Sejam bem-vindos a mais uma edição do Top Ten. E se já recuperaram do tombo – no bom sentido – que foi o último Monday Night Raw e ainda se estão a desencucar dos acontecimentos do dito cujo… Então este será um Top Ten bem agitado, pois é daí mesmo que parte a ideia.
Seth Rollins surpreendeu-nos a todos e virou-se contra os seus parceiros dos Shield, para se juntar aos Evolution e substituir Batista. Fê-lo com atitude e com uma bela de uma rija cadeira e ficou toda a malta abalada a olhar para o ecrã a perguntar-se o que tinha acontecido. O que tinha acontecido é que um Superstar tinha-se fartado de trabalhar para um grupo e quis aventurar-se para outro. Até podia querer arrancar a solo, apenas. Como já outros fizeram anteriormente. Quer seja a virar Face ou Heel, a trair ou a livrar-se de uma prisão, quer seja para ser substituído ou para acabar com o grupo… Aqui ficam dez casos de lutadores que se fartaram de partilhar a ribalta com os mesmos tipos…
10 – Ric Flair, Fortune
Começa-se por um caso mais recente, noutra companhia e que não desfrutou de tanto impacto histórico. Talvez por ser o grupo menos histórico da carreira do senhor em questão. E o único cenário em que ele podia fazer a acção de virar costas. Nos Four Horsemen era o líder, não ia trair o seu grupo. Nos Evolution foi o último sobrevivente, talvez porque para haver a tal “Evolution” tem que se começar em algum tipo de primórdio – que, caricatamente, foi o que ficou até ao fim. Com os Fortune, ele era o líder… E o primórdio… Mas estava na TNA em 2011 com Vince Russo a tratar dos assuntos, logo fosse todo o mundo condenado se não houvessem turns. Flair decide juntar-se aos Immortal e deixar os jovens Fortune a cargo deles mesmos. Porque… WOOOOO, talvez, não sei…
9 – D’Lo Brown & Mark Henry, Nation of Domination
Já nos restos da Nation of Domination. Por esta altura já se tinham dado várias viragens e traições. O grupo composto por Superstars de raça negra e Owen Hart, o mais escuro e de descendência Africana mais vincada do grupo, passou por várias fases de liderança – primeiro viram o grupo a virar-se contra Farooq, para The Rock tomar a liderança. Já mais tarde, seria a dupla de D’Lo Brown e Mark Henry a tratar do resto, virando-se contra Godfather e The Rock, separadamente – por esta altura, The Rock já era o adorado Rocky que tanto marcou a década de 90 – para permanecer como uma tag team que ainda mantinha alguma ligação com o grupo e o nome Nation of Domination. Mais recentemente, D’Lo Brown traiu toda a TNA ao revelar-se como vice-presidente dos Aces & Eights e Mark Henry enganou todo o povo com um discurso de reforma. Pessoas ainda confiam neles?
8 – Daniel Bryan, Nexus
Um caso diferente e com circunstâncias diferentes. Quando Bryan se virou contra o grupo já não fazia propriamente parte dele. Aliás, a sua duração no grupo resumiu-se à sua formação, em que destruíram tudo e todos o que havia para destruir à volta daquele ringue. E Bryan vai um passo mais longe e estrangula Justin Roberts com a sua própria gravata. Demasiado violento. Rua com Bryan. Assim que este Superstar que veio a ter um crescimento, vá… Pode-se dizer que seja jeitoso… Regressou ao ringue da WWE… Não foi para reformar as suas amizades nos Nexus, mas sim para se juntar à “Equipa WWE” e a ajudar a dar cabo daquele grupo cujo potencial não foi tão bem aproveitado. Agora penso… Se tivesse sido o Heath Slater a estrangular alguém… Seria ele hoje WWE World Heavyweight Champion?…
7 – Curt Hennig, The Four Horsemen
Os Four Horsemen são dos grupos que já teve mais encarnações e aos anos que eles por aí andaram, deu para ter todos os membros e mais alguns. Em 1997, Curt Hennig, que vinha da WWF e não podia utilizar o nome Mr. Perfect, junta-se aos Four Horsemen, como substituto de Arn Anderson. E integra a feud com os nWo. Eis que elas se dão – num combate WarGames numa jaula, constava-se que Hennig tinha sido atacado no backstage por membros dos nWo. E assim continuava a parecer quando o ex-Perfect se dirige ao ringue de braço ao peito. Já está tudo encrencado. Hennig trama os Horsemen e ataca Ric Flair, virando Heel e juntando-se aos nWo – o que é visto na imagem. Ainda falta alguma sopa ao Curtis Axel para puxar uma destas…
6 – Kurt Angle, Team WWF/Alliance
