autêntico.
Então, porque raio é que Brodus Clay vai ter um combate, não anunciado, diga-se de passagem, onde vai fazer exactamente a mesma rotina que já tinha feito seis vezes nas semanas anteriores? Isso mesmo, seis vezes!
Eu disse no artigo sobre o Brodus Clay que eles precisam de ter cuidado com esta personagem. Ele pode ser engraçado para ver dançar, mas quando chegar a altura de o meter a lutar por títulos, os fãs que se preocupam ficarão revoltados porque eles não o estão a trabalhar neste sentido. É preciso torná-lo credível. Sim, o seu tamanho ajuda e os squashes que está a dar certamente são um incentivo, mas as pessoas precisam de ver se Brodus Clay consegue fazer combates sólidos de maior duração que uns míseros cinco minutos.
Ao repetir a mesma história, ainda por cima em PPV, estão a atrasar a oportunidade de fazer isto e estão a aborrecer quem queria ver isto tornar-se algo.
Passando à frente este pequeno pormenor da construção da credibilidade de Brodus Clay, vamos pensar do ponto de pista financeiro, mais uma vez, porquê pôr em PPV, que tem de ser pago, algo que já foi visto – mais do que uma vez, diga-se de passagem – na TV nacional?
Tinham posto Brodus Clay no combate de Royal Rumble e ter usado o tempo para algo que realmente merecesse tempo para se desenvolver. Simplesmente, não faz sentido ter posto Brodus Clay num combate à parte! Resumindo, este combate foi uma perda de tempo precioso. Cinco minutos mal despendidos.
E este foi o combate que mais me desiludiu de todo o PPV. Não por ter sido o pior, mas por ser aquele de que eu estava mais à espera e com as expectativas mais elevadas.
A questão é que quando temos dois lutadores que conseguem trabalhar e fazer um combate com história, sólido e com potencial de ser candidato a melhor do ano, na minha opinião deveria ser-lhes dado no mínimo, 20 minutos para trabalhar. Óbvio que 20 é só um número e há bons combates com duração inferior, mas o que eu quero dizer é dar-lhes tempo sério para trabalhar. Tempo para mostrarem tudo o que conseguem fazer. Eu queria daqui um combate tradicional de wrestling, de um para um, com tempo e eles só me puderam dar uma pequena amostra.
Eles não estiveram mal, aliás, enquanto o trabalho foi só entre eles os dois, foi muito bom, mas rapidamente tivemos a influência de John Laurinaitis, o que me chateou, porque apesar de já saber que isso ia acontecer, estava com a esperança que dessem mais tempo antes dele interferir.
A partir daí, foi história. CM Punk a vencer Ziggler três vezes, o que não foi algo a que me opus fortemente pois CM Punk também já tinha sido vencido algumas vezes antes do PPV. Contudo, acho que não deviam comparar a credibilidade de ambos e espero que Ziggler continue em alta, como andava antes do Royal Rumble.
Para começar o Rumble, tivemos The Miz, como já tinha sido anunciado. Não sei se os rumores do seu castigo são correctos ou não, mas a verdade é que ele aguentou muito tempo no ringue, e eu não podia ter estado mais de acordo. Afinal, tal como disse na semana passada, isto é uma forma de valorizar as estrelas. Ainda fiquei mais contente com o facto de Cody Rhodes ter tido a mesma consideração por parte da WWE porque ele é o campeão Intercontinental e uma estrela que irá estar em rota do título principal ainda este ano ou no próximo. Aliás, dei por mim sempre a torcer para eles não saírem.
Um pormenor extremamente engraçado neste início de Royal Rumble é que R-Truth entrou em terceiro lugar. Terceiro lugar! Andou ele a lutar com The Miz para não vir em primeiro, mas afinal o seu destino não foi assim muito melhor. Deviam tê-lo posto mais tarde para dar razão de ser ao combate de segunda feira. Afinal, aquele era o culminar de uma rivalidade, o mínimo era ter ocorrido em PPV, mas visto que era o Royal Rumble o PPV mais próximo, tiveram que acabar com aquilo apressadamente numa Raw. Dar-lhe este significado era o mínimo que podiam ter feito e até isso lhe tiraram ao pô-lo em terceiro. Enfim, uma história que teve um pico triste.
