“If there was anyone I had to convince that women’s MMA was worth the UFC’s time and investment, it was Dana White. So, I made it my mission. People kept bringing it up. They were like “Dana said women would never be in the UFC” and I was like “Look, he is entitled to that opinion only because he hasn’t met me yet”.”
Ronda Rousey, Nine for IX Shorts
“I am notorious for saying that women would never fight in the UFC. Then I met Ronda Rousey. Literally the day I met her, I was convinced that I was going to have women fight in the UFC. It was everything about Ronda Rousey. Her personality, her fighting style, her tenacity. I knew she was the one.”
Dana White, Nine for IX Shorts
A História está repleta de exemplos que comprovam que o carisma fala mais alto que a razão. Não interessa que ideais são defendidos ou a sua moralidade, o que interessa é quem os defende e como. O líder mais carismático pode revolucionar o destino de uma raça, como pode mobilizar uma nação. O que força a mudança é aquela característica inegável e irresistível. Nos mundos do desporto e do entretenimento, tal não é diferente.
Ronda Rousey é um dos maiores exemplos de tal e vem do mundo de MMA. Desde o primeiro dia em que entrou na UFC, Ronda Rousey foi retratada como uma estrela. Como A estrela da Divisão. A mesma Divisão que foi criada exclusivamente por sua causa, com a primeira luta em pay-per-view e no main-event. Não foi o penúltimo combate, antepenúltimo ou até o de abertura, assim como não esteve nos preliminares. O primeiro combate de Ronda Rousey na UFC foi no main-event de um pay-per-view.
A primeira impressão que os fãs de MMA tiveram, de acordo com esta apresentação, é que Ronda era uma estrela. A primeira impressão, como se diz frequentemente, é a mais importante e, neste processo, foi crucial para a transformar na sensação em que esta se tornou. Foi um enorme risco que a UFC correu, mas um risco necessário, porque não haveria outra forma de apresentar algo tão – ainda nos tempos que correm – invulgar e controverso como mulheres a lutar sem ser desta forma.
Não a segurarem os cartazes e a passarem de biquíni, mas a lutarem e a serem tão atleticamente impressionantes, senão mais, que muitos lutadores.
Se Ronda tivesse sido colocada numa posição secundária, esse seria o rótulo que esta teria que enfrentar e a sua próxima luta pessoal seria tentar alcançar o main-event. No fim do evento, os reticentes ficariam convencidos relativamente à Divisão, mas poderiam rejeitar o seu posicionamento no main-event.
Como se colocou Ronda no topo logo de início, eliminou-se esse problema e ficou tudo nos ombros dela. Ultimamente, a UFC deu a Ronda uma oportunidade. Uma oportunidade legítima para provar que todos os que duvidavam dela estavam errados.
Na realidade, esta decisão é um pouco semelhante à decisão de terminar com a Streak. Controverso? Sem dúvida. Vai dar que falar? Com todaa certeza. Acabou por resultar melhor do que se esperava e surpreendeu grande parte dos reticentes? Sim. E era preciso que tivesse acontecido para chegarmos a essa conclusão, porque nunca acreditariamos que poderia resultar senão tivesse acontecido.
Todavia, mesmo tendo a UFC feito a sua parte e dado uma oportunidade legítima, facto é que a experiência provavelmente não teria resultado – ou tido tanto sucesso – com outra estrela que não fosse Ronda. Porque mais importante do que criar uma divisão feminina é encontrar a estrela que a justifique e impulsione.
Existem sempre imensas estrelas que trabalham bastante, que dão tudo por tudo, mas não existem assim tantas que tenham aquela característica, aquela qualidade que simplesmente impressiona, conquista e dá que falar. E essa estrela cria sempre oportunidades para outras, mas nem sempre estas oportunidades duram. Na UFC, apenas o futuro dirá se a mudança que Ronda causou foi permanente.
Agora, porquê falar de Ronda Rousey sempre que se avaliam as Divas da WWE? É muito simples, não só porque a visão que a WWE tem do papel das mulheres no seu roster não poderia ser mais ultrapassada, como a própria WWE já teve algumas “Ronda Rousey”. Não no sentido atlético, mas no sentido de tentar forçar uma mudança.
Trish Stratus e Lita, embora existam num mundo completamente à parte de Ronda Rousey, criaram as suas oportunidades e senão fosse pelas suas personalidades, carisma e dedicação, não teriam tido combates de dez minutos em pay-per-view ou no main-event da Raw. Se não fosse por Trish Stratus e pelas oportunidades que esta criou, Mickie James nunca teria tido o combate que consolidou a sua posição na Divisão na Wrestlemania 22.
