Na sequência de duas entrevistas que levaram muitos fãs de Wrestling ao delírio, CM Punk fez mais um anúncio que chocou o mundo. CM Punk assinou contrato com a UFC, tendo um número indeterminado de lutas garantido.

CM Punk é assim mais um, das várias estrelas do Wrestling Profissional, a fazer a transição para o mundo MMA e a trazer à baila o velho debate. Estarão ambos os mundos em competição directa ou não? Ambas juram a pés juntos que não são, mas corresponderá tal à realidade?

A diferença entre ambos os mundos é bastante simples e qualquer fã casual, de qualquer um dos mundos ou de ambos, poderá apontá-la: um é verdadeiro, enquanto o outro é falso. Esta percepção, como tantas outras, não passa de uma falácia, pois o mundo do Wrestling Profissional não é mais ou menos verdadeiro que o mundo de MMA.

O termo mais correcto para classificar a natureza do que o Wrestling Profissional apresenta é predeterminação. Os resultados são, de facto, predeterminados e, em certos casos, histórias são delineadas ao longo de semanas, talvez meses.

Embora o mundo de MMA não tenha, supostamente, a possibilidade de escolher vencedores e vencidos, tal não significa que não exista um nível semelhante de jogos de poder e interesses nos bastidores que influenciam a escolha dos adversários. Aliás, os envolvidos de cada combate MMA são, normalmente, escolhidos a dedo, de forma a combinar estilos e personalidades e, dessa forma, maximizar o lucro da venda do combate.

Existe, como seria de esperar, também uma noção de quem tem maiores probabilidades de vencer e uma tentativa – arriscada ou não – de fazer planos a longo termo. Não é por acaso que, por vezes, novos adversários são anunciados logo após o evento terminar.

Todavia, a determinação do vencedor e vencido permanece como sendo a única e decisiva diferença entre os dois mundos, porque de resto é uma questão de percepção.

Para os casuais, o mundo do Wrestling Profissional possui um rótulo complicado de disputar. Um rótulo frequentemente associado ao circo. Na sua essência, o Wrestling Profissional visa combinar as personalidades certas através da história certa, de forma a envolver e convencer os fãs a investirem e pagarem para ver o seu desfecho.

Opinião Feminina #214 – Autumn of Punk (Parte 3)

E, tal como disse na semana passada, quando é bem-feito, não há nada que seja comparável ao brilhantismo dos detalhes bem contados, à forma como uma história envolve uma audiência e como esta mesma audiência se encanta por uma determinada personagem. Absolutamente nada. É a forma mais pura e genuína de entretenimento.

Mas, isso não implica que não exista também muita palhaçada à mistura. Afinal, nem todas as histórias são brilhantes, nem todos os momentos valem a pena e nem todas as rivalidades são de ouro. Pelo meio existe comédia – boa e má, existem erros cometidos, existem lutadores vestidos de coelho, anões a rebolar em fatos de carnaval e muito mais excentricidades que, na realidade, seriam também esperadas no circo.

Essa faceta do mundo do Wrestling Profissional é o que, aos olhos de muitos, seja visto como uma completa palhaçada e reforça a ideia que é tudo a brincar. Na realidade, a percepção com que este mundo é visto é bastante contraditória. Enquanto existem aqueles que defendem que é tudo uma brincadeira, onde ninguém se magoa, existem os que defendem que é completamente bárbaro e algo impróprio para crianças assistirem.

E é a faceta mais absurda que afasta vários fãs e muitos casuais para o mundo MMA, onde o que interessa é a qualidade individual de cada lutador e estão todos a competir de forma séria e legítima. É também por isso que nenhum dos mundos reconhece o outro como competição. A UFC não quereria reconhecer que o mundo, visto como uma versão menos zoológica do circo, era sua competição directa, enquanto admitir que o mundo “real” é a sua competição seria uma admissão da WWE em como o que faz é predeterminado.

Algo que, nos dias em que o kayfabe não passa de apenas uma distante memória e de uma história de embalar para contar às crianças, parece ser absolutamente impensável.