Apesar de estar claramente em baixo de forma, a entrada de Mick Foley assinalou o início de um intervalo no combate de Rumble. Este combate é costuma ser longo e é difícil manter os fãs agarrados ao combate desde o início ao fim. Por isso, tal como depois de um bom inicio de PPV (que não foi o caso), se costuma dar algo mais leve, usualmente com piada, para acalmar os ânimos, este combate de Royal Rumble fez o intervalo com a parte da comédia.
Se havia dúvidas disso, a entrada seguinte acabou com elas. Alberto Del Rio era de facto um dos participantes mais falados para aparecer, logo quando a música dele tocou ninguém ficou muito surpreendido. A surpresa veio depois, quando se vê que não é Del Rio que lá está, mas sim, Ricardo Rodriguez. Sem dúvidas algumas, o segmento mais engraçado do PPV inteiro.
Não soou forçado, aliás, pareceu mesmo muito genuíno e veio na altura certa. Não foi nenhum comentador ou personagem qualquer, foi um lutador da FCW, que na WWE só é conhecido como empregado de Del Rio e apareceu a gozar com o patrão. Simplesmente hilariante. E conseguiu por os fãs a gritar o nome dele! Já é qualquer coisinha. Estou curiosa para ver se a recepção dos fãs em relação a Ricardo irá mudar daqui para a frente.
Para despachar logo a comédia toda, ou pelo menos pensava eu, apareceu de seguida Santino e tivemos o confronto entre Mr. Socko e Cobra! Mais uma vez, fiquei feliz por ver Rhodes a acabar com a festa e a impor mais uma vez o ambiente do Rumble.
Rey Mysterio está lesionado, John Morrison saiu da empresa e Evan Bourne desperdiçou a oportunidade da sua carreira.Restavam Kofi Kingston e Justin Gabriel. Um dos dois tinha que dar um momento único neste Royal Rumble. Kofi não se fez rogado e presenteou-nos com um excelente momento. Não digo mais memorável que o de Morrison, mas certamente lá perto. Nisso, dou-lhe os parabéns. Não sou fã de Kofi Kingston, mas o estilo dele realmente dá jeito nestas situações.
“No announcer should enter the royal rumble, we have a job to do out here (…)” Michael Cole.
Bem, mais valia ter estado calado. A entrar em número 19: Michael Cole. Aqui foi quando atingi o meu limite. Desde quando é que Michael Cole quer ir à Wrestlemania pelo título?! Hacksaw Jim Duggan aceitei relutantemente pelo simples facto que era o aniversário do Royal Rumble. E mesmo assim, não é algo que esteja completamente correcto, porque uma das grandes falhas deste Royal Rumble foi a falta de “star power”.
É certo que quando se quer validar as estrelas mais novas, situações como estas serão um pouco difíceis de evitar e isso é absolutamente compreensível. O que não se compreende é desperdiçarem entradas com pessoas como Michael Cole e Jerry Lawler. Quando podiam ter posto o Christian, por exemplo. Quer dizer, metem o The Great Khali que é aquilo que é, a regressar no Rumble e a entrar na Chamber, e o Christian, que segundo rumores, estava lá e recuperado, nem sequer aparece?
É certo que os rumores podem estar errados, mas de qualquer forma tínhamos lutadores como o John Cena e Kane que podiam ter aparecido. Afinal, os únicos lutadores que apareceram e já tinham combatido foram Dolph Ziggler e Mark Henry. Cena podia desculpar a sua eliminação com o facto de estar afectado pelo que aconteceu a Ryder e Kane podia ser eliminado por 5 ou 6 que não lhe fazia mal. Aliás, tal como Kane ou Cena, Brodus Clay teria feito melhor papel no Rumble que Michael Cole, Jerry Lawler e Hacksaw juntos. Assim, escusava-se aquele combate de cinco minutos.
Booker T e Road Dogg foram os que aceitei melhor. Booker T porque não é um simples comentador, já foi lutador e já provou, com Cody Rhodes, que ainda está ali para as curvas. Acontece que ambos deviam ter sido usado como últimos recursos e não como prioridades.
Apesar da minha raiva momentânea com a participação de Michael Cole, rapidamente foi acalmada. Não dissipada, mas acalmada. O som de risos maléficos encheu o ar anunciando a chegada de um ser há muito desejado.
