A primeira impressão é a mais importante. É a que define e marca certos momentos. Torna-se, de uma certa forma, um cartão de visita de qualquer pessoa, lugar ou condição. Torna-se um rótulo, que por vezes poderá ser completamente enganador e destorcedor da realidade, mas tal não o torna menos díficil de ultrapassar. Porquê? Porque foi a primeira impressão.
Foi exactamente esta noção em que me baseei para elaborar a edição #83 do “Opinião Feminina”. Nessa edição, dei a minha opinião inicial sobre três lutadores e as suas respectivas personagens que tinham recentemente chegado ao roster principal. Um deles foi Antonio Cesaro e, 24 semanas depois – embora pareça ter sido ontem – é exactamente ele e a sua situação actual que irá ser tema desta edição. Será porque em 24 semanas muita coisa mudou? Se sim, foram boas as mudanças? Se não, deveria ter sido mudado algo? Estas perguntas, e algumas outras, serão assim respondidas nesta edição.
A minha impressão inicial de Antonio Cesaro foi bastante positiva, afinal, a forma como a WWE lidou com a sua ascensão foi bastante motivadora. Porquê? Porque se não existir algum mistério ou informação sobre os lutadores, os fãs não sabem quem são ou quem é suposto serem, logo não se irão interessar. A forma como chegou ao roster principal foi explicada e a sua personagem bem definida para que não houvesse dúvidas aos olhos dos fãs. Não há qualquer dúvida na minha cabeça de que esta é a forma como a WWE deve agir com todos os lutadores.
Como é natural, não estou a dizer que todos devam vir com um rótulo ou uma etiqueta que os identifique assim que aparecem. Por exemplo, um pouco de mistério e suspense funciona muito bem se usado devidamente (ex: The Shield). O que não pode acontecer de tudo é os fãs não terem interesse na personagem porque esta não foi apresentada de forma clara e não teve a componente de mistério e intriga.
Inicialmente, a sua história com Aksana interessou-me. Ambos estavam a popularizar-se às custas de alguém bastante conhecido por parte dos fãs, Teddy Long e, por breves momentos, considerei que Aksana se pudesse tornar numa versão ligeiramente diferente de Vickie Guerrero, contudo com o tempo, tal revelou-se impossível, pois o talento de Aksana ao microfone é exactamente igual ao seu talento dentro de ringue: zero.
A história rapidamente acabou, sem qualquer impacto, o que também é compreensível. Uma separação de manager/lutador só tem impacto quando o manager ou o lutador conseguem provar aos fãs que estes se devem importar com a mesma. Nenhum dos dois fez isso, portanto em retrospectiva achei que terminaram com a relação a tempo. A tempo de não se tornar num ponto contra Cesaro.
Contudo, felizmente, Cesaro não ficou prejudicado com o afastamento da sua acompanhante. Algo que é absolutamente inegável é que a WWE tem sido consistente com a apresentação de Cesaro e na forma como este trabalha e, embora para muitos tal seja possa ser considerado enfadonho, eu considero isso essencial. Especialmente na Era em que vivemos. A Era em que nada importa e nada tem valor.
A Era em que o número de aspectos credíveis e a que uma larga maioria dos fãs possa acreditar que vale algo se pode contar com os dedos de uma só mão. Tudo bem, admito que talvez tenha abusado muito nesta última hipérbole, mas penso que é bastante claro o que estou a tentar dizer. A verdadeira diferença entre estes últimos anos e o que se passou há quase uma década atrás é que dantes, embora fossem cometidos erros, ainda existia noções que valiam algo, como a maioria dos combates e dos reinados. Os fãs tinha razão para levar a sério e dar o benefício da dúvida ao produto da WWE.
