“It’s interesting because… I always thought I would be here, but I never thought I would be here.” – Daniel Bryan; Journey to Wrestlemania: Daniel Bryan

Um final feliz. É isso que, desde pequenos, somos ensinados a desejar. Embora existam histórias que por vezes defendemos que terminam melhor sem o final feliz convencional, nada satisfaz mais a ansiedade, a angústia e todo o sofrimento da construção de uma história do que a bela recompensa no fim. A recompensa que, interiormente, nos acalma e reassegura que valeu tudo a pena. É convencional e humano.

A Wrestlemania já foi o palco de muitos finais felizes. Aliás, tal como foi apontado ao longo dos últimos meses, Daniel Bryan não foi o primeiro worker a ter o seu grande final feliz – e reconhecimento – no maior palco de todos. E também não é o primeiro a lutar duas vezes no evento.

Opinião Feminina #180 – The One With the Happy Ending

Há dez anos, Eddie Guerrero e Chris Benoit encerraram a Wrestlemania XX, como campeões, num dos momentos mais emotivos da história. Há vinte anos, Bret Hart fez o mesmo, na Wrestlemania X, após lutar dois combates na mesma noite.

Coincidências destas não se criam. Não é possível adivinhar como será a WWE e o seu roster na década seguinte. Trata-se de mais um caso de ironia poética.

Tal como no caso dos outros senhores, Daniel Bryan também não se enquadra no perfil que a WWE idealiza para as suas estrelas. Aliás, até neste grupo de workers, Daniel Bryan é quem se enquadra menos.

Por isso, esta noção de final feliz sempre foi especialmente mais difícil de alcançar para ele, do que para qualquer outro. E durante os últimos oito meses de WWE, tal parecia cada vez mais impossível. A WWE tinha a sua visão própria de como seria o final feliz da Wrestlemania e estava decidida a ir até ao fim com o mesmo. O problema é que essa visão não era compartilhada por um número significativo de fãs.

Essa divergência resultou em desconfiança, desapontamento e, acima de tudo, uma enorme frustração. Num segundo, Daniel Bryan parecia estar muito perto de nos dar a todos razões para celebrar. No outro a seguir, este estava mais longe do que nunca.

Na Raw após a Wrestlemania, os fãs começaram um cântico que instantaneamente se tornou dos meus preferidos de sempre: “You deserve it!” Daniel Bryan, humilde como sempre, afirmou que nós também o merecemos. E é verdade.

É normal ver os fãs apoiar uma estrela que, na sua opinião, não está a ter o melhor tratamento. É um instinto real e legítimo. No entanto, não é todos os dias que esse apoio se torna permanente. Normalmente é bastante breve. Sendo essa uma das razões que motiva a WWE a não levar certas ovações muito a sério. “Daqui a uns meses já nem se lembram de quem ele é”  ou “Estes fãs têm a mania de apoiar os heels, para a semana volta tudo ao normal”  são afirmações que facilmente imagino a serem ditas nos bastidores.

Opinião Feminina #180 – The One With the Happy Ending

“Daniel Bryan is a regular guy, from all stand points. I mean, he’s not a super big guy, he’s not a cartoon, he’s not a character… He’s Daniel Bryan. He’s almost a working man. The crowd believes in him, they’re living vicariously through what he’s doing.” – Steve Austin; Journey to Wrestlemania: Daniel Bryan

Isso não aconteceu com Daniel Bryan. Não aconteceu quando este foi afastado dos main-events sem o Título. Não aconteceu quando Big Show e John Cena se intrometeram. Não aconteceu quando Daniel Bryan se juntou à Wyatt Family. E, acima de tudo, não aconteceu quando Daniel Bryan não entrou no Royal Rumble.

Qualquer momento nos últimos oito meses poderia ter sido o momento em que os fãs davam razão à WWE e desistiam. Afinal, parecia que estavam todos a remar contra maré. A gritar com uma parede. Esse momento nunca chegou. Depois no Royal Rumble, os fãs ganharam um novo ânimo. Este ânimo foi alimentado por todos os obstáculos que tiveram que enfrentar.