Kharma foi a terceira mulher a aparecer num Royal Rumble. Por momentos, tive uma visão bastante fantasiosa em que Beth Phoenix aparecia de seguida e ambas tinham um confronto. Não tinha que ser físico, bastava o tão desejado confronto. Mas foi uma fantasia que pouco durou, porque era óbvio que ela só vinha para eliminar Cole. Ela está ainda em baixo de forma, mas de qualquer forma espero que o seu regresso esteja para breve. A sua última passagem pela WWE deixou muito a desejar, espero que comece a rectificar isso em breve.
Voltando ao tema inicial, a falta de “star power” tornou-se ainda mais óbvia e acentuada, porque as estrelas mais fortes do Rumble: Big Show, Randy Orton e Chris Jericho, vieram nos últimos três lugares! Não só deviam ter posto mais um ou outro nome, como deviam ter uniformizado mais as entradas. Se querem que as estrelas cheguem ao Royal Rumble fortes, preocupem-se com isso ao longo do ano quando estão a fazer delas jobbers ou com pouco destaque. Não é esperar que no Royal Rumble já todos sejam vistos como ameaças notáveis. Tal como já disse, este período de transição com mais estrelas novas é inevitável, mas por isso mesmo é que se tem de preocupar em consolidá-las.
O Chris Jericho até entendo que tenham guardado para o fim, mas Randy Orton e Big Show?
É certo que nenhum dos dois devia ter sido o primeiro, mas deviam ter aparecido muito mais cedo do que apareceram! Sempre eram presenças fortes e de renome para ter ao longo do Rumble. Randy Orton, por ter aparecido tão tarde, teve uma presença no Rumble nula e se tivesse aparecido mais cedo tinha dado mais razão aos fãs que estavam na arena para ver o Rumble.
Vamos ser realistas, a reacção que Orton conseguiu arrancar dos fãs na sua entrada, mostrou que não só os fãs o adoram, como na cidade natal dele, ele era um dos lutadores que os fãs queriam ver mais. Big Show é um gigante consolidado para ter durante o Rumble, muito mais consolidade que Khali que já ninguém leva a sério. E mais importante, é um gigante que está outra vez nas graças do público!
A ordem das entradas foi muito mal organizada. É daqueles pormenores que se correr bem, ninguém nota, mas possui a capacidade de piorar a análise de tudo se correr mal.
E agora sim, agora vamos discutir o vencedor. The Celtic Warrior. The Great White Sheamus venceu o Royal Rumble de 2012.
Primeiro ponto a esclarecer: sim, eu estava convencida que iria ganhar Jericho. É um facto que já tinha visionado várias vezes como seria a sua entrada, a sua prestação e por fim, a sua vitória. Sim, continuo a achar uma pena Jericho nunca ter ganho um Royal Rumble.
Se isso faz com que eu esteja chateada ou que ache que Sheamus é um injusto vencedor? Não, de forma alguma. Uma oportunidade foi dada a uma estrela que será o futuro da WWE. Não há problema nenhum com isso. Além disso, dos “novatos” até é dos meus preferidos. Fiquei orgulhosa dele e contente, tal como fiquei o ano passado por Alberto Del Rio. Agora que isso está esclarecido, vou explicar o que é que esteve errado na forma da WWE fazer as coisas. Repito, não foi na escolha do seu vencedor, foi na forma como procederam.
Primeiro que tudo, estragaram o jogo psicológico que Jericho estava a fazer com os fãs, já durante três semanas, para nada. Estragaram algo que na minha opinião estava a ser brilhante e para quê? Para nada.
Não porque eu achasse que esta história precisava de culminar obrigatoriamente com uma vitória no Rumble, mas sim porque ele tinha passado três semanas sem dizer absolutamente nada e a primeira vez que abriu a boca, devia ter sido para dizer algo com significado. Algo com impacto. Algo que fizesse a diferença, senão nem valia a pena ter manipulado tanto os fãs.
E ao que é que as palavras dele conduziram? A nada. A WWE promoveu algo numa Raw que não aconteceu. Ele podia ter feito qualquer coisa, qualquer coisa menos o que fez. Que foi entrar de forma absolutamente normal, eliminou quem tinha para eliminar e foi-se embora. Fim do mundo? Não me parece.
