Os regressos são sempre algo marcante neste ramo apaixonante do Pro-Wrestling. Sejam lesões, suspensões ou até mesmo pausas propositadas para descanço, os regressos são sempre algo agradável de ver.

Ora, embora que isto vos possa levar a crer que este artigo visa aprofundar o mais recente regresso do grande Rey Mysterio à televisão, não é desse regresso que vos venho falar. Curiosos? Sejam bem-vindos a mais uma edição do Shattered Dreams!

Mike Mizanin sempre foi uma personalidade de destaque dentro da empresa de Stanford. A sua irreverência e arrogância perfeitamente naturais atribuíram-lhe características de uma faceta vilanesca, faceta esta que sempre interpretou com grande brilhantismo!

A sua personagem cativa qualquer um, e ninguém fica indiferente à sua presença. À semelhança de Brock Lesnar e Antonio Cesaro, que impressionam facilmente pela sua inigualável presença em ringue, The Miz cativa o pública com o seu impressionante carisma e expressão verbal. The Miz é o tipo de lutador que, mesmo não tendo grande habilidade em ringue, consegue grandes combates devido à sua capacidade de storytelling, assim como Undertaker e Bray Wyatt, que vendem combates apenas com a sua presença.

À semelhança dos dois últimos casos referidos, The Miz é portador de uma grande personagem, um dos melhores vilões da última década. Mas, o que seria de Miz sem a sua arrogante e egocêntrica personagem, que tanto mérito lhe deu?

Estávamos na RAW antes do Survivor Series 2012, noite em que Mizanin executou o seu polémico face-turn. Na altura, conti-me na minha opinião acerca deste assunto, sendo que, a passo que estava curioso para ver como se saía um típico vilão num papel menos mau, tinha também os meus certos receios para com o tratamento que a WWE ia dar a esta delicada mudança.

E esses receios viriam a cumprir-se. A personagem de Miz começou a perder interesse, as suas habilidades ao microfone tornaram-se mais frágeis e vimos um ex-cabeça de cartaz da Wrestlemania ficar perdido no card. Assumindo de princípio que a habilidade de Miz em ringue é, como antes referi, algo limitada e mais à base de storytelling, sem o destaque que a sua personagem dá automaticamente aos combates, as suas perfomances in-ringue também regrediam. A conclusão que podemos tirar daqui é que Miz não funciona como babyface?

Claro que não. Assim como o é para muitos dos mais comuns casos, o factor principal para o fracasso de Miz neste papel foi o booking. A forma como a WWE tratou, promoveu e construiu a sua personagem “boa” foi completamente errada. Uma pessoa como o “Awesome One”, cujos os seus comportamentos são completamente genuínos, não pode ser tratada como o melhor amigo de todos de um dia para outro. The Miz é todo ele um vilão. As suas expressões, maneirismos e até o seu modo de caminhar são atos de um puro vilão. Miz é, à semelhança de Jericho e Orton, um vilão para sempre, ou seja, os seus “face-turns” são forçados por outros vilões, no sentido de promover a rivalidade e o seu comportamento é o mesmo.

E é aí que falha o booking. Se Miz não pode alterar o seu comportamento vilanesco para um típico herói, este tem de ser promovido como alguem que apenas quer por as suas mãos no vilão, aconteça o que acontecer. Já alguém viu Randy Orton a ser “amigo” quando era face? Já alguem viu uma promo de Chirs Jericho sem este mandar as suas típicas piadas sobre o público? Se sim, raramente.

O comportamento de Miz devia ter sido o mesmo, devia ter sido promovido como alguem sério e com as ideias acentes no seu objetivo.

Shattered Dreams #3 – Lar, doce lar!

Chegamos a Novembro de 2013, e The Miz está de novo em casa. Finalmente regressou às origens, origens estas que sempre lhe prometeram o estrelato. Não será caso pra dizer lar, doce lar? Continuação de uma excelente semana!

Nota: Queria deixar este ponto bem explicado no final deste artigo: sei que este espaço ainda é “virgem”, por assim dizer, e que nem sequer tem edições suficientes para sofrer estes relaxos, mas possivelmente terei dificuldades em publicar semanalmente todas as edições até à segunda/terceira semana de Dezembro. Motivos pessoais impossíveis de evitar, vou tentar recorrer a tudo o que puder para cumprir, como podem reparar, a edição de hoje nem sequer foi publicada a tempo, mas assim que puder, vou voltar a publicá-la às quintas-feiras. Obrigado!

Shattered Dreams #3 – Lar, doce lar!

4 Comentários

  1. Totalmente de acordo!! Nao é que o Miz nao funcione como face! Apenas nao deveriam ter-lhe mudado tão drasticamente a personagem e deviam ter feito dele um anti-herói ou algo do genero! Mas claro nada como o Miz heel dos velhos tempos que humilha os adversários à la Y2J e The Rock!!

  2. The Mentalist11 anos

    Sim, acho que quando uma personagem da certo assim como a do Miz deu, não se pode mudar a personalidade da personagem. Seja ela fazendo o heel ou face turn

  3. De fato, Miz não funciona como face, é um heel nato! A personagem face era desinteressante e piorou quando começou a usar o Figure 4-Leg Lock. Se ele abandonar este finisher e voltar as origens heels, podemos ver alguém muito melhor como storyteller!

  4. Sim. O miz ainda so não fez o turn completo por causa do filme, em breve já teremos o top heel que ele sempre foi.