Hoje em dia, como hão-de os fãs acreditar ou levar a sério qualquer coisa que a WWE faz ou apresenta quando ao longo dos últimos anos só temos assistido a inconsistências apresentadas de forma sucessiva e incessante? Quando se estrearam, os Nexus tiveram um impacto único. E onde é que isso foi? General Manager Anónimo? A história de que John Cena tinha que ganhar a The Rock na Wrestlemania 28? Brock Lesnar regressa, perde – embora seja compreensível o porquê e não tenha problemas em dar o desconto à WWE nessa situação – contudo, quando regressa novamente, vence alguém com quem não precisava de lutar e abala outra vez. Qual é o grande fruto do regresso de Lesnar? O que é que se ganhou com isso, além daquele excelente combate no Extreme Rules?
Quais são os frutos do regresso de The Rock à WWE? E não me digam as vendas da Wrestlemania 28 e do DVD, pois não é disso que estou a falar. Brad Maddox prejudica um lutador no main-event de um pay-per-view. Qual foi o grande fruto desse plano? Se até a combates pelo título da WWE – o título máximo – a WWE usa desculpas só para “safar” e não para ter algum valor atribuído, como é suposto levarmos, por exemplo, os The Shield a sério? Só porque são três, ao invés de um? Lá porque os fãs percebem que as coisas acontecem porque, neste caso, o reinado de CM Punk não podia terminar assim, quando se conta uma história é preciso que a justificação seja mais que isso.
Isto já para não falar dos ciclos viciosos e ridículos em que a WWE prendeu vários lutadores como, por exemplo Alberto Del Rio. Por cada derrota em pay-per-view, uma vitória num squash match na semana seguinte. Randy Orton está numa situação parecida. As histórias não levam a lado nenhum, as derrotas não têm valor, os lutadores não parecem “perder” nada, logo também não ganham.
E quais são as soluções para tudo isto? Paciência e consistência. Consistência é mesmo essencial e paciência porque os resultados não vão aparecer da noite para o dia. Ao não fazerem isso, estão a dificultar o trabalho dos lutadores em popularizarem-se e estão a, literalmente, gozar com a cara dos fãs, já para não falar da humilhação do próprio produto.
Exactamente por isso é que os recém-chegados ao roster principal precisam de ser consistentes. Não quer dizer que não mudem em nada num prazo de tempo determinado e tabelado – para que conste, tal é uma ironia, pois embora existam várias receitas para o sucesso, essas não vêm explicitas em quantidades – apenas que dêem o tempo necessário aos fãs para estes começarem a confiar na estrela que lhes está a ser apresentada. A acreditar que vale a pena investirem-se emocionalmente na personagem em si.
Isto tudo para explicar que embora perceba que muitos fãs já estejam saturados e não queiram saber de Cesaro por essas razões, a verdade é que se não fizerem isto, então Cesaro demorará imenso tempo a recuperar, se recuperar de todo. No fundo, o que disse sobre Ryback à semanas aplica-se aqui.
Parece-me bastante óbvio que a grande mais-valia de Cesaro é mesmo o seu talento dentro de ringue. Este apresenta-se como um lutador extremamente competente e capaz de ter um excelente combate com qualquer que seja o seu adversário. Penso que o esse ponto é unânime e ninguém irá tentar contestá-lo.
A meu ver, a questão que levanta mais problemas é mesmo as suas mic skills. Admito que gostei, por exemplo, da sua promo na última SmackDown. Por comparação, há meses atrás Cesaro esteve bem pior. Contudo, sinto que ainda tem bastante que evoluir e é necessário que melhore, pois nem mesmo a promo da SmackDown foi brilhante ou até excelente. Vários momentos na promo quebraram a minha concentração, como fã, pois parecia estar a ser demasiado forçado.
Se está em perigo ou tal apresenta-se como uma fatalidade? Não…Ainda. Se continuar a melhorar, como tem feito e como outros lutadores fizeram ao longo dos anos de experiência no roster principal (Daniel Bryan, Dolph Ziggler e Cody Rhodes são alguns exemplos que surgem de seguida), julgo que não haverá problemas, mas quanto mais depressa melhor. Afinal, nunca se sabe quando é que pode surgir a grande oportunidade dele e se Cesaro não a “agarra” com as duas mãos, tão depressa não voltará a tê-la.