Eu devo ter sido a única fã que ficou aborrecida por ele ter falado naquela edição da Raw, porque achei cedo demais. E pelos vistos, tinha razão, porque não só foi cedo demais como foi completamente desnecessário, desvalorizando tudo o que ele tinha feito antes. Lembram-se quando acima falei da necessidade de continuidade nas histórias? De terem anunciado algo em relação a Cena e não terem cumprido? Aqui está outro exemplo disso.
O ataque de Jericho a Punk voltou a pô-lo no caminho que todos esperamos que ele vá percorrer, mas não corrigiu o mal que está feito. Muitos fãs viram o Rumble na expectativa de ver Jericho a fazer das suas e ficaram desiludidos.
Repito, eu não acho que ele tinha obrigatoriamente de ganhar o Rumble, mas se o tinham feito falar, alguma coisa ele tinha de fazer. Se era para isto, mais valia mesmo ter ficado calado.
Outra falha nas histórias da WWE: falta de construção de Sheamus. Toda a gente conhece a qualidade de Sheamus, toda a gente sabe que ele já foi campeão, mas a verdade é que percepção é tudo e o Sheamus foi construído como tudo, menos como vencedor do Rumble. Mesmo tirando Jericho da equação, não esperava que fosse Sheamus a ganhar. Não por achar que não merecia, mas simplesmente porque não foi trabalhado de forma a fazer com que eu pensasse isso. Ele andava perdido desde as lesões de Christian e até uma battle Royal com Hornswoggle perdeu.
Eu fiquei contente por Sheamus ganhar, mas com a falta de construção que ele teve, nunca o considerei um candidato. E quando isto acontece, não quer dizer que a WWE tenha criado surpresas, apenas quer dizer que a WWE não construiu bem a história a conduzir para o Rumble.
Enfim, devem todos pensar que achei este PPV uma tragédia grega. Não achei. Contudo, ficou bastante aquém das expectativas. Não quer dizer que tenha sido mau, mas teve erros bastante escusados e que a WWE por esta altura, já devia saber evitar.
Para o ano há mais!
14 Comentários
excelente artigo 😉 Tanta especulação á volta de jericho e com a promo que ele fez na raw e no final não fez nada de especial na Rumble,sinceramente a WWE estragou mais de metade do entusiasmo que eu tinha com este regresso do Jericho e a unica coisa que ainda me mantem interessado neste regresso de jericho é o proprio jericho,porque ele a meu ver é espetacular e por si só vale o dinheiro do bilhete para um espectáculo.Agora que a WWE estragou em grande parte o seu regresso isso sim estragou,mas mal posso esperar para ver o que jericho ainda pode fazer apesar dos estragos da WWE e o combate dele contra punk na wrestlemania deverá ser um dos melhores de sempre se acontecer,aliás tem de acontecer lol.
ótimo artigo.
Estou sem palavras és a “Einstein” do Wrestling este artigo está óptimo põe literalmente em descoberto os erros que a wwe tem feito e acredito que as vendas do PPV vão deixar muito a desejar mesmo!
Sinceramente o que me preocupa é o facto deste Royal Rumble ter sido dos piores que já vi na vida a sério.
1- Mau inicio de Rumble combate pouco apelativo e com a capacidade que tens para explicar as coisas qualquer coisa que se diga não é nada comparado com a tua forma de exelente visionária das coisas portanto foi mau este inicio e prontos xD
2- Combate de Brodus Clay e das Divas escandalosamente desnecessários!
3- Cena na Raw dá nos esperança de algo diferente ou seja um Cena mais agressivo e intimidador e simplesmente não se viu NADA na Rumble e o ataque de Kane a Ryder não foi nada que já não se tivesse visto nas Raw’s e se para alguma coisa serviu foi par deixar Kane mais over como heel para os fãs.
Mas foi bom o combate mas o resto péssimo um PPV como dizes é para acção!
4- CM Punk e Ziggler são wrestlers óptimos mas não tiveram o tratamento que deviam neste PPV e desiludiu este combate.
5- Royal Rumble Match com uma gritante, escandalosa e inacreditável falta de “star power”
Gente totalmente desnecessária neste combate tirando das lendas o Booker T e os comentadores Cole e Lawler enfim… whatever…
Del Rio, Christian, Kane, Mysterio ou algum regresso bombástico como Lesnar ou RVD não se viram!
Sheamus até merece mas não havia um Sheamus tão forte no momento em que se encontrava para ganhar a Rumble já!
