“Look at me, mom! Top of the world! Right where I belong! Dolph Ziggler is right where he belongs: on top.”

Dolph Ziggler, Raw 10/12/2012

Opinião Feminina #108 – A High Ladder topped by even Higher Stakes

Estamos próximos do fim de mais um ano – ou do fim do mundo, segundo os nossos ancestrais – e o que é se costuma fazer nesta altura do ano? Além das típicas compras natalícias e preparativos para para a passagem-de-ano? Uma análise ao ano que passou. Uma revisão de tudo o que se passou e tudo o que poderia ter sido é sempre feita por todos, seja em relação às próprias vidas pessoais, profissionais e até fora de ambos os campos. Ora, este é o Wrestling.PT e este é o “Opinião Feminina”, logo é por hábito fazerem-se análises ao que se passou no Wrestling ao longo deste ano.

Quando, nestas análises, se falam das “revelações do ano”, há vários nomes que surgem em discussão. Daniel Bryan, pela sua fantástica firmação no main-event. AJ Lee, pela sua forma irreverente de voltar a dar algum destaque às lutadoras do sexo feminino. E, penso que o último legítimo candidato a este posto é Ryback – pela surpreendente forma como conquistou os fãs, derrubando as dúvidas de todos.

Embora poucos fossem aqueles que acreditavam que Daniel Bryan, o moço talentoso das indys, pudesse ser alguém de grande relevo na WWE, tal como poucos achavam que os “Feed me more” iam “pegar”, a verdade é que julgo que ainda haviam mais descrentes do papel de AJ Lee em 2012, do que noutros casos anteriores.

A última grande esperança que os fãs tiveram relativamente à Divisão de Divas foi a estreia de Kharma. AJ Lee era a diva que a maioria julgava que iria ser despedida, mais tarde ou mais cedo, ficando para sempre relegada para papéis muito menos importantes. Afinal, porque se haveria de esperar o contrário de uma mulher com tamanho de adolescente, que à primeira vista não tem nada que chame à atenção?

Verdade é que ela surpreendeu. Com uma personagem irreverente, embora não inovadora, que lhe assentou que nem uma luva, AJ conseguiu criar histórias e momentos bastante interessantes, pelo menos a meu ver. Não porque estava colada pelos lábios a um lutador diferente todas as semanas, mas porque nunca se sabia o que esperar dela. E, até certo ponto, ela nunca desiludiu. Foi a WWE que desiludiu na forma como a usa,  tirando-lhe todas as características que a tornavam especiais ao fazer dela General Manager numa história que tanto tinha de lógica, como tinha de interessante, ou seja, muito pouco.

Na sua ânsia incompreensível de controlar e domar algo orgânico – que era o que estava a ser a popularidade que AJ estava a ganhar junto dos fãs – a WWE acabou por, em parte, estragar aquilo que AJ tinha feito. Não acho que a WWE deva ouvir sempre os fãs, de forma religiosa, mas por vezes acredito piamente que eles ganhavam mais se se deixassem ir e deixassem a história e personagens desenvolverem-se por si mesmas, ao invés de tentarem ser eles a escolher o que querem que seja bem-sucedido.

AJ, com um fato nunca antes usado, nem mesmo por Stephanie McMahon, leia-se a ironia, perdeu todas as suas qualidades, nunca tendo sido levada a sério, especialmente se tivermos em conta que o “Painel de Directores” estava atento ao que se passava… Enfim, a dualidade de critérios dentro da WWE tornava-se cada vez mais evidente, tornando-se o grande motivo de incoerência das histórias e o porquê dos fãs simplesmente já não se ralarem. Por essas mesmas razões, apoiei a ideia de AJ perder o cargo de GM, contudo tal não aconteceu exactamente da forma como eu esperava e da forma mais logicamente aceitável.

Opinião Feminina #108 – A High Ladder topped by even Higher Stakes

Ao contrário de muitos fãs, o meu problema com o início desta história não foram as acusações que Vickie Guerrero fez a AJ. Vickie é uma vilã no panorama da WWE, esperava-se que ela fizesse o quê? Acusações plausíveis e lógicas que nos levassem a concordar com ela? Tê-la a usar algo que ela própria fez no passado e, embora de forma menos óbvia e frequente, continua a fazer na actualidade é uma típica atitude maléfica. É normal e esperado.

