Prólogo, autoria de Jorge Rebelo (Autor da cronica Impacto,Best of Impact)
“A figura de manager é dos papéis mais importantes e ao mesmo tempo dos mais negligenciados na indústria do wrestling. A sua função principal é colmatar uma lacuna muito especifica de um lutador – a comunicação. Quando um wrestler mostra ter um potencial enorme dentro do ringue, mas revela muitos problemas nas mic skills, cabe ao manager essa tarefa de emprestar a sua voz. Não é por acaso que os managers têm de ser comunicadores natos, capazes de vender a sua história e de tocar no coração do público, de forma a que estes amem ou odeiem aquele lutador. Na história do wrestling, temos dezenas e dezenas de exemplos que comprovam a ideia que foi graças ao trabalho dos managers que determinado lutador conseguiu tornar-se relevante para o público e conseguiu reunir em torno dele a atenção necessária para receber as oportunidades certas dentro de uma organização.
Se me focar apenas na TNA, não me lembro de um melhor exemplo que James Mitchell, que chegou à TNA com a escola da WCW e da ECW na bagagem e esteve na TNA desde o primeiro dia. Apesar do seu trabalho notável com os Disciples of the New Church e com o grupo de Raven – The Gathering, o trabalho mais notável na minha opnião foi feito ao lado Abyss, ajudando a consolidar o monstro como um lutador temível. Não só Mitchell emprestava a sua voz e a sua capacidade de comunicação, como mostrava ser a mente por detrás do musculo, definindo os objectivos para Abyss e ajudando o monstro a somar vitórias, com algumas interferências e outras tantas alianças estratégicas. Mitchell era um personagem excêntrico na sua imagem, que emprestava algo de mórbido e acrescentava a Abyss uma aura que o consolidou na TNA e em última análise o levou ao único titulo mundial da sua carreira. Para mim, esta capacidade de um manager se uma extensão do próprio lutador, capaz de um elevar é a característica mais importante e aquela que eu como fã de wrestling, mais agradeço a Mitchell e a todos estes grandes nomes”.
Vintage #34
Stage, Ropes, Turnbuckles, Post, Universe, Superstars, Divas, isto são algumas designações Inglesas, para “intervenientes” do mundo do Wrestling! Hoje falamos de uma que não mencionei…Manager! Mais especificamente, o cérebro…The “Brain” Bobby Heenan.
Bem-vindos á trigésima quarta edição do Vintage!
“The Weasel” ou “The Brain”, como era conhecido no mundo do Wrestling foi nos anos 80 um verdadeiro ícone e, é memorável o que ele fez para industria crescer e tornar-se naqueles anos, como um dos principais motivos para ver este espetáculo.
Bobby Heenan estará num patamar onde poucos managers chegaram, na minha opinião incluo somente Paul Heyman nesse lote de talento inatingível perante outros homólogos. Nascido a 1 de Novembro de 1944, Heenan, marcou presença em muitas promoções Norte Americanas de Wrestling. A chegada inevitável á WWE foi o culminar para este “monstro” de personagem, mostrar o que é ser um manager e, ter mais carisma do que muitos lutadores, mais uma vez digo que só Paul Heyman consegue estar neste estandarte.
Nas várias federações ou promoções por onde passou, deixou um legado bastante “forte”. O mais vincado será quando na AWA (American Wrestling Association) foi o líder da equipa “The Blackjacks”, equipa essa, que juntamente com Heenan iniciaram uma stable que foi pioneira nessa federação, chamada“The Heenan Family”.
A AWA era pequena demais para este homem, assim na chegada a WWE, formou com Gorilla Monson, a dupla mais carismática de sempre na minha opinião. O conceito destes dois era simples, Heenan apoiava os maus e Gorilla, era pela verdade e contra a batota. Simples sem dúvida, mas o que os dois faziam era magia e tornavam o básico em soberbo. Carisma, talento e cumplicidade entre os dois, faz com que, recordar seja viver!
