A TNA estreiou em Maio deste ano um novo conceito no seu programa semanal Impact Wrestling– o Open Fight Night. Este novo conceito, decorre uma vez por mês e tem-se revelado vencedor, recolhendo muito elogios juntos de funcionários e dos fãs da TNA.

Impacto! #38 – Gut Check

O conceito é simples e possui duas premissas: a primeira, é que durante um Open Fight Night, qualquer lutador do roster por lançar um desafio a outro lutador e este está obrigado a aceitar; a segunda, diz-nos que um lutador amador terá oportunidade de lutar por um contrato na organização, defrontando um elemento do roster da TNA. Este segmento denomina-se de Gut Check e é sobre ele que irei falar hoje no Impacto.

O Gut Check é nome que a TNA dá aos seus tryouts. Seja por convite, seja por candidatura, o objectivo desta iniciativa é que durante algumas horas, um conjunto de atletas possa usufruir da experiência e conhecimento de vários treinadores pertencentes à TNA, culminando num combate em que devem provar o seu valor.

A TNA realiza vários Gut Checks por mês, em todo o território Norte-Americano. Uma vez por mês, este conceito “salta” para a televisão e um lutador recebe a sua oportunidade de se juntar à organização. Na semana seguinte a combaterem no Open Fight Night, o lutador tem a oportunidade de fazer uma promo diante do júri e recebe a avaliação final desse mesmo júri de três elementos.

No primeiro Gut Check, o luso-descendente Alex Silva perdeu frente a Robbie E e na semana seguinte, apesar de ter recebido o voto favorável de Al Snow, os votos contra de Bruce Prichard e Ric Flair pareciam terminar com o sonho de Silva. Contudo, Flair pediu a Silva para justificar o porquê de ele merecer estar na TNA e este realizou uma excelente promo que fez Flair mudar o seu voto (segundo algumas fontes, essa mudança não estava prevista).

Depois de Silva, o Juri mudou. Flair deixou a TNA e no seu lugar ficou Tazz. Desde ai, Também Sam Shaw e Taylor Hendrix conseguiram votos positivos, enquanto Joey Ryan ouviu o “não” do Juri.

O que a TNA não explicou neste segmento é que os atletas que conseguem convencer o júri, não ficam na TNA de imediato. Cada atleta assina contrato e é destacado para a Ohio Valley Wrestling, um território de desenvolvimento da TNA, onde irão passar vários meses em aprendizagem.

Se esta versão televisiva do Gut Check em muito faz lembrar concursos como os Idolos, a versão “normal” não deixa de ser complexa.

Pat Kenney, D’lo Brown e Al Snow são os três homens responsáveis pelo Gut Check na estrada. Numa entrevista recente para o Journal Express, com alguns nomes dos bastidores da TNA, percebe-se como funcionam estes tryouts.

Os dias de Pat Kenney nos ringue enquanto lutador profissional acabaram. Kenney ficou conhecido na história do wrestling como Simon Diamond e hoje é agente e treinador na TNA.

Os atletas que procuram o Gut Check são geralmente uma mistura de fãs de wrestling mais técnico, mas também da vertente de espectáculo. O Gut Check tem vindo a crescer de popularidade desde que surgiu associado ao Open Fight Night e são muitos os lutadores à procura de serem profissionais.

Segundo, Kenney, os atletas pagam um determinado valor e dispõem de duas horas para serem avaliados. Na verdade, eles lutam por uma oportunidade de aparecer no Gut Check televisivo e ganhar um contrato na TNA. Percebe-se que a pressão é grande…

Kenney, na entrevista refere que começou no wrestling profissional em 1991 e teve de partir muitas portas para ser visto. Esta audição é quase pioneira e uma oportunidade de ouro.

Questionado sobre a qualidade dos lutadores que se submetem a estes Gut Check locais, ele diz que “a última cidade em que tivemos foi miserável, mas hoje estamos perante alguns talentos interessantes”. Durante uma parte da avaliação Kenney gritava: “não me surpreendas com manobras elegantes, surpreende-me com personalidade”.

Kenney descreve que todas as audições começam com um aquecimento, que resulta quase sempre em atletas desgastados e cobertos em suor. Depois, cada um tem um minuto para me vender o seu personagem.

Kenney e o árbitro Brian Hebner descrevem na entrevista o caso de um atleta que mostra excelentes capacidades atléticas, mas não tinha qualquer capacidade de promoção. Kenney acrescenta que segredou ao atleta para executar uma série de movimentos ao estilo instrutor de fitness enquanto gritava ao público, porque razão ele era o melhor. A transformação foi evidente e Kenney só se lembrava de si próprio enquanto Simon Diamond.

Kenney termina a entrevista a confessar que é raro encontrar alguém que seja um bom atleta e um bom comunicador. Mas para aqueles que conseguem sobreviver a um Gut Check local e aparecem no Impact Wrestling a lutar por um contrato na TNA, estão sem dúvida no bom caminho de serem grandes estrelas no futuro.

Brian Hebner também conclui e afirma que ninguém sai de um Gut Check devidamente trabalhado e polido. Contudo, os atletas aprendem mais que movimentos. Além da parte atlética há uma componente de entretenimento no produto televisivo. Os produtores estão há procura de uma imagem cativante para os fãs.

O Gut Check é um desafio fenomenal para os lutadores. Em boa hora a TNA decidiu elevar estes tryouts a um segmento televisivo. Ainda sem resultados visíveis, o potencial de nomes que já saíram deste segmento como Alex Silva, Taylor Hendrix, Sam Shaw e, quem sabe, Joey Ryan é tremendo. O público parece conquistado, mesmo pedindo algum aperfeiçoamento no processo de avaliação dos candidatos.

Até ao próximo Impacto!

1 Comentário

  1. Grande artigo Jorge, agora vejo o quanto é complexo o gut check, não gostei do cidadão dessa semana, mas espero que apareçam wrestlers bem capacitados no futuro, tanto na TV quanto fora dela, quanto mais talentos, melhor para a TNA.