O que me tira do sério e me faz questionar a sanidade mental das pessoas que aprovam os guiões – pois, são esses que realmente têm mão no que se passa na WWE, não os pobres dos escritores – que são depois transformados em episódios televisivos é quando não são usados argumentos – neste caso, de defesa – que toda a gente conhece e menciona. Porque razão não apareceu AJ com um dos vídeos de Vickie na SmackDown, em 2008, a manipular as coisas em favor de Edge? Porque razão é que a WWE não usa a sua própria história e passado em prol do que está a fazer actualmente?

Há situações, sendo esta uma delas, onde os guiões – propriamente ditos – se escrevem a si mesmos de tão simples e óbvios que são. Se isso significa que a história iria ser má, pela WWE ter seguido o caminho mais óbvio? Claro que não. Uma história é má quando é mal contada, justificada e representada. A WWE podia perfeitamente ter criado algumas surpresas para melhorar a mesma, apenas acho que era dispensável insultar a inteligência dos fãs através de atitudes destas.

É esta necessidade que a WWE tem de remar contra a maré e esta mentalidade de começar do zero quando as sitações já são quase propícias aos seus planos que não consigo entender, por mais que tente. Porquê tornar um excelente heel, que tem imenso sucesso dessa forma, num babyface? Porquê transformar este caso anterior e não aquele heel que, ao contrário do primeiro, é claramente popular entre os fãs facilitando um face turn? Porquê esperar que o pico de popularidade de um lutador passe para fazer algo significativo com ele? Porquê não usar argumentos tão simples e óbvios para consolidar uma história quando estes estão mesmo à mão de semear? Porque é que ao invés de aproveitar aquilo que os fãs e o seu próprio passado lhes dão numa bandeja de prata, a WWE prefere ignorar isto tudo e começar do zero arriscando-se a ter menos sucesso do que teria originalmente? Em que é que esta atitude ajuda o produto e/ou os rendimentos da companhia? A meu ver, em nada, mas que percebo eu disto?

Tantas acusações, tantos vídeos e segmentos deprimentes, sem qualquer piada ou lógica, para chegarmos a que conclusão? O que é que Vickie Guerrero ganhou com tudo isto? Sim, é verdade que AJ deixou de ser General Manager, pois ao que parece pessoas desequilibradas possuem todos os requisitos para ter uma posição de poder dentro de uma companhia, ao contrário das pessoas que mantém relações com os empregados. E que mais ganhou Vickie? Tornou-se a supervisora da Raw? Ou seja, é General Manager, sem ser General Manager, e só enquanto Vince McMahon não quiser aparecer e embaraçar por completo um dos lutadores mais trabalhadores desta companhia?

Pois, porque até ao momento, Dolph Ziggler era apenas um peão nesta história. Alguém sem muito destaque, apenas aparecendo quando Vince McMahon queria humilhar e ameaçar Vickie com um possível despedimento. No fundo, nem posso dizer que o fim desta história foi desapontante, pois nunca esperei muito do mesmo para começar e, neste caso, ainda bem que assim foi. Afinal, não só a WWE não me deu razões pra isso, como a construção desta história não passava de sinais de aviso óbvios para que os fãs desistissem da mesma.

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A entrada de John Cena nesta história mudou, significativamente o panorama da mesma. É certo que John Cena esteve presente desde o início como uma arma, de Vickie Guerrero, contra AJ Lee. No início, esperava que a história terminasse com Vickie Guerrero a ser desmascarada por ter alterado as provas para que parecessem a seu favor, provando-se que AJ e Cena não tinha tido nenhum caso, tornando por isso a participação de Cena demasiado pequena para ter algum valor.

Contudo, não foi isso que aconteceu. De forma brusca, a WWE mudou de direcção e deixou-se de discutir a veracidade das provas ou se AJ e Cena tinha tido o caso. Para quê ralarmo-nos com o que se passou durante o reinado de AJ como GM, se agora mesmo os dois estavam enrolados? Esta foi uma mudança na história que me surpreendeu. Não obrigatoriamente de forma positiva ou negativa, apenas me deixou em choque durante alguns dias.

Isto porque primeiro a WWE parecia estar a querer voltar à fórmula que tinha dado sucesso a AJ: a tresloucada com relações amorosas com os lutadores. Segundo, porque embora fosse óbvio que a WWE queria manter John Cena longe de mais um combate pelo Título da WWE, para que Ryback tivesse nova oportunidade, ainda acho estranho ver John Cena envolvido neste tipo de histórias com leves tons de cor-de-rosa e pinceladas de midcard.