O problema é que estas oportunidades estavam dependentes da presença destas personalidades. Não porque tinha ocorrido uma mudança de atitude. Tal nunca aconteceu, até porque Lita e Trish Stratus ainda tiveram a sua dose de combates de lingerie. Aliás, os anos em que estiveram no topo foram, ao mesmo tempo, os piores e os melhores para a Divisão, porque por cada Trish e Lita, havia uma Torrie Wilson e uma Stacy Keibler.
E é isso que a Divisão de Divas precisa actualmente. Não só de uma estrela que consiga revolucionar a Divisão, mas uma que consiga mudar a abordagem da WWE definitivamente. Porque mesmo com Trish Stratus, mesmo com Lita, mesmo com Mickie James, as Divas (ou divisão feminina, na altura) continuavam a ser uma atracção.
Uma atracção com potencial e capaz de surpreender com o seu talento e trabalho, mas, ainda assim, uma atracção que, na maior parte das vezes, é usada para os fãs descontraírem durante o evento.
Essa mudança, bem à semelhança de como a Divisão feminina da UFC começou, precisa de ser séria e de convencer os fãs, logo à partida, que estão a ver algo diferente. Porque se a primeira impressão dos fãs não for que estão a ver algo diferente do que estiveram a ver ao longo da última década, então vai demorar o dobro do tempo a convencê-los, não só a acreditar, como a aceitar o novo posicionamento dos talentos femininos.
Tal como a Streak. Tal como arrancar um penso. É preciso ser eficiente para ver que, afinal, não custou assim tanto.
Na WWE, o que não falta são histórias de investimentos em lutadores que começaram com o pé esquerdo ou histórias que não tiveram uma oportunidade legítima para se desenvolverem. A WWE também não tem mostrado a maior consistência do mundo e o mais provável seria abandonar todos os planos antes que os fãs se apercebessem de que tinham tentado.
É preciso ir mais além para combater anos e anos de de inconsistência, especialmente as Divas que passaram décadas a serem frequentemente retratadas como pessoas infantis, mesquinhas, fúteis e, a gimmick da praxe, desequilibradas. Não é que não tenham existido bons exemplos de Divas, mas por cada um exemplo positivo e promovido de forma consistente, existem dez exemplos contrários.
Não existe originalidade ou qualquer tipo de esforço em apresentar, ou deixá-las apresentar, algo com qualidade.
As razões para as suas rivalidades são quase sempre triviais, assim como as suas acções. Seja usar laca para o cabelo para cegar uma adversária, roubar-lhe as roupas, sujá-la com bronzeador ou vestir-se como a adversária para a gozar, a verdade é que são tudo motivos que tornam complicado os fãs interessarem-se ou sequer identificarem-se com a história.
Quando as histórias ficam um pouco mais sérias e pessoais, ou são terrivelmente executadas, como foi a rivalidade de Brie e Nikki, ou são paradas abruptamente porque feriram suscetibilidades entre a Divisão, como foi a promo de AJ Lee sobre as Total Divas. E numa das suas oportunidades para responder, Nikki vê o seu discurso de resposta a AJ Lee editado.
A questão nem é tanto no que esta tinha a dizer, mas no facto em que, quando o assunto fica sério demais e enfrenta um verdadeiro choque de personalidades, acaba censurado e a história regride para tons infantis e mesquinhos. Porque não deixar as Bellas e AJ Lee chocar verdadeiramente e ouvir ambos os lados? O que é que se tem a perder que não se tenha perdido já na miséria de segmentos que as Bellas protagonizaram, uma contra a outra?
E, para esclarecer, não é preciso que todas as histórias serem tão pessoais, apenas precisam de ser sérias e não de revolver à volta de problemas com os quais apenas pré-adolescentes se preocupam.
Como já vimos, não basta as histórias serem pessoais para resultarem. Não só a rivalidade de Brie e Nikki expôs as fraquezas de ambas as Divas em longos segmentos de péssima qualidade, como se resolveu sem qualquer lógica ou justificação plausível. Por muitos insultos que sejam feitos, por muitas estaladas dolorosas que se dêem, as Divas continuam sem conseguir convencer os fãs de que merecem o seu tempo e atenção. Pelo menos, não estas Divas.
Porém, como se sabe, um dos principais problemas que causou esta situação é a influência que o Total Divas tem nas histórias entre as Divas, o que apenas cria contradições e confusão, quando na realidade, o mais inteligente seria manter ambos os mundos bem afastados.
A WWE tem que fazer os fãs esquecer muitos erros para credibilizar a Divisão, mas não é impossível. O NXT, território de desenvolvimento da WWE, passou o último ano a credibilizar e estabelecer uma Divisão que se tornou uma das razões principais para assistir ao programa.