Ora, como já disse, tudo isto não passa de percepção.

Opinião Feminina #214 – Autumn of Punk (Parte 3)

Embora o mundo do Wrestling Profissional seja predeterminado, não há nada predeterminado ou falso no atleticismo, esforço e preparação física que os lutadores da WWE precisam de ter. O objectivo de um combate não é arrasar com o adversário, mas sim trabalhar com ele na execução de uma sequência de manobras perigosas e exaustantes.

Para isto, é preciso ter a preparação física para aguentar o tempo que o combate durar, ter a perícia e prática suficiente para practicar as manobras da forma mais segura possível e, acima de tudo, ser credível o suficiente para que nada pertube o efeito da performance nos fãs.

Não basta entrar em ringue e começar a executar uma rotina, como se fosse um recital de dança. É uma experiência interactiva, onde é preciso interpretar as reacções de uma audiência, responder apropriadamente e fazer de tudo para suscitar reacções que vão de acordo com a história que se está a contar. No meio disto tudo, a prioridade é entreter a audiência e certificar que estarão dispostos a voltar a pagar pela experiência.

No mundo MMA, esta preocupação não existe. O objectivo de um lutador quando entra na jaula é, pura e simplesmente, vencer. Seja no último round ou seja nos primeiros dezasseis segundos. A preocupação do lutador, durante os meses que treina, reside em ser melhor do que o adversário. Isto significa estudar os seus outros combates, treinar arduamente em todas as áreas, especialmente nas que são reconhecidas como sendo mais fracas, sabendo que serão os pontos fracos que o seu adversário irá procurar explorar.

Opinião Feminina #214 – Autumn of Punk (Parte 3)

A reacção da audiência beneficia imenso a apresentação de ambos os mundos, mas apenas num é dedicado um esforço mental e físico a tentar manipulá-lo durante a performance.

É absolutamente indiscutível o esforço físico que ambos os mundos exigem e o desgaste físico que tal causa nos corpos dos atletas. Nesse parâmetro, não há nada de falso ou predeterminado. Preparações diferentes, para ambientes que funcionam de forma ligeiramente diferente, mas no fundo visam atingir o mesmo: gerar lucro.

O mundo de MMA, particularmente a UFC (o caso em estudo neste artigo) não vende porque a percepção do mundo é porque apresenta um produto real. Facilita, sem quaisquer dúvidas, mas se fosse essa a questão, nunca existiriam problemas, as vendas seriam sempre satisfatórias e a contratação de CM Punk nunca teria acontecido.

Sim, esta percepção influencia, mas não é de todo um parâmetro decisivo.

A UFC vende, em grande parte, graças a dois grandes pilares: as vitórias (e respectivas derrotas) têm um peso indiscutível e a rendibilidade das personalidades envolvidas. Seja qual for o modus operandi de ambos os mundos, que no fundo não é muito diferente, a realidade é a mesma: a pessoa com o maior carisma, com a maior presença e com o maior It Factor vende.

E a bonita realidade é que ambos os mundos são competição directa em ambos os parâmetros. Ambos estão constantemente à procura da próxima grande estrela que possam moldar e treinar, de forma a usufruir o maior lucro possível. Com isto não quero dizer que ambos os mundos são equivalentes e que transições, como a de Brock Lesnar e agora CM Punk (entre outros) estão ao alcance de todos.

Muito pelo contrário. Tal como comecei por dizer, ambos os mundos requerem uma preparação física e mental completamente diferente. Apenas o objectivo final é o mesmo e as formas como o perseguem nem sempre difere.

Em ambos os mundos, um ambiente competitivo e, na melhor das hipóteses, legítimo é o que tentam promover.

Já a credibilidade de cada vitória e derrota é uma questão mais complicada. Na UFC, cada vitória conta na jornada do lutador de tentar subir a escada do sucesso até ter a oportunidade tão desejada. Por isso, os títulos têm um peso completamente diferente do peso que os Títulos da WWE têm. Estes últimos, por sua vez, são completamente prescindíveis, assim como é cada vez mais complicado convencer os fãs da importância de uma vitória/derrota.