De qualquer das formas, penso que a longo prazo o que Cesaro precisa, e também a WWE – pois o que vou sugerir de seguida também é para benefício da companhia -, é de um longo e consistente reinado, semelhante ao de CM Punk. Estou a dizer semelhante na forma como foi construído no geral, não no número de dias do reinado, embora tal também não fosse má ideia.
Cesaro precisa de se estabelecer como heel. Para o bem ou para o mal, este foi o caminho escolhido pela WWE e convém levá-lo até ao fim ou pelo menos tentar levá-lo o mais longe possível. Mudá-lo para babyface só porque sim dentro de pouco tempo, como vários fãs sugerem, iria tirar-lhe a credibilidade toda e ninguém o levava a sério. Deixem Cesaro ter um reinado consistente pelo Título de Estados Unidos. Deixem-no irritar os fãs por ter aquele título, visto que nem é americano.
Este é um aspecto que os fãs deixarem de querer saber ao longo dos anos, mas que Cesaro poderia trazer de volta. É certo que tornou-se banal e, segundo muitos, aborrecido, mas isso não significa que Cesaro não consiga fazer a personagem funcionar se as decisões certas forem tomadas. Afinal, quantos é que verdadeiramente acreditavam que Ryback ia resultar como resultou? Ou que os “YES” iam pegar? Há que dar uma oportunidade às coisas.
Neste momento, a maioria dos fãs nem está interessada se o título está com Cesaro ou não, apenas o vaia porque este insulta o seu país. Contudo, com um reinado longo e marcado por boas rivalidades sucessivas, mas sempre com Cesaro a provar ser o melhor, irá fazer com que, a longo prazo, os fãs se comecem a envolver na história. Se gradualmente a WWE melhorar as rivalidades, o processo irá fazer com que os fãs se preocupem com quem tem o título e porquê e nessa altura irão querer que Cesaro o perca.
Com isto, embora pareça que só a somar vitórias em combates pelo Título poderá descredibilizar os lutadores de midcard que enfrentar, tal não é mutualmente inclusivo. Já o disse várias vezes e continuo a dizê-lo: em boas rivalidades e em bons combates, não há derrotados. Ninguém fica mal na fotografia. Basta haver qualidade no produto fornecido e na forma como é apresentado.
Existem derrotados é quando os combates não valem nada pois são anulados na noite a seguir por vitórias em squashes. Aí sim existem verdadeiros derrotados e, por ironia das ironias, calham por ser os supostos vencedores a sofrer com isso.
Ora, tal como disse acima, a WWE iria lucrar também com esta manobra. Como? Muito simples: enriquecia e credibilizava o midcard. Não dizem que grão a grão enche a galinha o papo? Então, combate a combate, rivalidade a rivalidade, a divisão de midcard começava a recuperar algum do seu valor perdido.
Tal como os fãs se habituaram a não confiar na WWE pela sucessiva demonstra de histórias mal construídas, rivalidades sem frutos, regressos sem objectivos concretos, entre outras asneiras, os fãs irão voltar a confiar no produto e a dar-lhe crédito se forem habituados a ver rivalidades e combates de qualidade.
Se isto vai mudar depois de um excelente combate, como tivemos na última Raw? Claro que não, as coisas não mudam da noite para o dia. Mas vai mudar se sucessivamente os combates associados ao midcard forem daquela qualidade ou próxima. Referi isto há umas semanas usando o exemplo de Tyson Kidd. Deixem Tyson Kidd ter bons combates, porque ele certamente consegue-o, com o Antonio Cesaro. Eles já os tiveram, claro, mas não com o destaque que mereciam. Façam uma rivalidade entre ambos que dure um, dois ou até três combates. Mesmo que Cesaro fique com o título, como é o objectivo, Kidd volta a estar no radar e a provar-se a uma audiência maior. Como é natural, não façam Kidd perder para Alberto Del Rio numa squash depois de todo este trabalho.