Acho que é apenas natural que histórias deste género se repitam no futuro, não obrigatoriamente com os tons cor-de-rosa que toda a gente adora – é de apontar que mais uma vez, recorri ao uso da ironia. Cena não irá durar para sempre e se queremos que o produto prospere e evolva, não pode ser só ele a dominar o main-event e a história do Título da WWE. Por essa lógica, ele terá que alternar gradualmente a importância das suas histórias. A meu ver, se bem feito, todos têm muito a ganhar com isso, especialmente os lutadores envolvidos. Não só ganham valor, reconhecimento e atenção por associação – afinal, é John Cena de que estamos a falar – como têm assim a grande oportunidade de mostrarem o que valem. É uma oportunidade única poder lutar contra a “cara” actual da indústria, devendo por isso ser bem aproveitada.

O envolvimento algo controverso de John Cena com AJ Lee chocou-me, mas não era um motivo forte o suficiente para me manter interessada nesta história, quanto mais para lhe dar algum benefício da dúvida, especialmente quando John Cena mostrava completa despreocupação perante o facto de ter sido prejudicado no Survivor Series num combate pelo Título em detrimento desta história. Afinal, um pouco de consistência não faz mal a ninguém e um combate pelo título sempre é importante, mesmo quando já se foi campeão do mesmo por dez vezes ou mais.

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Tal como tive oportunidade de referir num comentário que fiz relativamente a um dos mais recentes episódios da Raw, esta história tinha tido de tudo até então. Tinha tido momentos chocantes, tinha causado vários momentos de exasperação e tantos outros de desinteresse. Nem mesmo os tons cor-do-rosa serviram para me conquistar, por mais surpreendente que isso seja. O que realmente me chamou à atenção e me deu uma centelha de esperança relativamente a tudo isto, já que John Cena tinha provado ser completamente inútil nesse aspecto, foi o gradual aumento de importância de Dolph Ziggler, alguém que realmene merecia a atenção.

Já o disse várias vezes e repito, Ziggler é dos melhores da actualidade em ringue, mas ao microfone não é, de todo, consistente. Lembro-me que no início deste ano, ele teve um confronto com Mick Foley absolutamente soberbo. Uma das minhas preferidas promos dele, contudo não foi capaz de manter o nível ao longo do ano, subindo e descendo constantemente. Ziggler tem as ring skills, tem a dedicação, tem a paixão, tem a aparência, mas no que toca ao carisma, o caso muda de figura. Ora, para se ser main-eventer, é necessário ser constante, às vezes até mais neste campo do que nas ring skills.

Foi exactamente a qualidade da promo de Dolph Ziggler com AJ nos bastidores da Raw que me trouxe de volta a esta história. Até então, não lhe dava muito crédito e já me tinha começado a convencer – para prevenir desilusões depois – de que iria ser apenas usada para descredibilizar ainda mais quem não precisa. A promo não foi perfeita, ele ainda hesita várias vezes, levando a que o fã perca a concentração, mas já vi bastante pior da sua parte e no geral, fiquei satisfeita com o que fez.

Dolph Ziggler é aquele lutador do roster que todos os fãs estão habituados a ver lutar pelo título, pois já aconteceu diversas vezes, mas que ninguém consegue dizer com absoluta confiança: “Ele já é um main-eventer!”. Ele passou todo o ano de 2012, com a mesma qualidade que apresentou em 2011, num limbo entre o main-event e o resto. Ele está tão perto, tão perto que se torna desesperante vê-lo a aproximar-se cada vez mais, mas a nunca lá chegar.

Julguei que a mala seria o lançamento final, mas pelo que se pode ver nos últimos anos, a WWE gosta de tratar a mala de MITB como se fosse apenas um acessório para levarem de um lado para o outro. Todo o ímpeto e popularidade que Ziggler teve quando ganhou a mesma perdeu-se ao longo destes últimos meses, por culpa de companhia que há muito tempo que devia ter aproveitado essa situação.

