Mais uma segunda-feira, mais um crónica semanal neste mesmo espaço. Confesso que com o calendário universitário a chegar ao fim, o tempo para uma realização de um crónica ponderada e tranquila não se apresenta como tarefa fácil. Mas o meu grande objetivo é não decepcionar quem se revê nas mesmas. Onde todos, sem excepção, merecem total respeito e empenho da minha parte. Vamos a isto.

Hoje trago aqui um tema, na qual abordei na crónica da semana passada, num segmento bem perto final, destinada às notas soltas. Sim falo do novo cliente de Paul Heyman, Curtis Axel.

E se bem se lembram, na semana transata referi, o mesmo assunto com a possibilidade de existir uma vertente negativa na mesma. Pois bem, continuo com tais ideias e talvez, estas tenham sido um pouco reforçadas na última Raw. Vamos a argumentos.

Primeiro, realçar que fiquei agradado com a estreia de Curtis Axel na WWE. Sim, este senhor não é novo por estas andanças, mas o termo com que se apresentava ao público anteriormente, não passava de um simples acto ridículo e estúpido por parte da WWE.

E isto comparando o seu talento, á personagem em que estava inserido. Deixem-me relembrar um caso que gosto de falar particularmente, quando falo de personagens falhadas.

Estão a ver o Brodus Clay? Sim, acho que este lutador epidimiza atualmente o significado de uma personagem, totalmente desenquadrada com o seu potencial. E atenção que não estou a tentar realçar, que Brodus tem talento para ser uma grande estrela no futuro. Porem de uma coisa tenho a certeza, com esta gimmick, não passará nunca do low-card.

Já o caso de Custis Axel, anterior Michael “magiliquetas”, apresentava um teor um pouco semelhante ao que se passa com Clay atualmente. Não quero assimilar em demasia os dois casos, afinal de contas, o filho do Mr. Perfect, tem um potencial que até mesmo ele o deve desconhecer.

Cult of Justice #15 – The New Paul Heyman Guy

Sim adoro o seu trabalho dentro do ringue, é um grande lutador, mas a importância de se obter uma gimmick eficaz e fluida, assenta numa base fundamental, de transportar o lutador, para níveis estrátosfericos em termos de popularidade.

Estamos a falar de Wrestling, com a palavra entretenimento completamente emparelhada com este desporto, e neste caso, ser só bom no desporto que se pratica não chega. Daí a importância dada ao teor das personagens apresentadas.

Se o publico se encontra assistir a um espetaculo, onde os intervenientes não cativem a sua atenção, então esses mesmos intervenientes, estão condenados ao fracasso. Mais uma vez destaco o público-alvo que o wrestling apresenta. Neste campo, e para a minoria que de facto se interessa por Wrestling, na essência da palavra, a gimmick, irá ser avaliada em consideração com o seu trabalho em ringue.

Quando o chip se altera para o grande público-alvo da WWE, então, não será de estranhar que vivemos numa sociedade, onde o lutador mau deve ser derrotado pelo lutador bonzinho da história. E não estou a querer contrariar ninguém e posso afirmar sem qualquer problema. É este público que compra as camisolas, e todos os produtos da sua personagem favorita. O dito babyface. Não do homem, e da capacidade em ringue que esse mesmo ser consigo pode transportar, mas sim dos feitos heróicos que a sua personagem transporta.

Veja-se o caso de John Cena. Acham que as criancinhas sabem o talento que aquele homem transporta consigo? Nem de sombras. A gimmick, foi programada para um determinado público-alvo e esse publico corresponde às expectativas da WWE, no que diz respeito ao campo das receitas.

Porque simplesmente, apesar de nós, fãs mais dedicados, não acharmos muita piada a isso (atenção que respeito bastante John Cena, e admiro o seu empenho e dedicação), John Cena foi construído com o propósito de tal. Ou seja vender para determinada escala etária.

E não são todos os lutadores que se possam gabar de tal situação. CM Punk, apesar de estar a evoluir neste campo, ainda detêm de uma massa associativa muito vintage em relação á sua carreira. E o mesmo se pode apelidar, por exemplo a António Cesaro.