Sheamus já tem: 1 titulo dos EUA, já foi King of the Ring, WWE Champion, Royal Rumble winner e será World Champion parece me demasiado para uma curta carreira ainda.
A WWE talvez tenha estragado o Jericho heel ao ele falar na Raw e desiludir totalmente no Rumble. Qual fim do mundo qual coisa?
Valeu que a Raw a seguir ao PPV foi boa e fez esquecer a má Rumble!
E mais quando o melhor ficou para o fim foi totalmente errado as entradas foram má escolhidas e o Orton entrou tarde.
Quando eu pensei quem será o numero 30? pensei vem aí BOMBA ou vem aí Kane mas quando vejo Big Show uma pessoa fica do tipo: “Está a brincar comigo” pelo lado negativo e esta foi a expressão que mais usei para classificar alguns momentos deste Rumble que ficou muito muito muito muito a desejar!
Parabéns pelo artigo 🙂
Cara esperava ,mesmo mais do wade barret e cinseramente muito ruim esse RR
Concordo contigo em muitas coisas, mas há que ver o seguinte: da maneira como estás a discutir este PPV, tornaria tudo demasiado previsível. Por exemplo os erros que apontaste na vitória do Sheamus: se ele tivesse sido construído como vencedor da Rumble, não se perdia o elemento surpresa? Não se tornaria o fim do combate um bocejante “ah, ganhou o Sheamus”? Eu apontava como principais vencedores Orton e Jericho, mas não punha de parte a vitória de Sheamus ou Barrett. E por isso ADOREI a vitória do Great White, porque foi imprevisível.
Em relação ao Jericho, o “end of the world as you know it” tinha que dizer que ele ia ganhar a Rumble? Ele, ao eliminar o Orton, fixou-se como heel e chegou aos últimos momentos do combate, que foram muito bem construídos. Na seguinte Raw, não abriu a boca e atacou o Punk. É uma boa reconstrução da personagem, não podes dizer que não…
Eu acho que o Big Show a entrar no número 30 foi uma completa desilusão… Whatever… As entradas do Cole, do Lawler, do Hacksaw Jim Duggan, do Road Dogg, completamente escusadas…
“Este combate é costuma ser longo e é difícil manter os fãs agarrados ao combate desde o início ao fim.” – Desculpa, com isto não posso concordar menos. Só para se ver quem vão ser as próximas entradas qualquer fã perde uma hora no combate sem se aperceber. Pelo menos eu…
Mais um apontamento, NÃO podes esperar combates de 20 minutos na WWE, a não ser em casos especiais (Wrestlemanias, fim de grandes feuds, e afins). Mas eu também não gostei do combate, principalmente porque o Laurinaitis é uma verdadeira miséria de personagem e só atrapalhou a coisa. O combate tornou-se uma confusão tal que era mesmo um combate para 20 minutos, mas feito em 10!
O combate pelo WHC foi tremendamente fraco para abrir, concordo. Nas Divas já todos sabemos o que nos toca, gostei de ver a Beth a ganhar com aquele domínio todo.
E quanto a Cena vs Kane, eu basicamente adorei. Não notei qualquer falta de intensidade do Cena, e o facto do Kane ter saído novamente por cima aguça o apetite para o provável combate dos dois no Elimination Chamber. Os ataques ao Ryder são bem construídos, apenas acho que ele devia sair de televisão por um tempo, agora. A Eve é que pronto…
Eu não disse construí-lo como vencedor, disse torná-lo uma ameaça real. Sheamus não teve qualquer build up antes do Royal Rumble, tornando a sua vitória anti-climática. Se fiquei feliz? Sim, mas não havia qualquer tipo de história a indicá-lo como possível vencedor. E sinceramente, ao lado de Chris Jericho – o mais recente regressado em combate – e Randy Orton – the hometown boy – não penso que validar um pouco o Sheamus antes do Royal Rumble tivesse denunciado o resultado. O facto é que desde a lesão de Christian que Sheamus tem andado à deriva e merecia um pouco de consideração antes do Rumble, porque é um pouco mau para o vencedor as pessoas não o considerarem uma ameaça real antes do combate.