Que a WWE faça o mesmo com Justin Gabriel, Zack Ryder, Michael McGillicutty, Curt Hawkins (quando este regressar), entre outros. É certo que com Gabriel já houve rivalidade, mas não só foi mal feita, como não foi aquilo que precisava de ter sido e não teve qualquer impacto. Voltem a fazer, também, combates para determinar os candidatos ao título. Mostrem que existem lutadores a lutar por esse título. Que é aceitável querer um título de Estados Unidos. Façam com o que título pareça importante e desejado, tal como Ryder fez no TLC 2011. Mas como é natural, não dêem cinco minutos a este combate, nem façam dele uma Battle Royal. Tornem-no algo sério e de grande qualidade.
No fundo, a WWE só precisa de habituar os fãs a ter expectativas elevadas em relação ao midcard e a todos os lutadores. Que a WWE faça combates memoráveis, tanto nos shows semanais, como em pay-per-view. E não digo memoráveis porque tiveram todos “spots” loucos ou porque foram todos de 20 minutos, ou algo do género. Digo memoráveis no sentido de que depois de uma Raw de três horas ou de um pay-per-view, os fãs se lembrem que esse combate, pelo Título de Estados Unidos ou Intercontinental, foi bom/excelente/brilhante. Que, mesmo não sendo a primeira coisa na lista de coisas que se vão lembrar, esteja na lista de todo. Se for relembrado ao fim da noite, então já terá sido uma grande vitória.
São passos destes que fazem a diferença. E os resultados, tal como não me vou cansar de repetir, não aparecem da noite para o dia e a impaciência da companhia tem sido puro veneno nalgumas das histórias criadas e no progresso, ou neste caso, retrocesso de várias personagens.
É nesta jornada que Cesaro irá provar finalmente se consegue ou não aguentar-se no main-event. Se, tecnicamente, este merece estar lá? Merece, sem dúvida. Mas é esta jornada e as que se seguirem no midcard que vão determinar o que é que esta personagem, e as suas possíveis evoluções, são verdadeiramente capazes de fazer. A oportunidade foi, certamente dada, mas convém que a WWE não transforme isto num presente envenenado e tome também as decisões certas para a melhoria geral do produto. Desejo uma excelente semana a todos e um bom TNA Final Resolution hoje! Até para a semana!
20 Comentários
Excelente artigo, concordo com tudo o que dizes, Cesaro, precisa de melhorar muito as suas mic skills e aumentar significativamente o seu heat (por exemplo deixar o titulo dos US ao lixo e trazer o european de forma a fazer com que o odeiem).
Que ele dá bons combates? sim dá mas nao sei porque falta qualquer coisa, talvez emoçao/reaçao do publico…
Enfim, creio que 2013 ele andara pelo mid card com o titulo e perde-o la para o MITB ou summerslam para que possa ascender ao main-event/upper mid-card…
Gostei bastante do artigo, parabens! e continua o teu bom trabalho ca no WPT!
Bom Final Resolution a todos!
Penso só que podias ter dado uma breve opinião sobre uma gimmick que lhe assentaria melhor do que a atual, se é que o achas…
Obrigado pelos teus elogios. De facto, não dei a conhecer que gimmick é que achava que lhe ficava melhor, porque ainda acredito que esta personalidade possa resultar a longo prazo e tornar-se naquilo que lhe irá assentar bem. Acho que se a WWE der um pouco mais de destaque e tornar as histórias envolvendo Cesaro mais complexas, acho que então ele chegará a um ponto ninguém terá muito que reclamar. Pelo menos, é a essa ideia que me agarro, porque embora as mic skills não sejam tão boas quanto devessem ser, também não são trágicas.
De qualquer das formas, partilho de opinião de muitos fãs e acho que Cesaro daria um babyface excelente, contudo não concordo com a ideia de o mudar já, pois acho que isso só o iria prejudicar.
sim, pode assentar bem, mas para um main eventer nao gostava ver essa gimmick…
quanto ao babyface acho que apenas em 2013 ou 2014, so o tempo o dira
Artigo muito bom, como já seria de esperar, e que aborda um tema muito interessante.