Mas, tal como disse, são parâmetros que estão ao controlo de ambas as companhias, portanto cabe a elas jogarem com eles a seu favor.

Estes argumentos colocam ambas as companhias em competição, mas nenhum é tão forte quanto o poder da audiência.

Quando CM Punk anunciou que tinha assinado contrato com a UFC, imensas comparações foram feitas com o caso de Brock Lesnar, visto que este último tinha sido um caso estrondoso de sucesso. E embora o nível de preparação física que CM Punk e Brock Lesnar tinham antes de assinar contrato seja completamente diferente, assim como as peculiaridades que os tornam em personalidades rentáveis, a verdade é que o argumento para os contratar é o mesmo: há fãs que irão pagar para ver.

Um número significativo o suficiente para justificar a aposta.

Opinião Feminina #214 – Autumn of Punk (Parte 3)

Na sua primeira luta na UFC, Brock Lesnar foi responsável por 600.000 compras, grande parte delas de casas que nunca tinham comprado um evento de UFC. Já a sua luta pelo Título da UFC foi responsável por cerca de 1.6 milhão de compras.

Não estou a sugerir, de longe, que CM Punk irá alcançar ou ultrapassar estes números, mas aliando a sua fama já existente ao seu dócil temperamento e paixão inquestionável, não existe quaisquer dúvidas que muitos dos fãs que pagaram por Brock Lesnar irão considerar pagar para ver CM Punk na jaula. Não interessa se acham se este vai vencer ou perder. Não interessa se acham que este vai perder por KO no primeiro minuto.

O que interessa é que, tal como no caso de Brock Lesnar, existe um número significativo de curiosos que poderá pagar para ver. Essa audiência existe. Brock Lesnar provou-o. Agora, resta saber se CM Punk e a UFC conseguem convencê-los a passar da curiosidade à acção.

Todos estão conscientes disso, incluindo os lutadores da UFC que estão a salivar pela oportunidade de lutar com CM Punk e que não perderam a oportunidade de, ao longo das últimas semanas, tecer qualquer espécie de comentário sobre o assunto. Todos sabem que a primeira luta de CM Punk na jaula é sinónimo de dinheiro e todos querem ter a oportunidade de lucrar um pouco. Isso está garantido, o melhor vem depois. Se vencerem CM Punk, terão a carreira lançada, pois foram eles que o venceram e calaram. Se perderem, o ímpeto de CM Punk redobra e o lucro de uma desforra será ainda maior.

A meu ver, essa foi a principal razão para CM Punk ter sido contratado sem ter qualquer experiência no ramo. A curiosidade dos fãs está na sua primeira luta. Se a UFC se tivesse arriscado em deixar que este lutasse primeiro noutra companhia, iria definitivamente perder o lucro da sua primeira venda e se este perdesse, perderia possivelmente o único lucro que se poderia extrair de CM Punk como lutador de MMA, e se este vencesse, perderia uma potencial galinha de ovos de ouro da actualidade.

A pressão exercida pela Bellator não lhe deixou muita margem de manobra. Com o interesse da Bellator em Brock Lesnar e Alberto Del Rio, é mais que certo que CM Punk teria sido contratado caso a UFC não o tivesse feito. Nisso, CM Punk teve imensa sorte.

No entanto, CM Punk e a UFC não se livram às duras críticas que esta contratação gerou. Enquanto a UFC contratou alguém sem provas dadas, indo contra a ideia que cada lutador precisa de lutar pelas suas oportunidades e fazer por merecê-las, CM Punk passa por hipócrita.

Opinião Feminina #214 – Autumn of Punk (Parte 3)

Afinal, a situação em que este se encontra na UFC não é muito diferente da que este se queixava que The Rock tinha na WWE, com uma diferença. Enquanto The Rock tinha provas dadas na WWE para mais tarde lutar no main-event da Wrestlemania, CM Punk não tem quaisquer provas dadas no mundo de MMA para justificar uma contratação da UFC.