A razão para isso é que, desde o primeiro evento especial do NXT, o combate pelo Título feminino foi tratado como um dos combates principais da noite e o segundo mais importante, a seguir ao combate pelo Título do roster masculino.
Isso significa que as histórias têm tempo para desenvolver, assim como as atletas têm tempo para mostrar aquilo que valem. Isso são oportunidades legítimas. Tudo o que bastou foi uma mudança de abordagem. Essa mudança implicou o uso de treinadores/treinadoras como Sara Del Rey e tempo de antena para mostrar o que valem.
Numa edição semanal do NXT, as senhoras podem ter apenas um máximo de cinco minutos, mas são cinco minutos numa hora. E, mesmo com alguns percalços aqui e ali, conseguem parecer mais competentes do que as Divas da WWE com o mesmo tempo.
Quando chega o evento especial, têm entre quinze a vinte minutos colocados de parte só para elas. Mas, independentemente do tempo que têm, são sempre retratadas como atletas que querem o título a todo o custo. Sim, existem personagens que podem ser vistas como infantis e mesquinhas, tal como as do roster principal, mas quando chega a altura de lutar e de promover a luta, o prémio é o título e os fãs acreditam nisso.
Basta ver os vídeos de promoção. Basta ver a emoção espelhada na cara de Bayley porque tudo o que quer é ganhar o dinheiro. Basta ver o espectacular vídeo que o NXT fez para promover o combate entre Natalya e Charlotte usando o legado que ambas representam, mas não deixando que tal as ofusque.
São em situações como estas que temos os fãs a delirar com a qualidade dos combates apresentados. Não porque são bons combates entre mulheres, mas porque são bons combates, apenas. E, parecendo que não, esta pequenina alteração faz toda a diferença. Porque bom wrestling é bom, independentemente do sexo e isso, quer a WWE acredite ou não, não é assim tão difícil de vender quanto isso.
O problema é que, tal como se viu com Paige, Emma e Charlotte, nada disto vai ser a realidade do roster principal, independentemente dos talentos femininos que a WWE trouxer do NXT. Porque Emma e Paige podem ter um excelente combate de doze minutos no NXT, assim como Charlotte e Natalya podem ter um combate espectacular de dezasseis minutos; mas na Raw, Emma é reduzida a um papel de comédia sem destaque, enquanto Charlotte perde em poucos minutos, sem conseguir mostrar aquilo que vale.
Paige continua no topo da Divisão, onde merece estar, mas as oportunidades que esta recebe são exactamente as mesmas que todas as outras Divas de topo recebem. A própria AJ Lee tinha mais destaque quando não lutava tanto e era mais uma manager. Foi quando começou a dominar a Divisão que foi perdendo grande parte do destaque que tinha ganho em 2012.
Porque a Divisão não vale a pena o esforço. Não aos olhos da companhia. Reflexo disso é a forma como os comentadores reagem quando estas lutam. Tão simples quanto isso.
E no momento em que esta abordagem mudar e os fãs acreditarem que mudou, os fãs vão reagir de acordo. Tal como disse à semanas no artigo sobre o NXT, os fãs são mais tolerantes, de facto, do produto que o NXT apresenta porque passaram os últimos anos a assistir a uma produção sólida e consistente que está a melhorar a sua qualidade com o passar do tempo.
Não são tolerantes porque aceitam tudo o que lhes é apresentado. Exemplo disso é Bo Dallas e Mojo Rawley. Não é, de certeza, por isso que os fãs aceitam o destaque dado ao talento feminino. Aceitam porque foram habituados a esperar um produto de qualidade desde o primeiro momento. Foram treinados a encarar o que lhes é apresentado com outros olhos, por isso, as expectativas são diferente.
E, eventualmente, se a WWE começar seriamente a tentar reeducar a sua audiência do roster principal, a mudança na atitude dos fãs irá surgir também. Vai ser mais lentamente, mas para isso seria sempre preciso paciência.
No fundo, o que quero dizer, é que dizer que os fãs não iriam aceitar uma mudança de abordagem na Divisão como desculpa para não o fazer simplesmente não é válida.
Vão sempre haver críticos de tudo, mas nos dias que correm, depois do sucesso que as senhoras do NXT têm junto dos fãs mais fanáticos e do sucesso que Ronda Rousey tem com as grandes massas, tal já não se justifica. Não passam de desculpas.
Agora a questão é: quem vai liderar uma mudança de atitude na WWE?
Se acredito que essa mudança vai acontecer? Só quando a vir. Hipoteticamente falando, quem o poderia fazer?
Paige era alguém em quem os fãs do NXT tinham muita esperança e ainda podem ter. Esta teve uma estreia soberba, extremamente bem executada, mas tem a desvantagem de ter sofrido, ao longo do último ano, o tratamento típico a que as Divas da WWE são submetidas.