Hoje vou fazer a análise de uma forma diferente:
– “Qual é o grande fruto do regresso de Lesnar? O que é que se ganhou com isso, além daquele excelente combate no Extreme Rules?”
Estavas a ser irónica ou consideras que o combate foi mesmo excelente?
– “Afinal, nunca se sabe quando é que pode surgir a grande oportunidade dele e se Cesaro não a “agarra” com as duas mãos, tão depressa não voltará a tê-la.”
Concordo, acho que quando mais cedo o Cesaro evoluir no microfone, melhor para ele. Desta forma, as probabilidades de falhar quando tiver uma oportunidade no main-event reduzem drasticamente.
– “Este é um aspecto que os fãs deixarem de querer saber ao longo dos anos, mas que Cesaro poderia trazer de volta. É certo que tornou-se banal e, segundo muitos, aborrecido, mas isso não significa que Cesaro não consiga fazer a personagem funcionar se as decisões certas forem tomadas. Afinal, quantos é que verdadeiramente acreditavam que Ryback ia resultar como resultou? Ou que os “YES” iam pegar? Há que dar uma oportunidade às coisas.”
Este parágrafo é um dos mais elucidativos deste artigo. Espero que a WWE se lembre de continuar a apostar nesta faceta xenófoba do Cesaro, uma vez que este tipo de histórias já ajudou muita gente a consolidar-se como heel na WWE, e eu nem acho que se tenha tornado assim tão banal. Para os americanos, isto resulta sempre.
Eu não fazia parte do lote daqueles que não acreditavam no Ryback, mas confesso que os “YES” chatearam-me muito rapidamente ( sim, ainda naquela fase em que o Bryan não me tinha convencido). Agora vejo que foi isso que, provavelmente, lhe salvou a carreira ou, pelo menos, o manteve como um main-eventer/mid-carder quase main eventer.
Temos mesmo que dar uma oportunidade às coisas! Por exemplo, o Fandago ainda nem sequer se estreou e a maioria dos fãs já estão a dizer que a WWE é isto e aquilo… Uma coisa é dizerem que não estão muito confiantes, outra é atirar em todas as direcções só porque isso é o que está na moda.
– “Deixem Tyson Kidd ter bons combates, porque ele certamente consegue-o, com o Antonio Cesaro.”
Ora aqui está uma bela ideia! Será que custa assim tanto à WWE ver uma coisa destas? É isto que os fãs querem ver… O problema do Tyson Kidd não é perder muitas vezes, é perder em “squashes” e combates sem história. Se ele tivesse uma rivalidade com o Cesaro pelo Título dos EUA e perdesse, não sairia mal visto. O Cesaro sairia valorizado como campeão e o Tyson tinha algum destaque e tempo de antena.
– “Voltem a fazer, também, combates para determinar os candidatos ao título (…)”
Isto é o que eu já disse há meses… Porque não fazer um torneio com 8, 12 ou até mesmo 16 lutadores para determinar um Nº1 Contender ao Título dos EUA? Tinham era que dar tempo de antena aos mid-carders, porque há muito mid-carder “faminto” de atenção, e não é em combates de 2 minutos que isso se consegue.
Continue assim Miss Salgado.
Tal como tu eu escolhia o Kidd para o valorizar e dar uma feud séria pelo título. Mas sem dúvida que concordo contigo dizem que actualmente as pessoas não dão hipoteses já acham o Fandango um flop antes de o verem. No caso do Bryan sabes bem que eu fui dos que o defendeu e logo na semana seguinte não é. Mas ele conquistou muitos como tu que não gostavam muito dele, temos que dar tempo, e nesta era as pessoas gostam de resultados rápidos e muitas vezes fartam-se tambem muito rapido é mais efemero.Essa é a diferença das eras as pessoas não tem a capacidade de dar uma oportunidade acham que algo esta pessimo ou que não pode melhorar, é muito uma caracteristica da sociedade e não só do wrestling. Mas o Wrestling como é normal é uma das forma de apresentação. das atitudes das pessoas na sociedade.