O argumento de que CM Punk irá gerar um burburinho em volta da indústria justifica a contratação de CM Punk (e o risco corrido), assim como salienta ainda mais a sua hipocrisia. Afinal, foi com o mesmo argumento que a WWE justificou colocar The Rock no main-event de duas Wrestlemanias, enquanto realizava vários outros eventos em torno deste. As mesmas decisões que CM Punk criticava. O mesmo CM Punk que entrou na UFC de forma priveligiada. Quer prove ou não o seu valor, tal será inegável.

E tal como existiam imensos fãs que se queixavam desta situação, mas ao mesmo tempo compravam os eventos em que The Rock participava, também irão existir muitos fãs de MMA que detestam esta situação, mas irão pagar para ver alguém arrasar com CM Punk. No fim do dia, tanto a UFC, como CM Punk, vencem.

Considero tal situação uma hipocrisia maior do que assinar pela UFC depois de ter saído da WWE devido, em grande parte, a problemas médicos. O horário em que os lutadores da WWE são forçados a trabalhar é uma das grandes razões para o seu desgaste físico. A falta de tempo para não recuperarem a 100% de cada lesão e a forma como é do conhecimento geral e aceite por todos que têm de trabalhar magoados são aspectos que podem prejudicar seriamente a saúde de um lutador a longo prazo.

Na UFC, como bem se sabe, a situação é diferente. Não só existe o tempo de recuperação necessário depois de cada luta, como não acontece um lutador magoar-se num dia e no mesmo dia, ou no dia seguinte, voltar a sujeitar o seu corpo a desgaste físico. Isso faz muita diferença.

Opinião Feminina #214 – Autumn of Punk (Parte 3)

Sim, CM Punk poderá sofrer muito mais num só combate de MMA mais do que sofre num só combate de Wrestling Profissional, mas quando tudo se coloca em perspectiva e quando as lesões começam a acumular, não existem dúvidas sobre qual dos mundos é mais perigoso a longo termo.

Desse ponto de vista, não acho que a saúde de CM Punk é um problema. Não acredito que, depois de tudo o que sofreu, este se fosse comprometer com a UFC sem ter a confiança necessária para exigir este esforço do seu corpo. CM Punk é muitas coisas, mas não me parece que seja o tipo de pessoa que se coloca numa situação destas, sujeito a fracassar, apenas porque sim.

O único aspecto que me deixou apreensiva, de todo este tópico, foi a quantidade de traumatismos que Colt Cabana deu a entender que CM Punk tinha sofrido, nas participações que CM Punk teve no podcast Art of Wrestling. Parecem-me números preocupantes que se podem tornar bem mais assustadores com uma carreira de MMA no currículo. Resta confiar que CM Punk e Dana White sabem o que estão a fazer.

No fim disto tudo, que conclusão se tira? São competição ou não?

Na minha opinião, são. Tal como disse, os métodos poderão não ser exactamente iguais, a UFC pode não fazer as mesmas histórias mirabolantes e exageradas que a WWE, por vezes envolvendo os possíveis casos extraconjugais de uma das suas estrelas de topo com a fisioterapeuta, mas tem em mente o mesmo objectivo e usa as mesmas armas ou semelhantes.

Lucrar através da promoção de certas personalidades, que poderão ou não exagerar nos seus comportamentos para vender uma certa luta, é, no fundo, o que ambas fazem. E, quando é bem feito, vale sempre a pena. E, mais importante que tudo, quando existe uma porção significativa da audiência que está consciente do que se passa em ambos os mundos ou que poderá ser convencida/conquistada a ir para outro, não restam quaisquer dúvidas que a competição existe e a luta por essa audiência é mais real do que qualquer coisa que ambas as companhias façam.