Mesmo com a construção ideal, Ziggler muito dificilmente irá ter o lançamento para o main-event que poderia ter tido há meses atrás. Isto porque há meses atrás os fãs queriam-no. Os fãs pediram pela ascensão dele e estavam extremamente receptivos à ideia. É claro que não acredito que a maioria desses fãs tenha mudado de ideias, mas a WWE desmotivou-os. As reacções que Ziggler recebe nas arenas agora não se comparam ao que recebia em Junho e Julho. Era aí que a WWE devia ter feito algo. A situação ideal surgiu-lhes à frente dos olhos e eles não aproveitaram. Deixaram-na morrer para agora começarem do zero. Porquê? Não sei. Gostava de saber, não só em relação a isto, mas também em relação a muito mais, mas não sei mesmo.

É verdade que, como John Cena está envolvido nesta história, o meu receio de que a WWE faça a coisa errada é bastante elevado, mas segundo alguns fãs, tal é desnecessário da minha parte, sendo o mesmo apenas um fruto da minha excessiva protecção para com a geração actual e futura. Acontece que, embora não ache que esteja errada em temer que a WWE aposte no cavalo errado, pois já vimos isso a acontecer imensas vezes ao longo dos últimos anos quando John Cena participa na corrida, reconheço que há um ponto de vista que me esqueci de ter em conta inicialmente.

Segundo a mais velha lógica e aquelas regras que nem sempre foram seguidas à letra, mas que milagrosamente sempre existiram, o facto de Cena ter vencido Ziggler na Raw, só significa que agora é a “vez” deste último obter a vitória, no TLC. Isto já para não falar da moda que se instalou recentemente no booking da WWE, em que os lutadores têm que ganhar por cada combate que perdem. Se calhar, John Cena estava só a pagar em avanço ao que se vai suceder no TLC.

Contudo tal não chega para me apaziguar relativamente ao desfecho deste combate. É certo que mais facilmente visualizo Dolph Ziggler vencer que John Cena e que a minha aposta vai, definitivamente, para ele, mas quantas vezes não vimos já a WWE dar oportunidades intermináveis a Cena? Arranjar desculpas para o envolver nisto e naquilo? Desculpas inúteis que insultam a inteligência dos fãs, pois na verdade, quem é que acredita nelas?

John Cena é intocável. Ele chegou a esse patamar e de lá não vai sair. John Cena não precisa de títulos, não precisa de vitórias, não precisa de combates importantes… Enfim, não precisa de nada. Pode-se reformar amanhã, ser empossado no Hall of Fame em 2013, que ninguém vai levantar objecções. Ele merece-o. Não quer dizer que não possa ganhar mais títulos, não quer dizer que não possa ganhar combates ou participar em rivalidades importantes, estou a falar das necessidades dele do ponto de vista da sua carreira.

Portanto, tendo isto tudo em conta, ver John Cena a vencer o combate de Money in the Bank, ou mais um Royal Rumble, hipotéticamente falando, ou qualquer outra oportunidade que possa ser dada a alguém que de facto pode fazer algo significativo com ela, é frustrante. Neste caso, a WWE poderia tentar recriar aquilo que aconteceu no Money in the Bank em que Ziggler ganhou a mala, para assim reassegurar os fãs de que é seguro apostar nele. De que desta vez vale a pena investirmos emocionalmente nele sem correr o risco de nos desiludirmos.

Com o ódio que John Cena acumulou junto de alguns fãs da WWE, não é díficil juntar-se o útil ao agradável e usar isso a favor de Dolph. Além disso, já que o pós-MITB não correu das melhores formas para Ziggler, a WWE teria aqui, após o TLC, a oportunidade de emendar esses erros ao recriar, não de forma literal, claro, a vitória de Ziggler no MITB aqui no TLC. Em parte, até ficaria preocupada com a credibilidade do conceito do MITB, visto que segundo a minha teoria, tornar-se-ia mais importante reter a mala quando ela estivesse em jogo do que vencê-la em primeiro lugar, só que a WWE tem feito um trabalho tão perfeito a estragá-lo sozinha, que duvido que esta ideia prejudicasse ainda mais o mesmo.

Reconheço que ter a mala em jogo não é uma estipulação que agrade a todos os fãs, ou que até faça sentido. Neste caso, embora me assustem as consequências caso a WWE decida inventar, acho que eles fizeram bem. O “reinado” de Dolph como Sr. MITB não estava a correr bem e se colocá-la em jogo contra o lutador principal da companhia lhe vai dar novo fôlego e ímpeto, não só a longo prazo, mas também para o cash-in em si, então é uma excelente ideia. Aliás, cheguei a sugerir a mesma várias vezes.