Tal dificulta-lhe um pouco a missão de impulsionar uma mudança, mas tenho notado que a sua popularidade tem aumentado. Paige, embora nervosa na sua estreia, tem mostrado um à-vontade cada vez maior e é notório que esta se tenha tornado mais popular em menos de um ano, do que as Bellas em quase oito anos. Tal dá-me bastante esperança para o futuro de Paige e acredito que, se lhe for dada uma oportunidade legítima para brilhar, os fãs irão aceitar sem problemas.
As Bellas, graças ao destaque que têm, precisam de ser mencionadas, pelo menos. Infelizmente, o problema com as Bellas é mesmo esse: o destaque que têm. Elas não são, de longe, as piores Divas que passaram pela WWE. Elas nem sequer são as piores que estão no roster neste momento. São bastante mais toleráveis que muitas outras e ao longo dos últimos meses até mostraram melhorias.
A questão é que o destaque que elas têm não é proporcional à qualidade que elas apresentam. Isso expõe bastante as falhas delas e impede os fãs de se identificarem com elas. Por muito que tentem, por muito que trabalhem, por muito que digam que trabalham, irão sempre ter o rótulo de Divas que estão lá porque são caras bonitas e que, por acaso, estão envolvidas com duas das estrelas mais populares. Uma delas é a maior da companhia. Se é verdade ou não é irrelevante. Não interessa.
O que interessa é a percepção do público e essa não é a melhor. Ninguém leva as histórias de árduo trabalho que elas contam a sério, porque ninguém sente ou acredita que elas tiveram que trabalhar por alguma coisa para lá chegar. Provavelmente, é uma atitude extremamente injusta por parte dos fãs, mas elas ainda não mostraram o suficiente para os fazer mudar de ideias.
Com ou sem relações, elas estão lá para serem relações públicas. São bonitas, são simpáticas, podem fazer todas as entrevistas do mundo e aparecer em todos os programas. E como ainda não impressionaram, como ainda não marcaram a diferença, e já vieram tantas antes delas que se revelaram irrelevantes, é complicado para os fãs esquecer esse estigma.
Ao menos, notam-se algumas melhorias, o que significa que estão a trabalhar para isso. É melhor que nada.
Por outro lado, o talento que mais pessoas têm falado/especulado sobre a possibilidade de incentivar uma mudança a sério na Divisão de Divas é Charlotte. Pessoalmente, percebo porquê. Ao longo do último ano, esta tem mostrado melhorias significativas.
Lembro-me que a minha reacção inicial ao anúncio que seria Charlotte vs. Natalya pelo Título feminino foi negativa, porque vi que o plano era dar o Título a Charlotte e, pessoalmente, achava que era cedo demais para ela o vencer. Não que interessasse muito, porque é apenas o território de desenvolvimento, mas a ideia de que já estavam a dar-lhe mais oportunidades porque é a filha de Ric Flair irritou-me logo à partida.
E embora tenha começado assim, Charlotte provou, tanto no combate com Bayley, como com Sasha Banks, como na Fatal Four que teve recentemente, que mereceu aquele Título. Charlotte convenceu-me e acho que as melhorias que esta tem feito são dignas de nota.
Percebo porque dizem que esta seria perfeita para reconstruir a Divisão de forma credível, dadas as suas melhorias e atleticismo notável, e não teria quaisquer problemas com essa decisão. Porém, voltamos à estaca zero.
Não há nada que estes talentos possam fazer sem, pelo menos, uma ajuda da companhia. Nada. Charlotte no NXT é absolutamente impressionante, mas na Raw é um combate de quatro minutos recheado de referências a Ric Flair e sem poder mostrar do que é que Charlotte é verdadeiramente capaz.
Essa atitude precisa de mudar. Porque mesmo que Charlotte consiga arranjar mais oportunidades para todas (ou quase todas) como Trish e Lita fizeram, tal não irá garantir que daqui a dez anos não vamos enfrentar o mesmo problema porque Charlotte já não está na Divisão.
Um nome que merece ser mencionado pelo seu impacto na Divisão nos últimos anos, mas que não vejo como verdadeira candidata, é AJ Lee. Não sei quanto mais tempo é que AJ irá continuar na WWE. Não porque acho que a sua relação com CM Punk vai levar a WWE a fazer-lhe a vida negra, porque até ao momento, a WWE não fez nada nesse sentido, mas porque é uma situação instável e incerta. A qualquer momento tudo pode mudar. É imprevísivel ver o que vai acontecer.