Não é segredo para ninguém que admiro imenso este último. Consegue me cativar por completo dentro do ringue. Mas quem compra as suas camisolas e os seus produtos de marketing? Quem apenas lê a palavra entretenimento na sigla “WWE”? Obvio que não. São os fãs mais dedicados que o fazem e isso, meus caros amigos, caso a WWE não o faça para mudar, pode-se dizer que a sua personagem encontra-se condenada ao fracasso.

Trata-se de uma questão de apostar em alguém que nos ofereça, a nós criadores de personagens dentro da WWE (sejam eles quem forem), certas garantias de que a aposta em si vai funcionar.

E voltando ao campo do lutador em questão, Custis Axel, a WWE decidiu da melhor forma. Ou seja faze-lo voltar á televisão com outro teor. Agora só me questiono com um pormenor. Como é que este lutador, no seu passado, já conseguiu ser campeão de equipas na WWE? Mostra perfeitamente o estado em que a divisão se encontrava anteriormente.

Não gostava do que via com a sua antiga gimmick (se é que ela existia), e na minha opinião, o agora Axel, era de longe o lutador mais talentoso dos “New Nexus”, logo a seguir a CM Punk. E claro existia Bray Wyatt (antigo Husky Harris), mas neste caso, nunca pensei que tal transformação pudesse acontecer de uma forma tão positiva como Curtis Axel.

Deixo desde já aqui um nota solta para a minha felicidade em poder ver a “Wyatt family” no plantel principal da WWE. Digamos que espero ansiosamente. E acreditem, que com esta chegada, algo na WWE pode mudar, e não estou a exagerar.

Tal como Michael Cole afirma para diversas estrelas, Axel tem todas as capacidades para poder vingar na WWE. Tem o pedigree necessário e acima de tudo o talento encontra-se lá.

Porem lanço uma questão, será que se apresenta como suficiente mudar apenas o nome da personagem e associa-lo a Paul Heyman, para que todo o seu passado seja esquecido? Penso que esta, poderá ser uma das duas falhas na construção da personagem de Curtis Axel na WWE atualmente.

Cult of Justice #15 – The New Paul Heyman Guy

No mínimo, no meu ponto de vista, ainda não consigo, olhar para Axel, dissociado da sua personagem antiga. Poderá ser uma questão de moda, ou então não passa de uma birra minha, mas o que é certo é que ainda tal não me foi possível dissociar.

Na minha modesta opinião, a WWE deveria ter feito um conjunto de teaser´s, para ajudar a promover a personagem em si. Tal como aconteceu com Sandow, salvaguardando as devidas diferenças obviamente.

Era necessário, a WWE tentar demarcar Axel, da sua personagem antiga, porque para os fãs mais atentos, esta ultima ainda não foi esquecida. Não estou a querer dizer que a posta não deveria de ter sido feita. Obvio que sim. O miúdo tem muito talento, mas deveria ter sido num outro contexto.

Apesar de Paul Heyman ter a capacidade de moldar todos os comportamentos do público, a WWE poderia ter feito algo mais no que diz respeito á marcação da sua personalidade enquanto Curtis Axel. Por exemplo, fazer aquilo que estão a fazer com Bray Wyatt e a sua família.

Ajudar a perceber, o que mudou. E não apenas conteúdos bibliográficos, mas sim em termos de atitude de personagem. Mas obviamente que gosto de o ver na WWE, aliás, só não gosto muito do que aconteceu nestas ultimas semanas. É um pouco difícil de digerir na minha opinião.

Não concordo com a temática da WWE, em o colocar em combates com Triple H e John Cena só porque sim. Então, dois dos maiores símbolos da WWE atualmente iriam perder “limpo” para um recém-chegado?

Obvio que não, além do mais sabendo de quem se trata e dos egos que alimentam estes dois. Mas esta prática de os colocar a perder por desqualificação, não me agrada nada. Afinal de contas sinto que Axel, está a ser usado como um elemento secundário nas histórias. Se por um lado, com Triple H, este serviu para formar o dito “angle” para tirar este ultimo da televisão, com John Cena, a situação foi mais gritante.