Esse é um dos aspectos que fez desta jornada tão orgânica e sofredora. Os fãs sentiram que os obstáculos eram reais. Isso reforçou o seu apoio a Daniel Bryan.

Antes da Wrestlemania, defendi que Daniel Bryan teve muita sorte. Se CM Punk não se tivesse ausentado e se os fãs tivessem desistido e/ou recebido Batista melhor, a Wrestlemania teria sido bastante diferente. Agora, já acho que este criou a sua própria sorte.

É certo que as circunstâncias não deram grande escolha à WWE, mas no fim do dia, foram os fãs os grandes responsáveis pela Wrestlemania XXX. foi porque os fãs não desistiram. E não desistiram porque, tal como noutros casos, viram em Daniel Bryan alguém que merecia ir mais longe e que, sozinho, não iria conseguir.

O momento em que Daniel Bryan celebrou a vitória pelo Título WWE World Heavyweight, com confetti a cair do tecto, foi também o momento em que os fãs ficaram a saber daquilo que eram capazes quando realmente se investiam numa causa.

Foi uma celebração, não só do culminar de uma carreira, mas do que envolve a indústria. A magia desta indústria depende tanto dos fãs como depende do lutador que está dentro de ringue. É inegável o impacto que o comportamento de uma audiência pode ter num evento. Quantas vezes não temos pena de certas Raw e pay-per-views, que teriam sido mais fáceis de suportar se os fãs tivessem dado sinal de vida?

E o reverso também acontece. Quantas Raw e pay-per-views não se tornaram melhores e mais fáceis de assistir, apenas porque os fãs estavam a participar no evento? Não estavam simplesmente sentados, a aceitar o que lhes era apresentado.

Ora, o destaque que Daniel Bryan teve na Wrestlemania foi o expoente máximo das maravilhas que o envolvimento do público pode trazer, mas existem sempre desvantagens e inúmeros outros aspectos a ter em conta.

No entanto, aquele momento simbolizou exactamente aquilo que a indústria significa para muitos. A emoção não poderia ter sido mais real, fosse do lado de Bryan, fosse do lado dos fãs. Foi memorável, único, intenso e, acima de tudo, merecido. Não houve ninguém que tivesse assistido a, pelo menos, alguns exemplos do apoio que Bryan teve que ficasse indiferente. Tudo porque os fãs se investiram profundamente nesta história.

Opinião Feminina #180 – The One With the Happy Ending

Ao contrário do que alguns oficiais pensam e defenderam ao longo dos últimos meses, Daniel Bryan não só merece fazer parte do topo, como é uma das melhores estrelas que a WWE tem para tal. A ligação genuína e orgânica que Bryan tem com os fãs existe, em parte, graças à empatia que os fãs têm por Bryan.

Além do carisma, do seu excepcional in-ring work, foi a humildade de Daniel Bryan que conquistou os fãs. É claro para todos que, tal como John Cena, Bryan apresenta um comportamento excepcional e que todos deveriam seguir.

Muito raramente se ouvem histórias negativas a seu respeito. A grande maioria aparenta ter um grande respeito pelo seu trabalho e feitos alcançados. O comportamento, nos bastidores e com a imprensa, aparenta ser exemplar, sem qualquer polémica.

Daniel Bryan é alguém com quem a WWE não tem de se preocupar, no que toca a escândalos ou qualquer tipo de confusão. O seu tamanho contraria também o rótulo dos esteróides que a imprensa e cultura popular tanto associaram à indústria.

Tal como vários outros que estão agora na WWE (como Cesaro), Daniel Bryan é exactamente o tipo de personalidade que a WWE deveria querer no topo da companhia.

E, supostamente, é lá que ele está. A Wrestlemania XXX, embora com a polémica da Streak envolvida, foi centrada em Daniel Bryan e, nesse sentido, correu da melhor forma possível, dando aos fãs a recompensa tão desejada após tamanha jornada. Os combates foram excelentes, especialmente com Triple H.