No mundo do Wrestling, promotores e lutadores chateiam-se todos os dias e as pazes nunca são impossíveis, mas também se sabe que quando um faz um erro ou arranja problemas, o parceiro/a também costuma pagar. Não acredito que causasse qualquer surpressa se esta, abruptamente, saísse da WWE por causa de Punk. Acho que a surpresa seria mesmo se nada acontecesse e esta se reformasse daqui a uns anos e em bons termos.
Também não vejo AJ a fazê-lo, porque já passou os últimos anos a ser ineficaz, porque a WWE recusa a mudar a forma como trata as Divas. De qualquer das formas, esta é, definitivamente, alguém que os fãs respeitam e levam a sério, portanto conseguiria ajudar bastante na credibilização da divisão. Além disso, lá porque não é a força que impulsionou a mudança, não quer dizer que não esteja no topo.
Mais recentemente, AJ tem sido tópico de conversa por ter exposto a hipocrisia da WWE através das mensagens que Stephanie McMahon enviou a elogiar o discurso de Pattricia Arquette pela igualdade de direitos. É bastante normal da WWE defender igualdade de direitos e várias outras causas nobres para o público para proteger a sua imagem, apenas para depois agir de forma diferente. Não são a primeira, nem serão a última companhia a fazê-lo.
Seja a polémica de racismo dentro da WWE que Del Rio e Ricardo Rodriguez mencionaram, seja o facto de terem dito a Darren Young para remover as mensagens que criticavam a WWE por ir ao Médio Oriente enquanto defendem a liberdade de expressão, facto é que a WWE está mais que habituada a usar de tudo para se promover e se elogiar, porque nunca espera que um empregado os confronte com a realidade.
E porque não? Porque a liberdade de expressão é uma ilusão e estão todos sobre o forte domínio da companhia. Se não gostarem, correm o risco de serem enterrados no fundo do card ou despedidos e, para muitos talentos, a WWE é aquilo com que sonhavam quando cresciam, portanto arriscar uma saída é um risco que não querem correr. Também há aqueles que não querem ou acham que sobreviveriam no circuito independente.
Enfim, o que não falta são razões para os fãs terem receio de arriscar a segurança que têm na companhia.
AJ, no entanto, agiu de forma diferente e disse aquilo que, provavelmente, muitos outros fãs disseram a Stephanie, com a diferença que esses, Stephanie pode ignorar.
No passado, Vince tem sempre evitado castigar AJ Lee, independentemente da situação em que esta se encontra envolvida, portanto não espero que tal mude. Também não acredito na sua mensagem sobre as Divas, aconselhando os fãs a continuarem a ver. De acordo com as circunstâncias, também não posso ser culpada por tal, visto que o mais provável é que tal foi uma manobra de salvar a imagem da companhia.
Podem dar mais tempo às Divas na próxima Raw ou pay-per-view, mas o que interessa é o que é as Divas vão estar a fazer, daqui a uns meses, quando o assunto estiver esquecido. Se Stephanie McMahon continuar a ser a única mulher a ser promovida de forma intocável e com mais de dez minutos em pay-per-view para mostrar o que vale, a história de igualdade continua a ser uma farsa.
Repito, só acredito na mudança quando a vir e certamente não acredito que vai surgir porque AJ Lee expôs a hipocrisia da WWE no Twitter. Precisa de acontecer porque eles acreditam que vai resultar, porque a personalidade certa surgiu para os convencer. Vince, visto que é ele que toma as decisões, precisa de acreditar, senão ele nunca irá dar uma oportunidade legítima à Divisão.
Se há uma coisa que já tivemos tempo para aprender é que Vince não apoia a 100% aquilo em que não acredita. Nenhum deles o faz. Mas, o Triple H acredita, o NXT é prova disso.
E para Vince acreditar, talvez só precisemos de uma estrela que lhe abra os olhos. É a nossa melhor esperança, porque se até agora não assistimos a nenhuma mudança de atitude significativa, não sei o que mais pode mudar para ter os mesmos resultados.
Agora é uma questão de esperar, ter esperança, muita paciência e agradecer pelo NXT. Desejo uma excelente semana a todos e até à próxima edição!
20 Comentários
Excelente artigo a referir os problemas na divisão das divas e o que se pode fazer para “resolver” esses problema.
Não percebo,dentro da mesma empresa ha uma desigualde enorme na divisão das divas entre o roster principal e o NXT.
Excelente artigo Salgado
Concordo com tudo o que dizes.
