A história de Portugal é rica em factos ou acontecimentos que marcaram gerações e gerações, como a batalha de Aljubarrota ou o desbravar dos mares para a descoberta do incerto, que viria a ser importantíssimo para a história Mundial, ou mesmo, uma dinastia de Reis e Rainhas que governaram o povo lusitano com mestria em muitos casos.
A cultura é sem dúvida outro marco incontornável dos anéis de Portugal. Poetas como Luís Camões, Fernando Pessoa, que foram pioneiros na escrita e “abriram” um Mundo para outros congêneres para seguirem o mesmo rumo de sucesso.
O vintage abre novamente o livro de recordações, hoje para falar destes factores: Guerra e Cultura. Para quem pensa que o wrestling é só brutamontes a lutar e outros afins, onde este pensamento predomina na mentalidade ignorante, enganem-se! Ao longo dos tempos, especialmente na Golden Era, os wrestlers adaptavam gimnicks mais culturistas e pedagógicas. Claro que havia os ladrões, os cobradores de impostos ou astronautas mas, houve um leque de lutadores e managers que tinham uma missão que viria a ser decisiva para passar aos mais jovens um bocadinho de história, seja de que país e região fossem.
Um dos pioneiros foi The Genius, de nome Lanny Poffo, que nos fins dos anos 80 teve um impacto positivo em termos de passagem ao público de cultura, especialmente ao recitar poemas escritos por si a plateia presente. Lanny apresentava-se como um intelectual e, na realidade era mesmo. Exibia-se como The Genius e para quem pensasse que era só “bazofia” estão enganados, pois ele era mesmo culto e tinha uma sabedoria com uns bons patamares acima dos outros wrestlers.
Tal como mencionei anteriormente, ele teve um impacto muito positivo pois foi um dos aliados de Mr Perfect na rivalidade deste ultimo contra Hulk Hogan. Imaginem que chegou mesmo a vencer Hogan!…Bem, foi via countdown mas, chegou a vence-lo! Com o passar dos anos Lanny deixou os ringues para ser um full time manager, onde esteve ao lado dos Beverly Brothers, tornando-os mais uteis e mais capazes de serem uma referencia na divisão de tag team. Actualmente, Lanny ainda luta, e consegue ser muito eficaz em ringue, e para além de ser um poliglota e articular as sua frases na perfeição, foi dos primeiros atletas puros a brilhar em ringue.
Outro exemplo de cultura foi o mítico super atleta, o super pesado Yokozuna. Rodney Anoa em 1992 interpretou na perfeição o herói Japonês, o típico lutador de sumo, pois estes, são vistos como deuses no país do sol nascente, e Rodney conseguiu levar toda a tradição nipónica para os ringues da WWF. Ao seu redor vinha um “comboio” de cultura, desde as míticas gueixas, o quimono, o equipamento de luta e, especialmente o sal que era lançado para o ar, que era característico nas lutas de sumo. A bandeira japonesa sempre nas mãos do eterno Mr Fugi que alterou o seu visual de Charlot para a vestimenta clássica japonesa – o quimono, todos estes factores transmitiraram ao publico o conhecimento de toda uma cultura japonesa que é apanágio no Oriente.
Este conjunto de cultura deu azo a imensas rivalidades contra os favoritos do fás Americanos e aqueles que defendiam as cores azul e vermelho, como Jim Duggan, Lex Luger ou Hulk Hogan. Um Lutador que manteve-se praticamente fiel a sua personagem alterando no fim da sua carreira e curta vida quando foi aliado de Owen Hart.
Contrastando com a cultura temos a Guerra, bem talvez estejam interligados, pois as guerrilhas que houve entre povos são também um marco histórico, que são retratados em livros ou filmes. Quando falo em guerra podemos englobar a personagem Viking – Berzequer, que era interpretada por John Nord. John era na minha opinião um atleta talentoso e somente vimos isso quando ele rumou para a WCW, pois era óbvio que um herói viking como linha de carácter o limitava em ringue, pois não era permitido nada que fugisse a esse traço. Na WWF com o nome de Berzequer, que era um nome fantástico, pois significava “pele de urso” ou a expressão, ficar violento, pois os guerreiros nórdicos estão documentados como serem agressivos, e somente com um grito, ele demonstrava todo o poderio intimidante.