O segundo, pelo Título, teve alguma confusão pelo meio, com várias personalidades exteriores a envolverem-se, mas conseguiu não ser caótico demais e, as interferências em questão, fizeram sentido.

No fundo, funcionaram em valorizar ainda mais o esforço de Daniel Bryan. Os obstáculos eram imensos, mas o facto deste os ter ultrapassado na mesma apenas ajudaram a sua credibilidade. Sabendo o final do combate de Undertaker, a WWE foi extremamente inteligente em garantir, sem sombra de dúvidas, a presença de Daniel Bryan no main-event logo no início do evento.

A WWE tentou usar Daniel Bryan para apaziguar e minimizar as reacções negativas ao fim da Streak e, segundo as reacções dos fãs durante o main-event, pode-se dizer que funcionou. Assim que a Streak terminou, o combate final tinha o enorme desafio de tentar animar novamente uma multidão chocada e desapontada. No fim, conseguiram alcançar esse objectivo.

Opinião Feminina #180 – The One With the Happy Ending

Após a Wrestlemania, houve imenso feedback online dos fãs, como seria de esperar. Uma das questões que me marcou mais nesse feedback tinha a ver com perdão. Após o que se passou na Wrestlemania, estaríamos nós, fãs de Daniel Bryan, preparados para perdoar a WWE pelo que se passou nos últimos meses?

A minha resposta não foi diferente do que tinha defendido no Opinião Feminina que foi publicado no dia de Wrestlemania. O que a WWE fez na Wrestlemania foi uma minimização de danos. Com ou sem CM Punk, se os fãs não aceitassem Batista, o combate pelo Título estava condenado. O regresso de Batista ficaria para sempre marcado com um combate pelo Título que os fãs escolheram sabotar.

É certo, Bryan poderia ter perdido, mas sem a Streak para encerrar a Wrestlemania, a WWE seria forçada a encerrar o evento com Batista, ou Randy Orton, como campeões e a respectiva reacção dos fãs que não teria a melhor. Não se pode esperar que os fãs apaguem meses de frustração, apenas porque a WWE tentou ao máximo minimizar os danos na Wrestlemania XXX.

O primeiro reinado que CM Punk teve como campeão, em 2008, é apenas um dos muitos exemplos que existem na história de campeões que a WWE, propositadamente ou apenas por negligência, escolheu colocar em segundo plano.

Anos mais tarde, quando CM Punk e Triple H rivalizaram, Triple H apontou que CM Punk não se podia queixar de falta de oportunidades, visto que tinha vencido a mala de Money in the Bank duas vezes e sido campeão outras tantas. No entanto, mesmo com tantas supostas oportunidades, apenas uma fez a diferença e foi a que lhe foi dada em 2011.

A questão é que, não interessa quem é campeão ou que oportunidades são dadas, quando o investimento é genuíno, não há margem para dúvidas em relação à possibilidade de estar em segundo plano ou não.

E será a forma como o reinado de Bryan é tratado que irá determinar isso. Este final feliz marcou muitos fãs, resta saber é como será relembrado. Daqui a uns anos, será visto como apenas o culminar de uma sofrida jornada, ou será também visto como o começo de algo promissor e interessante?

Na Raw após a Wrestlemania, a WWE tentou claramente colocar destaque em Daniel Bryan. Foi este que começou a Raw, não só com um vídeo promocional, como também com uma promo. E também foi este que encerrou, juntamente com Kane, Evolution e The Shield. Daniel Bryan, e por consequente o Título, foram o grande foco.

Desde então, a situação tem sido mais questionável. Nas últimas semanas, tenho lutado imenso com o instinto de criticar a WWE pela escolha de rival para Daniel Bryan e pelo facto de tal parecer que Daniel Bryan está ser colocado em segundo plano.

Esse instinto é alimentado pela desconfiança gerada pelo booking da WWE após o Summerslam e pelo exemplo que referi acima. No entanto, tenho a perfeita noção que, dadas as circunstâncias, este é o único caminho.