A divisão das Divas está num estado lastimável neste momento, a maneira como as Divas são tratadas é incompreensivel, toda a divisão está completamente descredibilizada e é muito díficil que esta se levante. É urgente uma mudança de atitude da parte dos oficiais da WWE, existirem entre 30s a 5m reservados à divisão feminina numa Raw de 3 horas é vergonhoso, ainda por cima quando neste tempo, em vez de construir um segmento em condições, um bom combate e algo que desenvolva uma história, uma rivalidade, tornam esses 5 minutos completamente inuteis, com segmentos como aquele que se viu à umas semanas atrás com as Bellas a roubarem a roupa à Paige. Emma, Paige, Naomi, Natalya, divas de qualidade são menosprezadas, não existe um combate #1 contender para definir a candidata ao titulo das Divas, não existe encadeamento entre cada episódio, numa semana vimos a Paige a dominar a Summer Rae e na outra, vemos ela por duas vezes, o Raw e no Smackdown, a perder ao lado de Emma para as Bellas, que admito que teem evoluido na sua performance mzs que ainda assim continuam a ser muito medianas comparadas com as adversárias nestes combates de Tag Team. Porque não garantir já Paige no combate pelo titulo na WM e fazer um combate entre Naomi e Natalya pela oportunidade de ser a 3 participante desse combate pelo titulo, e faze lo em plena Raw? Um combate de 10min, tirava-se 5 minutos aos segmentos parvos do Adam Rose, que já nem se percebe se ele é face ou heel, se está do lado dos Rosebuds ou se está contra eles, mais 5 minutos aquelas habituais promos do Axel dizendo que ele ainda está no RR, como se alguem se importasse, e fazer ali um combate em que ambas acabavam no chao completamente destruidas, ja com os seus finishers utilizados e acabava em empate e ambas iam para a Wrestlemania. Tudo depende da maneira como se booka uma Raw, o tempo que é dado a cada uma das histórias e se de facto esse tempo é bem empregue ou não. Mas a atitude da WWE tem que mudar
uma stabble com sasha banks, Charlotte e Paige a dizimar as divas poderia reanimar a divisao… Penso que se continua assim mtas wrestlers vao sair ficando apenas as divas que tornará a divisao ainda pior…
Sensacional artigo, cada vez melhor e foi um pouco longo mas li até ao fim e valeu a pena, misturar a NXT com o Main-Roster e a UFC para falar da divisão feminina foi uma escolha acertada e é uma tema pertinente, os meus Parabéns.
Eu sou fã da divisão feminina e não pela beleza das “Divas” que ajuda mas não é o mais importante, se é essa a razão para vermos então mais vale mudar para a Fashion TV ou outros canais porquê a prioridade da empresa e dos fãs a analisar deve ser o talento, profissionalismo e Wrestling e só depois a beleza, acho que a NXT demonstra o potencial que a divisão feminina tem na WWE e no que se pode tornar e toda a gente que vê a NXT sabe do que estou a falar e portanto não é impossível fazer uma divisão credível e interessante no Main-Roster mas é o que falamos noutro dia no artigo sobre a NXT, nesta o mais importante é promover os talentos e que eles evoluam e estejam prontos para subir ao Main-Roster além de se darem a conhecer aos fãs para chegarem ao Main-Roster já com algum peso mas no Main Roster o objectivo é os NÚMEROS e aí é preferível ter feuds com base no TotalDivas que dá dinheiro e ter “Divas” como as Bellas no topo, além de que há limitações devido ao PG e depois abandonam feuds ou decidem altera-las ou simplesmente não avançam e o tema destas é sempre o mesmo, como disseste e bem no artigo, agora não está em causa o talento e potencial das “Divas” como AJ, Natalya, Paige, Naomi, Charlotte, Alicia Fox, Emma, Summer Rae, Sasha Banks e as próprias Bellas, acho que se o booking fosse o certo e houvesse mais tempo para desenvolver as feuds e mais tempo de combate em RAWs e PPVs a divisão podia voltar a ter interesse, há “matéria-prima” para melhorar mas a WWE parece não estar virada para aí.
Em todo o caso, a WWE podia utilizar treinadores/as no Main-Roster como faz na NXT e também gostava de ver a Stephanie a trabalhar com as “Divas” no backstage mas também em “Kayfabe” onde podia ser uma espécie de GM da divisão, depois é só alterar o booking e a maneira como se olha para as mulheres que devem ter os mesmos direitos na companhia, concordo que um bom combate é bom independentemente de serem homens ou mulheres nos combates e eu confesso que vibro na NXT com os combates femininos e só me apetece dizer: “This is Wrestling…” e a Paige, a minha “Diva” preferida, já a acompanho desde da FCW, passando pela NXT e agora no Main-Roster e ela é tão jovem, tem um estilo único e diferente, depois tem talento e uma margem de evolução enorme e na FCW e NXT brilhava e agora está estagnada, continua no topo mas é só mais uma na divisão, eu quando tenho preferidos apoio-os nas má fases e vou continuar a apoia-la mas espero que esta situação se altere assim como com outras “Divas” do roster, elas merecem bem melhor e há condições para melhorar.