A “Heenan Family” estará ligada a rivalidades contra os maiores e mais lendários lutadores daqueles anos, especialmente contra Hulk Hogan. A “família” de Bobby tinha sempre estatuto Heel e, sempre teve sentido que assim fosse, pois tirava o melhor dele e dos seus lutadores. Vários lutadores fizeram parte desta união, exemplos como MR Perfect, Rick Rude, “Million Dollar Man” Ted Dibiase, “King Kong” Bundy, “Big John” Studd, mas houve um que foi a maior contratação de Heenem. Quando conseguiu os serviços da oitava maravilha do Mundo…o mítico André “The Giant”, tornando, um dos mais adorados wrestlers, do lado da “doninha” que era “Brain”.
Esta união levou a que André fosse o adversário de Hogan para a Wrestlemania III, depois do falhanço anterior do pupilo de Heenan, outro superpesado de nome “King Kong” Bundy. Tudo em redor foi planeado perfeitamente, desde a assinatura do contrato do combate, como a storylline ao redor da mesma. O combate faz parte da ilustre lista dos melhores de sempre da WWE.
“The Heenan Family” conseguiu dar destaque e alguma notoriedade a alguns lutadores, sem carisma nenhum, mas só o facto de Heenan estar junto a eles, a reputação disparava a pique! Casos como Barbarian ou Haku, mesmo Brooklyn Brawler teve a sua única rivalidade e história com ajuda deste soberbo homem.
Agora existe um marco historico nos anéis da WWE, quando nem mais nem menos que … wwwoooooooooo!!! “The Nature Boy” Ric Flair chegou a companhia de Vince para confrontar Hulk Hogan. O escolhido para preparar o terreno de Flair foi Heenem, mas para perceberem o impacto que teve a chegada de Flair e a contribuição de Heenem, vou fazer uma síntese ao que sucedeu.
Ric Flair nos anos 80 fez quase toda a sua carreira na NWA/WCW, ele era a grande vedeta da companhia, muito dos seus 16 títulos de World Champion foram conquistados na companhia rival da WWE. Flair durante muito tempo foi a cara deste cinturão, praticamente foi ele que deu prestígio ao cinto, não querendo menosprezar os outros campões, “Nature Boy” foi um Wrestler que deu alma a este cinto histórico. Outros campeões como Sting, Lex Luger, entre outros, fizeram parte do leque de vencedores antes da sua inclusão na WWE.
A sua saída foi muito controversa, pois quando estava bem no topo da WCW, Jim Herd, o Presidente da companhia, que era conhecido por ser bastante irredutível e controverso, não quis pagar o premio a Flair, premio esse que tinha direito pois estava pré estabelecido á bastante tempo. Esta situação agravou-se quando Herd, propôs uma mudança radical no visual de “Naitch”, mas o que fez “transbordar copo”, deveu-se a Herd querer mudar o nome para “Spartacus” e, rapar o cabelo de Flair, ou seja arruinar por completo um legado que tinha vindo a ser construído ao longo dos anos! A recusa de Flair era obvia, sendo posteriormente despedido por Herd.
Flair não chegou a perder o seu World Title, levando-o para a WWE, A peça que fazia com que o puzzle tivesse concluído foi Heenan, pois ele promoveu a chegada de Flair como ninguém…The True Champion arrives…´
The great mind of this sport…são palavras proferidas pela boca de Flair, elogiando Heenan. Esta chegada brilhante de “Naitch” culminou numa grande rivalidade contra Hogan, envolvendo grandes nomes nesta última (rivalidade).Nomes como Roddy Pipper, Sid Justice, Macho Man e a nova super estrela de nome…Undertaker. Flair sagrou-se WWE Champion e foi a única vez que Heenem foi manager de um campeão mundial! Mas houve um campeão e um grande atleta que ficou associado a “Brain”, de seu nome Curt Hennig… also know as MR Perfect!
Com Hennig formaram uma dupla tremenda, talvez (opinião pessoal) a melhor parceria da sua carreira, com um fim bastante infeliz na minha opinião, pois queriam (a WWE) tornar a força MR Perfect Face.