Obrigado pela tua opinião e análise. Eu não estava a ser irónica, eu achei o combate do Brock Lesnar com o John Cena no Extreme Rules mesmo muito bom. Reconheço que talvez tenha parecido que estava a ser irónica, aliás ao invés de “excelente” eu originalmente tinha usado o termo “belo” e mudei mesmo porque receava que estivesse a dar impressão de ser irónica quando nessa particular frase não era o objectivo. Ao que parece, a mudança não fez muita diferença e peço desculpa por isso. O combate do Extreme Rules do Lesnar com o Cena foi excelente, eu gostei e não me irão ver a dizer o contrário.
Estás desculpada. O combate não me aqueceu nem me arrefeceu, o mais ridículo foi a promo do Cena depois do combate.
Eu gostei, tanto do combate, como da promo. Não gostei foi do que a WWE fez com ambas as coisas: nada.
Vou ser sincero: revi agora o combate e pareceu-me melhor do que me pareceu na altura. No dia do PPV, o combate ainda me deu um pouco de emoção ( perto do final) mas quando voltei a ver o PPV no dia seguinte foi-me completamente indiferente. Talvez tenha sido devido à qualidade dos combates entre o CM Punk e o Chris Jericho e entre o Sheamus e o Daniel Bryan, que colocaram a exigência lá em cima.
No fim de contas, não consigo achar o combate excelente nem muito bom, apenas um bom main-event de um PPV.
O que disseste do titulo dos Estados Unidos poderias dizer do titulo Intercontinental. A verdade é que nos últimos 2/3 anos a WWE despreza em absoluto esses dois titulos e não me parece que a breve prazo isso se altere. Assim de repente não me recordo da última rivalidade memorável envolvendo um desses dois titulos e , como tu disseste, sem rivalidades e combates interessantes o titulo não atrai a atenção de ninguém.
Em relação ao Cesaro… Epá eu não gosto dele xD É daqueles lutadores que se fossem despedidos não me iria aquecer nem arrefecer. As promos dele são chatas e mesmo em ringue acho que seja assim tão bom como disseste. Provavelmente sou eu que estou mal , mas considero que ele faz o básico e não mais que isso.
Apesar de eu não gostar dele AGORA, isso não significa que no futuro não mude de opinião. O Ziggler é, atualmente, apreciado por quase todos os frequentadores deste site mas quando ele apareceu reconheciam-lhe assim tantas qualidades? Eu não. Achava-o chato e desinteressante, tal como penso agora do Cesaro. A verdade é que o fator tempo é muito importante para a consolidação de um personagem e o Cesaro apareceu à pouco tempo na WWE, por isso merece o beneficio da dúvida.
Referiste 4 lutadores que poderiam lutar pelo titulo dos Estados Unidos. Desses 4 nenhum tinha capacidade para ter uma rivalidade interessante, na minha opinião. Todos eles já tiveram as suas oportunidades e todos eles não se conseguiram impôr. Por vezes, a WWE falha na construção das personagens e das rivalidades mas outras são os próprios lutadores que não dão mais que aquilo. O Ryder, por exemplo, beneficiou de uma conjuntura favorável mas quando essa fase passou simplesmente não tinha argumentos para continuar a ter destaque. É mediano no ringue e tem uma personagem de pateta. Quem o pode levar a sério?
P.S. Gosto do termo ” abalou” xD
E como tu, pensa a grande maioria do fãs da WWE, por isso é que sinto que essa é a primeira barreira que a companhia precisa de ultrapassar. E só conseguirá fazer isso ao dar-lhe boas rivalidades e um longo reinado. Algo consistente e que surpreenda os fãs com a sua qualidade.
Tu não acreditas que nenhum daqueles quatro lutadores (atenção, foram apenas alguns exemplos, dos vários que podiam ter sido dados), e é absolutamente compreensível que assim penses. Afinal, o que é que cada um deles fez de interessante ultimamente? Nada, a WWE não faz nada com eles, a não ser que precise de “encher” o MITB. Por isso é que acho que a WWE não pode pensar que não vale a pena usá-los. Deve sim fazer o contrário e usá-los para provar que eles conseguem ter boas rivalidades. Os fãs não têm razão para acreditar ou confiar no que a WWE faz envolvendo certos usando, portanto a melhor estratégia é mesmo fazer o que está certo independentemente do que dizem. Se não acreditam no que a WWE promove, então acreditem naquilo que ela dá.