Já há alguns anos que defendo a reforma de Kane. Tenho imenso respeito pela sua contribuição à indústria. Concordo com quem defende que este nunca recebe o crédito devido, quando temos em conta a sua longevidade na companhia e tudo o que fez até agora.

Opinião Feminina #180 – The One With the Happy Ending

Todavia, a meu ver, Kane já não se enquadra no panorama actual da WWE, especialmente depois de uma Wrestlemania tão fortemente destacada por talentos jovens. Não só isso, como Kane também não é, de todo, um candidato ao Título aceitável no ano de 2014. Especialmente contra a estrela principal de uma das maiores Wrestlemanias dos últimos anos.

Só que, sem Kane, quem é que resta? Evolution irão lutar com The Shield, num dos combates mais esperados. Não é aceitável alterar o choque de duas facções de sucesso, especialmente quando o mesmo pode ajudar bastante The Shield. Sem os Evolution, não existe mais ninguém que, neste momento, faça sentido desafiar Daniel Bryan.

E é em situações destas que as consequências da gestão defeituosa do roster se evidenciam.

Como é que a WWE chegou ao ponto de permitir que apenas Kane (47 anos), Triple H (44 anos), Batista (45 anos) e Randy Orton (34 anos) sejam adversários à altura e razoáveis para uma rivalidade com o campeão principal? Apenas um destes lutadores tem menos de 40 anos.

Ao longo dos anos, a WWE esforçou-se tanto para manter a esmagadora maioria do roster no midcard, investindo apenas em algumas estrelas, e graças a isso, agora a companhia não tem estrelas preparadas para desafiar o campeão.

Sheamus era um excelente nome para desafiar Daniel Bryan e ambos têm um passado juntos que pode ser usado, mas não é heel ainda e não tem sido preparado ao longo dos últimos meses, tendo sido colocado em stand-by como tantos outros.

Se a WWE tivesse mantido o investimento em Wade Barrett em 2010 e/ou tivesse voltado a investir nele ao longo dos anos, em vez do colocar na estante, este poderia ser outro nome.

Como Sheamus e Wade Barrett, existem tantos outros lutadores que, ao longo dos anos, foram colocados de parte e desperdiçados quando, neste momento poderiam estar um pouco mais aptos a desafiar um campeão.

Apenas três estrelas da WWE têm lugar cativo e inquestionável no main-event: John Cena, CM Punk e Randy Orton. John Cena está em rivalidade com Bray Wyatt. CM Punk afastou-se. Randy Orton está com os Evolution e atravessar um dos períodos mais desinteressantes da sua carreira.

É isto que acontece quando se depende tudo em apenas em poucas estrelas. Basta uma afastar-se que a WWE perde-se e passa a depender de estrelas que já deviam estar reformadas. Infelizmente, isto não seria um problema se, ao invés de se esforçarem tanto para manter todos ao mesmo nível no midcard, a WWE se tivesse dedicado um pouco mais em preparar estrelas para este tipo de situações.

E se John Cena se lesiona de forma séria? Não desejo, de todo, mal a John Cena, mas imaginemos que John Cena se lesiona e, desta vez, não é capaz de regressar em apenas um mês? A WWE fica reduzida a Randy Orton, uma estrela cuja credibilidade tem sido arrasada ao longo dos últimos meses, e Daniel Bryan, alguém que está agora a ser estabelecido como potencial cativo no main-event.

Roman Reigns, Cesaro e Bray Wyatt são excelentes nomes para usar no main-event da companhia, mas estão agora a ser preparados para o lugar. Neste momentos, os três não passam do potencial que têm.

Este é um problema que nós, fãs, temos discutido imenso nos últimos anos e esta situação é o que sempre previmos. Tal como a WWE também o devia ter previsto quando decidiu avançar com a rivalidade entre The Shield e Evolution. Se o previu e não teve qualquer problema com o facto de não ter um adversário razoável para a Daniel Bryan, então voltamos ao problema inicial.