Bom trabalho Salgado. 🙂
Mais um excelente artigo, parabéns!!!
Eu não assisto UFC (e nem gosto de MMA em geral), portanto não posso dizer sobre a Ronda, mas sei que lá as mulheres são levadas à sério, assim como no NXT, apesar de serem mundos diferentes (MMA e Wrestling), pois cada um tem as suas características.
Como aparece uma imagem do Heyman nesse artigo, e é uma coisa que eu já referi algumas vezes aqui no site, é sobre envolver o Paul Heyman na divisão feminina, como uma espécie de ”Paul Heyman Girl”. Acho que falta algo desse tipo para revolucionar a divisão, com um manager de peso como é o Heyman. Poderia até não dar certo (assim como foi com alguns superstars), mas acho que não custaria tentar. Se por acaso, o Brock Lesnar não renovar com a WWE depois dessa WM, o Heyman ficará sem o seu único cliente atualmente, e o que será de Paul Heyman se isso acontecer? Portanto se for feito de uma maneira correta, até poderá resultar uma mudança na divisão feminina, principalmente, pegando uma ”Diva” que é ótima no ringue, mas não tanto no microfone, assim como é com Brock Lesnar, e assim como foi com Cesaro.
Realmente, Paul Heyman seria brutal. Imagino Heyman e outra Diva x AJ Lee, seria um bom segmento com certeza.
Porém acho que ele como manager ajudando a divisão inteira seria melhor.
Exatamente. Até a Ronda Rousey, quando esteve no SummerSlam do ano passado, estava com aquela camiseta, com a frase: “I’m a Paul Heyman Girl”.
tanto talento e tao mau booking não so na divisão feminina basta referir cesaro, harper, ziggler,rowan,
Excelente trabalho, e não poderia concordar mais com aquilo que escreveste neste artigo. Tem apenas atenção ao uso dos “à” e dos “há”.
A minha percepção da Charlotte foi exactamente igual à tua. Além de, na altura, estar verde no ringue, também pensei que a sua ascensão era só baseada no facto de ela ser filha de quem é. Todavia, melhorou muito e, no final, pode-se dizer que foi uma aposta segura e merecida.
No que toca ao futuro desta divisão, acho que tenderá a piorar. Eu sei que dizer isto soa a contradição, dado todo o talento feminino que está no NXT, mas, como bem referiste no final, os mundos Raw e SD são totalmente distintos do mundo NXT.
AJ Lee, Paige, Natalya, Charlotte, Becky Lynch, Sasha Banks, Bayley, Emma, Naomi… O que é que falta à WWE? Sinceramente, não percebo este tratamento às mulheres, apenas porque são mulheres.
Excelente artigo. Acho que falou sobre todos os temas sem se limitar.
A parte que mais gostei foi sobre a resposta de AJ Lee.
Excelente artigo!!
Excelente artigo! Então, eu acho que o problema foi lá pela época de 2005 à 2007, quando a WWE viu que divas como ás mencionadas neste artigo (Stacy Keibler e Torrie Wilson) arrancavam suspiro dos fãs, e falo isso porque elas tinham mais pop do que Trish Stratus e Lita em algumas ocasiones, fazima sucesso pela beleza e o corpo, eles acharam que dando tempo curto, porém mostrando coisas mais ‘hots’ ia dar certo. Agora o certo é investir na divisão, porque isso vai levar muito tempo.
dp ainda tivemos a Kelly Kelly e Maria que tb tinham bastante pop apesar de nao valerem nada no ringue…
Isso mesmo, por isso que querem investir em modelos, mas é raro algumas divas de topo terem um pop assim.
Divisão de Divas para mim deveria ser cancelada e colocar outro titulo importante no lugar como Hardcore Champ.
Excelente artigo. Subscrevo-o na totalidade.
Essa ideia de que as divas precisam de caras bonitas para ter sucesso é discutivel e existem muitos pontos de vista relativamente ao topico. Na verdade se isso fosse assim tão verdade custa-me de facto a entender como a famosa Beth Phoenix ou a Kharma no pouco tempo que esteve tiveram sucesso. A wwe ai ignorou bastante o conceito de beleza porque em ambos casos elas possuiam características que as destacassem pelo seu tremendo poderio e particular constituição fisica. No caso da Charlotte nao se verifica esse poderio e diga-se feia como ela é só mesmo os laços sanguineos poderam assegurar-lhe aspiraçoes a um lugar de topo de roster. No fundo a divisão só vai mudar para algo mais sério e trabalhado quando a wwe quiser e se não o faz é porque de facto o programa total divas (para quem o vê) continua a ter sucesso pois nao estou a ver a companhia a apostar incessantemente em algo em que nao lucra. Se me agrada? Não. Mas esse não é o objectivo principal da wwe. A wwe tinha divas que poderiam actualmente ser extremamente populares: Layla que depois das Laycool teria de estar em alta se fizessem bem o trabalho com ela, Summer Rae por quem todos cantavam quando o Fandango aparecia a uns tempos… eles centram-se demasiado apenas na rivalidade pelo titulo e o resto é uma divisão de jobbers basicamente.