Por isso mesmo é que eu disse que ele não tinha que obrigatoriamente ganhar o Rumble. Bastava ter feito outra coisa qualquer. Ou isso, ou não o tinham posto a falar. Porque apesar do seu ataque na Raw ter posto tudo em perspectiva e de volta aos caminhos iniciais (como também já tinha dito), estragaram o brilhante trabalho de Jericho que durante tres semanas não disse uma palavra. Para quê ficar tanto tempo sem falar, se as suas primeiras palavras iriam ser um flop? Se a história está outra vez a correr bem? Sim. Se podia estar muito melhor? Sem dúvida alguma. Mesmo sem Jericho ganhar o Rumble, as coisas estariam muito melhores, bastava não o terem posto a falar só por falar. Tal como disse no artigo, desvalorizaram algo que ele andava a fazer muito bem.
Falando por mim, sim no rumble uma pessoa fica extremamente curiosa e agarrada ao ecrã para ver as entradas, mas como neste Royal Rumble tiveste uma má distribuição de entradas e falta de star power, penso que foi normal neste Roumble haver muitos momentos onde ficavas desiludido com quem aí vinha, logo ficavas menos empolgado. Por exemplo, ficavas extremamente empolgado a ver a contagem decrescente a assinalar a entrada de alguém, mas depois vias o Michael Cole ou o Jinder Mahal e, pessoalmente, ficavas logo de pé atrás. Mas tal como disseste, isso já depende da visão e da personalidade de cada um.
Pois pelos vistos não posso mesmo esperar isso, mas teria sido um muito melhor uso de tempo do que a mostrar em PPV coisas que tens de graça em TV nacional. Acho que já que é para incentivar as pessoas a comprar isto, dava-se tempo decente para estes lutadores trabalharem. Acho que era a decisão mais inteligente, embora também a mais improvável por causa de Laurinaitis. Sim, mas ele já andava a atrapalhar esta história desde o início.
Eu também gostei de Cena vs. Kane. Mas sim, a meu ver, ele veio de facto menos intenso comprometendo um pouco aquilo que tinha feito na Raw. Os ataques a Ryder são importantes, mas já aconteceram ataques demais. Em PPV é para se usar o tempo inteligentemente para tornar os momentos únicos, para se justificar o conceito de PPV. Agora o ataque de Ryder e tudo o que se passou e seguida já tinha sido visto duas vezes! Que singularidade é que isso adicionou ao PPV? Que toque especial é que lhe deu? Nenhuma, já o tinhas visto.
Não deixas de ter muita razão, foi um PPV que poderia ser um show semanal. No entanto, toda a feud Cena vs Kane me está a agarrar aos shows. É um PPV, certo, mas trabalharam a feud. Se no Elimination Chamber fizerem a mesma coisa, aí sim, não concordo nada.
Até a entrada do Big Show me desiludiu! Mas não podes questionar o facto dos fãs não estarem interessados no combate, porque é um combate que acontece uma vez por ano, tem muitas características que colam o espectador ao ecrã, etc.
Se tivessemos um Jericho que fosse heel estabelecido desde há muito tempo, não era absolutamente normal ele dizer uma coisa e sair outra na Rumble? Eu acho que foi essa a ideia dos bookers. Até dá credibilidade ao wrestling como desporto, porque ele teria na teoria tantas hipóteses de ser eliminado como os outros. A Rumble nem lhe correu mal, apenas não ganhou…
Eu não critico a feud de Cena e Kane em si, critico a forma exagerada como estão a promover Kane com estes ataques em demasia a Ryder e como não são coerentes na promoção de Cena.
Mas estariam mais interessados durante o programa e mais atentos se houvesse mais gente com mais estatuto a entrar. O que acho que muita gente sentiu foi que nos dez segundos antes da entrada em si ficavas em pulgas, assim que vias quem era “desligavas” (atenção não é num sentido literal).
Pessoalmente, tal como disse ali a cima, estas situações irão acontecer de qualquer maneira e não tenho problemas com isso porque acho que se deve elevar as novas estrelas, mas não é esperar que no royal rumble elas já tenham o estatuto todo necessário para arrasar com a plateia. Tal como disse ali em cima, a WWE esquece-se que tem de elevar estas estrelas ao longo de todo o ano para elas no Rumble serem alguém.
Exactamente, SE! Acontece que embora para mim este Jericho sempre tivesse sido heel desde o primeiro momento, ele ainda não conseguiu por toda a gente a odiá-lo só como ele sabe fazer. Logo, é ainda um heel absoluto na forma como age mas não aos olhos dos fãs.