Opinião Feminina #180 – The One With the Happy Ending

Infelizmente, problemas reais e mais sérios que um combate de main-event assolaram a vida de Daniel Bryan. Problemas que não deixam ninguém indiferente. O pai de Daniel Bryan faleceu de forma inesperada. Este fez um claro esforço para aparecer na Raw e a WWE fez o que tinha a fazer ao organizar o ataque de Kane e dispensar Daniel Bryan.

As três tombstones poderão ter sido exageradas, visto que Daniel Bryan regressou na semana seguinte, mas acredito que a WWE estava a preparar-se para a possibilidade de Bryan escolher ficar de fora da Raw, dando-lhe assim a desculpa perfeita para justificar a sua ausência.

Como é natural, este tipo de situações – assim como o casamento e respectiva lua-de-mel de com Brie Bella – interfere com o ritmo da WWE. A WWE não pára, nem espera por ninguém. Todas as semanas existem live events, assim como existem as gravações e transmissões dos programas semanais. O calendário não vai adaptar-se à vida real, terá que ser ao contrário.

De qualquer das formas, acho que a WWE lidou com a situação da melhor forma possível.

Dadas todas as circunstâncias, criadas pela WWE ou não, não acredito que houvesse melhor solução do que esta. No entanto, continuo com algumas reservas em relação ao futuro de Daniel.

Nomeadamente, no que toca a Brie Bella. Compreendi a sua presença ao lado de Bryan na Raw que foi transmitida após este saber do falecimento do pai. Foi um gesto adorável e que, certamente, deu a Bryan imensa força.

Compreendo que, numa tentativa de tornar a rivalidade mais intensa, adequada ao Extreme Rules e mais interessante, Brie Bella seja usada na história com Kane. É uma manobra desesperada de tentar promover esta rivalidade, mas compreensível.

No entanto, acho que o envolvimento de Brie Bella com Daniel Bryan deve voltar a ser reduzido após esta história. Ao longo dos últimos meses, a relação deles foi reconhecida, Brie apareceu frequentemente em breves momentos de bastidores com Bryan e chegou a envolver-se na rivalidade deste com Randy Orton. A meu ver, tal já foi demais. Esta não acrescentou absolutamente nada à rivalidade com Randy Orton e temo que o mesmo se repita aqui.

Daniel Bryan é das estrelas mais populares deste momento, no entanto ninguém quer saber de Brie Bella. Esta não conseguiu cativar os fãs, em todos os anos que fez parte da WWE, e embora ainda vá a tempo de mudar essa percepção, tal ainda não é o caso.

Há uns meses atrás, a WWE anunciou o noivado de ambos na Raw, transmitindo um vídeo absolutamente adorável sobre a relação de ambos. Logo a seguir, Brie Bella apareceu para lutar e esta foi recebida como quase todas as Divas são recebidas hoje em dia: absoluto silêncio.

A relação pessoal de Bryan e Brie não afecta, nem interessa, à esmagadora maioria dos fãs e se a WWE insistir com esta aliança após a rivalidade com Kane, temo que tal prejudique o ímpeto de Daniel Bryan ainda mais que estas semanas atribuladas prejudicaram.

Opinião Feminina #180 – The One With the Happy Ending

Ao contrário de alguns fãs, assisto ao Total Divas e, do que vejo, Brie é das poucas Divas amáveis e uma das mais fáceis de apoiar e compreender. No entanto, tal não se verifica na WWE.

Brie, embora apresente melhorias, ainda não deu aos fãs quaisquer razões para investirem nela. Se esta fosse mais talentosa e/ou carismática, esta aliança não causaria tantas reservas e acredito que os fãs se investissem no casal. Não seria a primeira vez que tal acontecia.

A forma como Brie Bella tratou Stephanie McMahon nos bastidores foi uma tentativa desesperada da WWE de tornar Brie mais popular. Como se pode ver, o trabalho desta dentro de ringue e o seu carisma não têm ajudado, portanto a WWE recorreu à manobra mais fácil e que garante sempre uma reacção: chamar um nome feio a um vilão.