Opinião Feminina #214 – Autumn of Punk (Parte 3)

E depois da forma como a WWE se tem divertido, ao longo do último ano, a terminar pay-per-views de forma inconclusiva e combates de vinte minutos com interferências ou invenções, penso que a maioria hipocrisia de todas é se continuar a defender que é diferente da UFC porque, nos seus eventos, os fãs têm entretenimento garantido, pois, entre várias outras coisas, têm a garantia que o main-event não será terrível e não irá acabar de forma pouco satisfatória para o investimento que os fãs tinham feito.

Já CM Punk, até à sua primeira luta em 2015 não há muito a dizer. Este foi um dos homens mais falados do ano, mesmo tendo lutado o seu último combate em Janeiro. O anúncio da sua ida para UFC garantiu que irá também ser um dos homens mais falados de 2015.

Se irá ter sucesso na UFC, não sei. A sua idade, falta de experiência no ramo e possíveis lesões são aspectos que não abonam nada a seu favor. A probabilidade de CM Punk singrar de forma significativa na UFC, na sua classe, é incrivelmente reduzida. Mas, também é um facto que este está mais que habituado a situações que não jogam a seu favor e que a dúvida o irá motivar ainda mais a provar que estão todos errados, como tem feito até agora.

Se vai ser bem-sucedido, não sei, mas é impossível tirar-lhe o mérito por tentar. É caso para dizer que, sem sombra de dúvidas, CM Punk tem novamente a nossa atenção.

Desejo uma excelente semana a todos, uma bela entrada em 2015 e até à próxima edição!

Opinião Feminina #214 – Autumn of Punk (Parte 3)

31 Comentários

  1. Brunodust10 anos

    Excelente Artigo!

    Concordo com todas as diferenças que referiste entre MMA e wrestling, mas acho que falta um tópico que não mencionaste. Outra diferença é o facto de não existirem golpes ou moves que tornem os lutadores de UFC únicos e especiais. Por exemplo, ” o pedigree”, “sweet cheen music”, ” rko” são associados, respetivamente, a Triple H, Shawn Michaels e Randy Orton enquanto que os lutadores de MMA dão menos importância ao entretenimento.

    Em relação ao CM Drunk, trato-o assim porque não acredito que um tipo que tenha tatuagens, piercings e que ouve punk rock seja “straight edge”. Acho que a ring of honor criou esta gimmick por ser contra o sistema e depois a WWE deu continuidade a esta ideia dando-lhe maior visibilidade e carisma como wrestler.

    Não compreendo como é possível o CM Drunk querer lutar na UFC. Ele tem 36 anos, teve inúmeras lesões ao longo da sua carreira e não tem qualquer experiência em combates de MMA, ainda por cima a categoria de peso( médio) em que ele vai lutar exige muita técnica e largos anos de experiência em artes marciais.

    Desejo um bom ano a todos!

    • “Em relação ao CM Drunk, trato-o assim porque não acredito que um tipo que tenha tatuagens, piercings e que ouve punk rock seja “straight edge”” – muito bom, muito bom…

      • um gajo qualquer10 anos

        faz uma pesquisa… straight edge é um movimento punk/hardcore portanto não percebo essa teoria do look e da musica

    • Anónimo10 anos

      Como você é preconceituoso …

      • Brunodust10 anos

        Eu não sou preconceituoso, pois respeito todas as culturas( hippies, góticos, punks…) de igual modo. Se ele for “straight edge” é um caso raro devido ao seu “look” excêntrico”.

      • Por acaso o look não tem nada a ver com os seus hábitos de vida, há imensas pessoas que são julgadas pelo exterior mas por dentro são muito melhores que outras que parecem certinhas e no fim são do piorio, acredito que o Punk piamente é “Straight Edge”.

    • Que disparate.

    • Dude10 anos

      Só uma curiosidade.

      O Punk não é totalmente straight edge. Basta ver o seu passado com as mulheres.

    • Obrigado 🙂

      Sim, mas esses finishers constituem o espectáculo que o Wrestling Profissional visa apresentar e estão subentedidos na parte em que os lutadores trabalham juntos para fazer o dito espectáculo.

