Dou as boas-vindas à nova edição do Top Ten que apanha boleia de um grande acontecimento desta semana que é apenas a continuação de um costume: o épico NXT Takeover. Ainda existem abalos para um gajo recuperar como aquele encontro entre Finn Bálor e Adrian Neville, a confusão que é lembrar-nos que o wrestling feminino até é uma coisa a sério e bem boa e, claro, aquele genial encontro e final entre Sami Zayn e Kevin Owens, com este último a chegar com estrondo.
É do que mais se fala, a qualidade que existe no NXT, o talento enorme que por lá há. Nomes que já soam gigantes quando ainda são considerados “em desenvolvimento”. Estão cá na sua maior e melhor fase. Mas já por cá passaram outros numa fase anterior a esta e que nunca tiveram a chance de viver estes dias. Ficamos sem saber se poderiam ter ido tão longe como os actuais Superstars prometem ir. Façamos uma viagem pelas memórias e recordemos estas antigas estrelas do NXT que nunca tiveram uma chance – uns com maior dimensão no seu tempo do que outros. Vejam se se lembram de todos.
10 – Jake Carter
Não podem ir muito atrás do aspecto físico para tirarem um dos factores que o marcou mais: filho de Vader. Com a gimmick de menino bonito – que ele partilhava com Corey Graves, seu parceiro de tag team, antes que este se apercebesse que era demasiado punk para isso – foi pouco visto pelas andanças do NXT, passando a maior parte do seu tempo a jobbar. Alega-se que existia um plano de o subir ao main roster para uma história com The Miz, após as gravações deste para o The Marine, cuja personagem principal tem o mesmo nome que ele. Jake Carter retomaria o papel de Jake Carter, referente ao filme e agir como o actor que o interpretava. Se olhamos bem para a coisa, parece-nos que ele ia eventualmente tornar-se uma espécie de “stunt double” para Miz, o que nos deixa a pensar se é coincidência ou se resgataram mesmo uma história com um Superstar que lá tinham que transbordava potencial que eles não utilizavam e que aparentemente não se encontrava em Carter. Pudemos descobrir se isso faltava ou não? Não, porque eventualmente lá foi ele à sua vidinha, sem ter a chance de ser o Marine sequer!
9 – Raquel Diaz
Já que falamos de filhos de lendários Superstars, Raquel Diaz era uma estrela de terceira geração e não levava sangue fraco nas veias, era logo Guerrero. Filha mais velha da união de Eddie e Vickie, já parecia daquelas que iam longe só com o seu pedigree. Nem sequer lhe deram o nome Guerrero e deram-lhe a gimmick das Beautiful People por alguma razão. Mas estava a obter resultados até se ausentar da companhia por um tempo e regressar de novo, sem conseguir aparecer em TV nesse período. Afirma a própria que foi um contínuo distúrbio alimentar que a forçou a sair. Tinha potencial e um nome gigante mas nem o título feminino do NXT pôde cheirar sequer, logo ficamos a imaginar se ela poderia ter ido longe ou não.
8 – Briley Pierce
Mais família. Mas nem sempre é preciso ir a filhos, por vezes um irmão mais novo já chega. O problema nisto é que, estando as idades mais próximas, um dos irmãos vai ter mais dificuldade em superar o outro e sair da sombra dele. E tendo em conta que o mano mais velho era o Dolph Ziggler, este já estava tramado. Briley Pierce era o nome do jovem que deu umas voltas pelo NXT, teve uma breve tag team com Sakamoto e foi embora sem conseguir sequer impor o seu nome por cima da sua alcunha de “irmão mais novo do Dolph Ziggler”. Ser parecido com ele e fazer manobras dele se calhar não o ajudava muito. E se calhar isso até era um obstáculo para total desenvolvimento do potencial e assim seria difícil torná-lo numa estrela. Talvez até desse um bom stunt double!
7 – Audrey Marie
Olhando para as quatro lutadoras de talento acima da média que souberam dar espectáculo no Takeover: Rival, podemos acrescentar a ideia de que podiam ter havido ainda mais. A juntar a Raquel Diaz, também havia uma menina bastante bonita e talentosa, de nome Audrey Marie e que parecia estar bem encaminhada, sendo das Divas seleccionadas ao início para ficarem na mó de cima – é de sublinhar que a Paige começou aqui como jobber, se se recordam. Uma ex-Campeã de Divas da FCW, nunca conseguiu esse feito no NXT, onde fez pouco mais que ser uma “admiradora secreta” da Sasha Banks, num esquema para a tramar – algo que resgataram para a AJ fazer à Kaitlyn. Acabou por ser dispensada e é mais uma que ficamos sem saber se poderia fazer parte desta remessa de grandes combates de Divas e o que acharia ela agora da já crescida Sasha Banks, de quem tanto abusou.