Tal deu a entender que a rivalidade de ambas poderá não ficar por aqui. É possível que isso se aplique também a Daniel Bryan e Kane. Pessoalmente, não sou fã de ver a rivalidade continuar. Kane é a melhor solução, dadas as circunstâncias, mas conto que as circunstâncias melhorem após o Extreme Rules, tirando assim qualquer motivo razoável à WWE para continuar com a rivalidade.

Daniel Bryan precisa de adversários credíveis, de rivalidades sólidas e de um excelente reinado. E, acima de tudo, precisa do próximo grande desafio. Numa só noite, Daniel Bryan tornou-se campeão, dando aos fãs o que estes tão queriam, e atingiu aquilo que todos os lutadores aspiram atingir na sua carreira: estar no main-event da Wrestlemania.

Quando um grande objectivo é finalmente atingido, é normal as pessoas ficarem um pouco perdidas, pois ficaram sem aquilo que as motivava. Não temo que isso aconteça com Daniel Bryan, temo que isso aconteça com os fãs. Espero, com algumas reservas, que o que suceder o Extreme Rules reorganize a luta pelo Tìtulo principal.

Para terminar, relembro que ainda podem ir apostar na League e desejo a todos uma excelente semana e um excelente Extreme Rules!

Opinião Feminina #180 – The One With the Happy Ending

24 Comentários

  1. Lá está. Só tinhas mesmo o Kane para contender, os outros que existem estão no combate com os Shield. E por isso mesmo o Kane foi a melhor solução possível, eu pessoalmente acho que ele ainda faz falta e não é um Show, mas aceito os teus argumentos.

    Faltam contenders? Talvez. Um Heel turn do Sheamus ajudava a resolver este problema, até porque do lado dos faces temos o Bryan, Cena e no futuro Cesaro e Reigns como top Faces. Aliás, o Cesaro poderia ser contender para o Bryan, mas só daqui a uns meses porque nesta altura ele não pode ser enterrado.

    De resto concordo contigo, e ainda bem que viste o que eu vi, ou seja, a Wrestlemania( mesmo com a vitória do Cena), foi o inicio da passagem de testemunho para alguns wrestlers da nova geração. Ainda ontem ouvi o Jericho a entrevistar o Cesaro, e o Jericho também disse isso, que temos novos nomes a aparecer, mas que
    estão preparados para estar no topo( Bryan, Wyatt, Cesaro e Shield).

    • A questão entre Cesaro e Bryan, não é o facto de algum dos dois poder ser enterrado ou não. É possível fazer uma rivalidade onde saiam ambos por cima, sem descredibilizar ninguém. A questão é que Cesaro está agora a caminhar para o main-event e precisa de construir alguma credibilidade antes de lutar pelo Título. É isso que a WWE está a fazer agora.

      O mesmo se aplica a Reigns. Ambos são grandes nomes, mas neste momento precisam de ser preparados para o main-event.

  2. MicaelDuarte11 anos

    Excelente artigo, Salgado.

    Discordo no que toca ao Kane, embora perceba o que dizes. O Kane, apesar da idade, ainda consegue colocar alguns Batista’s num cantinho a chorar…

    O Kane até pode, segundo a tua opinião, estar descontextualizado do panorama actual, mas sem ele, muito dificilmente o Daniel Bryan seria aquilo que é hoje.

    • Ora ai está. Micael esqueci-me de referir isso no meu comentário. Sem os Hell No e a AJ o Bryan não estava neste patamar, não podemos acreditar que simplesmente o talento técnico dele ia fazer tudo. Tal como o Colter foi a “salvação” do Cesaro.

    • O problema não é o que Kane ainda consegue dar à indústria. O problema é que, em 2014, este ainda se revela necessário.

      A Team Hell No ajudou bastante Daniel Bryan, mas convém não esquecer que os fãs tinham começado a apoiar Daniel Bryan antes da formação da equipa. Acredito que, sem Kane, Bryan não estaria onde está neste momento, mas não acredito que não chegasse lá eventualmente de qualquer das formas.

