O número 40 tem um significado importante na crença religiosa. É um número que identifica o conhecimento e, também, identifica uma acção ou um objetivo. Propósitos como o de Noé, que demorou 40 dias e 40 noites antes de cumprir o seu juízo contra a geração antediluviana. O numero 40 é também o numero da edição de hoje e hoje relembramos um tema recorrente.Todos sabemos que o termo bom e mau tem um significado simples e pessoal, logo, sabemos pelas acções individuais de cada um, se o carácter deste é mau ou, tem atitudes que demonstram indícios de prejudicar outras pessoas para benefício próprio e muitas vezes só porque tem inveja, devido a factores monetários ou mesmo felicidade pessoal.
Se todos vocês recuarem um bocado na vossa infância, vão se lembrar certamente de alguns casos que se passaram convosco. Talvez aquele colega que fazia “bulling” na escola, ou casos de mau carácter no trabalho – de pessoas que tem gosto em prejudicar a vossa situação no emprego e outros exemplos pessoais e mais concretos.
Levando isto para o “campo” do wrestling, podemos associar estes factores as personagens que as cumprem conforme for o “booking”. Muitas das “storylines” que são utilizadas seguem esta base. Este conteúdo foi tema da edição do Vintage #16, que nessa edição falei de vários exemplos de “wrestlers” que representavam na perfeição o bom e o mau. Hoje vou completar mais ainda essa edição, dando alguns exemplos e dando o meu ponto de vista se foi a melhor decisão. A inspiração para este tema deveu-se ao combate entre Miz e Kofi Kingston no “Kickoff” do Survivor Series”, muito devido a chapada deste ultimo a Miz.
Um dos wrestlers que faz parte do cartaz mais histórico da WWE é, sem dúvida nenhuma – André The Giant. Um gigante de tamanho e também de coração, pois esta documentado que André, era um amigo fora dos ringues e que ajudava sempre o próximo, especialmente na sua cidade natal de Grenoble na França. Nos anos 80 e finais deste, André foi um ícone mundial, que mais tarde passou a tocha para Hulk Hogan e, é desta fase que André se tornou um “Bad Guy” na indústria. Até então este gigante era adorado pelos fás, venerado muitas vezes, e “dava” a cara para a “Old WWF”, até que teve essa mudança radical, que foi um choque para muitos dos fás daquela época.
Vantagens do Heel Turn
André ficou associado ao manager mais fuinha de todos os tempos-Bobby “The Brain” Heenan e isso foi de facto uma vantagem e um aspecto positivo. Acho que o “booking” foi inteligente em colocar uma personagem que era odiada naquela altura ao lado de André, pois deu mais crebilidade a mudança. André fez o papel na perfeição e interpretou de uma maneira brutal. Leva-me a crer que em certa altura da carreira de um “wrestler” o próprio devia de pedir uma mudança, especialmente se tiver um estatuto muito importante na companhia. Um dos casos mais “gritantes” é o de John Cena, mas acredito que irá acontecer numa fase mais tardia da sua carreira, pois está a vista de todos que Cena irá ter uma carreira longa, devido ao facto de ter uma genética fora do vulgar.
Desvantagens do Hell Turn
Bem, se Cena tem uma genética fora do vulgar, André era o oposto, devido ao grave problema de saúde que tinha e já sabia que seria a doença que ditava o fim da sua vida. A fragilidade física de André era evidente, o que levou que muitas vezes “viesse ao de cima” todas as suas limitações, ou seja, deveria ter sido feita esta mudança mais cedo mas, não havia ainda a febre dos “Hulkmaniacks”.
André representou muito bem os dois papéis e no final da sua carreira acabou por ser o querido das massas outra vez, um “face” amado até ao fim da sua vida. Falei nas vantagens e desvantagens de um “face” natural (se assim podemos representa-lo) ao mudar para uma atitude Heel mas, se for os papéis contrários, ou seja um mauzão “enraizado” tornar-se agora num seguidor do bem…
O caso mais evidente é o de “Stone Cold” Steve Austin. Aspecto de mauzão, poucos sorrisos, estilo “in your face”, linguagem pouco educada e outros aspectos bem evidentes. Anteriormente disse “mauzão enraizado” e assim o era, mas o incrível acontece, quando decerto muitos dos fás se identificavam com esta atitude…atitude…palavra sabia que iniciou uma geração e uma ERA no wrestling. A WWE que tinha Stone Cold como um dos melhores “performers”, de atitude “Bad Ass”, consigo torna-lo num Face sem alterar nenhuma característica do seu reportório e atitude. Um exemplo fantástico. Por isso faço a analogia que fiz anteriormente com John cena e André “The Giant”, usando Miz. Mike Mizane é talvez dos Heel mais credíveis que a WWE tem no seu roster, pois basta ver o que ele foi quando assim o era. Como WWE Champion, foi arrogante e com atitudes únicas, e relembradas por muito de nós. Como face é dos mais aborrecidos que há memória, porque…o seu ser foi alterado e isso foi fatal…
Vantagens do Face Turn
O seu “face turn” ocorreu no combate entre ele e Bret Hart na Wrestlemania 13, e mais natural não podia ter sido. Aqui as vantagens são óbvias, pois o público já vinha a apoiar a Cascavel. Foi só dar aquele destaque final rumo ao Main Event, e colocar de vez as luzes da ribalta em Austin. Como disse anteriormente o seu ser em nada foi tocado e alterado, pois foi só deixar Austin brilhar e fazer aquilo que bem sabe.