      Acho que essa observação é injusta e generalista. Ter tatuagens, piercings e ouvir punk rock não significa que não se possa ser straight edge,mas essa é apenas a minha opinião. Tenho a certeza que não és o primeiro, nem o último a duvidar desta característica de CM Punk. Poderá ser mentira, e podemos estar todos iludidos, mas não acho que as tatuagens, piercings e música sejam argumentos viáveis para justificar a dúvida.

      Eu compreendo porque é que ele o quer fazer. É um sonho dele e ele quer concretizá-lo enquanto ainda vai a tempo. Com Batista foi a mesma coisa, a diferença é que a situação de CM Punk está a ganhar muito mais notoriedade devido à companhia com que assinou e os termos em que assinou.

  2. Excelente artigo, Salgado.

    Foram poucas as vezes que pus os olhos num combate de MMA, mas percebi perfeitamente as comparações que fizeste. Aliás, concordo com vários pontos que referiste, inclusive quando referes a hipocrisia por parte do Punk.

    • Obrigado 🙂

      É hipócrita da parte dele, mas a hipocrisia é inevitável na vida de cada um e ninguém pode dizer que se tivesse na posição dele, com a paixão que ele tem, não estivesse tentado a aproveitar a oportunidade da mesma forma.

  3. Ricardo "The Game" Moreira10 anos

    bom artigo

  4. zlatan10 anos

    Em algumas lutas de ufc tem um pouco de entertenimento como por exemplo brock lesnar vs frank mir 2 apenas nao passa nos shous mas sim na internet
    mas concordo contigo

  5. Excelente artigo, gostei da escolha do tema e já faltava falar no Punk e na sua ida para a UFC, aproveitaste e bem para comparar os dois “Mundos”, muito bom, os meus Parabéns.

    Subscrevo cada linha do teu artigo e portanto não tenho muito mais a dizer mas vou só dar a minha opinião em certos pontos.

    Detesto quando digo às pessoas que gosto de WWE e eles dizem que é teatro, uma fantochada e até palalhaçada, é verdade que o resultado é pré-determinado e as manobras são treinadas, assim como as histórias são muitas vezes exageradas mas no fim de contas a WWE é ENTRETENIMENTO e é normal que assim seja, costuma-se dizer que é a “novela para Homens” mas os lutadores e lutadoras não deixam de sacrificar o seu corpo e estar expostos a lesões e a desgaste físico e as manobras não deixam de doer por causa disso, eu adoro WWE e vejo há 10 anos e assim vou continuar, também gosto de UFC mas nos últimos tempos não vejo com regularidade (com a entrada do Punk vou começar a ver, eheh) e concordo que a diferença entre UFC e WWE é mais o desfecho e também a agressividade dos combates mas também têm muitas coisas em comum e a verdade é que embora neguem que estão em competição, nota-se que o Vince McMahon e o Dana White têm ali algumas picardias e gostam de se provocar em certos momentos e também a mudança de lutadores da WWE para a MMA também ajuda, é o que tenho a dizer e concordo contigo a 100%.

    Quanto ao Punk, é sabido que ele sabe lutar e conhece alguns estilos de luta e também é sabido que tem estado a recuperar das lesões que tinha e está cada vez mais saudável, como só deve lutar no fim de 2015 e tem muito tempo para continuar a recuperar e treinar no duro com um dos melhores treinadores desse desporto, até pode triunfar no MMA e o tempo que têm para recuperar entre as lutas também o vai ajudar imenso e depois só podemos elogia-lo por seguir os seus sonhos e todos sabemos que ele sempre gostou de MMA e portanto devemos apoia-lo e aplaudi-lo, concordo contigo que devido à idade, desgaste físico e falta de experiência pode fracassar mas alarido e dinheiro vai criar nas suas lutas quer beneficio pessoal, quer para beneficio da empresa e resta esperar para ver se triunfa dentro do octógono ou não, só espero que não se aleije seriamente devido aos traumatismo mas confio nele e acredito que tomou a melhor decisão e com consciência.