O lutador que detém a mala é suposto manter-se relevante e credível e se para isso é necessário colocar a mala em jogo, para os fãs terem mesmo algo em que se investir e em que acreditarem, então penso que é claramente melhor do que simplesmente ignorar/esquecer esta jornada e só querer saber na altura do cash-in. Se isto é o que a WWE precisa para tornar Ziggler uma ameaça legítima ao título, então não podiam ter escolhido indíviduo melhor para o fazer.

Repito, é uma noção que me assusta, mas ao menos é um combate importante com verdadeiras consequências. Tanto a vitória de Dolph, como a vitória de Cena podem ter imenso impacto no panorama da WWE, um de forma positiva e outro de forma negativa, mas mesmo assim quantos combates não vimos já ao longo deste ano que não tinham emoção? Que não tinham algo em jogo? Algo sério! Neste combate, está mais que a mala em jogo e isso faz do combate ainda mais imperdível do que inicialmente seria. E, logo por associação, começa por ajudar Dolph Ziggler.

Graças a isto, coloca-se a questão: deveria isto ser o main-event do pay-per-view? Por um lado, e por pensar em Dolph Ziggler e em tudo o que está em jogo, a minha resposta seria sim. Mas por outro, embora o combate dos The Shield com Ryback e Hell No não tenha nada em jogo, também iria ajudar a credibilizar bastante estes recém-chegados ao roster principal. Afinal, precisam de ser algo mesmo especial para no primeiro combate em pay-per-view, serem logo os main-eventers. É certo que não foram pioneiros nesse sentido, mas se bem usado, este argumento pode ser valioso para eles. Neste tópico, acho que ambas as decisões são razoáveis e não iria contestar nenhuma das duas.

Algo que tomo por garantido é uma aparição de AJ Lee ou Vickie Guerrero. AJ mostra-se cada vez mais instável, voltando à sua velha personagem, e algo precisa de suceder para terminar a sua ligação a John Cena, afinal não estou a ver esta história entre ambos durar muito mais tempo, especialmente com a Road to Wrestlemania aí tão perto. John Cena terá, certamente, mais que fazer nessa altura do que lidar com AJ, portanto conto com uma aparição dela para terminar ou iniciar o término desta relação.

Eu tinha idealizado que a altura perfeita para Vickie e Zigger se separarem seria quando este se tornasse campeão. Aí sim, ele poderia dizer que não teria motivos para continuar com uma manager, contudo as condições recentes tornaram isso impossível, ou apenas pouco provável. A não ser que a WWE reverta os indícios dados recentemente, se Ziggler vencer Cena não me admirava que isso significasse que a separação é iminente. Pessoalmente, até não me importava que fosse já, Vickie já não está a ajudar Dolph portanto, mais vale separarem-se antes que comece a prejudicá-lo.

Depois desta história, com ou sem uma vitória de Ziggler, é garantido que Cena irá continuar o seu caminho já certamente delineado pela WWE para a Wrestlemania 29. Ele será um ponto de destaque, sem qualquer dúvida. Sei que é demasiado improvável e algo impossível tal suceder a Dolph, tendo em conta o card já sobrecarregado de estrelas e devido à falta de construção de que tem sido vítima recentemente, contudo conto com ele para chamar as atenções para si, mesmo quando não é suposto. Foi isso que fez na Wrestlemania 28 e é isso, certamente que irá voltar a fazer na Wrestlemania 29. Depois da mesma, grandes coisas estarão no seu futuro, é certo. Pelo menos, assim espero.

Em relação às condicionantes deste combate, gostava que Vickie evoluísse um pouco ou mudasse ligeiramente de personagem no futuro. Algumas nuances poderiam ser alteradas, para que a personagem não soasse tão repetitiva. Sou fã de Vickie, mas já há uns bons anos que ela está assim e o seu papel, neste momento, é inútil com as interrupções constantes de Vince McMahon. Se não lhe quiserem mudar ligeiramente a personagem, que lhe dêem outra estrela para ser manager ou outro cargo credível. Qualquer coisa que lhe dê novo fôlego, mas que mantenha a fórmula de sucesso.

Por último, AJ não me parece em qualquer perigo. É a Diva mais importante da WWE e nem campeã é! AJ funcionava bastante bem há uns meses e a WWE conseguiu fazer com ela histórias interessantes e momentos caricatos. Se a WWE a deixar ser ela própria, se a deixar tentar recapturar a naturalidade daquilo que fazia há uns meses, ela ser ainda mais relevante do que é agora. De qualquer forma, não está em perigo, felizmente, pois também não o merece estar.