“Brain” esteve na primeira edição do Monday Night RAW numa situação cómica, onde era barrada a sua entrada devido ao despedimento de Gorilla Monson, e em meados de 1991, tornou-se comentador a Full Time, deixando na minha opinião de ter o destaque que era merecido mas, as lesões que tinha no seu pescoço também impedira de estar mais próximo do ringue, liderando wrestlers e feud’s. Esta era altura ideal para se retirar ao fim de muitos anos neste business. Algo que não veio a suceder devido ao convite que recebeu da World Championship Wrestling. A sua passagem não foi das melhores apesar de ter estado entre 1994 até 2000.Para quem viu o que ele era na WWE, sabe que não tinha alegria de trabalho na empresa de Eric Bischoff e, isso passava para o público…The Weasel estava sem “vida” e era notório que só estar a comentar um combate, não era aquilo que Heenan adorava fazer.Foi na WCW que teve das notícias mais tristes da sua vida. Num episódio do Monday Night Nitro, despediu-se do seu amigo Gorilla Monson que tinha falecido devido a doença prolongada.
As picardias com Tom Schiavoni, na mesa de comentadores era bastante comum, e o mau ambiente fez com que ele deixasse a companhia em 2000, sem nada de relevante ter feito, bem talvez um momento hilariante quando se formou a NWO e invadiram a mesa de comentadores, lembro-me perfeitamente o que ri com este segmento…foi um bocadinho de Heenan que se viu…
Em 2002 foi-lhe diagnosticado cancro da garganta, que afetou e muito a sua fala, perdendo muito peso.Até a data tem feito varias cirurgias plásticas para reparar os efeitos malignos do cancro.
Em 2004 teve o mais importante reconhecimento, sendo incluído na classe de Hall of Fame, onde “Blackjack” Lanza, um dos seus primeiros aliados no início de carreira, lhe entregou o prémio. Heenem fez um discurso maravilhoso e bastante engraçado.
Atualmente o seu dia-a-dia tem tido altos e baixos, perdeu a sua mítica voz, mas não perdeu o carisma transbordante da sua alma. Continua a fazer seções de autógrafos, e bem-dita seja a sua vida e, tudo que proporcionou aos fás!“The Brain” acumulou títulos pessoais mas o maior feito foi ter dado significado a sua vida entretendo todos nós!
Don´t Call him the Weasel!
Obrigado ao Jorge por ter escrito a introdução da edição de hoje do Vintage. Tenham uma semana fantástica!
9 Comentários
Muito bom artigo André. Excelente homenagem a um homem que merece totalmente essa homenagem que lhe fizeste.
Sem duvida José! Paul Heyman e Bobby Heenan estão num patamar bem acima de outros managers da história!
E um era a Weasel, e o outro chamam Walrus. Mas ainda segunda a entrevista do Heyman é absolutamente notável.
Excelente artigo. O Bobby “the Brain” Heenan é sem dúvida um dos melhores managers de sempre.
Nem mais!Obrigado por comentares!
TOP 5 Managers:
1. Paul Heyman
2. Bobby Heenan
3. Dutch Mantel (atual Zeb Colter)
4. William Moody (Paul Bearer)
5. Vickie Guerrero
O mítico William Moody simplesmente uma caricatura única!
Hmmmm…Prólogos….já vi isto em qualquer lado. Ah Ah! Mas foi excelente. Grande vintage com a merecida homenagem a um senhor do nosso tempo, (tamos a ficar idosos….xD) cujo trabalho recomendo a muitos jovens apreciadores de wrestling que queiram ver um manager que nao precise de ter Copa D para fazer o seu trabalho, como se vai vendo muito hoje em dia. Um artista do seu tempo, um dos all time greats. Quem poderá esquecer a sua participação na 1a Raw? Ele tem grandes momentos, muitos, mas este é sempre aquele que mais facilmente se recorda ao pensar nele, tendo em consta que se tratou de um dia historico, ou nao fosse a 1a Raw. Que ele continue a vencer as suas batalhas de saúde, pois ainda tem mt para viver. Até pq velhos sao os trapos.
Sem duvida um grande vintage! And for that, I thank you!
Quem quiser perder(ganhar) algum tempo, para ver o que este homem era nesta industria, vai ficar maravilhado!
Tem “saídas” espectaculares,com um sentido de humor fantástico!Como quando vê uma mulher feia no publico…com reacções de “partir” o coco!
Obrigado pelo comentário!prepara-te que talvez haja mais Prólogos!:D