    PS: quero só dizer-te, não sei se chegaste a ler no teu artigo anterior e desculpa lá ser chato, que tinhas quanto ao NXT R-Evolution e foi um PPV 5*, gostei de todos os combates e momentos mas adorei o combate de Divas e o Main-Event, e essas duas Divas e Superstars estão prontos para um “salto” em breve para o Main-Roster, a diferença de qualidade da NXT para o Main-Roster está à vista neste momento, a única diferença é o nível de reputação dos talentos num lado e no outro, foi brutal e vibrei e saltei da cadeira como há muito não fazia, THIS IS WRESTLING.

    (Como sempre!) Bom trabalho Salgado. 🙂

    • Obrigado 🙂 Era o único tópico que faltava falar, relativamente a CM Punk.

      Não estás a ser chato, eu vi o comentário 🙂 Aimda bem que gostaste do R Evolution. O evento foi, de facto, espectacular.

      • Não tens de quê.

        Exactamente, do Punk já se falou de tudo até em excesso e só faltava falar da sua ida para a UFC que é o assunto do momento neste ramo e, como disse acima, aproveitaste e bem para comparar os dois “Mundos” e tornaste o artigo ainda melhor.

        Ainda bem que não estou a ser chato, às vezes por gostar tanto deste ramo e de comentar excedo-me um pouco e posso ser um pouco chato mas assim fico mais descansado.

        Por fim, adorei o PPV do NXT e foi mesmo espectacular, subscrevo.

        Mais uma vez um bom trabalho e uma excelente semana para ti. 🙂

  6. Excelente artigo. Deu para refletir sobre o Wrestling. Concordo com os teus argumentos, porém não me faz sentido dizer que MMA e Wrestling são competição quando são muito diferentes.

    • Obrigado 🙂

      O meu objectivo com o artigo foi mostrar que não são assim tão diferentes quanto se pensa. E, na realidade, quando existe uma audiência em comum, é inevitável considerar ambos os mundos competição. Se fossem mundos à parte, sem qualquer influência um no outro, CM Punk não teria sido contratado.

  7. Adorei esta trilogia de artigos sobre o Punk, muito bom trabalho. De UFC sinceramente só vi combates da Rousey e fiquei impressionada com o impacto que a modalidade tem, não sei se vou ter estômago para ver as lutas do Punk mas irei ver certamente a 1ª luta e acredito que ele irá trazer novos visualizadores à modalidade não só para o primeiro combate mas sim para o 2º e restantes case ele saia vencedor ou não do 1º.

    Quanto ao Punk, acho que se contradiz muito, diz uma coisa e depois vai fazer outra, este contrato com a UFC deixou-me totalmente surpreendida, não sei se irá ter sucesso, mas só espero que não agrave a sua saúde.

    Bom ano 😀

    • Ainda bem 🙂

      Planeio ver as lutas do CM Punk, mas a questão do “ter estômago” também é um factor deste lado xD

      Obrigado e igualmente!

  8. Excelente trabalho.

    Não me parece que a comparação entre o CM Punk e o The Rock seja a mais correcta. É precisamente pelo facto de o The Rock já ter História na WWE que devia ter dado a oportunidade a outros, mais novos que ele e sedentos de sucesso, de lutar no main-event na WrestleMania. Já não tinha nada a provar.

    Por outro lado, o CM Punk quis apenas experimentar uma nova indústria, que ele já admira há muito tempo, e provar que pode ser bem sucedido na MMA. Ele não vai ser a estrela da UFC por causa disto – como o The Rock foi na WWE quando não devia ter sido -, mesmo sendo o nome mais falado da actualidade. Depois dos primeiros combates, vai ser mais um, e os maiores nomes da UFC vão continuar a sê-lo. É assim que eu vejo isto, embora respeite e compreenda essa visão.