E é assim que terminamos mais um “Opinião Feminina”, hoje numa edição dedicada a um dos combates mais importantes do pay-per-view de logo, o TLC. Um combate com imenso em jogo. Algo que pode ser uma jogada de génio e uma grande solução, ou um grande erro e um disperdício descomunal. Será que a WWE vai tomar a atitude, por mim vista como certa? Que terão eles na manga? Da minha parte está tudo dito, desejo um excelente TLC a todos e até para a semana!

Opinião Feminina #108 – A High Ladder topped by even Higher Stakes

8 Comentários

  1. Muito bom artigo Salgado. Eu concordo contigo aliás já chegamos ambos a dizer que o Ziggler era o Bryan 2.0. Eu sei que tu tal como eu és fã dos dois,mas consigo ver imparcialmente tudo o que referes no artigo. O Ziggler está mesmo ali no limbo uma vitória hoje seria se calhar o passo que o colocaria como main-event pelo menos as pessoas deixavam de ter dúvida. Até porque estou convencido que o Cash dele é depois da Wrestlemania.

    Eu vejo outro tipo de ajudas a ele, mas logo no chat eu digo o que estou a pensar durante o combate.Porque para já é só uma hipótese.

    De resto concordo contigo mas não deixo de pensar que o Cena ou o Orton um dos dois vai vencer o Rumble, chama-lhe palpite mas tenho esse feeling. Espero que esteja errado mas que esse palpite existe é verdade.

    Eu por mim separava a Vickie do Ziggler e punha-a com o McGillicutty acho que poderia fazer um bom trabalho a valoriza-lo e ele bem merece diga-se já.

    Só uma questão: Hoje vais estar um pouco nervosa quando for o combate do Ziggler não?

    • Pensei em voltar a comparar o Bryan e o Dolph, mas tal como referi acima, a WWE tem estragado a noção de MITB ao longo dos últimos anos, não foi só com a jornada de Bryan, portanto temi que a comparação fosse induzir em erro, preferindo assim sendo mais geral. Eu preferia que o cash-in fosse depois da WM29, mas já estive mais certa disso.

      Continuo convencida que ganha o Ryback. Ainda não vi a WWE dar indícios de contrário, nem a dar indícios relativamente ao Orton ou ao Cena, portanto mantenho a minha escolha.

      Ainda não sei se consigo ver o ppv hoje em directo, este fim de semana tem andado caótico, mas estou a tentar ao máximo ver se consigo, não só por este combate, mas também pelo os The Shield. E sim, este combate vai ser aquele onde vou estar mais investida emocionalmente, sem qualquer dúvida. Apercebi-me disso assim que fizeram esta estipulação, portanto hoje é “para sofrer”, embora continue a achar que o Ziggler ganhe.

      • Sim eu vou ver, porque tou em Mini-férias do trabalho, admito que emocionalmente é o combate onde estou mais envolvido emocionalmente admito. O dos Shield estou mais descansado sinceramente, não tenho a certeza se ganham mas alguma coisa farão hoje que os irá valorizar. eu admito que já pensei que vão atacar o Cena e o Ziggler ganha.

        Eu não tenho medo que o ziggler perca todos os cenários que imagino dão com ele como vencedor. As intervenções que existam acho que quase tudo o que acho que viável acaba com ele como vencedor. claro que existe o medo da WWE puxar dos 5% de loucura e dar a vitoria ao Cena só porque não ganha desde do Summerslam.

  2. O teu artigo Salgado foi no ponto de maior interesse para esse PPV, pelo menos para mim, poucas vezes vejo um resultado com algo tão decisivo na maneira de eu ver determinado combate, não acredito que a WWE fará a burrice de dar outra maleta para o Cena. Esse combate tem que ser o main-event, pois para mim ele vende mais e é o mais interessante já que definirá muita coisa.

    Sobre Ryback, eu ainda tenho dúvidas em relação a ele como um bom main-event, sempre achei ele um powerhouse interessante, e nunca o vi como Goldberg 2, olhei-o como Ryback um monstro em ascensão. A subida dele para o main-event para mim ainda foi um pouco preciptada, mas ele está fazendo um bom trabalho e espero que ele continue surpreendendo. Só não quero que este ganhe o Royal Rumble, pois pra mim tem gente que merece mais do que ele.