6 – Percy Watson
It’s showtime! Não, não é o Eric Young nem o Sting, mas era um indivíduo enérgico que transportava uma gimmick a aproximá-lo de um Eddie Murphy e com uns óculos vermelhos a servir de acessório extra. Percy Watson provou o NXT em todos os seus formatos: concurso de procura de um novo Superstar, na sua segunda temporada, vencida por Kaval; o NXT Redemption que era uma terceira brand de talentos menores que ninguém via nem sabia o que era suposto ser; o novo e fresco território de desenvolvimento que só viria a ficar cada vez melhor. Não pôde experimentar mais, assim que saiu da companhia e deixou de nos brindar com o seu atletismo de loucos. Eu culpo a desistência dos óculos vermelhos, se ainda os tivesse, já estava no plantel principal! E já fazia parte dos New Day!
5 – Mason Ryan
Regra que impus a mim mesmo na concepção deste Top Ten: não inserir lutadores que já tenham subido para o main roster. Encurralei-me quando me deparei com a questão de lutadores que conheci no main roster e que desceram para o desenvolvimento depois e achei que, pelo menos, um podia lá estar. E fiquei dividido entre Mason Ryan e Sakamoto. Sakamoto já foi mencionado na posição 8 para ter uma dupla menção honrosa e foi visto pouco no NXT. Mason Ryan teve mais destaque e foi mais desenvolvido no NXT e parecia ir encaminhado para algum lado. Além do mais, não existiu qualquer menção ao Batista, logo não havia como trazer o Batistwo à baila. É capaz de estar aí nessa referência humorística o que o queimou: demasiadas comparações a outro Superstar que já lá tinha estado – e que, mais tarde, voltou. A acrescentar às suas limitações em ringue, carisma moribundo e falta do factor X que não era o corpo, para muita pena do Vince. No entanto, via-se que estava tudo isso a ser trabalhado e até é um exemplo de um lutador em quem se via bem que ele estava a esforçar-se imenso para melhorar. Não conseguiu o suficiente e foi despedido. Reagiu ao despedimento com um humilde agradecimento e muita gratidão. Tão bom rapaz e a gente aqui a crucificá-lo. E este nem sequer andava por aí de cuecas azuis!
4 – Oliver Grey
Primeiro ex-Campeão que entra aqui nesta brincadeira. Tendo em conta que o parceiro com quem foi Campeão era Adrian Neville, Oliver Grey foi embora como um gigante Marty Jannetty para o Shawn Michaels de Neville. E, no seu reinado, foi substituído por Bo Dallas, outro ex-NXT Champion. O coitado brincava com os grandes mas teve que ir para casa mais cedo. Principal entrave foi a lesão que o obrigou a abandonar o ecrã e a dar lugar ao Bo Dallas e que o deixou de fora por um longo período que deu tempo para um gajo se esquecer dele. Quando voltou, deve ter havido um “Oooolha este!” em uníssono. O problema é que mal essa expressão estava a acabar de ser dita e ele já estava a ir embora, ficando com um título no currículo mas uma carreira abreviada e despercebida a envolvê-lo.
3 – Kenneth Cameron
Como não dava para andar a conduzir bêbado como parte dos Ascension, foi embora e foi ter com um amigo de infância noutra companhia, para o lembrar dos velhos tempos, torná-lo mais violento e virar-se a ele um tempo depois. Um bom resumo do percurso de Kenneth Cameron na sua transição para Bram. Confusões com a lei custaram-lhe o emprego e rapidamente preencheram a sua vaga nos Ascension com (Rick) Viktor – mas só depois de um push a solo a Connor/Konnor (O’Brian) em que se aperceberam que ele não se safava tão bem sozinho. Se calhar se ainda fosse ele na equipa, ele até respeitava mais as tag teams lendárias. Ainda não somou qualquer título em lado nenhum, mas a sua vida não o ajuda: o homem que o substituiu foi o que se tornou Campeão de Tag Team com os Ascension; até ao meio desta semana, a mulher dele era NXT Women’s Champion, o que automaticamente significa que o seu sogro é simplesmente o homem que tem mais títulos Mundiais que todo o resto. E ainda foi para a TNA para se aliar ao seu velho amigo, que acabava de perder um título Mundial. Títulos em todo o lado, mas não há nada para o cão!