  3. Tal como já te disse várias vezes, discordo com o que dizes em relação ao Kane. Tirando um bom bocado do ano de 2010 (que eu nem sequer acompanhei com grande atenção), na 426385478ª rivalidade com o Undertaker, o Kane nunca foi mal usado. Ao contrário, por exemplo, do Big Show, que teve em histórias épicas como a do John Laurinaitis, no ano passado com a Authority, “intrometeu-se” no meio da “feud” entre o Cena e o Edge em 2009 quando a história devia ter envolvido apenas estes 2, ganhou o Título Intercontinental ao Cody Rhodes em plena WrestleMania numa das decisões mais absurdas que já vi, etc, etc, etc…

    O Kane está em boa forma. Bem sei que defendes que um lutador se deve reformar precisamente quando está em boa forma em vez de se andar por aí a arrastar, e eu concordo contigo, mas quando vejo o Kane em ringue não consigo dizer “fogo, já devias estar reformado”.

    Tal como já foi dito aqui hoje, o Kane ajudou muito o Daniel Bryan. Se o Bryan podia ter chegado ao topo de outra forma, sem ser através dos Hell No? Talvez, mas nunca poderemos vir a ter a certeza. Aliás, até fico parvo ao ver que a WWE praticamente não mencionou o passado que eles têm juntos. Já para não falar do que o Kane ajudou a fazer pelos Shield…

    O Kane não está fora de prazo e digo isto sem deixar que o facto de ser fã dele me afecte. Em relação ao Daniel Bryan (o principal foco do artigo), não tenho nada a acrescentar. Merece estar onde está e espero que, depois de hoje, passe a estar nos “main-events” dos PPV’s.

    • É uma questão onde iremos eternamente discordar, então 🙂

      Sabes perfeitamente, assim como qualquer pessoa que acompanhe este espaço, que a minha opinião não é diferente no que toca a Big Show. No entanto, o facto de Big Show ser tão ou até mais dispensável que Kane, não invalida o facto de Kane estar completamente deslocado no panorama actual da WWE.

      Não tenho qualquer crítica a apontar à condição fisíca de Kane, nem foi isso que fiz no artigo. O que tentei explicar é que, a meu ver, no ano de 2014 já não existe razão ou espaço para Kane. Especialmente depois do fim da Streak.

      Como é natural, uma reforma deve ocorrer antes do lutador se embaraçar com o declínio da sua forma física, mas tal não significa que deva continuar até aos 50 se a sua forma o permitir. Shawn Michaels também lutou excelentes combates até se reformar e, como é natural, se voltasse hoje aos ringues, certamente teria uma combate espectacular. Mas isso não significa que devesse continuar a lutar ou que deva voltar.

      Chega a uma altura na carreira dos lutadores, em que o que fazem precisa de ter qualquer significado ou propósito, porque depois da carreira de décadas que tiveram, já não se justifica lutarem todas as semans e passarem pelas mesmas provações repetidamente.

      O problema é que, em 2014, Kane continua a ser tratado como apenas mais um roster, quando já se deveria ter reformado ou ser usado apenas para situações especiais.

      • Um exemplo do que estou a dizer é Goldust. Regressou com um propósito e, até ser completamente arruinado, estava a funcionar na perfeição.

        Isso significa que Goldust deve voltar a tempo inteiro e lutar por outros títulos? Claro que não, mas facto é que este impressionou pela sua forma física e prestação, especialmente quando se tem em conta a idade que tem.

        Goldust funcionou porque tinha um propósito e não regressou apenas para continuar a fazer as mesmas coisas que tinha feito ao longo da sua carreira. É isso que precisa de acontecer a Kane e Big Show.

  4. 434 Days11 anos

    Bom artigo.

    Pessoalmente acho que o Kane tem estado muito bem nos segmentos pré Extreme Rules. Concordo que aches que ele já não seja um wrestler muito”actual”, mas por culpa da WWE, tal como disseste, não existe outro contender. Talvez o mais indicado era um Sheamus heel, mas este senhor cada vez anda mais perdido no card. Em relação ao Bryan espero que ele se mantenha no topo nestes anos que se seguem. Ele merece mesmo estar onde está. Só espero é que os fãs correspondam da mesma maneira e que continuem a apoiá-lo.