    • E faria sentido um nome como o The Rock regressar e não lutar no main event? A questão é que o Rock regressa nos anos de ouro do Punk, caso contrário este tinha conseguido alcançar o seu objetivo. Teve azar com as circunstâncias mas se o Punk tivesse lá ficado mais 3 ou 4 anos, obviamente que esse momento (lutar no main event da WM) iria chegar.

      E, já agora, não acho nada que o Punk seja hipócrita por ir para a UFC. No meu ponto de vista, as declarações sobre o The Rock, na altura, é que não foram muito justas.

      • Faria. O Brock Lesnar ainda não lutou num main-event da WrestleMania desde o seu regresso, o The Rock esteve em dois. No primeiro, justificava-se pelo simbolismo do combate com o Cena, mas no segundo ano era desnecessário. Ele podia ter lutado sem ser no main-event, ou no main-event contra o CM Punk, mas este teria que ser claramente a prioridade depois de em 2012 ter ficado para “segundo plano” (aos olhos da WWE) contra o Chris Jericho.

      • E achas que o Lesnar tem o estatuto do Rock? EU não acho.

        Além de que o Lesnar, penso que é consensual, luta por dinheiro. Ele está-se a lixar se luta no main event ou no combate de abertura. O Rock, por sua vez, só ia regressar para estar no main event. Pode ser ego ou pode ser amor ao Wrestling, isso agora já é mais dificil de sabermos.

        “No segundo era desnecessário”. Posso estar errado, mas acredito que o Cena só “aceita” perder o primeiro combate porque tinha a garantia de que no próximo ano iria ter a desforra. Claro que é injusto para o Punk, no entanto entre melindrar o Cena ou o Punk a escolha para o Vince era muito óbvia.

        Volto a repetir o que disse no último OF. O Vince podia ter gerido melhor este “sonho/objetivo” do Punk e dar-lhe uma história que culminasse a lutar com o Bryan nesta WM. Era o que o público queria e tinham tido mais do que tempo para resolver a questão Bryan/HHH até ao final de 2013.

    • Obrigado 🙂

      O The Rock não tinha que ter feito nada, a WWE é que cometeu o erro ao não usá-lo de forma a criar novas estrelas e garantir que não dependeria sempre de estrelas part-time para vender o seu evento. O erro foi da WWE. The Rock, tal como CM Punk, apenas aproveitou a oportunidade. Aliás, no caso de The Rock, este apenas tentou “retribuir” tudo o que a WWE tinha feito por si, visto que nesta altura do campeonato, a WWE precisa muito mais dele do que ele precisa da WWE.

      A questão é que The Rock teve uma oportunidade priveligiada ao ser campeão, ter o main-event da Wrestlemania e imenso tempo de antena porque tinha provas dadas de sucesso na indústria. A CM Punk foi dada uma oportunidade, sem quaisquer provas dadas no mundo MMA. Uma oportunidade que muitos lutadores, com muito mais experiência e trabalho na indústria que CM Punk, gostariam de ter, mas não têm e não estão empregados pela UFC.

      A questão aqui não é a quantidade de sucesso que CM Punk vai ter, mas sim a forma priveligiada como entrou na UFC e, possivelmente, roubou o lugar a outras pessoas. Algo que acusou The Rock de fazer.

      Respeito imenso esta escolha de CM Punk e desejo-lhe toda a sorte do mundo, mas acho que isto é inegável.

  9. ze10 anos

    MMA Nada tem a ver com a WWE , nem percebo as comparações mas enfim …. confundir straight edge com a verdadeira personalidade de phil brooks também não entendo . Phil Brooks corre um risco devido ás suas anteriores lesões mas entendo quando uma pessoa competitiva quer e aceita este desafio embora queira acreditar que voltaremos a ouvir e ver CM PUNK na WWE !!

  10. Timmy Timmy10 anos

    O maior defeito do UFC é o facto de não termos entretenimento garantido, nada pior que pagar um payperview para ver um grande main event e ele acabar num minuto. Mas acredito que o UFC ainda vai dar mais, é um desporto em ex cessão.