Contra factos, não há argumentos, e quando um combate é verdadeiramente bom, poucos serão aqueles que o irão contestar. Portanto, se a WWE tem pessoas capazes de fazer esses combates, então deixem-nos fazer. Na “Era” em que estamos, não vale a pena falar ou prometer, já ninguém os leva a sério. O que verdadeiramente vale é o que fazem dentro de ringue e acho que a WWE devia apostar nisso. Se o fizerem e se depois de terem apostado a sério, os lutadores não tiverem correspondido às expectativas ou os fãs não se tiverem rendido, então sim é altura de os tirar dessa posição e demovê-los.
O meu problema com isto tudo é que a WWE julga-os por coisas que eles não têm a culpa. Nem sempre é tão fácil tornar uma má história numa boa história, ou uma personalidade banal e aborrecida em algo inovador. Uma oportunidade legítima, não presentes envenenados, é o que acho que está a faltar e acho que se isso fosse dado a muitos midcarders, as pessoas ficariam positivamente surpreendidas.
O Ryder não teve argumentos para continuar a ter destaque, porque eles fizeram questão de lhe matar o balanço com que estava. Pois, agora ninguém o leva a sério e com razão.
Não sei se percebi muito bem o que quiseste dizer… Tu achas que o Ryder, com a personagem que tem, o seu carisma e o seu trabalho no ringue, poderia ter um lugar de destaque na WWE?
Existem , no meu ponto de vista, dois fatores que levam o público a criar empatia com determinado lutador: A sua personagem e/ou a sua habilidade no ringue. O Ziggler, volto a referir, conseguiu esta onda de popularidade devido , quase em exclusivo, ao seu trabalho no ringue. Mesmo quando foi vitima do mau booking a sua qualidade era inquestionável. Um lutador, para ter sucesso, tem que ter algo que o faça sobressair.
Vejamos as coisas do seguinte modo: a WWE tem , no seu roster, uns 30/35 lutadores (preguiça de pesquisar xD. Mesmo que , por hipótese académica, todos fossem excelentes apenas 8/10 poderiam ter destaque. É um ambiente super competitivo onde não bastar ser bom. Tem que ser mesmo execelente. Muitas vezes lê-se por aí que lutador X ou Y merece mais oportunidades mas será que eles já não a tiveram, por muito pequena que seja?
No wrestling, como na vida, é preciso sorte. Existem aqueles que têm logo oportunidade de ter uma personagem interessante e fazer parte de histórias relevantes, e existem os outros que têm que fazer a “caminhada no deserto” até chegar ao lugar que merecem. O Sheamus e o Ziggler, respetivamente, são exemplos disso mesmo.
Agora, acho dificil, mas eles provaram que ele conseguia perfeitamente ser relevante – mesmo que fosse durante um curto período de tempo – no fim do ano passado.
Exacto, a questão é que a WWE não deixa que estes midcarders mostrem do que são capaz. Até Ziggler que foi vítima de mau booking, teve mais oportunidades para mostrar o seu trabalho in-ring do que muitos outros. É claro que Ziggler também é melhor, logo isso facilitaria, mas a verdade é que eles já não dão opinião legítimas a muitas pessoas do midcard e depois dizem que a culpa é dos lutadores, que não lutam pelo que querem.