Apesar de ter achado um pouco insosso, digamos assim, o combate entre Axel e HHH, ainda é compreensível, Axel poder sair por cima da história. Afinal de contas, para todos os efeitos, foi durante um combate com o dito Roockie, que o grande Triple H foi encostado às boxes. Independentemente do que aconteceu na noite anterior com Brock Lesnar.

Se, Axel, já possuía matéria suficiente para se gabar, então para quê combater com John Cena? Se o primeiro combate até poderia ter resultado, o segundo falhou redondamente.

Falhou porque na história, havia um propósito. A intervenção de Ryback para influenciar John Cena. Obviamente que Cena, ao ser o rei dos babyfaces, foi á procura da batalha com Ryback. Mas será que não podiam fazer isto envolvendo outra personagem? Será que a WWE não percebeu, que com a história de Triple H, poderia ter criado algo forte para Curtis Axel?

Não havia necessidade, deste segundo combate acontecer. John Cena não está perto de se reformar, como se encontra Triple H, nem está perto de obter um horário a part-time, como HHH. Assim, esta vitória de Axel, em nada contribui para o desenvolvimento da sua personagem.

Se me perguntarem se gostei do final do combate com Triple H, eu digo que não. Afinal de contas, construir um Heel vencendo Faces, sem ajuda de terceiros, não se apresenta tão difícil. E naquela situação, a WWE poderia perfeitamente ter aproveitado a debilitação física de Triple H para que tal acontecesse. Mas não. Mas lá está. São decisões e a WWE optou por esta.

Confesso que quando Paul Heyman, começou a anunciar quem seria o seu novo cliente, me veio imediatamente um nome á cabeça. António Cesaro. Podem-me criticar, mas muito sinceramente, dar-me-ia mais gosto que tal acontecesse. Se calhar daqui a um bom par de semanas, ainda vou pensar o oposto, mas para já, ainda não consigo encontrar uma boa razão para Axel ser considerado um “Paul Heyman Guy”.

Por falar em “Paul Heyman guy´s”, após esta assimilação ao mesmo por parte de Curtis Axel, deixem-me referir que antevejo o regresso de CM Punk como Face. Sim, porque afinal de contas, não me parece viável ter três super estrelas da WWE, Heel´s, afiliadas a este manager. Não posso deixar de considerar este aspeto negativo. Pois, no meu ver, a margem de Punk como Heel, acabou na Wrestlemania. O que significa que podemos perder o melhor Heel da companhia.

E com a chegada de um novo membro ao grupo, estará assim tudo indicado para esse Face Turn. Afinal de contas Axel, é uma estrela a full-time, ao contrário de Lesnar, o que faz que tivesse de repartir, as luzes da ribalta com Punk. O que poderá acontecer, mas sinceramente, não vejo a WWE a executar tal feito. Até porque tirava o foque de atenção em Axel. E isso não é de todo desejável.

E na minha mente mais rebuscada, consegui ver naquela promo de Heyman no show de Jericho, o possível Turn de Punk, com o aceitar do combate por ele. Mas vermos o que o futuro nos prepara.

Quanto ao futuro de Axel, muito sinceramente, já ouvi rumores de que este ultimo, poderia estar no caminho de ganhar um Money in the Bank. Não posso deixar de concordar com tal argumento, mas saliento que sou totalmente contra tal situação.

Mas vejamos, Axel, estreou-se perto do Payback, onde não antevejo que participe em algum combate, mas no Money in the bank, e com a construção da sua personagem a ser delineada e desenvolvida, poderemos de facto ver tal situação. Salientando ainda o facto de Paul Heyman ser uma vantagem a seu favor.

Porque Axel, pode não ser capaz de atrair o público através das suas promos ou do seu carisma, mas Paul Heyman assegura que tal aconteça, com uma facilidade assustadora. Acho que, como acontece com CM Punk, tudo em que Paul Heyman toca, vira ouro. E neste caso, podemos estar presentes numa dessas situações.