Mais uma vez tivemos Mr Fugi ao lado de um gigante onde o máximo que Berzequer chegou enquanto wrestler foi uma rivalidade contra Undertaker. Huss! Huss! Este era o grito do grande guerreiro Berzequer!
Warlord seria outra interpretação ao pormenor de um guerreiro com uma característica bem vincada. Warlord era o típico powerhouse, cheio de músculos e limitado em ringue, mas o seu semblante era perfeito que transmitia invencibilidade e poder em ringue. O senhor da guerra era a fiel interpretação do lutador, com manobras violentas e muitas vezes bem perigosas, como é o exemplo do Pilledriver ou o Powerslam. Warlord nos primórdios dos anos 80 fez parte da equipa Powers of Pain, juntamente com Barbarian, acompanhado pelo manager Doctor Slick, mas foi a solo que demonstrou eficácia a interpretar a personagem de senhor absoluto da guerra.
Ao longo da cronologia Mundial houve numerosos senhores da guerra, especialmente na China, onde governavam as suas regiões a lei da violência, espalhando o terror pelas aldeias, para pilharem bens ou cobraram impostos. As dinastias Chinesas documentam chacinas em massa bem como no Japão. Warlord era o sinonimo de um senhor que somente queria poder e governar o Universo da WWF/E.
Estes são alguns exemplos que exibiam de uma certa forma a cultura histórica de alguns países ou regiões, pois o wrestling e especialmente a WWF/E inspirava-se em figuras míticas para enriquecer de alguma maneira o conhecimento dos fás. No meu caso especifico enquanto jovem adepto, fiquei aprender e muito com os rituais de Yokozuna antes dos combates, ficando a ter conhecimento dos nomes como quimono ou Banzai. O papel da WWF/E é sem duvida de dar conhecimento ao publico de culturas e outros pormenores grandiosos da história universal. Para quem pensa que tudo é feito sem um mínimo de estudo e capacidade de dar ao publico algum conhecimento enganem-se! Pois estes são somente alguns exemplos, pois podíamos identificar muitos outros.
Actualmente talvez não seja necessário a WWE seguir esta via, pois a internet é o melhor canal de conhecimento, mas faço esta questão:
Actualmente achas necessário ainda usar esta via como transmissão de conhecimentos históricos?
Até para semana…This is Vintage! Sejam felizes!
10 Comentários
Excelente Vintage. Gostei da referência cultural às referências culturais. xD Awesome stuff. 4as de ouro continuam em grande! E é sempre bom ver algumas linhas a falar do Lanny Poffo. You’re Welcome!
Thanks! O Lanny Poffo era tão talentoso em todos os aspectos mas como tinha a personagem um tanto feminina acabou por desaparecer!
Excelente artigo meu caro. Eu não me lembrava de todos estes nomes do passado e ainda bem que me fizeste relembrar memórias que estavam no baú das lembranças.
Obrigado josé, alguns dos que mencionei são lutadores que marcaram por alguma razão a minha infância de wresttling da RTP 1.
A minha também remonta esse espaço temporal e só me lembrava do Warlord.
O Warlord era o típico lutador que raramente perdia mesmo enfrentando grandes superstars como Bret Hart ou outro grande nome, mas também não ganhava, era quase sempre double DQ ou outra artimanha qualquer…lol. O melhor combate dele foi contra o British Bulldog!
Ótimo trabalho caro cronista . Não tenho nada a apontar , apenas realçar que é sempre bom ter alguém que nos relembra ou mostra alguns factos marcantes do passado .
Gostei deste vintage. Adorei ver estes wrestlers que deram uma imagem positiva do wrestling.
Até eu não queria saber do wrestling há uns anos, mas quando comecei a perceber mais sobre o assunto, comecei a ver devagarinho até agora passar a ser um espetador mais assíduo.
E claro que se devia transmitir esses conhecimentos para toda a gente. Foi assim que fiz que alguns amigos passassem a gostar de ver lutas, principalmente das hardcore.
Obrigado pelo teu comentário e continua a transmitir esses conhecimentos 😉
Obrigado o objectivo é mesmo esse 😉