Essa afirmação de que falas dele se consolidar como heel ao dizer uma coisa e fazer outra, sabes como é que isso funcionaria? Se ele se tivesse eliminado de propósito. Apesar dele nunca ter dito que iria ganhar (o que teria sido algo muito interessante dos bookers explorarem) seria algo coerente. Porquê? Porque todos os fãs que estavam do lado dele viravam-se contra ele, consolidando-se ele heel e assim sempre fazia algo, que era o que estava “prometido”.
A questão é que ele não fez nada! Se tu não tivesses visto o que ele fez nas últimas três semanas, só neste royal rumble nem podias dizer que era heel, porque o facto de eliminar um face não é nada. Isso fazem eles todos ao longo dos combates.
O meu problema é que estragaram um angle que estava a ser brilhante. Eles deram valor a algo que depois não foi usado de forma útil para a história dele: as primeiras palavras. Ou seja, se era para isto correr assim, mais valia ele ter falado na primeira raw que apareceu e poupa-vos à desilusão. Eles fizeram-nos acreditar que iria haver payoff do silêncio dele e não houve. Qualquer coisa era aceitável, menos o que aconteceu: nada.
Mas a WWE deve ter jogado com o facto de ele não ter eliminado um face qualquer! Era o Orton, na terra natal dele, eu estava inclinado a pensar que os bookers pensavam que isso iria gerar suficiente heat e que ele iria ser odiado, mas parece que estavam enganados.
Sim, acabou por cair tudo em saco roto, mas eu continuo a insistir que ter estado nos últimos dois já é alguma coisa. O “mérito” é depois atribuído ao Sheamus. Visto que não conseguiu vencer a Rumble, atacou o Punk nesta Raw. O silêncio não podia durar para sempre, e pensando bem o que seria melhor? O Jericho entrar para a Rumble sem ter dito uma palavra e não ganhar? Aí sim, soava tudo bastante esquisito…
Não acho que tenha feito qualquer diferença, mas isso sou eu. Não te esqueças que Jericho é uma lenda. Sempre que ele aparece é recebido com ovações, mesmo que no fim abale com alguns apupos que nunca são ensurdecedores. O facto dele voltar todas as semanas e as pessoas à primeira vista o receberem de braços abertos mesmo que na semana passada ele tenha gozado com tantos diz-te logo o estatuto que ele tem. Sim era a cidade natal de Randy Orton, sim Randy Orton é um grande babyface, mas para Jericho fazer as pessoas odiá-lo mesmo era preciso mais do que simplesmente eliminá-lo. Da última vez que passou pela WWE a única forma que tinha de pôr os fãs contra ele, era a insultá-los porque de resto as pessoas adoravam-no e como sabes ele andava a atacar faces.
Claro que é alguma coisa! É o mínimo dadas as circunstâncias! Fogo ele veio em 29! Já a passagem do Orton deixou muito a desejar, tal não era o descabimento se o Jericho não ficasse até ao fim (se fosse de facto para participar a sério)!
Olha podia ser esquisito, mas era bastante melhor do que terem desvalorizado o que ele andou a fazer. Porque chateou muitas pessoas terem sido desperdiçadas as suas primeiras palavras. Quem não andava a gostar dos jogos de silêncio, sentiu-se enganado porque se ia convencer que ia valer a pena o resultado. Quem andava a adorar – como eu – viu as suas expectativas elevarem-se cada vez mais para acabarem nisto. E olha que, as primeiras palavras dele só foram importantes porque eles as fizeram assim. Foram eles que construíram esta história e que a estragaram.
Na Raw, a história recomeçou com o ataque dele ao Punk e vai ter que falar de qualquer maneira porque simplesmente já não faz sentido ficar calado. Agora é esperar para ver se à segunda sai tudo bem, o que estou confiante que sim.
Você poderia ter comentado o fato de usarem o Michael Cole que para nada serviu, doque usar o Ryback que poderia ter sido um ótimo retorno.
Pena apenas o combate do Ziggler ter te desiludido, fora isso um ótimo artigo.
Epah artigo fantástico, 5*!
Disseste tudo o que havia a dizer sobre a Royal Rumble, concordei absolutamente com tudo!
Parabéns pelo artigo 😉