Não sei o que o futuro reserva para Custis Axel, mas de uma coisa tenho a certeza. A WWE seguiu dois caminhos distintos. Se por um lado quer tornar Axel, num menino de ouro, ao coloca-lo nas mão de Heyman, por outro a construção inicial do mesmo, não conseguiu ainda convencer-me. Lá está, talvez esteja a ser birra minha. Mas que uma coisa fique bem clara. Finalmente podemos ver este prodígio no plantel principal, a possuir o destaque que o mesmo merece. Agora é uma questão de a WWE, saber tomar as decisões certas, nas alturas certas. E isso define quase na totalidade, o sucesso, ou a falte dele na WWE.

Por hoje é tudo, voltarei para a próxima semana com algo novo. Apelo a que deixem opinião ao tema, na caixa dos comentários, a fim de se trocar impressões sobre o mesmo. Boa semana a todos e boa RAW 🙂

Cult of Justice #15 – The New Paul Heyman Guy

2 Comentários

  1. Excelente artigo! Concordo com quase tudo o que foi referido!! Apenas nao acho que o Cesaro tivesse perfil para ser um Paul Heyman Guy!! O estilo dele muito sinceramente aos meus olhos nada tem a ver com o do Heyman!! E o Curtis, embore também nao fosse a minha primeira escolha, encaixa perfeitamente nesse perfil que um Paul Heyman Guy deve ter!!

    Talento no ringue ele tem, com Heyman ao lado tem tudo para ter sucesso mas parece-me um perfeito exagero ele ganhar uma mala do money in the bank!! Nao digo que num futuro proximo nao possa chegar lá mas homens como Barrett e Cody Rhodes nao estaram já muito mais preparados para carregar com tão responsabilidade?

  2. Duarte_WWE12 anos

    Mais um excelente artigo Luis, parece que os exames não te afetam xD, só uma correção este já é o cult of justice numero 15 e não o 14!
    Olha não tenho grande coisa a dizer visto que concordo com quase tudo o que disseste, tenho reparado pelos ultimos artigos que temos ideias muito iguais e partilhamos das mesmas opiniões!
    A unica coisa que não concordo contigo, á semelhança do que o el shaarawy disse é no ponto do cesaro pois penso que o paul heyman e ele não têm nada a ver um com o outro, não sei como explicar mas a meu ver não fazem o mesmo estilo de todo e atenção eu já disse há uns tempos aqui no teu artigo o que penso do cesaro e realmente ele mete o W na WWE, só que lhe falta mesmo é meter o E na WWE para poder ter o destaque que merece, e concordo que isso passe por um manager para começar mas penso que esse alguém não seja o heyman pois não o vejo como um paul heyman guy!
    Quanto ao joe hennig também estou a sentir o mesmo que tu, ainda não o consigo dissociar do mccgilicutty, mas isso irá passar com o tempo decerteza, depois concordo completamente contigo quanto á errada construção que estão a fazer com ele, preferia que andasse a ganhar a mid carders limpinho do que andar a vencer por count out o hhh e o cena ainda por cima em nenhum dos casos o foco recaiu sobre ele mas sim para construir um suposto angle com o triple h num dos casos e de dar continuo á rivalidade pelo WWE championship no outro! Ainda não tinha ouvido essa do money in the bank, mas não mesmo, sou contra e isso não vai acontecer pelo menos este ano, quero muito que esta personagem funcione pois gosto muito do joe como wrestler e que melhor maneira disso acontecer com o paul heyman ao lado mas parece-me um perfeito exagero que passado 2 meses da sua estreia vença logo uma mala tão prestigiada que por exemplo senhores como ziggler e punk (que são só 2 senhores que são 2 dos meus maiores idolos) tiveram de se esfolar a trabalhar durante anos para o conseguir, acho que isso poderá ser um passo maior que a perna e não quero que isso lhe aconteça!
    Fizeste um bom ponto quando disseste que o punk poderá voltar face em grande parte devido ao heyman ter um novo wrestler a full time e com eles os dois isso podia dividir um pouco as luzes da ribalta principalmente ao curtis, já tou com tantas saudades do punk que pouco me importa como volte, desde que o faça será sempre bom, mas de facto esta relaçao do punk com o paul é perfeita pois não é todos os dias que se juntam os dois melhores do mundo nas suas funçöes seja no que quer que seja!
    Acho que já me alonguei de mais, bons estudos e continua com os bons artigos 😉