Eu até apontava e aprofundava no facto de isto ter tido muitas trocas e muitas voltas, mas basta olhar para o nome das equipas para nos apercebermos que isto se passa na infame história da Invasion. Se há história confusa, cheia de voltas e com muito potencial desperdiçado, é a Invasion. Logo já se entende porque é que Angle parecia andar à roda. Até podia ter colocado Steve Austin aqui porque a maior viragem até foi a dele. Austin e Angle aliaram-se como líderes da “Team WWF” para derrubar a “Alliance” e foi no primeiro encontro de equipas que Stone Cold enterrou um Stunner em Angle e virou para o lado da “Alliance”. Caramba, isso é digno de estar neste Top e numa posição cimeira até. Mas troquei-o por Kurt Angle só por ter feito questão de ter virado mais que uma vez e por ter sido um pouquinho mais absurdo. Após feud com Austin, como consequência deste angle… Por alguma razão Kurt surpreende todos com a sua Heel Turn e aliança à equipa da fusão da ECW com a WCW. Deve ter gostado de levar no pêlo. E isto para, uns meses depois voltar a virar-se contra a Alliance e juntar-se à “Team WWF” outra vez. Mas para ficar Heel na mesma ao ficar com todo o crédito e considerar que destruiu a Alliance sozinho. Tu queres é conversa, Angle…
5 – Owen Hart, Hart Family
Sim, este está meio distorcido, porque não era propriamente uma stable. Era uma porra de uma família, o que até é pior. Mas pelo tratamento dos irmãos Hart como uma stable e pelo paralelismo que até tinha com a antiguinha Hart Foundation, considerei um caso suficientemente bom para aqui. Survivor Series de 1993. Jerry Lawler não tinha outra vida a não ser atormentar a família Hart e estava marcado para enfrentar os quatro irmãos Bret, Owen, Bruce e Keith com os seus três cavaleiros. Confusões, tribunais e ano de 1993… Acabou por ser Shawn Michaels a enfrentar os irmãos, porque os insultou muito brevemente uma semana ou duas antes. Os irmãos Hart podiam ter ganho com uma “Clean Sweep”, mas Owen é eliminado por se deixar distrair com um Bret lesionado. E leva isso a mal e em vez de celebrar com os irmãos, vira-se a ele e volta as costas à família, rogando-lhes todas as pragas que lhe podiam ocorrer.
Até se reconciliaram mas já estava a porta aberta para a Turn definitiva no Royal Rumble de 1994 em que Owen chama Bret de egoísta e se vira a ele – com alguma razão até. And that’s why he kicked the leg out of his leg!…
4 – Seth Rollins, The Shield
Preciso de falar sobre isto ao pormenor ou basta esperar para que tornem a ver o momento? – nem que seja num “Rebound” no Main Event ou no SmackDown. Decorrido no passado Monday Night Raw, quando todos pensávamos que os Shield estavam mais fortes que nunca, após uma vitória sequinha no combate de eliminação contra os Evolution, no Payback… Rollins choca o mundo, vira-se contra os companheiros e adere aos Evolution no lugar da Rainha D. Batista I – aquele acenar ia tornar-se mítico e ele sabia-o. Não vale fingir que já estavam à espera, nem mesmo que era previsível quando o viram a ficar para trás de cadeira na mão, só porque viram no dia seguinte e já sabiam o que acontecia. Foi a coisa mais inesperada que eles podiam tirar do chapéu nestes últimos tempos e tiro-lhes o meu chapéu por isso. E se continuarem a insistir que estavam à espera, vou atrás de vós e pessoalmente obrigo-vos a vestir a ring gear do Batista no Payback…
3 – The Brood, The Ministry of Darkness
Isto era malta daquela que gostava de rituais e de sacrifícios e mais uma data de coisas que as vossas mães aconselham a afastar-se. A equipa constituída por Gangrel e pelos seus ainda vampirescos Edge e Christian até começou às turras com os Ministry of Darkness, assustador grupo liderado por Undertaker, mas não tardava nada e estavam a juntar-se ao mesmo. Mas não eram das coisas mais bem tratadas e para o Undertaker parecer desgostar tanto vampiros, devia estar a prever um futuro negro em que o “Twilight” surgia às nossas massas. Eram os mais sacrificados e que levavam mais porradinha com o intuito de provar a sua lealdade. Assim que Undertaker tenta convencer Edge e Gangrel a sacrificar Christian por dar com a língua nos dentes, acabou o abuso e a lealdade e já era ir longe demais. Edge e Gangrel eram mais fiéis a Christian do que a Undertaker e para acabar com a brincadeira, abandonam o grupo e atacam os Acolytes, embarcando em feud com os mesmos.