Não alguns destes lutadores. Se tivéssemos a falar de Jack Swagger, John Morrison e alguns outros, então é claro que o que estás a dizer faz sentido. Porquê? Porque ambos foram dados oportunidades claras e não as aproveitaram. Agora diz-me lá que oportunidades é que teve Kidd? Kidd é brilhante em ringue e, tal como disseste, essa é umas habilidades que pode conquistar os fãs. Porque é que ainda não conquistou? Porque ninguém sabe! Porque eles não o mostram! Na altura do MITB, ele estava a ganhar balanço e as pessoas estavam a ficar interessadas, contudo a WWE “matou” logo isso tudo porque só queria Kidd para encher mais um espaço no combate! Que oportunidades é que foram dadas a Ryder? Nenhumas, ele criou-as para si e o que é que ganhou como recompensa? Foi enterrado à força toda! Curt Hawkins, tal como o Ryder, criou as suas próprias oportunidades, deu combates interessantes no NXT e noutros shows de menor relevo, contudo o que é que a WWE faz com ele? Nada! Enquanto nuns apostam de forma incessante independentemente dos erros que cometam, estes lutadores escondem-nos por completo.
Claro que é preciso sorte. Sorte e timing, mas isso já eu tinha referido a edição passada com o Dean Ambrose.
O Kidd já foi tag team champion. Não me recordo exatamente por quanto tempo, mas tenho a ideia que ainda foi por um periodo aceitável. Se deres 15 minutos ao Kidd ele dá um execelente combate, isso não tenho dúvidas. Mas falta-lhe o resto. Não se safa no micro nem tem carisma. Claro que isto é a minha opinião, logo é subjetiva, mas parece-me razoável afirmar que ele já teve algumas oportunidades.
O Ryder teve aquele destaque contra o Kane. É verdade que o enterraram quando lhe deram aquele reinado mas ele ainda teve umas semanas para mostrar o que valia. Eu admito que do Ryder não gosto mesmo, ele irritava-me um bocado xD Portanto posso estar a exagerar nesta análise. (A)
“Enquanto nuns apostam de forma incessante independentemente dos erros que cometam, estes lutadores escondem-nos por completo.” Mas isto é normal , Marta. Existem lutadores que, por uma razão ou por outra, eles têm mesmo que salvaguardar. Não sei se gostas de futebol, mas uma aí só podem jogar 11 de cada vez. Dás uma oportunidade a um jogador, se ele tiver bom rendimento fica, se não vai para o banco. Na WWE funciona mais ou menos assim.
Não digo que não exista um ou outro lutador que a WWE devesse ter apostado mais, mas por norma julgo que isso não acontece.
Mais um excelente artigo Salgado, gostei bastante.
E concordo contigo o Cesaro no ringue é muito bom e isso é quase inquestionavel na última Raw notou-se isso a milhas. Posto isso o grande handicap são as promos não que sejam horriveis mas ainda não são geniais. E claro que vai precisar delas para quando a oprtunidade de main-event surgir porque vai acabar por surgir. E quanto mais tiver preparado nas diferentes valências que o poderão tornar um bom main-eventer melhor. Porque de resto no ringue ele tem tudo, tem um finisher credível, bom moveset e tem técnica, e o build-up dele na WWE tem sido feito de forma paciente e correcta. Por isso é que espero que ele agarre a oportunidade que lhe esta a ser dada e crie cada vez mais heat e impacto.
É por estas e por outras que este é o único site de Wrestling que acompanho!
Se o “Ohno” vir para o roster logo, eu queria muito ver os Kings of wrestling como campeões.
A minha opinião sincera sobre ao cesaro, não concordo com tudo o que dizes, só espero de melhorar ao teu comportamento, significativamente do seu ódio sobre the usos e do Roman Reigns OK! Enfim, creio que tenhas um comportamento natural está bem
É excelente que o melhor wrestling de sempre no mundo, e precisa de melhorar muito as Four Slater e aumentar significativamente o seu perfil no seu trabalho na WWE Performance Center em Orlando, Florida porque o melhor desporto é aqui reunido no Raw da wwe. É o melhor evento de sempre tanto na perspectiva como uma boa ideia nos próximos três meses. Foi uma boa notícia da noite. Na main event, sim concordo com tudo o que podem a dizer.Sim mas já sei o que falta qualquer coisa, talvez emoção/reação do público-alvo…
Enfim, creio que em 2014 ele dará pelo card.