    Daniel Bryan foi um fenômeno, e apesar de ter achado os 18 segundos algo lamentável, foi a melhor coisa que ocorreu para ele, pois após isso tudo mudou, e atualmente ele é uma grande estrela, um dos melhores da WWE em tudo, não só no ringue. Acho que ele vai lutar contra Kane na Wrestlemania, provavelmente como o heel dessa feud, embora eu preferisse que ele fosse o face. De qualquer forma 2012 foi muito positivo para Bryan, com isso eu espero um 2014 melhor ainda.

    AJ foi a diva do ano, apesar de estar enjoado dela, desde que virou GM do Raw, pior decisão da WWE, pois a AJ era quem salvava a divisão, e hoje não suporto vê-la falando, como as coisas mudam. Só quero que a AJ volte aos tempos de maluca, e gostaria de ver a feud dela com a Eve, pelo título, para ver se a divisão das divas melhora um pouco.

    Finalmente Dolph Ziggler, o eterno ‘quase-main-event’, ele teve seu melhor momento com os fãs no início do segundo semestre desse ano, a WWE não aproveitou, espero que depois dessa vitória contra Cena, a WWE não faça Ziggler se perder no card, e o construa como se deve construir um futuro campeão mundial.

  3. Whatever12 anos

    Concordo com a maioria dos pontos que levantas. Por vezes dá a sensação que os guiões dos shows semanais simplesmente pretendem cortar com o passado em vez de lhes dar seguimento. O exemplo da AJ com a Vickie é um exemplo disso mesmo. No entanto existem decisões em 2012 que não se percebem. O porquê do turn do Punk quando finalmente alguém se aproximou do Cena em termos de popularidade. O porquê da união do Bryan com o Kane quando o Bryan alcançou uma interacção com a audiencia fenomenal. O porquê do arrastar do Miz quando o homem com um microfone na mão faz mais do que metade do roster. Com a falta de emoção nos shows semanais e baixos indices de audiencia nos house-shows, estas decisões não se percebem. Carisma e star-power são cada vez mais necessários. Afinal, o que tem em comum Austin, Rock, HHH, HBK, Taker… Apenas o ‘it’-factor.

    Relativamente ao Ziggler não podia estar mais de acordo. O homem está num limbo à meses, e se alguma credibilização era o objectivo, sucessivas derrotas contra mid-carders foi algo que esmoreceu o apoio que recebeu pelo publico especialmente no Verão. De qualquer forma, penso que nem com a Vickie o Ziggler conseguiu estabelecer-se como uma personagem de topo. No mic simplesmente não convence. Em termos de carisma não rivaliza com os melhores. Precisa de um evento que lhe dê a visibilidade necessária. Faz me lembrar um Edge (mais fraco) antes da Mania 22 contra o Foley. Honestamente, uma possivel derrota hoje pode funcionar mais a seu favor do que uma vitória se uma storyline de encontro à Royal Rumble for bem construida. Ziggler precisa de um ‘murro na mesa’. Se vencer, será mais do mesmo…

  4. Ter a mala em jogo não faz sentido nenhum. A mala é um prémio , não é um titulo. Se o vencedor do MITB sabe que mais tarde ou mais cedo pode ter que defender o seu prémio, então a atitude óbvia seria cobrá-la o quanto antes. No meu ponto de vista, esta estipulação é uma aberração. Não tem lógica nenhuma e confesso que me irritou bastante xD

    Em relação ao vencedor penso ser evidente que o Ziggler vença. O Cena ganhava a mala e ia lutar pelo WHC? Sinceramente não consigo visualizar esse cenário, até porque seria desastroso para todos os envolvidos. Tenho dúvidas é que esta vitória lhe dê assim tanto impeto. É certo que derrotar a “cara da companhia” dá destaque mas o ideal seria que esse cenário acontecesse mais perto do momento do cash in. Ora, com a Wrestlemania à porta duvido muito que esse mesmo cash in esteja para breve…

  5. pigusto12 anos

    bom artigo… 🙂

  6. danielLP2112 anos

    “mas que percebo eu disto?”

    Não te preocupes, percebes muito… Se não percebes, disfarças muito bem.

    Mais um excelente artigo, e só não comento mais nada acerca do mesmo porque já não é o “timing” certo 🙂