2 – Shawn Michaels, D-Generation X
Um dos membros fundadores, líder e um dos favoritos. Não podia manter-se fiel para sempre. Mas até demorou a virar-se. Até veio uma lesão e uma reforma forçada primeiro. A grave lesão nas costas que o afastou dos ringues por bastante tempo fê-lo regressar com um papel não-activo, como “comissário”, substituindo Sgt. Slaughter nesse mesmo posto. O que se pensava é que, como antigo líder do grupo que agora era Face e adorado pelos fãs, que não haveriam problemas… Se ele não quisesse chatear e começasse a custar campeonatos a lutadores como X-Pac e Billy Gunn a solo ou com os Outlaws. Estava o caldo entornado e iniciava-se a feud entre os DX e o seu antigo líder que acabara de se virar contra eles e basicamente cuspir-lhes encima. E uma lição de vida para Michaels: “Kharma is a bitch”. Assim que a Corporation se virou contra Shawn, os seus antigos amigos D-Generation X foram os primeiros a acolhê-lo… Para o tramar e afirmar que “What goes around, comes around.” Nem sei porque é que coisas más aconteciam ao Shawn Michaels na década de 90… Ele era tão boa pessoa…
1 – Batista, Evolution
Olha o Bluetista na primeira posição! Escolhi este momento para a primeira posição como representação daquilo que se pode considerar um grande e tremendo momento na história do wrestling dos tempos em que muitos nós começamos este nosso interesse e na altura do boom do wrestling na juventude Portuguesa. O maior momento da carreira de Batista e onde capitalizou o quão over ele estava na altura. Membro dos Evolution – que já não contavam com Randy Orton – Batista vence a Royal Rumble de 2005 – foi preciso uma segunda tentativa e o Vince McMahon dar cabo das duas pernas, mas conseguiu – e Triple H estava convencido de que ele ia atrás do WWE Championship. Só que não… Triple H tinha o outro título Mundial no qual Batista mostrava bastante interesse e revelou a sua escolha com o famoso e recordado “thumbs down” que lhe valeu uma grande Face Turn. Assim disse adeus aos Evolution até há uns meses atrás e partiu para a Wrestlemania XXI para o maior combate da sua carreira e onde ganhou o seu primeiro título Mundial. Um momento quase tão grande como aquele em que rasgou as “skinny jeans”…
Com estes dez episódios concluo o tema do Top Ten desta semana e espero que tenha sido a vosso gosto ou que, pelo menos, tenha sido suficientemente satisfatório. Mas o artigo ainda não está completo e falta a vossa parte em que comentam os angles aqui abordados, o tema e acrescentam outros casos que também conheçam e que não estejam aqui. Eu devo voltar para a semana pois não tenho quaisquer planos de me virar contra a equipa do WPT, atacando-os e tornando-me inimigo. Apesar que, para isso acontecer bem, não podiam estar à espera. Mas fiquem descansados. Até à próxima semana!
14 Comentários
“Rollins choca o mundo, vira-se contra os companheiros e adere aos Evolution no lugar da Rainha D. Batista I” – Ahahah xD
Muito bom, mais uma vez.
Gostei do teu top 10, a rainha batista estava bem mais nova no primeiro lugar.
Excelente artigo Chris. Gostei do tema usado.
Belo artigo!
Acho apenas que os DX não deviam estar em segundo, pois foi uma lesão de Michaels que o impediu de continuar, mereciam um 5º lugar.
Bom artigo, com uma das partes que mais gostamos na WWE, os turns, Parabéns! Chris JRM. 🙂
Bom top, gosto bastante, concordo com o turn do Batista contra os Evolution em 1º, foi sem duvida um dos melhores e mais chocantes, pelo menos para mim foi, e também com os outros.
Acrescento apenas que apesar de ter ficado chocado com o turn do Rollins, já estava a pensar que fosse ele a juntar-se, não aconteceu no Payback, mas aconteceu na RAW e eu, como fã do HHH e dos Evolution, adorei que se tivesse juntado aos Evolution e feito o turn, fiquei contente e satisfeito. 🙂
Bom trabalho. 🙂
Gostei do turn do Batista, continua um grande lutador, mas quando voltou para a WWE nao devia ter ido logo para o topo, espero que quando voltar ganhe o seu próprio espaço
Vocês e os vossos gozos no Batista, não devem ter mais nada que fazer 🙂
cara com certeza gostei muito do turn do Batista na época dos evolutions e parabéns pelo artigo. espero quando ele voltar ele se virasse contra a nova Evolution para ter um novo grande retorno sendo face.
Muito bom Top, Sem duvida que o Batista é o mais surpreendente que citaste.
Kurt Angle com o Milk Truck , bons tempos.
Lembram-se pessoal??? O Batista fez umas coisas engraçadas!!! Será que era Bootista ou Bluetista nesta altura? Ahhh , já era um herói. As pessoas têm memória muito curta…
Agora a sério, espero que o Batista continue a treinar para manter a forma e não voltar às tristes exibições do início deste ano.
Quanto ao artigo, muito bom mais uma vez e quanto à dica para o Curtis Axel, falta uma aposta firme nele. Só o Paul Heyman a apoiá-lo no backstage não chega…
Muito engraçado xD
O meu “turn” favorito deste género foi mesmo o do Batista. Quando vi aquilo na altura até fiquei parvo. Eu detestava tanto o Triple H… “Ó tempo volta p’ra trás!”
Muita bom! Mais um voto para Batista. Foram uns meses brutais. Desde que ele começou a perceber que tavam a querer lixa lo até ao ultimo combate entre ele e triple h pelo título. Foram dias sangrentos. Literalmente. Parabéns.
Excelente artigo, foram todas traiçoes explendidas :s