Muita gente diz que o facto de Paige se juntar ao total divas foi um erro mas ai eu discordo totalmente. Para a credibilidade da divisão será melhor ter uma diva num patamar totalmente diferente das outras ou ter varias divas em igualdade a disputar o topo? É que o facto de nao entrar no total divas colocava Paige numa especie de main-event com todas as outras no midcard. Ou seja isso acabaria por conduzir à situação existente no roster masculino em que encontrar adversários para o lesnar da divisão feminina (Paige) seria uma tarefa praticamente impossivel.
Paige acabou por ser uma lufada de ar fresco mas falo por mim continuo a nao ver nela as maravilhas que muito boa gente por aí afirma. Na verdade e apesar de ela proporcionar quase sempre combates razoáveis jamais se pode comparar às grandes divas que ja passaram pela empresa. O seu acting não é nada famoso a meu ver, transparece muitas vezes aquele papel de coitadinha e nos duelos de palavras acho-a muito fraquinha. Poderia ser uma ameaça maior, alguém mais sério mas que por essas atitudes perde pelo menos aos meus olhos credibilidade. Situação totalmente diferente de uma AJ Lee ou de uma Nikki Bella que possuem essa tal capacidade de marcar presença, com carisma e sendo realmente sérias ameaças cada uma há sua maneira porque goste-se ou não elas conseguem marcar o impacto que Paige tem dificuldade em conseguir e a forma como se expressa prova isso.
Para finalizar não compreendo toda essa perseguição às Bellas nomeadamente a Nikki que melhorou muito e que é de longe melhor que a irmã nas promos e no carisma desenvolvendo também a sua habilidade no ringue consideravelmente. Brie Bella de facto registou melhoras no ringue, mas nao sabe actuar, diz sempre a mesma coisa e pouco acrescenta para além de uma diva banal ou de uma assistente de Nikki. Mas esta última tem melhorado imenso sendo que desmerecer todo o seu empenho e trabalho me parece extremamente injusto. E nao percebo de onde surgiu essa ideia de que Nikki Bella tem poucos fãs mas é uma ideia errada. Não interessam os motivos mas é um facto que a campeã das divas tem grande popularidade e clubes de fãs numerosos por esse mundo fora isso é inegavel. Ela ja provou que pode oferecer bons combates, ter um bom reinado e a meu ver o seu destaque é totalmente merecido. Não sei em que os reinados de Paige pautados pela sua ausencia de carisma e de respostas à altura das adversárias foram superiores a este de Nikki exceptuando o trabalho no ringue da primeira. Eu proprio quando olho para o roster masculino e tentando ser imparcial vejo Brock lesnar, Randy orton, John Cena, Sheamus, BNB como os mais serios candidatos a caras da companhia. No caso da divisão feminina nao tenho duvidas que esse lugar é de Nikki pois é aquela que mais se identifica e se insere naquilo que a meu ver é um superstar de topo.
“Seja usar laca para o cabelo para cegar uma adversária, roubar-lhe as roupas, sujá-la com bronzeador ou vestir-se como a adversária para a gozar, a verdade é que são tudo motivos que tornam complicado os fãs interessarem-se ou sequer identificarem-se com a história.
Quando as histórias ficam um pouco mais sérias e pessoais, ou são terrivelmente executadas, como foi a rivalidade de Brie e Nikki […]”
Artigo PERFEITO, principalmente o trecho destacado acima.
Sobre alguns comentários que li, falar que as irmãs narigudinhas Brie e Nikki são boas para as Divas só pode ser brincadeira. As duas são péssimas, abaixo do medíocre no in-ring e fraquíssimas nas promos. Quando conseguem chamar a atenção, é por que algum mamilo ou calcinha apareceram mais do que deveriam (algo totalmente inapropriado para um show assistido por muitas crianças). Na minha modesta opinião, mantem-se em destaque simplesmente por que souberam se agarrar em pirocas de destaque (Cena e Bryan). Mal posso esperar para AJ, Paige, Nattie ou mesmo alguma revelação na Next ocupar o lugar delas. Chega dessas cachorras!
”pirocas de destaque”. LOL KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
The Bella Twins nem são tão ruins. O reinado de Brie Bella em 2011 foi bem mais legal que o da Nikki agora.