Desvantagens do Face Turn
Aqui dificilmente haverá, só destaco que para alguns fás do wrestling tradicional e bem mais cómico da “Golden Era” talvez tenham deixado de ver, eu dificilmente deixaria mas, talvez tenha ocorrido para alguns fás mais “Old Scholl”.
Deixo-vos uma pergunta, para a inspiração do Vintage de hoje. Deixou-me a pensar a atitude de Miz e de Kofi, especialmente a deste último. A faceta em Kofi de Heel terá vantagens e desvantagens e aqui gostava que vocês dessem a vossa opinião.
Para finalizar o artigo, deixo um vídeo final de um TOP 10 bem evidente de “turn de wrestlers”. Espero que tenham gostado e tenham uma semana fantástica!
11 Comentários
André o Miz vai ser o heel, isso tenho quase a certeza. A questão é o filme de Natal dele, a WWE não deve querer passar a imagem que no filme ele é bonzinho e depois é “mau” na WWE. A WWE deve esperar mais uma ou duas semanas para poder fazer o turn dele, pelo menos é o cenário mais lógico.
Sim tens razão.Agora gostava de perceber a atitude que Kofi teve no PPV…o porque da chapada mas depois da derrota deste ultimo na RAW deu para perceber que foi um acto isolado e sem grandes desenvolvimentos
Apesar de não ser leitor habitual deste espaço, gostei, bom artigo.
Está na cara que o Miz sofreu ou está perto de sofrer o Heel-Turn, e ainda bem, a personagem dele como face não encaixava nada bem.
Na minha opinião, um Heel-Turn do Kofi poderia ajudá-lo imenso, visto que como face duvido que conseguirá sair do Mid-Card, está mais que estagnado lá. Porém, um turn, poderia elevá-lo a um World Championship, não digo WWE porque não me parece que tenha o estilo de luta ou até mesmo a package move que é “necessária”. Mas para um World Championship dava perfeitamente, e acima de tudo era bastante merecido.
Obrigado por leres e comentares.
Sim também partilho a tua opinião acerca do Kofi e claro do MIZ. Simplesmente o porque daquela chapada ao MIZ…bem esperava mais nesta RAW mas nada aconteceu…
Sim, aí é que está a questão, o porque daquela chapada. Mas pode ter sido simplesmente um ato isolado, não ser, a ver vamos.
Acredito que Miz venha a ser heel, mas não duvido que isto ocorra com Kofi, já há boatos velhos em torná-lo heel; principalmente pela WWE acreditar que primeiro cria-se um bom heel, para depois o mesmo possuir destaque como babyface.
Se Kofi fazer o heel-turn vai ser bem inesperado por parte dos fãs, mas primeiro tinha que mudar um pouco também a gimnick dele, eu não consigo ver Kofi com aquela personagem como heel. Um heel-turn pode dar novos rumos a sua carreira, mas tem que ser bem concretizado, no Survivor Series vi muito, mas faltou na Raw ver o que iria acontecer de fato!
Grande artigo, André.
Obrigado e concordo contigo acerca da mudança do Kofi.Muitos aspectos teriam que mudar na personagem dele.
AAHAHAHAHAHAH “genética fora do vulgar” quanto ao Cena xDDDDDDDDDD ahahah o que eu me ri! O Vince aplicou o seu lápis azul nesta edição do Vintage!
Quanto ao que disseste relativamente à cascavel, o único que se assemelha nesse aspeto era o Henry. Que virou face por causa do ataque dos Shield e basicamente estava completamente igual, a não ser que esporadicamente ia “pedindo” maior reação do público. Agora já mudaram o seu look e tornaram o seu reportório de manobras claramente mais face, como é exemplo disso a sua headbutt.
Quanto ao heel turn do Kofi, já o defendia antes de ser “fixe” defender o heel turn do Kofi. Oh its true. Its DAMN true!
Mas o mestre de virar face, heel, face, heel, face, heel e continuar a brilhar é o Christian. Mestria nível 1000000.
É claro que não posso deixar de referir o Hot Rod… Mas pronto, já chega xD
Boa edição número 40, gostei particularmente da introdução 😉
E em caso de dúvida, sou muito mais adepto dos heels e de heel turns do que de faces. Creio que é um papel muito mais difícil e interessante de desempenhar do que o de face.
Obrigado por leres e comentares.O organismo do Cena tem que ser estudado…Acho que a MARVEL talvez faça um almanaque acerca dele…hehehhehehhe!
Deste bons exemplos como o do Pipper(um dos meus favoritos de sempre)…esse sim em nada mudava o seu estilo…face ou mesmo heel
Belo artigo, realmente há aspetos positivos e negativos nos face e heel turn’s, e há entao esses grandes exemplos do Hogan e Stone Cold e Andre.
Como tu disseste o Miz é chato como face, espero que vire heel e nao sei se o WHC seria bom para ele!
Quanto à minha opinião, gostei muito do Heel Turn do CM Punk no ano passado.
Um belíssimo exemplo o Hell Turn do Punk, Obrigado por comentares.