  5. Excelente artigo.
    Espero sinceramente que o reinado do Bryan não seja como o do CM Punk em que muitas vezes não esteve no main-event. Concordo que Evolution vs The Shield seja main-event no Extreme Rules, mas no Payback espero que o Bryan volte ao main-event.

  6. Julio11 anos

    Excelente Artigo!
    Acho que a WWE tenta de todas as maneiras que Brie E Nikki se tornem apoiadas pelo publico assim como o Bryan e o Cena coisa que é impossivel já a grande jornada do Bryan sim foi de todas as maneiras que a WWE não queria ele no ME mas eu queria ver qual combate a WWE iria reservar pra ele se o Punk estivesse lá porque Triple H não iria. E acho que não é um final feliz porque se o Bryan perder titulo contra algum membro da Evolution ou Autoridade volta tudo de novo mas se não ocorrer será sim o Final feliz.

    • Obrigado 🙂

      Se o Punk lá estivesse, mas os fãs continuassem a rejeitar Batista, acredito que Bryan fosse inserido no combate pelo Título. Eles tinham que salvar o combate de qualquer das formas.

      Se o Punk lá estivesse e os fãs tivesem, eventalmente, aceite Batista, então Bryan teria ficado a fazer outra coisa qualquer no midcard.

      Falei de “final feliz” apenas no que toca à Wrestlemania XXX, não aos possíveis desenvolvimentos.

      • Julio11 anos

        Sim no que toca a WM XXX concordo foi um final feliz

  7. JoãoRkNO ®11 anos

    Excelente trabalho cara cronista . Bem , no que toca ao Kane concordo quando dizes que de todo ele não é um candidato ao título neste ano , mas para este PPV é a melhor escolha , não vejo ninguém disponível com credibilidade para enfrentar o Bryan . Também concordo quando referes os lutadores que a WWE considera credívéis para o ME , todos eles já numa idade avançada , uma politica que tem que ser mudada perante eles , os fãs não gostam de estar sempre a ver o mesmo . Na minha humilde opinião , acho que o salto gigantesco do Bryan foi a inclusão dos Hell NO , que foi das team´s mais extraordinárias que já vi . Enfim , hoje como era de esperar era praticamente impossível ele ser ME , mas espero sinceramente que daqui para a frente esteja onde merece , no ” topo do mundo ” .

  8. Silva17711 anos

    Excelente artigo.
    Quanto ao Daniel Bryan,concordo plenamente.Ele é como qualquer um de nós,ele é o representante do povo,são razões por ele ser tão apoiado(a ultima vez que se viu alguém assim,foi Stone Cold(outro homem do povo!))
    Em relação ao Kane,discordo pois apesar do mesmo já ter uma idade considerável,continua a ser dos melhores “big guys” que tem.Na minha opinião,o Kane só se deve reformar quando o próprio quiser,pois ele tem mais que capacidades para aguentar mais 2/3 anos ao mais alto nível.
    De resto concordo com tudo.

  9. Obrigado 🙂

    Sheamus era, definitvamente, o melhor nome para o lugar, mas precisava de se ter tornado heel há mais tempo e tido uns meses de credibilização.

  10. Obrigado 🙂

    Espero o mesmo, mas não tenho muita esperança.

  11. Obrigado 🙂

  12. Excelente artigo Salgado.
    Sinceramente acredito que a WWE ainda não confia totalmente no talento e popularidade do Bryan.
    Não sei a quando a WWE vai começar a preparar novas estrelas. nesses últimos tempos a WWE teve toda a chance de tornar o Ziggler, Sandow,Cody Rhodes em estrelas credíveis, mas não o fez. como você disse e se o John Cena se lesiona Sério? Randy orton vai o substituir? sinceramente não consigo imaginar isso depois do ano passado.
    O Sheamus era uma excelente opção para enfrentar o Bryan no payback, mas tal como não deu nem indícios de se tornar uma ”heel” acho dificil.

  13. Artigo fabuloso. Dos melhores que já li.