2 – Richie Steamboat
Lembram-se do moço? Voltando a falar na questão das famílias, este era dos destacados logo ao início e tinha um nome bastante parecido com o do pai, para ter a certeza que não se enganavam a identificá-lo. E havia bastante potencial no rapaz, mas tramado por uma lesão grave nas costas, foi retirado de TV sem que tornasse a aparecer até agora, enquanto o seu estado ainda não é totalmente conhecido: ele ainda está na companhia ou já saiu? Ainda pode voltar aos ringues ou já se retirou? Não se sabe e nunca se soube o quão longe poderia ter ido. O seu destaque ao início tinha-o encaminhado para ser NXT Champion ou, no mínimo, candidato a tal. Em vez disso, ficou uma curta passagem.
1 – Kassius Ohno
E deste já se lembram dele, com certeza. Curiosamente a sua primeira feud a sério no NXT deu-se com Richie Steamboat e andava tudo de pantanas por verem Chris Hero a causar estragos na WWE, mesmo que tivesse um nome esquisito que não era muito fácil de dizer ou decorar, a pensar quando seria ele Campeão e quando iria subir ao plantel principal, se seria a solo, se reencontraria Cesaro. Ficamos pelo salivar porque Hero/Ohno não era dos indivíduos com as melhores atitudes. Castigado após confusões backstage, conta-se que Triple H pedira ao lutador que trabalhasse mais no seu físico, algo que este recusou. Dada a velha questão dos “músculos > talento” que já
reinou na WWE, muitos fãs não perderam tempo a tomar o seu lado. Foi depois do enterro, despedimento e aparecimento nas independentes onde se viu com um perturbador excesso de peso que muitos se aperceberam que se calhar o Triple H até sabia o que estava a dizer. Uma pena dizer que não vimos mais de Kassius Ohno por sua culpa, porque este é que podia ter sido tanta coisa!
E aqui ficam estes dez casos de “alumns” do NXT, uns bem lembrados, outros talvez precisem de um pouco mais de ginástica mental para lá chegar. Mas espero que tenha aqui casos de interesse. Excluí um caso como o de Corey Graves, visto que ele não foi embora, ele ainda lá está mas com o posto que lhe é possível, vendo-se forçado a retirar-se devido a lesões. De resto, espero que tenham gostado e que ainda dê para falar desta juventude aqui e que abra boa conversa com as vossas opiniões acerca destes talentos e o que esperariam deles, se não vissem a folha a ser-lhes feita antes do tempo. E que o NXT continue com esta qualidade de loucos! Até à próxima semana, que espero estar cá outra vez com novo tema. Até lá, infelizmente, não há outro Takeover mas pronto, um bom Fastlane para todos!
11 Comentários
Muito bom.
Muito bom , gosto destes top 10s.
Podias fazer o top 10 de egos no wrestling.
Excelente trabalho!
Se algum destes voltar (pode acontecer) tem que caminhar muitoooo pois a qualidade é brutal!
O Kassius…é um caso incrível! Adorava o gajo e ele só fez bosta!
Oliver Grey… já nem me lembrava dele!
Excelente “Top Ten”.
Excelente top, e tambem destaco o Kaval AKA Low Ki que teve pouco tempo no main roster para sair logo pouco depois.
Nossa sinto muita falta do Kassius Ohno, pena ter ocorrido aquilo com ele…
Em pensar que ele era para ter sido o terceiro membro do Shield no lugar do Reigns.
Sobre o Steamboat, ele ainda está na WWE, mas pelo menos no seu twitter ele não atualiza a sua situação…
Talvez esteja trabalhando nos bastidores, como o Mickey Keegan, que também teve um lesão e se aposentou dos ringues.
Excelente top ten deste NXT ALUMNI, mas justiça seja feita faltou um nome neste meio ai: Sofia Cortez (fka Ivelisse Velez) tenho certeza de que se nem ela nem a Audrey Marie tivessem sido dispensadas a womens division do NXT estaria bem melhor equilibrada que as WWE Divas pois uma vez que não estariam a “fazer drama” no Total Divas como se já não houvessem demais novelas mexicanas para tal, com certeza estariam a fazer ótimos combates e se não houvessem subido a Paige e a Emma pro Main rooster, estas estariam de certo ou a tapar o buraco deixado pelas mesmas, ou sido uma delas – creio eu que a Audrey Marie – a subir ao main rooster no lugar das duas que foram – em todo caso, a Emma…
Eu apenas acrescentaria o homem que não sabe lutar, embora ele discorde disso: EC3
Rapaz muito bom. Mas senti falta do Lucky Cannon, cara era um hell muito foda era pra ter tido mais oportunidades. Percy Watson era um personagem horrível.
Muito bom artigo. Penso que poderia ter colocado o Derrick Bateman (atual EC3).
Ótimo Top Ten, como sempre.
Sabe-se lá o que seria desses caras caso estivessem no cada dia melhor NXT.